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Se racismo é cotidiano, antirracismo também precisa ser, diz pedagoga

 

(FOTO | Arquivo pessoal).


A história e cultura afrobrasileiras são parte obrigatória dos currículos escolares brasileiros há quase 20 anos, quando foi publicada a Lei 10.639/ 2003, mas o cumprimento dessa lei está longe de ser universalizado. Uma pesquisa da organização não governamental Todos pela Educação mostrou que somente metade das escolas tinham projetos pedagógicos antirracistas em 2021, e essa proporção estava em queda.

Para a pedagoga Clélia Rosa (foto) consultora e pesquisadora das relações étnico-raciais na educação, há um descompromisso institucional com o respeito a essa lei. Essa indiferença, somada ao mito da democracia racial, traz um prejuízo ético na formação dos estudantes.

Quando a escola diz, nos seus currículos, que forma cidadãos críticos, cidadãos reflexivos, que possam atuar frente às situações, etc e etc, como é que você forma um cidadão crítico que não compreende a pauta racial num país majoritariamente negro? Como é que você forma um cidadão crítico que silencia diante de uma situação de racismo? Como é que se forma um cidadão crítico que não sabe a real história da fundação e do desenvolvimento cultural, político e social desse país? Então, é um prejuízo enorme para todas as pessoas”, critica a pedagoga, em entrevista à Agência Brasil.

Palestrante da primeira Edição da Eduko, que acontece nesta sexta-feira e sábado em Belo Horizonte, Clélia Rosa defende que um projeto pedagógico antirracista sério depende de formação continuada dos docentes e não pode se restringir a datas comemorativas ou episódios específicos. Nesse contexto, ela exalta o papel de famílias negras, que tem impulsionado esse avanço ao cobrar essa discussão nas escolas.

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Com informações da Agência Brasil. Clique aqui e confira íntegra da entrevista.

Quer saber até onde vai o compromisso antirracista de alguém? Solicite para enfrentar o sistema

 

(FOTO |Reprodução | EPA | BBC Brasil).


Por Nicolau Neto, editor

No último dia 13 de maio, o Brasil completou 135 anos da assinatura da Lei Áurea. Pouco ou quase nada foi modificada na situação da população negra que vivia escravizada. A situação reverberada hoje é um dos sinais de que a luta por igualdade de oportunidades e de enfrentamento ao racismo não deve ser, sob hipótese nenhuma, cessada.

A resistência dos (as) racistas – daqueles (as) que escancaram aos (as) que negam, passando pelos (as) que silenciam -, é grande. Mas a nossa precisa ser maior ainda. Quem é ativista sabe que o caminho é longo para superar o maior problema do país. Digo e repito sempre aos (as) estudantes que o maior problema brasileiro é o racismo, pois todos os outros são decorrentes deste.

Vejamos. Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) divulgados em junho de 2022 apontou que dos 33 milhões de brasileiros que passam fome, 70% são negros; Conforme informações de 2018 apresentadas pelo IBGE, a população negra é maioria entre desempregados. Esse número chega a casa dos 64%. Neste mesmo ano, o instituto cravou que a população citada representava 55,8% da população brasileira e 54,9% da força de trabalho; em 2021 um levantamento feito pelo Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege) e pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro apontou que negros são maioria de presos tendo como (na maioria dos casos) único critério reconhecimento fotográfico nas delegacias no Brasil, o que é, para especialistas uma prova sujeita a equívocos, falhas. Nesse caso, o número de negros vítimas desse fator chega aos 83%; nas universidades, a população negra é minoria; nos cargos de lideranças nas escolas, nas empresas, no poder legislativo (seja ele a nível federal, estadual ou municipal); no STF, no STJ, nos poder executivo (em qualquer dos níveis)….

Eu poderia citar vários e vários exemplos do racismo à brasileira e, inclusive, reforçar a tese do sociólogo brasileiro Jessé Souza que em sua obra “Como o racismo criou o Brasil” destaca que … “tanto no Brasil quanto fora dele, as tentativas de explicar o racismo se reduziram, no entanto, a meramente provar que ele existe.” (2021, p.8). Mas no Brasil as discussões sobre racismo, como em qualquer outro país engatinham. Aqui mais do que em qualquer outro lugar. No Brasil, esse debate ainda está na fase do provar que existe racismo e é preciso, como pontua Sousa ultrapassar esse muro porque ele é descabido.

Institucionalmente somente no início desse ano é que a injúria racial foi equiparada ao crime de racismo e a lei que tornou obrigatória o ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas públicas e particulares apesar de já ter duas décadas de existências, ainda não é cumprida. Há falta de compromisso político-pedagógico com a educação antirracista. O que prova que o compromisso do estado com a superação das desigualdades raciais é recente e falta ainda fiscalização para fazer cumprir o que ele mesmo transforma em lei.

Para superar esse desafio é preciso, em primeiro lugar, não cessar o ativismo. Em segundo, fazer desse ativismo não só como instrumento de denúncias, mas sobretudo de construções ações que permitam a construção de uma sociedade reconheça e valorize a diversidade. Sem esquecer, evidentemente, seus limites de atuação e onde entra o do Estado. E é justamente nesse campo que se conhece quem de fato é antirracista. Quer saber até onde vai o compromisso antirracista de alguém? Solicite para enfrentar o sistema, para ser um elo entre você e o sistema ou para ser um propagador de ideias e ações que tenham como propósito derrotar as barreiras racistas.

Em abril deste ano iniciei uma oficina sobre “O saber afro-indígena e o ensino de Sociologia nos livros didáticos” junto a estudantes do 3º ano da EEMTI Pe. Luís Filgueiras, em Nova Olinda-Ce. Este mês comecei uma campanha para que seja criado uma Secretaria da Equidade Racial nos vinte e oito municípios do cariri. A oficina teve repercussão na região através do site CREDE 18 e nacionalmente por meio de sites como Alma Preta Jornalismo (Rio de Janeiro) e Instituto Búzios (Bahia). Mas não foi propagado no município. A proposta da Secretaria, por sua vez, apesar de ter sido veiculada em alguns blogs, não encontrou apoio. Nem mesmo de quem mais deveria dar. Solicitei, inclusive, e a grande maioria ou deu o silêncio como resposta ou destacou que não via necessidade na criação.

Referências

Dos mais de 33 milhões de brasileiros que passam fome, 70% são negros. Disponível em: https://pesquisassan.net.br/. Acesso em: 21.mai.2023;

Injustamente: negros são maioria de presos com base no reconhecimento fotográfico nas delegacias no Brasil. Disponível: https://www.anf.org.br/injustamente-negros-sao-maioria-de-presos-com-base-no-reconhecimento-fotografico-nas-delegacias-no-brasil/. Acesso em: 21.mai.2023;

Lula sanciona lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo. Disponível em: https://www.geledes.org.br/lula-sanciona-lei-que-equipara-o-crime-de-injuria-racial-ao-de-racismo/. Acesso em: 21.mai.2023;

Negros são maioria entre desocupados e trabalhadores informais no país. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-11/negros-sao-maioria-entre-desocupados-e-trabalhadores-informais-no-pais. Acesso em: 21.mai.2023;

Negros são 75% entre os mais pobres; brancos, 70% entre os mais ricos. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/11/13/percentual-de-negros-entre-10-mais-pobre-e-triplo-do-que-entre-mais-ricos.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 21.mai.2023;

Professor Nicolau Neto realiza oficina sobre saberes afro-indígenas nos livros didáticos. Disponível em: https://www.institutobuzios.org.br/professor-nicolau-neto-realiza-oficina-sobre-saberes-afro-indigenas-e-o-ensino-de-sociologia-nos-livros-didaticos/. Acesso em: 21.mai.2023;

Professor Nicolau Neto inicia campanha para criação da Secretaria da Equidade Racial. Disponível: http://www.blogdoboa.com.br/?page=post&cod_post=5783. Acesso em: 21.mai.2023.

SOUZA, Jessé. Como o Racismo Criou o Brasil. 1º ed. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2021.

O racista não encontra-se só

 

Valéria Rodrigues. (FOTO/ Acervo Pessoal).

Por Valéria Rodrigues, Colunista

Sabemos que o racismo existiu, existe e sempre existirá. Por pior que seja, essa é a mais pura verdade. Infelizmente a sociedade encontra no “racismo” formas de justificar a falta de caráter e de humanidade em algumas pessoas.

Quando você acha que a política de cotas raciais é bobagem e que os negros simplesmente estão se vitimizando você consegue expor em um mesmo momento a falta de caráter e de humanidade que há em si. Mas é muito mais “agradável” ouvir alguém o chamando de “racista” do que de desumano ou mau-caráter. Afinal, o racismo é comum na mídia, no futebol, na política e dessa forma você não se encontra tão só. Até porque ser chamada de mau-caráter e desumano parece ser mais grave do que de “racista”.

A nossa sociedade tem pessoas diferentes a depender da situação, da condição e do momento onde venha a ocorrer um ato racista. E o pior é que sempre terá alguém para justificar o injustificável.

Portanto, o combate ao racismo tem que ser uma luta cotidiana. Não adianta querer combater em um momento midiático ou durante o mês da “Consciência Negra”, pois isso não terá o efeito esperado. Ao contrário, isso mostra o quanto gostamos de manter as “aparências” e fingir que realmente estamos combatendo esse câncer social.

Carnaval fora de época, mas dentro do tom

 

"Enquanto houver racismo, não haverá democracia", diz a mensagemm levada pela Beija-Flor de Nilópolis para a Sapucaí Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Depois de um recesso forçado pela pandemia, o Carnaval 2022 sublevou a lógica do calendário gregoriano ao ocorrer depois da Quaresma no Brasil. Porém, ao encarnar uma espécie de imersão espontânea e coletiva da comunidade do samba em suas raízes africanas, a festa não poderia ter se dado mais dentro do tom.

Como antecipei em janeiro no artigo “Hoje cativeiro é favela”, muitos dos enredos do grupo especial do RJ e de SP trouxeram temas relacionados à influência negra na construção da nossa sociedade, exaltando a cultura, o culto aos orixás, a resiliência e o talento herdados dos africanos.

Mazelas decorrentes do racismo institucionalizado desfilaram pelas avenidas: a cor da pele como fator determinante para a prisão de inocentes, os homicídios que vitimam de maneira seletiva e preferencial pretos e pardos e o vandalismo em terreiros de candomblé. Também não faltou exemplo do desleixo com a segurança pública, o que coloca em risco vidas como a da menina negra que perdeu a perna e morreu depois de ser prensada entre um poste e um carro alegórico.

Tudo exposto aos olhos do mundo em forma de espetáculo cênico musical na maior festa popular do país. Uma verdadeira catarse frente a manifestações reiteradas de ódio e ataques às liberdades, às instituições e à democracia. Foi lindo ver a alegria de um povo que subverte a lógica, resiste e insiste em ser feliz.

Para completar, uma coincidência fez com que o período dos desfiles compreendesse o 23 de abril, dia dedicado aos festejos de Ogum, orixá guerreiro, que quebra demandas e abre caminhos, afastando inimigos e injustiças.

Evidente que o Carnaval não é invenção brasileira, mas o espetáculo grandioso dos últimos dias é genuinamente nacional e o surgimento das escolas de samba se deu entre as classes populares, na década de 1920. Num momento turvo, nada mais simbólico do que um desfile essencialmente dedicado a falar de pertencimento, representatividade e respeito à diversidade.

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Por Ana Cristina Rosa, na Folha de São Paulo e reproduzido no Geledés.

Celebrar nossas conquistas também é ser antirracista

 

Jaqueline Fraga (centro) recebe medalha e diploma de honra ao mérito Heroínas do Tejucupapo das mãos da vice-presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella (à esquerda), e da então presidente da Comissão da Mulher, Isabelita Fradique (à direita) –  Foto: Alysson Maria/OAB-PE.

Nos meus artigos mais recentes aqui para a coluna Negras Que Movem no Portal Geledés, eu tenho abordado com frequência formas de exercer o antirracismo. E hoje vou falar sobre mais uma delas mas, dessa vez, sobre uma que às vezes esquecemos de realizar ou que achamos que não devemos. Coloquemos na nossa mente: celebrar nossas conquistas também é ser antirracista.

No imaginário social, que ainda hoje é muito perpetuado, pessoas negras têm ocupações predeterminadas… e que dificilmente são as de mais prestígio ou valor. É essa construção social, arraigada em um racismo estrutural, que almejamos combater. E, enquanto isso, não esqueçamos: nossas conquistas, nossos avanços, são importantes e merecem ser exaltados.

Por isso que hoje vou falar sobre dois momentos recentes que foram muito especiais para mim. Duas homenagens que recebi e que me deixaram muito grata, feliz, emocionada e honrada.

O primeiro, que é o mais recente, está ilustrado na fotografia que abre este artigo. Foi quando recebi o Diploma de Honra ao Mérito do Prêmio Ser Mulher, realizado pelo grupo Ser Educacional. A cerimônia foi no dia 7 de março deste ano, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, marcado pelo #8m. 

Tive a honra de ser uma das homenageadas, ao lado de mulheres que tanto fazem e nos ensinam, ainda mais por ser uma premiação que valoriza e exalta as nossas trajetórias. Como escrevi nas redes sociais, cada reconhecimento que recebo é carregado de orgulho e emoção. Até porque, como sempre comento, ele não é só meu.

No texto de convite para o evento havia as seguintes informações sobre mim:

Jornalista, escritora premiada, foi consultora da UNESCO e também trabalhou em ações voltadas para lideranças negras, buscando a visibilidade e equidade racial. É ativista nas causas da mulher negra e sua devida e merecida ocupação no mercado de trabalho. Transforma a marginalização do gênero e da cor em oportunidades e realização profissional.

Ver um pouco da minha história sendo contada sempre me emociona, especialmente porque se sou quem eu sou, se faço o que eu faço, é para honrar aquelas que vieram antes de mim. Obrigada, mãinha, por tanto e por tudo.

O segundo momento, que vou destacar agora, é a homenagem que recebi em dezembro do ano passado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE). Foi um orgulho imenso receber a Medalha do Mérito Heroínas do Tejucupapo, na categoria Jornalismo. Uma honra e um orgulho ser reconhecida e homenageada pelo meu trabalho enquanto jornalista com um prêmio que carrega tanto significado, simbologia e tradição.

Ser premiada pela relevância dos serviços prestados à sociedade na área de jornalismo é uma das maiores emoções. Porque demonstra que o conjunto do seu trabalho está sendo importante para a população. E essa é uma das maiores honrarias que uma jornalista pode ter.

Muito me honrou estar ao lado de tantas mulheres que são referências e inspirações. E muito me alegrou ver equidade nesse incrível hall de homenageadas. Equidade essa também presente no Prêmio Ser Mulher.

Nós sabemos que por ser mulher, mulher negra, os desafios e questionamentos surgem de forma duplicada. Por isso é tão importante também esse reconhecimento institucional, ainda mais de instituições tão importantes para a sociedade e a democracia, a exemplo da Ordem dos Advogados do Brasil.

Meus parabéns a cada mulher que integra as listas de homenageadas e, ao mesmo tempo, representa tantas outras. Também agradeço e espero honrar todas aquelas que vieram antes de mim e abriram e seguem abrindo caminhos.

Esses dois dias ficarão carinhosamente gravados na memória. Para ver mais detalhes e registros sobre as homenagens, deixo aqui o convite para que acompanhem as minhas redes sociais: @jaquefraga_ (Instagram e Twitter) e @livronegrasou (Instagram). Será um prazer contar com vocês também por lá. Valorizemos profissionais negras também na internet. Muitas vezes publicamos conteúdos de excelência mas não somos vistas. O racismo também opera assim.

No mais, eu sempre costumo comentar que cada pequena conquista nossa deve ser comemorada. Sonhemos grande, mas não esqueçamos de valorizar os avanços mais simples. Não esqueçamos de valorizar a nossa caminhada. Como bem cantou Cidade Negra: “você não sabe o quanto eu caminhei, pra chegar até aqui…”

Vamos em frente, em busca e conquistando as oportunidades que merecemos e que muitas vezes nos foram negadas.

Encerro esse texto repetindo a frase que tenho dito rotineiramente com o desejo de que se torne um lema e se concretize de fato: Sigamos criando e ocupando espaços!

Sobre a autora

Jaqueline Fraga é escritora, jornalista formada pela Universidade Federal de

Pernambuco e administradora pela Universidade de Pernambuco, com MBA em Comunicação e Jornalismo Digital pela Universidade Cândido Mendes. Apaixonada pela escrita e pelo poder de transformação que o jornalismo carrega consigo, é autora do livro-reportagem “Negra Sou: a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho”, finalista do Prêmio Jabuti, e do “Big Gatilho: um livro de poemas inspirado no BBB 21”. Também é coautora do livro “Cartas para Esperança”. Escreve por profissão, prazer e terapia. Escreve porque respira, respira porque escreve. Pode ser encontrada nas redes sociais nos perfis @jaquefraga_ (Instagram e Twitter) e @livronegrasou (Instagram).

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Publicado originalmente no Geledés.

Especial Dia do/a Professor/a: o papel fundamental do/a professor/a na luta antirracista

 

Especial Dia do/a Professor/a: o papel fundamental do/a professor/a na luta antirracista. Na foto, o professor Nicolau Neto durante conversa com estudantes da Escola 18 de Dezembro, em Altaneira, sobre a falsa abolição da escravatura.  

Quais são as principais alegrias e os principais desafios da carreira das professoras e dos professores brasileiros? E qual é a importância da promoção da educação antirracista? Fizemos essas perguntas a quatro educadores participantes do Edital Equidade Racial na Educação Básica, que tem como propósito fortalecer coletivos de pesquisa nessa temática e mapear oportunidades estratégicas de atuação.

O Edital é uma iniciativa  do Itaú Social com realização do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), em parceria com o Instituto Unibanco, a Fundação Tide Setubal e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Conheça abaixo um pouco mais sobre os projetos e professores representantes de cada etapa de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio:

Professora Neli Edite dos Santos - Educação Infantil

          

“Ingressei no magistério com 18 anos de idade. Hoje, passados 38 anos, posso dizer que tenho marcas inscritas em mim por engajamentos, curiosidades, inquietações, estudos, parcerias, comprometimentos políticos, indignações, descobertas, somas, sonhos e transgressões poéticas. Em cada escola onde trabalhei, transpus muros, arrisquei. Semeei desobediências inventivas entre estudantes, famílias, comunidade e com colegas que toparam riscos.

Desde os primeiros anos de atuação como alfabetizadora, passando pelas redes públicas estadual e municipal, até ingressar no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Uberlândia, em 2010, tenho sido inquieta, afetada por aquilo que tem me constituído e atravessado. Cada escola tem seu jeito, seu ritmo, suas riquezas, suas dificuldades, suas mazelas e potencialidades. Em cada uma delas, afetei e fui afetada pelos coletivos: colegas, estudantes, famílias e vizinhança. Em cada uma delas, busquei parcerias e encontrei conflitos produtivos e improdutivos. Muitas geraram bons afetos e frutos. Algumas deram em nada. Outras, dissabores e amarguras. Por isso, talvez, minha principal alegria em continuar sendo professora é a disposição para arriscar, principalmente quando o risco se confunde com travessura, travessias e atravessamentos.

O papel de professores e professoras no enfrentamento ao racismo depende de vários elementos. Posso citar, por exemplo, seu reconhecimento étnico-racial, de gênero e classe. Para enfrentar o racismo e contribuir para uma educação antirracista, professores brancos precisam enfrentar o espelho, a historicidade da branquitude em suas relações desumanizadas e desumanizantes com povos não brancos: negros, indígenas, indianos, ciganos – entre outros.

Se for uma pessoa negra e se for uma pessoa que pretende contribuir com a justiça, com a igualdade de fato, com a democracia, ela poderá ser atravessada pelo reconhecimento da sua condição de negritude e somará, assim, no enfrentamento ao racismo. Uso o termo poderá, e não deverá.  Isso porque, ao reconhecer-se e, mais ainda, assumir-se negra, a pessoa é arremetida ao confronto com uma sociedade forjada e mantida pelo racismo estrutural. Conhecer-se nessa arquitetura pode ser vivido como algo extremamente pesado, sufocante e, a depender das circunstâncias, fatal.

É comum a expectativa de que pessoas negras se posicionem em relação ao racismo, denunciando-o, falando sobre ele, tendo-o como objeto de estudo. É comum também que pessoas não negras, não indígenas, não indianas, não ciganas (entre outros povos não brancos) considerem exageradas as denúncias de racismo, sobretudo quando são praticantes dele (em geral, sem intenção de ofender).

Com essa breve reflexão, quero dizer que o papel do(a) professor(a) no enfrentamento ao racismo depende de vários elementos. A começar pela relação que ele/a tenha com sua imagem nos espelhos da sua história, da história de seu país e da história da humanidade”.

A professora Neli Edite dos Santos é coordenadora geral do projeto ‘Construindo uma escola antirracista: ingresso e permanência de cotistas na educação básica’, realizado na Escola de Educação Básica, um colégio de aplicação da Universidade Federal de Uberlândia, que oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental Regular e na Modalidade Educação de Jovens e Adultos.

Givânia Maria da Silva - Ensino Fundamental I


          

“A lista dos desafios de ser professor é grande, principalmente em uma sociedade marcada pelo racismo e por um ensino que deixa tantas lacunas na nossa formação inicial. A formação continuada também não dá conta de nos ajudar a superar determinados déficits. No caso das comunidades quilombolas, as novas tecnologias também se tornaram desafios, pois são desconhecidas por muitas pessoas.

Precisamos lidar com estruturas tão hierarquizadas dos estados e municípios, onde os gestores não pautam a questão racial como fundamental e a gente sabe o quanto isso é importante. Muitos quilombos não têm acesso à internet. Falta investimento na compra de equipamentos, na formação dos profissionais e nas escolas quilombolas. Tudo isso prejudica o trabalho do professor e a aprendizagem dos alunos.

Mas temos também as nossas alegrias. Sabemos que nada será feito sem nós. Somos peças fundamentais no processo educacional. Mesmo com a tecnologia,  o professor ainda é uma peça muito importante e nunca vai deixar de ser. Precisamos avançar e construir comunidades de aprendizados.

Também sentimos profunda alegria quando vemos que inspiramos outras pessoas. Somos um instrumento da luta e da resistência para uma educação antirracista. Por isso seremos sempre um instrumento de transformação e emancipação, apesar do modelo social. Devemos ocupar o lugar de instrumento e ferramenta da luta antirracista, seja na sala de aula ou no cotidiano.”

A professora Givânia é coordenadora do projeto Quilimbos e Educação: Políticas Públicas e Práticas Pedagógicas, com foco na análise dos dados do Censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira para identificar os desafios da educação quilombola enfrenta e em estudos de casos em duas comunidades quilombolas: Povoado de Mesquita, em Cidade Ocidental (GO) e Quilombo de Conceição das Crioulas, em Salgueiro (PE).

Erisvaldo Pereira dos Santos - Ensino Fundamental II

         
          

“O principal desafio de ser professor está relacionado com o lugar social da profissão docente em nossa sociedade. Embora todos as outras profissões dependam do trabalho docente, há uma falta de compromisso político com a valorização desse profissional em nossa sociedade em termos de remuneração. A principal alegria de ser professor é a de saber que sem o seu trabalho as transformações no mundo em prol da justiça social e do bem-estar não acontecerão. Mesmo porque, todo(a) professor(a) está investido de uma autoridade comprometida com o curso do mundo na ordem do bem viver social. Por isso Paulo Freire afirma que educar é uma prática política.

O desafio principal do (a) professor (a) diante do enfrentamento ao racismo é o de não naturalizar esse fenômeno que estrutura nossas relações sociais. Ao naturalizar o racismo, o(a) professor(a) contribui para que não haja mudanças nas relações sociais e raciais. Para não cair na armadilha da naturalização, seu trabalho docente carece, portanto, de uma sólida formação teórica e de uma postura ética de acolhimento e valorização da alteridade.

A partir daí, ele(a) não enfrentará apenas o racismo, sendo uma pessoa antirracista, mas também enfrentará todas as mazelas que envolvem os sujeitos subalternizados e discriminados. A interseccionalidade entre raça, gênero e classe é a base que organiza essa prática. Dessa maneira, o (a) docente contribuirá para a formação de um sujeito autônomo, crítico e ético.”

Erisvaldo é coordenador do projeto Epistemologias Antirracistas e Projeto Político Pedagógico: Uma Pesquisa Aplicada no Âmbito da Secretaria de Educação de Contagem (MG). O objetivo do projeto foi oferecer aportes epistemológicos do feminismo negro e antirracista, afim de contribuir para a reflexão sobre a fundamentação de Projetos Políticos Pedagógicos (PPP’s), na perspectiva das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

Gerson Alves dos Santos - Ensino Médio


           

“O grande desafio de ser professor é atuar em um ambiente cada vez mais precarizado e deixado de lado pelas políticas públicas. O tempo todo enfrentamos uma realidade desestimuladora e que acaba por consumir nossas esperanças e anseios quanto ao desejo de construir uma educação de fato transformadora.

Gestores e colegas professores, em grande medida não se preocupam ou desconhecem a importância da autonomia no processo de ensino. Algo que cria um ambiente pouco politizado e pouco aberto a pautas que vão além de um conjunto de ações e entendimento, preso a institucionalização burocratizada.

Já a grande alegria é ouvir os alunos e suas experiências transformadoras no ambiente escolar. É saber que alguns transformam sua realidade a partir do que discutimos em sala. Isso reforça a esperança e refloresta a crença na educação como um espaço de transformação de uma realidade tão adversa.

Penso que o professor tem que ser protagonista, principalmente nesse contexto político em que estamos vivendo. As políticas que garantem o ensino da história, cultura afro-brasileira e indígena é uma realidade do ponto de vista institucional, mas, ainda está longe do ideal quando se pensa o ambiente escolar e um conjunto de práticas cotidianas que viabilizem um ensino antirracista.

Temos de sair do plano institucional, isto é, da data enquanto momento folclórico e por vezes romantizado. Algo muito comum entre nós brasileiros, sociedade em que a lei por vezes acaba em si mesmo e não se transforma em realidade cotidiana. No caso, o professor, sabedor dessa realidade, precisa se colocar enquanto agente transformador, alguém capaz de questionar e instigar no ambiente escolar a discussão sobre o racismo brasileiro e seu caráter estrutural. Alguém capaz de ser protagonista nesse processo de questionamento das subjetividades reprodutoras desse racismo estrutural que tende a desumanizar a população negra.”

Gerson é coordenador do projeto “O quilombo na escola: práticas pedagógicas, identidade étnica e ancestralidade”, que tem como objetivo atuar na formação de professores das escolas estaduais (Ensino Fundamental e Médio) de uma comunidade quilombola na cidade de Moreilândia, Estado do Tocantins.

A ideia é que a história da comunidade possa fazer parte do currículo de modo a ser incorporada na realidade dessas escolas, fazendo com que a realidades dos quilombolas e dos moradores da cidade possam fazer parte do cotidiano escolar, potencializando, assim, uma educação inclusiva e antirracista.

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Com Informações do CEERT


NUAFRO abre inscrições para bolsistas para pesquisa sobre Antirracismo e Serviço social

 

(FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

O Laboratório de Estudos e Pesquisas em Afrobrasilidade, Gênero e Família (NUAFRO), vinculado à UECE, abriu Edital de seleção para bolsistas do PROGRAMA BICT/FUNCAP (2021 – 2022) com a finalidade de preencher 02 vagas para o Projeto de Pesquisa sobre “Antirracismo e Serviço social: ánalise da questão racial na pós-graduação em serviço social.”

Segundo o NUAFRO, a seleção se dará por meio do preenchimento da ficha de inscrição no Google Forms e envio para o e-mail: laboratorionuafro@gmail.com e os/as concorrentes terão que encaminhar uma redação com o seguinte tema acerca da Questão Racial e a Formação Profissional do Serviço Social na Contemporaneidade. A proposta do texto deve ser encaminhada até às 23:59 deste sábado, 09.

De acordo ainda com o edital do NUAFRO, a seleção será composta ainda de uma entrevista no formato remoto pelo Google Meet, dos/as candidatos/as selecionados/as, o link e as demais informações serão enviados pelo e-mail inscrito na presente ficha (Dia 11/10);

Quem se inscreveu, deve ficar atento aos prazos. O resultado final dos/as candidatos/as será divulgado dia 12 do mês em curso.  Passado essa fase, será encaminhado os/as selecionados/as, dia 13, as orientações referentes ao envios das documentações de acordo com o Protocolo de Entrega de Documentos.

Para mais informações, leia o Edital aqui.

Professora alfabetiza crianças a partir de rodas de conversa e educação antirracista

 

Albari Rosa/ Gazeta do Povo/ Arquivo). 

Quando as crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental chegam à sala de aula da professora Ana Paula Venâncio, no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (Iserj), uma escola pública da rede Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), a primeira coisa que fazem é sentar em roda e conversar. Nada de cartilhas pontilhadas, ditados e tarefas de copiar a lousa. Na prática da educadora, as crianças aprendem a ler e escrever quase como consequência de um processo maior de alfabetização.

Nesses diálogos em roda, o estudante vai cultivando o hábito de narrar sobre o mundo, suas vidas e quem são, de escutar o outro e suas experiências. Daqui e dali surgem histórias de racismo ou falas que reproduzem essa violência, inevitavelmente, uma vez que no Brasil a questão é estrutural e permeia todos os espaços e interações, desde muito cedo. A própria professora também traz o assunto diretamente e se interessa por saber o que as crianças entendem por racismo. 

Esses fios que despontam nas rodas de conversa, a professora puxa e amarra com outros fios narrativos, como os da valorização das histórias, culturas e identidades negras e afro-brasileiras, passadas e presentes, e os de compreender o que é o racismo e suas manifestações na escola e em outros espaços.

Essas amarrações todas parecem intrigar as crianças e despertar nelas várias curiosidades. É para perseguir o desejo de saber mais que começam a se interessar e efetivamente a ler e escrever, ainda que a alfabetização tenha começado muito antes, fazendo leituras de si próprias, das relações e do mundo. “Não se trata de escolarizar a conversa, os desejos, as curiosidades que as crianças trazem, mas de tornar isso um estudo”, diz a educadora.

Em entrevista ao Centro de Referências Em Educação Integral, a professora Ana Paula Venâncio contou sobre a trajetória que a levou a construir a prática de alfabetização na perspectiva antirracista e como ela acontece em sala de aula. 

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Com informações do Geledés. Clique aqui e confira os principais trechos da conversa.

Lei nº 10.639/ 2003: o que mudou com relação ao racismo?


A convicção política de que a educação é chave na construção da cidadania do negro brasileiro conecta o mundo atual ao final do século XIX, no contexto do término jurídico da escravidão. Isto porque, apesar de todas as mudanças no tecido social, e ultimamente na gestão dos interesses públicos, o racismo, estruturante de todas as relações sociais, continua a determinar limites para a reversão das desigualdades socioeconômicas

Do CEERT -  De acordo com os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, divulgados em dezembro de 2015 pelo IBGE, os negros e pardos representavam 54% da população brasileira; no entanto, sua participação no grupo dos 10% mais pobres era muito maior: 75%. Por outro lado, a participação dos negros no grupo do 1% mais ricos não chegava a 18%.

Esses dados, como há anos vêm assinalando economistas como Marcelo Paixão, representam a tela principal de um conjunto de fatores que aprisionam a população negra na base da pirâmide social, como é o caso da educação.

Em 2015, ainda segundo a PNAD 2015, 53,2% dos estudantes pretos ou pardos de 18 a 24 anos de idade cursavam níveis de ensino anteriores ao superior, como o fundamental e o médio, enquanto apenas 29,1% dos estudantes brancos estavam nessa mesma situação.

Isso demonstra que apesar da adoção das políticas de ação afirmativa (aqui, especificamente, as cotas para negros nas universidades), o fosso que separa o acesso de brancos e negros ao ensino superior está longe ainda do que seria uma situação de equilíbrio.

Pode-se inferir, também, que esses dados são reveladores da potência do mito da democracia racial, pois, mesmo diante dessas evidências, parte muito significativa dos trabalhadores em educação, sobretudo de gestores e docentes na educação básica, ainda insiste em manter fechados os olhos para a relevância da Lei nº 10.639, de 2003.

A professora de línguas Fabia Kelli Batista Lopez, do colégio estadual de São Miguel do Araguaia, em tantos anos de existência da legislação, é uma das inúmeras vozes que admitem nunca ter desenvolvido, de modo contínuo em suas aulas, conteúdos que atendam à legislação.

Revela que falta material didático adequado na escola e que nunca participou de nenhum programa de capacitação para lidar com as diretrizes curriculares para a educação para as relações étnico-raciais.

Diz que sabe muito pouco sobre a Lei e explica o motivo: “É que nós temos que trabalhar esse conteúdo sobre a cultura africana e do afro-brasileiro na sala de aula, nós sabemos disso, mas só que ele é mais trabalhado mesmo na época da consciência negra (…) a gente não trabalha no decorrer do ano”.

Classificar o racismo como crime hediondo e aprovar leis como a que está aqui em tela, ou o Estatuto da Igualdade Racial – que busca igualar as condições de oportunidades e representatividade do segmento negro na sociedade ao tempo em que instrui a defesa dos direitos étnicos individuais –, são medidas que possuem imenso significado para o antirracismo.

Contudo, ao que parece, as práticas antirracistas no ambiente escolar ainda estão a depender da iniciativa da professora negra ou do professor negro e das/os trabalhadoras/es da educação politicamente engajadas/os. Acresce a professora Fabia que, para atender efetivamente à legislação, “é necessário ter mais informações, cursos de capacitação… que a parceria com o sindicato é essencial”.

Por outro lado, Noemi Medeiros, graduada em educação física, agente educacional em uma escola de periferia no vigésimo quarto núcleo da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, nos faz crer que essa falta de material didático, bem como informação e preparo para lidar com os conteúdos pertinentes acabam por liquefazer o que, anteriormente à criação da Lei nº 10.639, de 2003, parecia tornar mais sólido o embate.

A opinião dessa servidora pública remete à desconfiança de que, sem uma estratégia eficaz pronunciada pelo Estado para a implementação da legislação, possivelmente pode estar havendo mais ocultação das tensões provocadas pelo racismo na escola, em razão do maior conhecimento de outra lei, aquela que pune por crime de racismo.

O que eu acho mais triste é precisar existir uma lei para a gente ser respeitada. Eu acredito que nós estamos sendo mais respeitados, assim em termos de… eles olham a gente com mais cuidado. Não é que terminou o racismo, mas é que ele está cada vez mais oculto. A agressividade que se fazia… hoje eles sabendo que é crime e que a gente passa para o aluno que tem uma lei que ampara ele… (…) então, quando tu conheces uma Lei tu estás amparado (…) quando tu tens uma Lei tu mostras que não estás sozinho, que somos um grande grupo que estamos lutando por esse ideal ”.

A sensibilidade da funcionária Noemi talvez esteja a oferecer pistas para avaliar que a comunidade escolar, que se vê obrigada, há mais de treze anos de sanção da Lei nº 10.639, de 2003, a realizar atividades sobre “a consciência negra” relacionando-as quase sempre exclusivamente ao período de novembro, pode estar, na realidade, reduzindo o que se encontra no “espírito” da Lei a ações pontuais, que aparentemente justificariam o seu cumprimento.

E os agentes que têm assumido a responsabilidade de definir procedimentos metodológicos e conduzir pedagogicamente as ações a eles inerentes, mesmo que parcialmente, ao invés das equipes de direção, continuam a ser as/os trabalhadoras/es em educação politicamente engajadas/os.


Nesse sentido, o que teria realmente mudado com o acréscimo feito à LDB? Teria sido tão somente o ambiente de legitimidade dentro da escola para que quem sempre foi politicamente engajada/o exija, e não apenas demande, as condições objetivas para fazer o que sempre se fez.

Foto: Reprodução - CEERT.