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Filho do general Mourão será assessor especial do presidente do BB com salário de 37,5 mil reais


Mourão. (Foto: Divulgação/CartaCapital).

O filho do general Mourão subiu na carreira. O bancário Antonio Hamilton Rossell Mourão será assessor especial de Rubem Novaes, o recém-nomeado presidente do Banco do Brasil, com salário de 37,5 mil reais.

A informação foi confirmada pela assessoria do banco a CartaCapital.

O novo homem do presidente vai auxiliá-lo nas questões de agronegócio. Segundo o BB, Antonio é funcionário da instituição há 18 anos e já atuava na área. No novo cargo, os rendimentos triplicam: o salário da função anterior, de assessor empresarial, girava em torno de 12 mil reais.

Não se trata de uma promoção típica. Pelo regimento do banco, o presidente tem livre escolha para nomear seus assessores especiais, e poderia até mesmo contratar apessoas de fora da instituição. São três vagas ao todo. (Com informações de CartaCapital).


País herdou indolência do índio e malandragem do negro, diz general Mourão, vice de Bolsonaro


(Foto: Reprodução/Revista Fórum).


Vice na chapa do candidato a-presidente Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), lançou a primeira frase preconceituosa da campanha. Em almoço na Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul nesta segunda (6), Mourão disse que o Brasil herdou a “indolência” dos indígenas e a “malandragem” dos africanos. Foi o primeiro evento público do general na condição de candidato. Ao defender a democracia, Mourão ressaltou que “intervenção militar não é varinha mágica”.

Mourão fazia uma explicação sobre as condições de subdesenvolvimento e conflitos políticos e sociais da América Latina – ele definiu a região como um “condomínio de países periféricos”. Ao mencionar a “malandragem” dos africanos, desculpou-se com o vereador negro Edson da Rosa (MDB), presente na mesa de de autoridades.

Há uma dificuldade em transformar o potencial estratégico do Brasil em poder. Ainda existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui no nosso país. Temos que superar isso. Há uma herança cultural, muita  gente gosta de privilégio. Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa indolência, vinda da cultura indígena. Eu sou indígena, meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa [vereador negro presente na mesa], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Esse é o nosso caldinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, populistas e dos macunaímas”, disse ele.

O vice de Bolsonaro defendeu políticas sociais para resolver o problema da violência e do tráfico de drogas, argumentando que só repressão não é suficiente. Entre as medidas citadas por Mourão, estão a criação de escolas e a urbanização de comunidades, onde o tráfico e a milícia controlam serviços como água, luz e internet. Depois da palestra, o general participou do lançamento da candidatura do tenente-coronel Luciano Zucco (PSL) a deputado estadual.

Na economia, Mourão defendeu o livre mercado, privatizações e ajuste fiscal. Assim como Bolsonaro, Mourão disse “não ter nada contra” a privatização da Petrobras. De acordo com o general, Bolsonaro “vai estudar a melhor forma de isso acontecer, se for necessário”. (Com informações da Revista Fórum).

Nascido no cárcere da ditadura, Paulo Fonteles Filho escreve carta ao general Mourão


Carta aberta ao general Antonio Hamilton Mourão

Caro general Antonio Mourão, desde sábado (16), é que se multiplicam vossa manifestação nas redes sociais, blogues, sites, portais e afins por conta de tua última palestra, em Brasília, em evento ligado à maçonaria quando, em ameaça velada, falaste abertamente de intervenção militar, como se contasses com o amparo ou chancela de seus companheiros de armas, ou seja, o próprio generalato tupiniquim.

Por Paulo Fonteles Filho, publicado no Viomundo

Na caserna, o tiro saiu pela culatra.

Ao invés de um palavrório decente, apaziguador em momentos de crise democrática – sim, porque a democracia e os direitos do povo foram usurpados por Temer e sua quadrilha – assistimos, atônitos, a antiga cantilena de um militar estreludo, talvez um delfim tardio dos tiranos que ensejaram um golpe militar em 64 e que levaram as forças armadas brasileiras a cometer crimes insidiosos, de lesa-pátria, com torturas, assassinatos, exílios, perseguições, censura e desaparecimentos forçados.

Entre militares decentes deves estar passando vergonha, muita vergonha, general.

Sim, porque quero crer que há militares decentes, gente preocupada com o futuro do país e não somente em fazer verborragia bolsonazi e o discurso do medo, próprio dos fascistas de plantão, ávidos por quarteladas, linchamentos e carne humana violada.

Confesso general, desde ontem estou me remoendo.

O sentimento que nos alcança é de assombro.

Meus amigos, família, pessoas que amo estão intimidadas, sequestradas pelo pavor que tal irresponsabilidade enseja.

Os dias estão muito estranhos e o medo é uma potente arma ideológica, assim foi no Reich de Hitler ou no “Brasil Grande” do Garrastazu.

Sabe general, sou de uma geração de perseguidos políticos.

Meus pais eram estudantes da Universidade de Brasília (UNB), amantes das liberdades, do Chico Buarque e dos Beatles e sem cometer qualquer tipo de crime — a não ser o de opinião — foram presos em outubro de 1971 e submetidos a terríveis torturas, além de condenações pela famigerada Lei de Segurança Nacional (LSN), dispositivo que transformou o Brasil num purgatório de lobos bem felpudos.

Eu nasci na prisão e tive um irmão gerado no cárcere: o serpentário dizia que “Filho dessa raça não deve nascer” e isso ocorreu dentro das dependências do próprio Ministério do Exército, lugar onde dás expediente como servidor público federal.

Deves saber que no subsolo do teu ganha-pão foi um patíbulo para a infâmia.

Minha mãe, general Mourão, me pariu com 37 quilos, foi cortada e costurada sem anestesia e não disse um ai.

Depois de nascido — entre as feras do PIC — fui sequestrado porque não haviam algemas para os meus pulsos de recém-nascido.

Imagina que um bebê de poucos dias era considerado inimigo do status quo, aliás, muitas crianças assim foram tratadas pelo regime do terror.

Talvez a Hecilda, minha mãe, atual professora da UFPa, tenha sido a única mulher a ter tido dois filhos na prisão, sob peia.

Meu pai foi morto em 1987 e seu assassinato foi organizado por um ex-agente da comunidade de informações, James Vita Lopes.

Paulo Fonteles, pai amoroso de cinco filhos, era advogado e defendia posseiros no Araguaia.

O que o Brasil precisa general, com urgência, é a reconstrução da democracia, um judiciário independente, uma mídia imparcial, um parlamento sensível aos interesses da maioria na forma do respeito ao voto popular, de mais direitos, de Estado Democrático e respeito à soberania nacional, além de uma forte cruzada contra a ignorância, a corrupção, o racismo, a misoginia e a homofobia.

O fascismo levará o país à convulsão, além das vidas de uma geração que tem a responsabilidade com a felicidade coletiva.

É muito doloroso falar sobre isso general Antonio Mourão e lembrar que muitos foram mortos pela histeria malsã que repetes, como um ventríloquo de satanás.

Mas minha tarefa também é a lembrança de que os tumbeiros que mancharam nosso solo de vergonhas, como na escravidão ou na ditadura militar de 64, jamais poderão ficar impunes.

Tenho pena de ti general, estás num quarto escuro e sem janelas, vitima da própria bílis que lanças no ar.


#DitaduraNuncaMais