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Saída estratégica? Saindo pela tangente? Ou fugindo de um dever?


Foi veiculado neste espaço de comunicação na última segunda-feira, 24, fato que envolveu a máxima autoridade religiosa católica desta municipalidade e os integrantes da Banda de Música Padre Davi Moreira. O assunto como tantos outros que envolvem direta ou indiretamente a religiosidade local, não mereceu atenção dos holofotes midiáticos e muito menos comentários dos navegantes nas redes sociais, exceto daqueles que já demonstram certo zelo pela arte do dever de informar com propriedade e criticidade.

No artigo foi frisado que os integrantes da Banda de Música de Altaneira estava sendo reprimida em suas conotações musicais pelo pároco Alberto que não quer eles cantem dobrado nos festejos da igreja católica, mas que essa ação não se verificava com grupo vindo de outros municípios, segundo informações de alguns membros da banda local.

Para Raimundo Soares Filho, do Blog de Altaneira, em comentário na rede social facebook, a reclamação dos componentes é justa, mas foi enfático ao dizer que “são poucos os que se atrevem a criticar os absurdos cometidos pelo chefe da igreja católica local”.

Por entender que o assunto é de interesse coletivo e um dever que não pode ser relegado em função de não se indispor com o chefe religioso, chamamos ao debate os que compõem a Rádio Comunitária Altaneira FM, de forma específica os que integram o Notícias em Destaque, programa de maior audiência na cidade. O Fato passou despercebido no programa supracitado na edição do dia 25 de março, o que não nos surpreendeu. Ao passo que ficamos preocupados, afinal, se o informativo que ocupa um espaço de comunicação que atinge parcela significativa da comunidade que não tem acesso às redes- não tratou do assunto-fica muito difícil dar à comunidade a oportunidade de opinar sobre esse fato repugnante. Assim as atrocidades do pároco ficam sem ser refletida e debatida pela maioria dos que dedicam parte do seu tempo indo à igreja.

João Alves tem se tornado um
simbolo de registro com sua máquina.
Não se contentando com isso, fomos mais enfáticos na crítica e a direcionamos. O Joao Alves, responsável pelo colhimento das entrevistas, sequer cogitou procurar os integrantes da Banda, tão pouco o Pároco. O João, na edição do dia 25 chegou a dizer (acreditamos que depois que viu os comentários na rede) que nesta quinta-feira, 26, não iria participar do Notícias em Destaque porque estaria de viagem para algum município da região do cariri (não especificou qual) e não explicou o porque da possível ausência, mas que estaria trazendo detalhes. 

Na edição da quarta-feira, 26, Francilene Oliveira, chegou a abordar a temática e justificou o fato de não ter feito no dia anterior. “Não estava sabendo....” e completou dizendo “EU afirmo que será bordado o tema no jornal, já que o assunto envolve a cidade. Afinal, estamos aqui pra isso”.

Toda via, ao acompanhar a edição do informativo nesta quinta-feira, 27, percebeu-se que o João Alves não justificou sua saída estratégica do jornal, não fez menção o porque saiu pela tangente e muito menos explicou para os ouvintes o fato de ter se eximido de participar e dar sua contribuição nesse debate, uma vez que ficou comprovado que ele não trouxe nenhuma informação fora das linhas divisórias do município, pois sequer a viagem do presidente da Associação Esportiva Altaneirense, Humberto Batista, para Assaré na quarta-feira (26), teve seu acompanhamento.

Essa não é a primeira vez que o João Alves foge de um dever. Sempre que há temas polêmicos, principalmente os de cunho religioso, ele se esquiva. Nunca é demais lembrar que o objetivo de quem lida com a informação e se reconhecer como informante, mas acima de tudo, reconhecer que antes de tudo é, mesmo no voluntariado, um profissional que presta um serviço público, que lida com acontecimentos da realidade local e que antes de colocar suas crenças, afinidades ou até mesmo amizades em primeiro plano, deve se preocupar em passar para a comunidade a realidade, as opiniões polêmicas e para isso tem que procurar conhecer com riqueza de detalhes os assuntos a serem expostos. Um bom “repórter” – mesmo aqueles sem formação acadêmica - tem a obrigação e o dever de ser e se manter com um senso crítico e nunca ignorar o seu papel histórico e o da mídia no processo de desenvolvimento da comunidade na qual está imerso e para a qual trabalha, sempre coletando e repassando para esta as informações mais próxima da verdade, vindo a contribuir para a formação da opinião pública.

Paulo Freire já nos afirmava “ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos sempre”. Mas é preciso ter o cuido na seleção do que se vai ignorar, sob o risco de estarmos sendo conivente com as desigualdades e com o autoritarismo.

Ao passo que tecemos essa crítica buscando contribuir na formação do companheiro João Alves, inclusive já fizemos de forma pessoal (mas sem nenhum efeito), reconhecemos o grande serviço por ele prestado no acompanhamento de outros temas.





Instituições Religiosas de Altaneira: Então é Natal.... E o que você fez?


Igreja Católica de Altaneira. Foto: João Alves
Minha família não fugiu a regra da maior influência religiosa do país. Cresci em meio a um ambiente onde pobreza e aos valores católicos, apesar de que os grupos protestantes vêm crescendo em ritmo considerável, que, contraditoriamente à vida, valorizavam o seu oposto. Os figurões pregam para os que possuem melhores condições financeiras, apresentam discursos para as classes dominantes.

E no Natal, símbolo maior dessa crença, dividir o pão, comungar o momento, os alimentos e o desejo coletivo de felicidade e melhores dias, mesmo que involuntariamente, enchem minha família de esperança. Percebe-se o quanto ela se nutre desse sentimento que, sem dúvida, sequer chega perto de uma igreja.  A grande maioria desse corpo familiar se diz católicos, não praticantes (é bom registrar). Um membro faz parte do protestantismo. Ante a tudo isso fico me sentindo um intruso em minha própria residência. 

Igreja da Graça de Deus em Altaneira.
Ora, mas mesmo assim, fico a me perguntar, se na prática da vida real, o que as religiões, sejam elas católicas, protestantes (incluo aqui o grupo da Assembleia de Deus, Ministério de Madureira, Ministério Seta, Congregação Cristã, Batista, dentre outras), testemunha de Jeová, fizeram para saírem de um individualismo que os condenam desde seu surgimento e partir para o desenvolvimento de ações que possam de fato, interferir de forma positiva na vida dos altaneirenses?

O natal, para os que acreditam no poder das religiões, principalmente do catolicismo não pode simplesmente servir de bengala de sustentação dos dogmas cristãos. Não pode as religiões amparadas por um comércio sacana fazer desse momento mais um para retirar as últimas economias do bolso do religioso consumidor. O natal não pode ser utilizado simplesmente para trazer mais fies a igreja e ficar até a meia noite e depois esses mesmos fieis ficarem a mercê da própria sorte. Que os amigos religiosos não tomem esse meu posicionamento como uma afronta, pois não é. Que possam refletir sobre ele e fazer algo que possam lançá-los como alguém que fez da religião algo positivo para além das quatro paredes. Que possam fazer desta não um instrumento de repressão, de medo, mas como suporte para ajudar pessoas.

Diante desse cenário que todo o ano se repete, fico a me perguntar o que as instituições religiosas de Altaneira fizeram durante o ano de trabalho social? Se fizeram algum, é só utilizar esse espaço para relatar. Garanto inclusive um artigo sobre. Se não....

O que se percebe no cotidiano é que a religião virou pó. E continua um mercado.