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Douglas Belchior se filia ao PT, que se compromete em fortalecer candidatos do movimento negro

 

Douglas Belchior disputará uma cadeira na Cãmara dos Deputados em 2022. (FOTO/Elineudo Meira).

O Teatro Oficina, um dos mais tradicionais pontos culturais de São Paulo (SP), foi palco de uma importante movimentação na política brasileira, na noite da última segunda-feira (6). O ato de filiação do educador Douglas Belchior ao Partido dos Trabalhadores (PT), que significou uma reaproximação do partido com o movimento negro.

No palco, a presidenta do PT, Gleisi Hoffman, e o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad, postulante do partido ao governo de São Paulo em 2022, ouviram por duas horas algumas das principais lideranças do movimento negro. No final, Blechior falou sobre a filiação.

O que está acontecendo aqui não é a minha filiação ao PT, é um convite do movimento negro ao PT para que ele corresponda às expectativas da maior parte da população brasileira. Nós estamos fazendo esse convite para vocês”, afirmou o educador, que prevê, para 2022, a eleição de uma bancada do movimento negro.

Por fim, Belchior, que foi filiado ao PT entre 1997 e 2005, deixou um recado aos partido. “Se eu estiver em alguma enrascada, eu estarei no maior partido da América Latina, mas será aqui que serei dirigido. Antes de ser um petista, porque volto a ser um petista de carteirinha e estrelinha, o meu partido é o movimento negro.”

Douglas Belchior chega ao PT após uma série de reuniões com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad e outras lideranças do partido. As negociações para a filiação duraram seis meses. Em 2022, o educador disputará uma vaga na Câmara dos Deputados em Brasília. Antes, ele concorreu às eleições de 2014 (deputado federal), 2016 (vereador em São Paulo) e 2018 (deputado federal). Todas, pelo PSOL.

No evento, Hoffmann saudou a chegada do líder do movimento negro ao partido. “É uma alegria você estar retornando ao Partido dos Trabalhadores”, começou a presidenta do PT. “O Brasil é um país que tem uma dívida imensurável com esse povo. A luta de classe só tem sentido no Brasil se for antirracista, se ela for estruturante do debate. A maioria do povo é preto, pobre e mulher. É um desafio, incorporar essa luta no dia a dia do partido.”

Haddad se comprometeu com o novo filiado. “A massa crítica está crescendo, é um bolo fermentando. Agora, você vai liderar, porque você estará no parlamento, estará nos nossos governos, você terá poder e vai liderar, de dentro, um processo de transformação para passos mais ambiciosos.”

“A tua eleição tem um significado muito importante para nós. Nós temos que assumir um compromisso de público, viemos para cá, eu e Gleisi. Isso será traduzido em políticas públicas e em caminhos para nossos irmãos, pretos e brancos, e enxergar representatividade”, finalizou Haddad.

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Com informações do Brasil de Fato.

Alice Gonçalves, Devaldo Nogueira e Zuleide Oliveira ingressam no PT de Altaneira


Fotos recolhidas do site da Câmara.  (Montagem/ Nicolau Neto).


Depois de Flávio Correia anunciar sua saída do Solidariedade (SDD), partido que pelo qual foi eleito em 2016 com quase 9% dos votos válidos (431 eleitores), para o Partido Democrático Trabalhista (PDT), agora mais três parlamentares deixaram seus partidos de origem, fazendo com que a Câmara de Altaneira passe a ganhar nova configuração logística.

PT lança oficialmente a candidatura de Lula


O PT vai manter mesmo a candidatura do ex-presidente Lula à presidência da República neste ano, mesmo correndo o risco de ter o registro barrado pela Justiça Eleitoral. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (25), em São Paulo. Lula está em um evento da Executiva Nacional do PT, que contou com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, lideranças do partido, militantes, sindicalistas e representantes de movimentos sociais.

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, abriu o evento dizendo que o julgamento do TRF4 foi “político” e que o objetivo foi tirar Lula da corrida eleitoral. “Nós vamos continuar lutando e estamos aqui hoje para reafirmar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência”.

O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão falou sobre o cenário jurídico em torno da condenação de Lula e manifestou preocupação com a possibilidade de prisão após o julgamento do recurso da defesa no próprio tribunal. “Isso vai fazer com que o tempo seja muito justo”. Entretanto, ele não descartou a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para evitar a prisão.

O advogado Luiz Fernando Pereira, contratado pelo PT para fazer um parecer sobre a situação eleitoral de Lula, minimizou os efeitos da condenação na campanha. “Não há como impedir antecipadamente a candidatura do ex-presidente. O registro da candidatura é no dia 15 de agosto e só vai ser decidido pelo TSE [Tribunal Regional Eleitoral]. Em 2016, 155 prefeitos se elegeram com registro indeferido e muitos reverteram depois”. (Com informações do R7 e da Revista Fórum).

PT lança oficialmente a candidatura de Lula. (Foto: Divulgação).



“O candidato do povo”, por Mino Carta


As manifestações contra a condenação de Lula começam dia 23, a partir da esquina democrática. (Foto: Ricardo Stuckert).
Dizia o general Golbery do Couto e Silva, singular personagem na qualidade de ideólogo do golpe de 1964 e do fim da ditadura por este precipitada: “Ou seremos capazes de mudar o País ou todos acabaremos pendurados em um poste, menos eu, que estarei morto”.

Golbery era um filho da Guerra Fria com uma visão maniqueísta do mundo dividido entre o império do Leste, a URSS, e o do Oeste, ou seja, o estadunidense, ao lado do qual sempre haveríamos de ficar.

No desequilíbrio social enxergava, porém, o maior problema do Brasil, a ser resolvido somente pela ação de um governo empenhado em enfrentá-lo em tempo útil antes da eclosão da revolta popular.

Nunca padecemos um estado de exceção igual a este que nos oprime, a favorecer a exígua minoria de ricos e super-ricos, a liquidar os bens da Nação e aprofundar o abismo entre casa-grande e senzala, entre sobrados e mocambos.

Estivesse aqui, Golbery diria “esta cousa vai acabar mal”, embora esteja claro que o mal de uns é o bem de outros. Com o julgamento de Lula pela segunda instância do Santo Ofício, 2018 começa muito quente e não se surpreendam caso se torne decisivo da nossa história.

Aqui se reúnem dia 24 os inquisidores do Santo Ofício. (Omar de Oliveira Feitosa/ Fotoarena).

Cito passagens do magistral artigo do ex-ministro Eugênio Aragão, publicado na semana passada por CartaCapital. As repetições ajudam.

“Em 2018, a massa assalariada vai conhecer a prática dos estragos sobre seus direitos, com as demissões dos celetistas para serem trocados por contratados temporários, sem férias e 13º, sem licença de gravidez, sem FGTS, sem aviso prévio, sem seguro-desemprego e com a precarização previdenciária (...) Trata-se da formalização do subemprego, a se espalhar rapidamente sem amparo sindical.”

• “Ao se aumentar a massa dos que pretendem votar em Lula, o roteiro dos golpistas tende a nos aproximar da convulsão social.

• “Por isso, a saída negociada é ainda a que oferece menos risco e pode desembocar num cenário de transição mais suave. Lula é esta saída. Fechá-la é abrir espaço para o descontrole do processo político que vitimizará em primeiro lugar os repressores e seus instigadores.”

Aragão prevê que qualquer manifestação de resistência popular ao desmando crescente provocará uma repressão cada vez mais violenta para engrossar o caldo de cultura da agitação social. Desde já algumas medidas de precaução foram tomadas na expectativa da chegada da caravana lulista em Porto Alegre na véspera do julgamento.

O PT convocou uma concentração na tarde do dia 23 na histórica Esquina Democrática, no centro da capital gaúcha. Dali os manifestantes iniciarão uma marcha até o lugar mais próximo possível do TRF4, ou seja, até os pontos protegidos pelos cordões da polícia, cuja exata localização ainda não foi anunciada.

Eugênio Aragão traça o roteiro do futuro.
(Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil).
Na moldura, surge um juiz federal insolitamente ponderado, Osório Avila Neto, disposto a negar a solicitação da Procuradoria de relegar a montagem de um acampamento do MST no Parque Farroupilha, a dois quilômetros e meio do tribunal. Avila Neto reduziu a um décimo a distância, e indicou o Parque da Harmonia, não se sabe se com toque irônico, a 250 metros de distância.

O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr., figura muito chegada ao MBL, o famigerado Movimento Brasil Livre, trincheira do prefeito paulistano João Doria, atirou-se à patética iniciativa de recomendar a presença do Exército e da Força Nacional no dia 24. Proposta recusada, felizmente. Comenta Alexandre Padilha, vice-presidente do PT e organizador da caravana lulista: “Posou de líder do MBL”.

A defesa do ex-presidente pede que ele seja ouvido pelos desembargadores gaúchos. Aceito o pedido, Lula certamente iria a Porto Alegre. A aceitação, contudo, é bastante improvável. Mesmo assim, Lula ainda não tomou a decisão final.

Certo é que dia 24 comparecerá a um ato programado na Avenida Paulista, em frente ao Masp, cenário impecável criado por Pietro Maria Bardi e Lina Bo, e diante do Parque Siqueira Campos, a oferecer sua paisagem frondosa. Com inesperada esperteza, o MBL desistiu de instalar na mesma avenida um telão para transmitir o julgamento. Informou o Movimento: “Não queremos atrapalhar o trânsito”.

Roberto Requião, companheiro ideal.
(Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado).
A partir de 24 de janeiro, Lula joga a sua carta da manga, a candidatura a algo mais que a Presidência da República, que de resto será confirmada dia 25, a despeito da inevitável condenação, em reunião do PT Nacional, presentes governadores, deputados federais e senadores. Mas Lula vai além, candidata-se a líder do povo cada vez mais humilhado e ofendido.

Nunca o Brasil republicano viveu uma situação de tamanho desgoverno e desvario, em que autênticos quadrilheiros assaltam o poder. “Estamos condenados a radicalizar”, declara um eminente petista.

No fundo, melhor seria outro verbo: condenar parece significar uma pressão indesejada. A radicalização, entretanto, começa com Lula, ao identificar em dois símbolos peremptórios seus inimigos, a Globo e o mercado.

Com esta premissa, ele anuncia uma nova Carta aos Brasileiros, a seguir uma linha oposta àquela que precedeu a eleição de 2002, obra de Antonio Palocci, um trotskista convertido ao neoliberalismo, crente da conciliação das elites.

E já adianta este Lula de ideias límpidas: distribuição de renda não basta, é preciso distribuir a riqueza. E lá vem a promessa apavorante para ricos e super-ricos, os beneficiados do golpe de 2016: serão eles taxados, na medida mais justa.

A radicalização é transparente, inclusive na provável escolha de Roberto Requião para seu vice, ou mesmo um candidato de esquerda se preciso for, e nas conversas mantidas com Guilherme Boulos, líder dos sem-teto, movimento declaradamente de esquerda, como o MST de João Pedro Stedile.

Lula e Boulos: esta conversa revela objetivos comuns. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress).
A postura do seu fundador devolve o PT à plataforma inicial, ao assumir aqueles que hão de ser seus autênticos compromissos e responsabilidades. CartaCapital conhece os seus, e não hesita em louvar este retorno, assim como não hesitou em apoiar as duas candidaturas de Lula e as duas de Dilma Rousseff. Sabemos, com isso, que não traímos o jornalismo, muito pelo contrário.

Temos todo o direito à escolha, sem a desfaçatez dos verdadeiros traidores, que se dizem isentos, equidistantes, pluralistas. CartaCapital mais os enxerga como humoristas de escrita precária.

Nestas páginas já criticamos, às vezes asperamente, o PT e seus governos, nem por isso deixamos de apoiar o único líder popular de dimensão nacional e de considerar uma fraude a eleição sem ele. Às vezes chegamos a duvidar que existisse uma agremiação política de esquerda, embora haja no Brasil movimentos e personalidades de esquerda.

Palocci é um Trotskista convertido ao
neoliberalismo. (Foto: Heuler Andre/ AFP).
Certa é a inexistência de uma direita e de uma mídia conservadora, e deste ponto de vista permito-me discordar de Marcos Coimbra, por quem tenho infinita amizade e admiração. A casa-grande não é a direita, é apenas e tão somente medieval, anterior à Revolução Francesa, e sua sombra cobre o País. Conservadores foram Churchill e De Gaulle. Um jornal de direita é, por exemplo, Le Figaro. Nossa mídia é porta-voz da casa-grande.

O Brasil precisa de um grande e forte partido de esquerda para esclarecer o povo e conduzi-lo, juntamente com PCdoB, PSOL, PSB e PDT, à plena consciência da cidadania e dos seus interesses, muito além do futebol e do carnaval.

Cabe ao PT ocupar este espaço, e aos demais partidos de esquerda, para enfrentar a casa-grande, capaz de um golpe desferido pela aliança dos próprios Poderes da República, sustentados pela propaganda midiática e por setores da Polícia Federal.

Limito-me a perguntar aos meus inquietos botões se Lula teria esperado por este exato instante para se candidatar a líder do povo brasileiro, quem sabe na perspectiva da inelutabilidade da condenação. Tudo é possível, respondem os botões.

Até onde podem espraiar-se os inventores do estado de exceção, e até onde pode chegar o povo a ficar ciente dos vexames a que foi e é submetido? Será 2018 o ano do confronto? Sem Lula não há saída, para negociar esta ou liderar aquele.

Permito-me uma observação: o candidato do povo merece uma campanha mais atilada, mercadologicamente eficaz, do que aquela concentrada na pergunta: cadê as provas? O desafio de Lula está, em primeiro lugar, na defesa do País e de sua Nação.

Os assaltantes do poder multiplicam as exceções a seu bel-prazer e o Brasil é sua primeira vítima, e Lula é condenado sem provas porque surge como o entrave determinante aos propósitos dos quadrilheiros.

Acentuar a fraude do julgamento não é suficiente, mesmo porque é uma forma de aceitar o jogo deste Santo Ofício de ocasião. Se chegarmos à convulsão social que Eugênio Aragão desenha no horizonte, será porque neste momento Lula e o Brasil a ser salvo se confundem. (Com informações da CartaCapital).

Em conferência, Lula afirma que PT perdeu a Utopia e pede lideranças mais jovens e ousadas



Principal fundador do Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Lula fez duras críticas à legenda em discurso nesta segunda-feira 22. Para ele, a sigla perdeu a utopia e precisa de uma "revolução", com "lideranças jovens" e "mais ousadas". As declarações foram feitas durante a conferência "Novos desafios da democracia", que teve o ex-presidente espanhol Felipe González como principal convidado.


"Não sei se o defeito é nosso, se é do governo. Perdemos um pouco da utopia. É sinal de um partido que cresceu e chegou ao poder, mas precisamos de uma nova", disse Lula. "Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido e ter lideranças mais jovens, ousadas, com mais coragem", observou.

O ex-presidente defendeu ainda que, "dos movimentos de hoje, que surja um partido melhor que o PT, mas que surja. Porque quando se nega a política, o que vem é muito pior". Os correligionários, de acordo com ele, atualmente "só pensam em cargo, em emprego, em ser eleito". "Nós temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos, ou nosso projeto", provocou.

Cavalo não desce escada: PMDB não sai do Governo



 Cavalo não desce escada”, avisava o folclórico Ibrahim Sued, pai do colunismo social, antes de seu “ademã, que eu vou em frente”.

Muito menos o PMDB sai de Governo, a não ser que tenho outro prontinho, ali na frente, para colocar os pés.

E, claro, as mãos.

O Blocão durou apenas o tempo do blefe mal sucedido, porque a rosa de Malherbe não merece a comparação com o odor fétido que se expeliu das nossas valorosas representações parlamentares.

Diz a Folha “que dos oito partidos governistas que integravam o blocão, só restam quatro: PMDB, PR, PTB e PSC.”.

O PR já avisou que vai desembarcar na terça. O PTB, creio eu, deve sair até antes.
O Governador Sérgio Cabral, com uma carinha de falsa compunção, jura que vai apoiar Dilma e só quem aceita nota de três reais acredita na historinha que ele mandou plantar, de que a Presidenta Dilma disse que candidatura do PT no Rio é “invenção do Lula”.

Eduardo Cunha se apresentará para negociar com suas tropas reduzidas aos dissidentes de sempre no PMDB.

E nesta tropa estropiada, nem 10% se interessam pela votação do marco civil da internet. Essa causa – chamemos assim, por elegância – é do próprio Cunha.

Dependendo das articulações que passam ao largo do “Jim Jones” peemedebista, ele não leva essa.

Vai ser tratado com seco respeito, por determinação de Dilma Rousseff.

Hoje, sentido o peso, Cunha passou a manhã a xingar a imprensa no seu twitter, depois de ter chamado ontem a revista Istoé de “Quantoé”.

Agora o alvo é , além de André Singer, por seu artigo na Folha,  o colunista Lauro Jardim, da Veja (onde Reinaldo Azevedo salta em sua defesa), de quem diz servir como “jardim do Governo”.

A razão? Esta nota.

O Palácio do Planalto detectou alguns movimentos feitos por Eduardo Cunha antes de articular a convocação de dez ministros para depor na Câmara.
Cunha encontrou-se com Eduardo Campos e Aécio Neves. De acordo com as informações com as quais Dilma Rousseff trabalha, quem intermediou a conversa entre Aécio e Cunha foi Sérgio Cabral.

A propósito, o governo já definiu qual será o próximo lance de seu enfrentamento com o líder do PMDB. O alvo escolhido é Fabio Cleto, feito em 2013 vice-presidente da CEF pelas mãos de Eduardo Cunha.

Cleto é também integrante do conselho do Fundo de Investimentos do FGTS, que cuida de uma bolada de 32 bilhões de reais em investimentos, e pleiteia a presidência do órgão. Sua cabeça deve rolar até o fim de março.”

Cunha caminha para ser um destes paradoxos: vai ser engolido por sua própria goela.


Via Tijolaço

O sarcófago do Real



O PSDB reuniu seus próceres e alguns convidados ilustres, como os governistas de sempre, Renan Calheiros e Romero Jucá, para comemorar os 20 anos do Plano Real.

Atordoado com o indiciamento e a renúncia de Eduardo Azeredo (deputado do PSDB-MG); atropelado pelo escândalo da Siemens e chamuscado com o fio desencapado do caso Alstom; com a garganta seca pelo susto de uma crise de racionamento de água em São Paulo; enfim, com uma avalanche de notícias ruins, era preciso mudar de assunto.

Que tal como comemorar, pela enésima vez, mais um aniversário do Plano Real?

A celebração, embora feita no Senado neste dia 25, teve como referência o 27 de Fevereiro de 1994, data em que foi publicada a certidão de nascimento do Plano Real.

A Medida Provisória nº 434, assinada pelo presidente Itamar Franco, criava a Unidade Real de Valor (URV) e previa sua posterior substituição por uma nova moeda, o Real - o que viria a ocorrer em 1º. de julho daquele ano.

Aécio aproveitou o aniversário para criticar a política econômica do governo Dilma Rousseff. É seu foco principal, quase exclusivo.

Sua crítica mais ácida é que Dilma não respeita o tripé que sustenta o Plano Real: o cumprimento das metas de inflação, o câmbio flutuante e a manutenção de um superávit primário elevado.

É difícil saber por que os tucanos reclamam. Das três vezes em que a inflação superou o teto da meta, duas foram no governo FHC (2001 e 2002).

O câmbio flutuante só foi implantado por FHC em seu segundo mandato, de uma forma tão atabalhoada que gerou a crise econômica mais aguda que o Real já atravessou.

O Superávit primário foi sempre maior nos governos de Lula e Dilma do que ao longo do governo FHC (a página do Banco Central na internet traz as séries históricas que permitem fazer todas essas comparações).

Os tucanos reclamaram, na solenidade, que o PT não apoiou o Plano Real e não reconheceu o "legado" de FHC. De fato, o PT foi contra o Plano Real e carimbou de “herança maldita” a situação que recebeu em 2003.

Mas é fácil explicar a posição do PT. É isso o que se espera de um partido de oposição: que se comporte como oposição.

Difícil é entender que o próprio PSDB não tenha defendido o Real, com unhas e dentes, e não tenha se ufanado do legado de FHC durante as últimas três campanhas presidenciais.

Em 2002, 2006 e 2010, os candidatos tucanos, José Serra e Geraldo Alckmin, varreram FHC para baixo do tapete.

Renegaram o legado que FHC invoca. Deixaram para trás o que julgavam passado.

Hoje, Aécio celebra o passado. O PSDB tem mesmo boas razões para comemorar. Demorou 12 anos para o partido voltar a defender o governo FHC.

Antes que seja tarde, ambos, FHC e o PSDB, lutam para entrar para a História em uma posição melhor do que saíram.

O governo tucano terminou com inflação retornando à casa de 2 dígitos, dólar fora de controle, zero de reservas internacionais, empréstimos do FMI, apagões e racionamento de energia.
Eis uma parte importante do legado que, décadas depois, preferem que seja esquecida.

Os tucanos seguiram à risca o provérbio de Pedro Malan, segundo o qual, no Brasil, até o passado é incerto. A aposta e a celebração, portanto, fazem sentido. Olhar o passado é sempre uma oportunidade para tentar reescrevê-lo.

O PSDB demonstrou, neste aniversário do Real, que sobrevive e resmunga em seu sarcófago, esperando o retorno de seus dias de glória. 

O partido quer voltar a ser governo porque simplesmente não consegue e não aguenta mais ser oposição.

O difícil é chegar lá dormindo o sono profundo de sua falta de projeto para o país e confinado à letargia de suas iniciativas.

Essa elite política destronada e embalsamada roga aos deuses do universo que a despertem e a conduzam ao seu Palácio; suplica que lhe devolvam o cetro, de preferência, em uma carruagem dourada.

Assim se explica que FHC tenha invocado, em seu discurso, a ajuda divina. Exclamou, ou praguejou, contra a reeleição de Dilma Rousseff: "De novo o mesmo, meu Deus?!"

A análise é do cientista político Antonio Lassance e foi publicado originalmente no Carta Maior

Porque Jefferson não desperta “os instintos mais primitivos” da direita



Roberto Jefferson, desde o início de sua carreira como auxiliar de apresentador do programa “O povo na TV”, foi um homem que usava e abusava das agressões verbais, violentas, destas que se faz em estado catatônico, claro que sempre estudado para as câmaras.

Assim foi até a CPI dos Correios, com direito a olho roxo e à estudada provocação a José Dirceu com a famosa frase de que ele “despertava seus instintos mais primitivos

Depois, o câncer o fez recolher-se e, aparentemente, passar a guardar um comportamento mais discreto.

A ridícula pantomima de Joaquim Barbosa adiando por mais de três meses sua prisão, sem que houvesse nada que o justificasse, quando mandar prender, em pleno feriado, os demais condenados, parece, entretanto, reacendido esta veia em Jefferson.

A torta montada por Barbosa ao decretar sua prisão numa sexta-feira, sem expedir incontinenti, entretanto, seu mandado de prisão, deu a chance de colocar uma cereja como gran finale.

Deu um final de semana de estrelato à pobre figura do ex-presidente do PTB (do PTB da direita, no qual ele entrou lá atrás, em 1982, com Sandra Cavalcanti, a lacerdista).

O passeio, em grande estilo, numa Harley Davidson é o toque de caricatura que lhe faltava.

Ainda assim, porque é que não se destila em relação à sua figura o ódio midiático que se desfechou contra os líderes petistas?

Ninguém chamou de “deboche” seu gesto.

Há uma espécie de compunção na direita feroz, por ter de ver um dos seus ter de ir-se, para que os outros pudessem ser levados.

Jefferson parece à vontade em seu novo papel, não é um homem frágil como sua saúde pode, de fato, ser.

Ninguém irá discutir sua necessidade de atenção médica ou seu direito de ir trabalhar, como prevê o regime semiaberto.

Ninguém investigará a quinta geração dos que, por ventura, lhe ofereçam um emprego ou doem algo para que pague sua multa.

Jefferson deve ser tratado com respeito a seus direitos de apenado e sem vinditas políticas.

Porque soltar, para com quem está preso e indefeso, os “instintos mais primitivos” não é coisa apenas de selvagem.

É de covarde.

É ser como foi a nossa mídia com os condenados do PT.


Via Tijolaço

Eleições 2014: Acomodação de aliados divide opiniões no Ceará



Em foto de arquivo, líderes cearenses do PT, PMDB e Pros,
com a presidente Dilma: aliança ameaçada.
A recusa do senador Eunício Oliveira (PMDB) de compor o primeiro escalão do governo Dilma Rousseff (PT) reacendeu especulações sobre como os principais aliados da presidente pretendem se organizar para a sucessão no Ceará. As apostas entre PT, PMDB e Pros vão desde a manutenção da aliança, com divisão em três cargos majoritários, à divisão em três palanques.

Na última semana, Eunício teria recusado assumir o Ministério da Integração Nacional, vaga apontada como preferência a indicado político do governador Cid Gomes (Pros). Se aceitasse o convite, Eunício poderia ficar inelegível em 2014 e abriria espaço para o Pros lançar candidatura própria sem ameaça à aliança com PT e PMDB.

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado José Sarto (Pros), ressalta que, no jogo sucessório, “é natural que todo mundo comece pedindo o mais alto”. A afirmação parte da situação de que tanto o PMDB como o Pros defendem candidatura própria ao governo. Apesar de não ser consenso no grupo, petistas também querem o Executivo estadual.

Possibilidades

Às vezes há uma obsessão para a manutenção das alianças no Estado que, na vida real, ela não acontece”, pontua o deputado Antônio Carlos (PT). Para ele, tanto é legítimo Eunício ser candidato, como Cid lançar um sucessor pelo Pros. Ele ressalta que, diante da situação, o PT deveria refletir sobre entrar no confronto e lançar candidato próprio também.

Apoiador de outra vertente, o líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães, reafirmou ao Blog do Eliomar, ontem, a intenção de que PT, PMDB e Pros mantenham a aliança. Para isso, por enquanto, Pros ou PMDB precisarão recuar de disputar a vaga de Cid. A líder do PT na AL, deputada Rachel Marques, também aposta na unidade em prol da reeleição de Dilma.

Sarto acredita que os três partidos principais podem entrar em consenso e se organizar entre as três vagas majoritárias: governador, vice-governador e senador.

Dentro do PMDB, o vice-presidente estadual, Agenor Neto, joga o debate para junho, prazo final das decisões. Por outro lado, o deputado estadual Daniel Oliveira elogia a decisão de Eunício diante do Governo e, assim, manter as condições para entrar na sucessão de Cid Gomes. “Não houve jogada maliciosa em torno disso. Em política, tudo acontece”, disse ele o aliado do senador.


Via O Povo

Luizianne defende palanque triplo para Dilma no Ceará




Luizianne comanda última reunião com o presidente
do PT e defende palanque triplo para Dilma.
A dias de deixar a presidência estadual do PT, a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), afirma que vai militar pela candidatura própria do PT nas eleições para o Governo do Estado em 2014. “Não é tese de briga, não. Estamos diante de duas possíveis candidaturas de aliados, o PMDB e o Pros. Se o Pros deve ter candidato, se o (senador) Eunício (Oliveira, do PMDB) quer ser candidato e se vamos ter que nos dividir entre dois aliados, então por que não lançar nossa candidatura?”

Na opinião dela, o grande desafio do novo presidente estadual do PT, Diassis Diniz, que tomará posse no próximo dia 6, às 19 horas na sede do PT, será esse. Luizianne admite que Diassis defende a tese de palanque unificado, mas defende que o PT terá muitos debates até tomar a decisão coletiva em 2014. “O PT é um dos maiores partidos políticos do país. Ficar de legenda coadjuvante dum Pros? Com (o ex-deputado federal) José Roberto Arruda, (presidente do Pros, Joaquim) Roriz, com a corja toda que tá lá?”, alfinetou.

Se a tese de Luizianne avançar, a presidente Dilma Rousseff (PT) teria a possibilidade de três palanques no Ceará. “Se tem três candidatos a governador pedindo voto pra Dilma, ela não perde nada, só ganha. Se eu fosse ela, aproveitava os três palanques”. Luizianne argumenta que o governador Cid Gomes (então no PSB, hoje no Pros) lançou candidato à Prefeitura de Fortaleza, em 2012, assumindo oposição ao PT e não deixou de apoiar a Dilma. Ao falar de Cid, Luizianne reafirmou a decepção. “Esse governo é um desastre. Extravagante, cheio de picuinha, corrupção”.

Como a definição do cenário local depende da conjuntura nacional, Luizianne avalia que o PT precisa ter humildade. “O povo me ensina sempre: o mundo gira e gira rápido. Então tudo o que está pode não estar. Precisamos ter muita humildade diante do que vem pela frente. As manifestações de julho comprovaram isso”.

Dilema pessoal

Segundo ela, em visita ao Ceará em fevereiro, o ex-presidente Lula teria lhe pedido que se preparasse para tudo, inclusive para ser a candidata ao Governo do Estado. “Eu estou ainda num dilema pessoal: entre ser candidata a nada, ser cabo eleitoral ou ser candidata a qualquer coisa, governadora, deputada federal. Essa é uma decisão que tenho que tomar mesmo, de vida”. O que vai ser decisivo? “Acho que eu me encantar, ver alguma luz no fim do túnel nessa política do Ceará, que, na minha opinião, está medíocre”.


Via O Povo