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Seis anos de golpe. Site-livro reúne documentários que registram o período

 

(FOTO | Reprodução/Democracia em Vertigem).

Em 31 de agosto de 2016, uma sessão do Senado concluía o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). Desse modo, consolidou o que entrou para a história como um golpe parlamentar, jurídico e midiática pela ausência de crime de responsabilidade que o justificasse. Para resgatar os acontecimentos que estiveram por trás desta história, entrou no ar hoje (31) o site-livro Cinema Contra o Golpe.

O cinema brasileiro não demorou a dar sua resposta àquele atentado à democracia e ao Estado de democrático de direito. O site-livro é organizado pelo jornalista e escritor Carlos Alberto Mattos e reúne 90 textos sobre 44 filmes que registraram, analisaram, criticaram, denunciaram ou contestaram o que se passou no país desde as manifestações de junho de 2013. Para marcar o lançamento, Mattos, a cineasta Julia Mariano e o crítico Filippo Pitanga fizeram uma live no podcast canais do linguista Gustavo Conde.

Consequências

Entre filmes de observação, de explanação e de intervenção direta, esses documentários cobrem o período de 2013 a 2018. Aí se incluem as Jornadas de Junho, a operação Lava Jato, a perseguição a Lula, o processo de impeachment, o governo Temer, as revelações da Vaza Jato, a ascensão da extrema direita e a eleição de Jair Bolsonaro. As abordagens incluem os papéis do Congresso, do Judiciário, da mídia, das militâncias e de uma sociedade dividida entre a opção pela democracia e as tentações autoritárias que perpetuam o pensamento escravista e patrimonialista no Brasil.

Há produções de várias regiões do país e também algumas oriundas do exterior. Todos os 44 títulos abrangidos se posicionam contra o autoritarismo e o fascismo, ainda que alguns possam expor críticas à esquerda. Não estão incluídos os filmes produzidos pela extrema direita, que obviamente se colocavam a favor do golpe de 2016.       

A cada filme se referem de um a quatro textos de autores diferentes, entre críticos, jornalistas, pensadores e ativistas. Tal como os filmes, os textos também variam do simples comentário à discussão crítica e ao engajamento mais explícito.

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Com informações da RBA.

Dilma chama artigo de Miriam Leitão sobre impeachment de lógica absurda

 

Dilma. (FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor-chefe

A ex-presidenta Dima Roussef (PT) usou sua página na rede social facebook neste domingo, 24, para repudiar artigo da jornalista Miriam Leitão publicado em sua coluna no O Globo.

23 vítimas da tortura na ditadura cobram providências do STF contra agressão de Bolsonaro a Dilma

 

Bolsonaro zombou da tortura sofrida pela ex-presisenta Dilma Rousseff nos porões da ditadura. (FOTO/ Lula Marques).

Vinte e três ex-presas políticas e vítimas da ditadura entregaram nesta terça-feira (29) carta endereçada aos integrantes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional. O documento (leia abaixo) manifesta solidariedade à ex-presidenta e cobra providências das autoridades sobre a agressão dirigida a Dilma Rousseff pelo presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro, ‘cúmplice da tortura e da morte’, não merece confiança dos brasileiros, afirma Dilma

 

(FOTO/ Roberto Stuckert/PR e Pedro Ladeira/Folhapress).

 O ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista”, disse a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), para quem Jair Bolsonaro tem “índole de torturador”. O presidente debochou hoje (28) do fato de Dilma ter sido presa e torturada durante a ditadura civil-militar (1964-1985). Bolsonaro tem histórico de defesa do regime totalitário que aplicava sistematicamente tortura contra adversários políticos.

Em congresso da CUT, Dilma afirma ser possível reverter desmonte de direitos trabalhistas


"No Brasil, o neoliberalismo precisou limpar o terreno para o neofascismo",
disse Dilma. (FOTO/Dino Santos/CUT).

 Ainda estamos afirmando a democracia”, disse a ex-presidenta Dilma Rousseff, quase ao final do encerramento do ato de abertura do 13º Congresso Nacional da CUT (Concut), nesta segunda-feira (7), em Praia Grande. “Temos que impedir que o desastre se complete”, acrescentou, tratando do que é ou não possível reverter em um cenário de retrocesso político, econômico e social.

"O golpe de 64 me tirou de minas, o de 2016 me devolveu", diz Dilma


(Foto: Reprodução/Brasil 247).

Dilma Vana Rousseff, 70 anos, vítima da ditadura militar quando jovem e, em 2016, afastada da Presidência da República sem ter cometido crime de responsabilidade algum. Apesar dos momentos difíceis que enfrentou na vida, ela parece não se envergar, como deixou explícito na entrevista que concedeu a Aloizio Mercadante, estreando o programa "Brasil Primeiro", que será apresentando pelo ex-ministro. Cantarolando uma canção que expressa toda a sua mineiridade, ela reafirma sua candidatura ao Senado por Minas Gerais e reflete: "o golpe de 64 me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu".

Dilma Rousseff, que tem participado de várias palestras e debates no exterior a respeito do golpe de 2016, explica o significado do Estado de exceção seletivo. "Ao aposto do ocorrido na ditadura, onde todas as instituições estavam suspensas, no Brasil de 2016 vivemos um novo tipo de golpe e que, ao contrário de que alguns apontaram, não tem nada de soft (suave)", elucida.

Mentor do golpe: Mercado financeiro

"O golpe de 2016 é fruto do domínio bastante perverso do chamado Mercado, que possui um desenvolvimento econômico extremamente financeirizado. Se no passado a árvore da democracia na ditadura militar era cortada pelo machado, neste novo tipo de golpe ela corroída por parasitas e fungos perigosíssimos", observa Dilma Rousseff.

Executor do golpe: judiciário

A respeito das arbitrariedades que acometem Lula, ela considera que o episódio do habeas corpus negado ao ex-presidente só agrava o Estado de exceção. "Mesmo considerando que o mercado é o grande sujeito, o executor tem sido segmentos do judiciário", aponta a presidente legítima.

Dilma Rousseff afirma que o Estado de exceção se inicia com a blindagem da Operação Lava Jato, que tinha prerrogativas até para grampear Presidentes da República, e que a situação de ilegalidade se agrava. "Um dos princípios fundamentais do Estado democrático de direito, é que todos são iguais perante a lei, diante disso é fundamental que a justiça seja imparcial, ela não pode julgar conforme a cara do freguês", defende.

Referente ao habeas corpus expedido ao ex-presidente Lula pelo desembargador Rogério Favreto e vetado pelos desembargadores do TRF-4 Thompson Flores e Gebran Neto, Dilma Rousseff considera que tentam inverter a situação colocando a culpa em Favreto. "Ele agiu corretamente ao conceder o habeas corpus a Lula. A lei é clara, ao plantonista cabe essa atribuição de competência", ressalta.

E acrescenta: "O judiciário antigamente possuía uma fachada, após o último episódio envolvendo Lula, eles escancaram a perseguição ao ex-presidente para que ele não seja candidato", expõe a presidente legítima.

"Sou candidata ao Senado"

A presidente legítima Dilma Rousseff aceitou o desafio do Partido dos Trabalhadores (PT) e irá se candidatar ao Senado pelo estado de Minas Gerais. Natural de Belo Horizonte, no passado ela teve que sair da sua terra para sobreviver ao período da Ditadura Militar.

Dilma Rousseff afirma que Minas é um Estado estratégico. "Lá se encontram os autores do impeachment, que criaram as condições para que o governo mais corrupto da história governasse o País. Essa aliança entre o PSDB e o MDB é a responsável por toda a destruição que vivemos no Brasil", denuncia.

Ela ressalta que, mesmo tendo passado pelo processo de impeachment ilegítimo e precisar de descanso, não irá interromper suas atividades políticas "enquanto o Brasil não retomar a saúde" e salienta: "Não posso ter um pouco de repouso enquanto o Brasil não retomar o crescimento".

A presidente legítima conclui a entrevista citando a música de Lô Borges que, para ela, resume a sensação de pertencimento ao Estado. "Sou do mundo, sou Minas Gerais" e conclui: "O golpe militar me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu, e que esse último golpe tenha um tempo de duração muito curto". (Com informações do Brasil 247).


Dilma reafirma candidatura de Lula: ‘não pode um inocente ser retirado do pleito’


Dima discursa em Londres: candidatura de Lula é a condição para que a democracia seja mantida no país.
 (Foto: Fernando Donasci).


A ex-presidente Dilma Rousseff reafirmou neste sábado (5), em Londres, onde participou do Brazil Forum UK 2018, organizado por estudantes brasileiros no Reino Unido, a candidatura de Lula à presidência nas eleições deste ano. Segundo boletim divulgado pelo Comitê Popular em Defesa de Lula e da Democracia, de Curitiba, a ex-presidente disse que “o PT não vai tirar Lula e nem vai oferecer outro candidato. Nós sustentamos a condição de inocente do Lula e não pode um inocente ser retirado do pleito por nós”. A conferência foi realizada na London School of Economics, e os estudantes receberam Dilma calorosamente.

O boletim também informou que a indígena Sônia Guajajara, pré-candidata à vice-presidência da República pelo PSol, visitou a Vigília #LulaLivre na manhã desse sábado. “Vim aqui defender o direito de Lula ser candidato”, disse Sônia em um ato na praça Olga Benário. "O povo é maioria e tem força. A gente não vai recuar", reforçou.

Atores e atrizes da peça Krum visitaram a vigília na manhã deste sábado. Eles levaram apoio ao ex-presidente Lula e ainda ajudaram a servir o almoço para o pessoal. “Aproveitamos que estamos com a peça em cartaz em Curitiba e viemos trazer nossa solidariedade ao pessoal da Vigília e ao Lula, com cinco profissionais da peça", disse Inês Viana, atriz e diretora do Rio de Janeiro.

O prefeito de Hortolândia (SP), Ângelo Perugini (PDT), e o ex-prefeito de Pouso Alegre (MG), Agnaldo Perugini, visitaram o acampamento Marisa Letícia na tarde deste sábado.

Balanço de atividades

Ao longo de quase 30 dias da Vigília Democrática #LulaLivre, milhares de pessoas têm circulado pela esquina Olga Benário. Desde o início do acampamento, já foram recebidas mais de 1,5 tonelada de alimentos não perecíveis, além de carnes e vegetais frescos. No período mais movimentado do acampamento foram servidas em média 1,4 mil almoços e 1,4 mil jantares diariamente. Além disso, já são quase 5 mil cartas escritas para o ex-presidente Lula. Visitantes do Equador, México, Itália, Colômbia, Guatemala, Argentina, França, Estados Unidos, Inglaterra e Noruega já passaram por lá para manifestar apoio e solidariedade a Lula e a mulheres e homens de todos os estados brasileiros que estão acampados em defesa da democracia.

Caravana

A Caravana #LulaLivre Piauí iniciou nesta sexta-feira (4) a sua quarta viagem pelo estado. O roteiro deste fim de semana tem: Pau D'Arco, Beneditinos, Alto Longá, São João da Serra, Novo Santo Antonio, Coivaras, Altos, Sigefredo Pacheco, Juazeiro, Castelo, Buriti dos Montes, São Miguel do Tapuio e Assunção. Somando as etapas anteriores, a caravana já soma 46 municípios do Piauí percorridos. A meta é andar em todo o estado levando a denúncia da prisão política de Lula, ouvindo os moradores e reforçando a luta por justiça e democracia. Participam de cada etapa da caravana parlamentares e militantes do movimento popular e sindical que em cada cidade recebem a adesão de prefeitos, estudantes, trabalhadores, comerciantes e artistas populares. (Com informações da RBA).

Historiador Fernando Horta demonstra por que a única saída decente para o Brasil é anular o golpe



O site 247 publicou e o Blog Negro Nicolau reproduz a análise do Historiador Fernando Horta acerca do cenário triste em que passa o Brasil, principalmente depois de abril de 2016 quando um golpe parlamentar-midiático-jurídico retirou Dilma Roussef da presidência da república.

Em seu perfil no facebook, o historiador encadeia diversos fatos para demonstrar que a saída civilizada para o Brasil seria anular o golpe que derrubou a presidente Dilma Rousseff; ele menciona a ausência de crime de responsabilidade nas chamadas pedaladas, o fato de empresas terem pago deputados contra Dilma, sua absolvição no TSE e a denúncia que Eduardo Cunha fará contra quem foi pago para votar pelo golpe; "Falta mais o quê para o STF mandar prender todos os deputados que receberam e anular este golpe?", questiona.

Confira integra da análise de Fernando Horta:

Então já sabemos que não houve crime de responsabilidade, nem nas pedaladas (http://g1.globo.com/…/pericia-conclui-que-dilma-nao-partici…), nem no plano Safra (https://oglobo.globo.com/…/pedalada-de-dilma-no-plano-safra…).

Sabemos que o Nardes do TCU é corrupto até o talo (http://www1.folha.uol.com.br/…/1854127-ex-diretor-de-estata…)

Sabemos que o Temer confessou que o impeachment foi por não aceitar a tal "Ponte para o futuro" (https://theintercept.com/…/michel-temer-diz-que-impeachmen…/)

Sabemos que o Jucá confessou que era para "estancar a sangria" (http://www1.folha.uol.com.br/…/1774018-em-dialogos-gravados…)

Sabemos que o Odebrecht pagou deputados para o impeachment (https://oglobo.globo.com/…/marcelo-odebrecht-diz-que-acerto…)

Sabemos que o Joesley também pagou deputados para votarem pelo impeachment (http://politica.estadao.com.br/…/geral,publicitario-liga-jo…)

Sabemos que o Cunha se elegeu comprando deputados (http://g1.globo.com/…/joesley-diz-que-deu-r-30-milhoes-para…)

E que Cunha travou o governo Dilma para fazê-la cair (http://www.bbc.com/…/noticias/2016/05/151008_cunha_camara_ab)

E que agora Cunha está delatando todos os deputados que receberam dinheiro para votar pelo impeachment (http://www.ocafezinho.com/…/cunha-delata-o-golpe-votos-pel…/)

E que Dilma foi inocentada pelo TSE (http://www.correiobraziliense.com.br/…/como-votou-cada-mini…)

Falta mais o quê para o STF mandar prender todos os deputados que receberam e anular este golpe?

Falta alguém perder a calma e a civilidade? é isto que o tribunal está esperando ... que se faça algo fora da normalidade?


Dilma está entre as 10 mulheres que marcaram 2016, aponta o Financial Times



A presidente eleita Dilma Roussef foi escolhida pelo Financial Times como uma das 10 mulheres que marcaram o ano de 2016. A lista traz entrevistas e perfis com atletas, políticas, empresárias, artistas e executivas que se destacaram de alguma maneira na área em que atuam.

Publicado originalmente na Carta Capital

Numa longa entrevista conduzida pelo jornalista Joe Leahy, chefe da sucurasal brasileira do FT, Dilma fala sobre o golpe que a tirou da Presidência,  sobre crise econômica, seu passado militante e seus passeios matinais de bicicleta.

Além de Dilma, constam da relação, Theresa May, primeira ministra do Reino Unido; Hillary Clinton, primeira mulher candidata à Presidência dos EUA e a ginasta Simone Biles, quarto medalhas de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Confira a lista das dez primeiras:

Simone Biles, ginasta norte-americana

Jean Liu, presidente da Didi Chuxing, maior empresa de transportes da Cinha

Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil

Mary Berry, apresentadora da BBC

Maria Grazia Chiuri, primeira mulher a dirigir a Dior

Njideka Akunyili Crosby, artista plastica nigeriana

Margrethe Vestager, líder do partido Social-liberal da Dinamarca

Phoebe Waller-Bridge & Vicky Jones, autoras da série Fleabag

Hillary Clinton – primeira mulher candidata à Presidência dos EUA


“Não tem golpe? Está brincando comigo, companheiro?”, questiona filósofa Marilena Chauí


A filósofa Marilena Chauí se delegou uma “tarefa inglória”, diz ela: demonstrar com argumentos que o impeachment de Dilma Rousseff é um golpe de Estado. Em evento na Universidade de São Paulo, Chauí começou fazendo uma comparação com o golpe civil-militar de 1964: “O que preparou o golpe na época foram o Ipes e o Ibad, que produziram todo o ideário do anticomunismo e da geopolítica na qual o Brasil se insere na área de influência dos Estados Unidos. A isso se incluem os papeis da Fiesp e da Igreja Católica. Esses elementos estão aqui agora: O Instituto Millenium, que produz a ideologia da direita, a Fiesp que continua hoje, e, no lugar da Igreja Católica, os evangélicos”.

Publicado originalmente no Brasileiros

Para contestar aqueles que dizem que um golpe requer o uso da força, Chauí diz que a ruptura democrática pode acontecer por meio de uma conspiração palaciana: “Basta ler Karl Marx, 18 de Brumário”. 

A filósofa também apontou que não há crime de responsabilidade de Dilma que justifique o impeachment, e que será posto em prática um projeto de governo que foi derrotado em quatro eleições.

Para Chauí, os direitos democráticos, liberdade, igualdade e participação, estão sendo “pisoteados” pelo governo Temer. “O coração da democracia é a criação de direitos. Como está a igualdade? Os programas de inclusão e de transferência de renda, com a PEC 241, não receberão recursos acima da inflação por 20 anos. Também não terá ajuste de salário acima da inflação. E a liberdade, como está? A primeira medida do governo Temer foi fechar o Ministério de Direitos Humanos, fechar todas as secretarias de ações afirmativas. E qualquer resistência ao golpe pode ser enquadrada na Lei Antiterrorismo. E a participação? Ela existe na resistência nas ruas mas não tem nenhuma expressão política institucional, ela é barrada pela estrutura políico-partidária e pelo monopólio da informação da mídia”.


Chauí diz também que a República está ameaçada: “A autonomia dos 3 poderes está sendo pisoteada. O Judiciário interfere no Legislativo, o Legislativo no Executivo e o Executivo no Legislativo. Com a perda dos direitos democráticos, a reposição do Brasil à área de influência dos Estados Unidos, que irá nos lançar ao horror do Oriente Médio, não tem golpe? Está brincando comigo, companheiro? Tem golpe, sim!”

Foto: reprodução/youtube.

31 de agosto de 2016: o dia do GOLPE


Neste 31 de agosto de 16 o Brasil viverá o velório de mais um dos seus períodos democráticos. Não é novidade por aqui que a história se realize de golpes em golpes. A Independência de Portugal já foi uma farsa de um auto-golpe, dado pelo filho de um império que recebeu vultuosa quantia para "aceitar" o golpe. Outras tantos viriam depois, alguns celebrados outros nem tanto.

Publicado originalmente no Brasil 247

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Cada golpe vai entrando para a história de um jeito. Em geral, o que os define são as suas características menos sutis.

O golpe 16 já começou a ter a sua história contada. E com exceção da mídia local, já começa a ser tratado no mundo e pelos veículos independentes do Brasil como aquele em que uma presidente honesta foi condenada por um bando.

Por uma corja de corruptos que temia ser presa e que, nas palavras do senador Romero Jucá, um dos que articula a deposição de Dilma e que irá julgar a presidenta hoje, precisava se concretizar para "estancar a sangria". Ou seja, acabar com a Operação Lava Jato.

O golpe 16 também será contado como aquele que se realizou porque após uma disputa eleitoral dura em 14, a elite não aceitou a derrota. E preferiu apostar todas as suas fichas na desestabilização do governo do que esperar 2018. Por calcular que a economia poderia melhorar lá na frente e Lula vir a vencer mais uma eleição.

O golpe 16 ainda tende a ser lembrado como aquele que levou o Brasil a entregar o Pré-Sal, a privatizar empresas estratégicas, a mudar sua lei trabalhista, a fazer a reforma mais dura da Previdência e a criminalizar os movimentos sociais como nas mais retintas ditaduras.

Não será um tempo bom o que virá. Muito pelo contrário. Mas ainda não é possível saber quanto esse tempo durará.

Pode ser bem menos do que o mais otimista dos defensores de Dilma imagine neste momento. Até porque a história se move hoje em velocidade de milhões de bytes. E não mais nem na dinâmica da carroça ou na do relógio de pulso.

E se o poder tem o controle digital das nossas vidas, o contrapoder também se articula em potentes sub-redes de milhões de pontos distribuídos. E pode transformar o que parece desorganização numa imensa tsunami de resistência.

É ainda cedo, muito cedo, para prognósticos.

Mas a narrativa da injustiça contra Dilma já parece se consolidar numa velocidade pouco previsível. E as palavras canalhas e golpistas também parecem se tornar indissociáveis dos seus algozes.

O tempo, senhor da razão, não perdoa.

Ele passa como uma avalanche pelas nossas vidas, marca nossos rostos, mãos, temperamentos e biografias. Ele conhece cada um dos nossos acertos e erros. E nos impõe vitórias e derrotas diárias.

Dilma não tem como vencer a disputa de hoje no Senado. Ela sofrerá o impeachment. Mas isso talvez faça parte da história épica de sua vida. Que nunca foi lírica. E sua passagem pela presidência, olhando para o tempo, não poderia ser diferente.

Ao fim, como nos clássicos épicos, Dilma terá o destino pelo qual lutou reconhecido. E seus algozes de hoje cairão um a um. ´

Se uma certeza parece aflorar deste julgamento é que o deputados e senadores que estão caçando Dilma não resistirão às marcas que o tempo lhes imprimirá. Eles já estão em processo histórico de condenação e humilhação moral. E talvez em quantidade de meses muito pequena, quando ouvirem canalhas, agradecerão. Será quase um elogio perto do que virá.


De acusador a informante, o que isso muda no impeachment?


Assistimos nesta quinta-feira (25/08) a mais um capítulo da narrativa do processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Agora, as últimas linhas que já estava pensada na mente dos rasgadores da constituição e dos destruidores da vontade popular – da maioria, diga-se de passagem, e, nesse caso, a maioria decide por uma minoria, pois trata-se da democracia, começam a serem digitadas e veiculada na tv, no rádio e na internet.

Para a mídia conservadora e para os destronados do poder, o golpe não é golpe, mas um fato natural da democracia. Seria cômico se não fosse trágico. Eu me escondo da lei, rasgo a constituição, não respeito à vontade soberana do voto popular, cometo crime eleitorais e agora falo em democracia.

Como disse, a quinta-feira entra para a história como o dia em que o golpe parlamentar costurado por deputados, deputadas, senadores, senadoras, vice-presidente, membros do judiciário e com o apoio irrestrito da mídia conservadoras passa a ser consumado. Vai ser consumado, pois não há mais nada que possa mudar os rumos dessa enfadonha e triste história. Nem a ida da presidenta, muito menos o que testemunhamos ontem, onde a testemunha principal da acusação no julgamento no Senado, o procurador do Tribunal de Contas da União – TCU, o Júlio Marcelo de Oliveira foi rebaixado para a condição de informante pelo presidente do STF e dessa aberrante sessão, Lewandowski. O Júlio, senhores e senhoras é nada mais nada menos do que um defensor dos golpistas, um militante.

Mas o que muda? Nada. Absolutamente nada. O golpe parlamentar de 2016, costurado desde os primeiros dias após os resultados das eleições presidenciais em 2014 já está definido. Dilma não cometeu crime. Seus julgadores sim. Mas esse fato não lhes interessa. O que importa é tirar a força uma representante do povo, pois esta não lhes agrada. 

De acusador à informante. Júlio Marcelo de Oliveira é defensor dos golpistas. Foto: Divulgação.

Foi desmascarada a principal testemunha de acusação no senado


É tarde demais, mas finalmente José Eduardo Martins Cardozo ganhou uma batalha importante no impeachment.

Considerado a testemunha principal da acusação no julgamento no Senado, o procurador do TCU Júlio Marcelo de Oliveira foi rebaixado para a condição de informante por Lewandowski. Trata-se de um militante.
Publicado originalmente no DCM

Cardozo lembrou que Júlio Marcelo “teria se reunido com os denunciantes na época da formulação da denúncia, influenciando portanto esta questão”.

Pediu também que o presidente do STF perguntasse se “ele convocou e participou da manifestação ‘Vem Pra Rua’ para pressionar a rejeição das contas da presidenta”.

Apesar do esperneio de Janaína, que alegou ter conhecido “o doutor Júlio quando ele veio ser ouvido na comissão”, não houve escapatória.

Com sua fala rivotrílica, Júlio Marcelo garantiu que havia apenas divulgado “um comunicado” no Facebook. Gleisi Hoffman retorquiu: “O ato era pela rejeição das contas do governo Dilma. Não era discussão, era rejeição”.

“Como membro do Ministério Público, do TCU, sua senhoria não estava autorizado a fazê-lo. Portanto incide na hipótese de suspeição”, decidiu Lewandowski.

Como informante, a participação de Oliveira tem peso menor no processo, já que não será juntada como prova. Ele pode, também, mentir à vontade.

Ele foi responsável pelas representações que levaram o tribunal a condenar as pedaladas fiscais e virou porta voz do assunto (como ninguém entende nada disso, o sujeito surfou como quis). Ao longo dos últimos meses, Júlio Marcelo foi celebrado como avalizador do impedimento.

Deu entrevistas pseudo didáticas para blogueiros indigentes da Veja. Na comissão do Senado, apontou que as pedaladas causaram a crise econômica. No auge da fama e da glória, em maio, brilhou no Roda Viva, no SBT tucano.

No programa, entre outros assuntos, propôs que se trocassem expressões como “contabilidade criativa”, branda demais, por “fraude fiscal” e “contabilidade destrutiva”. Uau. Augusto Nunes, como diria Caetano Veloso, era uma pletora de alegria.

Boa parte do relatório de Anastasia se baseou nas opiniões de Júlio Marcelo. Desmascarado no julgamento no Senado, ele ainda achou espaço para uma espécie de salvo conduto: “Em 2010, eu votei na Dilma”. E daí?


É a desculpa clássica do racista que tem amigo negro e do homofóbico que tem uma prima gay. No vale tudo do Senado, não tem problema nenhum.

Júlio Marcelo de Oliveira passou de testemunha a informante.

A presença de Dilma no senado representará mudança no impeachment?



A presidenta afastada de suas funções no palácio do planalto desde que o senado federal decidiu pelo prosseguimento do impeachment, irá pessoalmente fazer sua defesa marcada para o dia 29 de agosto.

Mas, como já foi dito anteriormente, o cenário histórico começa a ser desenhado quatro dias antes quando testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas que, segundo o presidente do Superior Tribunal Federal (STF) e também do processo de afastamento, Ricardo Lewandowski, elas serão isoladas uma das outras, o que não quer dizer nada ante os fatos já consumado.

A presença de Dilma durante o circo que lhes prepararam mudará o processo? Senadores e senadoras a favor do seu afastamento definitivo e, portanto, de sua inelegibilidade por 8 anos mudaram de opinião? Para os legisladores federais de partidos aliados a presidenta, sim. O simples fato dela poder fazer sua própria defesa demonstra grandeza e que ela pode falar muito mais e com mais propriedade do que o seu próprio advogado, o José Eduardo Cardozo. E isso contribuirá para uma mudança de voto a seu favor.

Dilma fará pessoalmente sua defesa no senado.
Porém, pelo que se percebe a ida de Dilma ao congresso nacional não servirá muito. Não mudará em nada o cenário e o enredo de uma história que já tem o seu final. Um final de uma longa e deprimente narrativa construída pelo o que tem de mais sujo e podre na política brasileira e que teve seus primeiros passos logo que foi decretado o resultado final das eleições presidenciais em outubro de 2014.

A narrativa do afastamento de Dilma será apenas confirmada nos próximos 15 dias. Nada mais lhes acrescentará. Nada mais lhes diminuirá. Ela já está pronta. Senadores e senadoras repetirão o que 367 deputados naquela aberrante sessão do dia 17 de abril fizeram. Talvez também em nome de deus e da família, porque em nome de interesses próprios já é sabido que será.

Com o impeachment confirmado nos próximos dias que contou com deputados/as, senadores/as, governadores/as, prefeitos/as, vereadores/as e o apoio irrestrito de setores da mídia conservadora e reacionária, de membros da PF, do STF e do MPF, resta-nos fazer uma oposição programática e consciente de que só a força da mobilização popular pode mudar os rumos do país. Conscientes ainda de que o afastamento da presidenta entrará para os anais da historia como um fardo pesado para a democracia, como um peso em que quem mais sentirá não é Dilma, tão pouco Lula e seus assemelhados/as, mas os setores menos favorecidos deste país, ou seja, agricultores/as, negros e negras, homossexuais. Aliás, eles já estão sentindo na pele e no bolso as consequências do governo interino.

Todos os avanços sociais - poucos é verdade, se comparados com os lucros que banqueiros/as, industriais e fazendeiros tiveram - adquiridos na última década, e todos os direitos sociais conquistados a duras penas serão paralisados em detrimento do retrocesso e do conservadorismo de uma elite política branca, racista, machista e homofóbica. Os livros de história registrarão esse fato como GOLPE.

Por fim, não se deve jamais esquecer e isso que faz com o processo seja um golpe, que mais da metade de seus julgadores respondem a algum tipo de crime, inclusive lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. Mas Dilma não. 




Sem crime, Dilma se submeterá à tortura de ser julgada por senadores investigados por crimes


Sim, a presidenta afastada, Dilma Rousseff, fez questão do direito às últimas palavras antes da sentença de perda de mandato no Senado Federal.

O desfecho histórico do processo de impeachment, marcado para o dia 25, é bizarro por qualquer ângulo que se olhe, mas sobretudo, pela ausência de crime de responsabilidade e porque mais da metade de seus julgadores respondem a algum tipo de crime, inclusive lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.

Publicado originalmente no Brasil 247

Para esse fato, só haverá uma versão da história, já escrita na imprensa internacional, em livros e teses de doutorado em vários países.

Sobre o excêntrico interrogatório a que deve ser submetida, disse: "Nunca tive medo disso. Aguentei tensões bem maiores na minha vida. É um exercício de democracia".

Aos 20, Dilma suportou o interrogatório dos militares com pau de arara, palmatória, choques e socos que prejudicaram sua arcada dentária lutando por algo que desejava por um fim, a ditadura.

Agora tem quase 70 e luta pelo que não quer perder, a democracia.

Queiram ou não queiram os 'juízes', a decisão de fazer a própria defesa no plenário do Senado a coloca na história como uma mulher valente que teve seu lugar tomado por um homem que tem medo de vaia.


O que esperar do dia 25 de agosto?



O Brasil irá voltar suas atenções para o senado federal no próximo dia 25 de agosto. Serão no mínimo três dias para saber se as vontades de 54 milhões de pessoas irão ser respeitadas ou se o desejo de meia dúzia de destronados do poder prevalecerá.

No último dia 12 do corrente mês, a presidenta afastada do cargo por um grupo mais sujo do que pau de galinheiro foi notificada no palácio da alvorada para comparecer ao plenário do senado federal. No momento, será julgada no processo de impeachment. A notificação foi enviada pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e também presidente do processo.

Se Dilma irá comparecer para se defender pessoalmente ou não, ainda não se sabe. O fato é que esse é um dos momentos mais cruciais para a manutenção da democracia. Mas por que a democracia está em risco? Vocês poderiam me perguntar. Porque a vontade popular, o desejo da maioria da população eleitora deste país está sendo colocada em xeque. Está prestes a ser desfeita pela simples vontade de um grupo de pessoas que não aceitaram o resultado das eleições presidenciais em 2014.

Mas não é só isso. Questionar o resultado de uma eleição é normal. É algo natural do processo. Agora, os argumentos que se utilizaram para tal é que não convence. São falhos e, portanto, não são aceitáveis para a saída da presidenta. Afinal, quem os denunciam praticaram também. Até mais eu diria. Dinheiro de empresas para o uso de campanhas todos os partidos e todos os candidatos usaram, com raríssimas exceções. Mas o denunciante usou e isso nesse caso basta para a nulidade das acusações.

O que está em jogo é bem mais do que um simples questionamento de resultados. O eleitor e a eleitora deste país precisam ter em mente que o que está em jogo é o privilégio advindo de cargos públicos. A regra do jogo já foi definida sem que nós, povo, pudesse participar dela, porque aqui não temos o direito a vez e muito menos a voz. Até porque ela está sendo silenciada aos poucos. Foi definida quando deputados federais sem nenhuma afinidade com as causas sociais em nome de projetos pessoais decidiram naquela aberrante sessão prosseguir com o afastamento da presidenta. E ali a voz rouca das ruas e de mãos de 54 milhões de pessoas não foram consideradas. Tudo em nome de deus, da família e do projeto particular de cada um.

Está sendo ainda definida, agora no senado, sem que o povo participe. E democracia sem participação popular não é democracia alguma. Se esse processo tiver o fim que todos já esperam, mas que não é a vontade de todos e, portanto, não representa a vontade popular, se tornará muito fácil tirar um prefeito, uma prefeita, um governador, uma governadora, um presidente, uma presidenta. Basta que ele/a contraria os interesses de um pequeno grupo enriquecido às custas da população. Basta que uma gestão desagrade uma mídia que não informa, mas aliena, desinforma.

Senão, vejamos. De que a presidenta está sendo acusada? De crime de responsabilidade fiscal. De praticar as “pedaladas fiscais”. Porém, nem a própria assessoria técnica do Senado, nem o Ministério Público Federal aceitaram que ela (Dilma) praticou esse crime contra a fé pública, contra a administração pública. Não. Ela não praticou. Disse o Ministério Público Federal, a Assessoria Técnica do Senado. Disseram também intelectuais, os mais renomados juristas do Brasil, professores das mais variadas áreas, movimentos sociais e também deputados, senadores, ex-ministros e ex-ministras. Aliás, do crime que estão tentando acusá-la, muitos dos acusadores cometeram. Inclusive o relator do processo no senado. Parece até piada, mas não é. O que importa para esses falsos democratas e surrupiadores da constituição é tirá-la do poder. O que importa para esse grupo é encontrar o culpado, ou melhor, a culpada. Se ela é ou não, não lhes parece muito importante.

Então, o que esperar desse agosto de 2016? Teremos uma redenção democrática ou o esmagamento da democracia, da vontade popular? Pelo que ora se desenha, temo pela segunda resposta. O que não seria novidade. A história do Brasil tem exemplos disso. Os setores conservadores do Brasil usam os mesmos métodos e as mesmas artimanhas para chegar ou voltar ao poder. Basta ter um governo com um pouco de abertura para às classes mais pobres que o medo de uma ascensão social salta aos olhos da elite que não quer perder privilégios. Foi assim com Getúlio Vargas, com João Goulart (Jango), tentaram com Lula e agora estão tentando com Dilma.

O projeto conservador desse grupo que encontrou apoio de setores do judiciário, de alguns da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e de uma imprensa conservadora e reacionária representada pela Globo e suas filiais sairá vencedor? Está tudo caminhando para isso. 

Plenário do Congresso Nacional. Foto: Divulgação.

Ministério Público manda arquivar a denúncia sobre “pedaladas fiscais”, por entender que não houve crime



Do ponto de vista formal, a presidente eleita Dilma Rousseff está sendo submetida a um julgamento. Há espaço para testemunhas de defesa, acusação e, dentro de algumas semanas, os senadores darão seu veredito na comissão especial de impeachment.

No entanto, por mais que se trate de um julgamento de natureza política, a Constituição Brasileira garante que nenhum presidente pode ser afastado sem que tenha cometido crime de responsabilidade. Ou seja: é isso o que confere o caráter também jurídico ao processo.

Publicado originalmente no Brasil 247

No processo em curso, Dilma é acusada por professores de direito ligados ao PSDB, partido derrotado nas últimas eleições presidenciais, de ter infringido a Lei de Responsabilidade Fiscal, com suas "pedaladas fiscais", que seriam "operações de crédito disfarçadas".

No entanto, ontem, o Ministério Público Federal, que é o titular de qualquer ação penal, determinou o arquivamento da investigação pedida pelo Tribunal de Contas da União, apontando que nem houve operações de crédito e que, além disso, as chamadas "pedaladas" não configuram ilícito penal.

Numa situação de normalidade democrática, o impeachment seria sumariamente arquivado, como defendeu a senadora Gleisi Hoffmann. Além disso, toda a imprensa nacional destacaria que a presidente Dilma Rousseff, eleita por 54 milhões de eleitores, foi inocentada do crime que lhe é imputado por adversários políticos.

No entanto, a notícia do pedido de arquivamento feito pelo Ministério Público foi solenemente ignorada por jornais como Folha de S. Paulo e Valor Econômico. Estado de S. Paulo e O Globo a registraram, mas sem destaque em sua primeira página.

Isso demonstra que a imprensa brasileira, que apoia o golpe parlamentar de 2016 assim como apoiou o golpe militar de 1964, nem se preocupa mais em manter as aparências. O julgamento de Dilma é apenas um simulacro, onde todos os atores parecem já conhecer, de antemão, o resultado.

No entanto, por mais que seja um jogo de cartas marcadas, a decisão do Ministério Público Federal coloca os 81 senadores diante de uma saia justa: como condenar a presidente Dilma por "crime de responsabilidade", se o próprio MPF, titular da ação penal, garante que não houve crime?