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Intelectuais realizam ato contra impeachment de Dilma e divulgam carta



Um grupo de intelectuais e acadêmicos se reuniu nesta sexta-feira em São Paulo para um ato de resistência ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No encontro, também foi divulgada uma carta em que o coletivo defende que as “pedaladas fiscais” não são crime de responsabilidade e que, portanto, o que existe hoje é uma “busca sôfrega” por setores da política de um fato para justificar o afastamento da presidente.

Intelectuais se reúnem em São Paulo para criticar pedido de impeachment contra presidente Dilma Rousseff. Agência o Globo/Silvia Amorim.
A reunião aconteceu no Centro Maria Antonia, da Universidade de São Paulo (USP), um símbolo da resistência ao regime militar na capital paulista. Participaram do ato a historiadora Emilia Viotti da Costa, uma das maiores historiadoras brasileiras sobre a transição da mão de obra escrava para o trabalho assalariado; o professor e físico da Unicamp Rogério Cerqueira Leite; o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, ex-secretário de Direitos Humanos; o professor de ciência política da USP Andre Singer; o escritor Fernando Morais; o jurista Fabio Konder Comparato; a filósofa Marilena Chauí; o presidente da Associação Nacional de Direitos Humanos, Guilherme de Almeida; o ex-senador italiano José Luiz del Roio; o historiador Luiz Felipe de Alencastro; a socióloga Maria Victoria Benevides; a historiadora Heloísa Starling, ex-vice reitora da Universidade Federal de Miinas Gerais (UFMG); Margarida Genevois, que foi presidente da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, entre outros. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) e o diretor do Instituto Lula Paulo Vannuchi acompanharam a reunião.

Impeachment foi feito para punir governantes que efetivamente cometeram crimes. A presidente Dilma não cometeu qualquer crime. Impeachment é instrumento grave para proteger a democracia, não pode ser usado para ameaça-la”, diz um trecho da carta.

Em outro momento o documento se dirige ao Congresso:

Os parlamentares brasileiros devem abandonar essa pretensão de remover a presidente sem que exista nenhuma prova direta e frontal de crime. O que vemos hoje é uma busca sôfrega de um fato ou interpretação jurídica para justificar o impeachment. (...) Busca-se agora interpretações bizarras nunca antes feitas neste país”.

O ato durou cerca de duas horas e algumas propostas de mobilização foram discutidas. O coletivo não quis fazer comentários sobre a atual situação politica e, com críticas à imprensa, negou que o governo esteja tentando um acordo com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para salvar o mandato de Dilma.

— Não vamos debater aqui questões político-partidárias — disse Paulo Sérgio.

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Marilena Chauí comparou o clima político de hoje ao do período da ditadura militar e disse que “hoje não vamos perde porque somos mais experientes".

— Nós perdemos naquela época porque não tínhamos experiência — afirmou Marilena.
Singer alertou para os riscos que o impeachment significaria para a democracia. O escritor Fernando Morais foi um dos que reforçou a importância de levar aos movimentos sociais como MST, CUT e MTST as conclusões do coletivo de intelectuais. A avaliação é de que falta informação sobre esse debate.