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Autointitulada terra da cultura, Crato vê ruir seu último prédio histórico, fechado há 15 anos

 

Museu do Crato está fechado há 15 anos. (FOTO | Professor Nicolau Neto).

Quem é do Cariri costuma ouvir a frase dita por cratenses, principalmente pelos políticos: o Crato é a terra da cultura. Seria até uma forma inconfessável de se diferenciar de Juazeiro do Norte?

Educação negra e indígena é tema de documentário em Crato-CE

 

(FOTO | Reprodução).

O documentário Sankofa Gesso retrata a realidade da Comunidade do Gesso, localizada na cidade do Crato, no Cariri cearense, com as suas formas de organização comunitária, práticas de sociabilidade e ações movidas pelos/as moradores/as em torno de um projeto de educação, a partir de perspectivas negras e indígenas.

Em cinco vídeos de 13 minutos cada, o documentário traz à centralidade o protagonismo dos/as moradores/as do bairro com uma cartografia dos pontos de memórias em referência às presenças negras e indígenas.

Os vídeos são parte do projeto "O currículo e os Processos de Formação Docente no Campo das Relações Étnico-raciais na Educação numa Perspectiva Inter e Transdisciplinar", coordenado por Cicera Nunes, Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Segundo Cicera, o projeto contribui para o fortalecimento de uma Educação Antirracista na medida em que proporcionou uma melhor identificação das referências negras e indígenas presentes na história e na cultura do lugar que possibilitam desdobramentos em várias ações pedagógicas nas variadas áreas do conhecimento.

Essas informações foram materializadas nos cadernos pedagógicos e nas ações de formação que contaram com a colaboração de pesquisadores/as negros/as e indígenas. A ação também contribuiu para aprofundar reflexões em torno da implementação da história e cultura indígena, discussão praticamente ausente nas ações de formação da região”, conta.

Ainda de acordo com a coordenadora, a ação de formação proposta e o material pedagógico produzido são importantes suportes de ressignificação das propostas pedagógicas das escolas e das ações de formação dos profissionais da educação. E toda a experiência foi retratada em vídeos encontrados na Biblioteca ANANSI, com relatos das pessoas participantes.

O projeto promove uma imersão no território negro e indígena e procura visibilizar a existência do povo, dos conhecimentos que estão presentes nas manifestações culturais, nas práticas artísticas, na dimensão da religiosidade de matriz africana, nas práticas de sociabilidade vividas nessa comunidade e na forma como ela se organiza economicamente. A partir da dimensão de pertencimento, reflete que é possível trabalhar os conteúdos da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena, finaliza.

Projeto

O documentário é um dos produtos do Edital Equidade Racial na Educação Básica: pesquisa aplicada e artigos científicos, lançado em 2019, iniciativa do Itaú Social coordenada pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), em parceria com o Instituto Unibanco, a Fundação Tide Setubal e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Outros/as pesquisadores/as mapearam exemplos de práticas pedagógicas antirracistas e também têm obras disponibilizadas para download gratuitamente no acervo digital “Equidade Racial na Educação Básica: Pesquisas e Materiais”, que pode ser acessado na Biblioteca Dinâmica do Observatório Anansi, pelo site: https://anansi.ceert.org.br/biblioteca

Até dezembro deste ano, o acervo digital vai abrigar mais de 50 produções, entre livros, teses acadêmicas, artigos, e-books, jogos didáticos e vídeos, que serão lançados periodicamente.

A iniciativa foi lançada oficialmente em 9 de janeiro deste ano, em comemoração aos 20 anos da Lei 10.639, que alterou a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), tornando obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas brasileiras.

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Com informações do CEERT.

Crato: Sistema Municipal de Cultura e a luta pelos 2%

 

(FOTO | Reprodução | WhatsApp).


Por Alexandre Lucas, Colunista 

O principal marco legal da legislação municipal sobre políticas públicas para cultura no Crato é o Sistema Municipal de Cultura (SMC), o qual norteia os princípios de participação popular, planejamento da política pública e aponta a necessidade de recursos financeiros para a sua execução. O Sistema está amparado numa política de estado, estruturante e compactuada com os entes federativos ( Estado e União). O SMC foi criado em dezembro de 2014. Com menos de 10 anos, caminha a passos lentos, reflexo da conjuntura nacional, que sofreu um processo de desmonte e descontinuidade nos governos Temer e Bolsonaro, mas também pelo olhar distante que fez com que a cultura estivesse fora do orçamento, no sentido de promover a cidadania cultural, desenvolvimento territorial, requalificação e manutenção dos equipamentos culturais. 

A situação do Crato, no tocante a efetivação das políticas públicas para cultura, apresenta um cenário desanimador e desafiador. Quando se observa o conjunto dos equipamentos culturais do município detectamos a seguinte situação: os que não estão fechados, apresentam péssimas condições de funcionamento e na sua totalidade, todos necessitam de acessibilidade e requalificação. O que é um grande desafio, tendo em vista que alguns prédios se tratam de arquiteturas antigas e de valor histórico para a cidade, o que impõe mão de obra com especificações técnicas. Outro fato diz respeito à política de fomento que ainda não consegue atender aos segmentos da cultura e as linguagens artísticas, previstas no SMC. 

É neste contexto que se fortalece a luta pelos 2% do orçamento do município para cultura. Essa luta surge a partir de um contexto nacional, com a Proposta de Emenda Constitucional - PEC que ficou conhecida como PEC da Cultura – PEC 150, que previa a seguinte destinação: 2% da União, 1,5% para Estados e no mínimo 1% para os municípios. No contexto das eleições de 2012, os segmentos de cultura do Crato entregaram aos candidatos ao executivo municipal a “carta compromisso com a cultura" que dentre outras propostas estavam : Criação do Sistema Municipal de Cultura, criado em 2014, criação da Política Municipal do Cultura Viva, criada em 2021 e a defesa dos 2% do orçamento para a cultura. 

A luta pelos 2% do orçamento do município para cultura está intimamente vinculada à consolidação do Sistema Municipal de Cultura. Em março deste ano foi realizada a Conferência Municipal de Cultural que teve como missão aprovar as diretrizes para a elaboração do Plano Municipal de Cultura como prevê o SMC, a questão é, como será executado o plano? De imediato a resposta é simples: com dinheiro. Essa questão reafirma a posição de que não é possível promover políticas públicas sem recursos. 

A cultura tem caber no orçamento do município. De acordo com dados da própria prefeitura, nos últimos sete anos foram investidos menos de 1% do orçamento em cultura. Em 2022, foi investido cerca de 0,67%, sendo que aproximadamente 85% foi para folha de pagamento e encargos sociais, o restante foram destinados para outras despesas e a política de fomento. A situação demonstra a fragilidade financeira da gestão da cultura no Crato. 

A execução do Plano Municipal de Cultura tem uma dimensão significativa no caráter de transversalidade da cultura, impactando no desenvolvimento econômico, tendo em vista, que a cadeia da economia da cultura tem ramificações em várias áreas. Outro fator é o desenvolvimento e a integração territorial e social, o fortalecimento da hibridização, diversidade e pluralidade e peculiaridade cultural, estética, artística, que vai do campo  popular ao erudito. 

As condições favoráveis para execução do Plano Municipal de Cultura colocará o Crato dentro do circuito da promoção dos direitos humanos e da cidadania cultural, do intercâmbio das culturas e da ampliação da visão social do mundo. 

O Plano Municipal de Cultura precisa de recurso para ser executado. A garantia de recursos é o substrato para alimentar uma política de estado para cultura e conceber que nos diversos segmentos da cultura existem trabalhadoras e trabalhadores da construção do simbólico. O tempo do pires na mão deve ser enterrado, bem como o discurso de que não se tem dinheiro para cultura.

É hora de colocar a dimensão da transversalidade da cultura, mas para isso exige também, colocar a cultura na centralidade da política, inclusive como forma de contribuir para uma nova cultura política e de combate a concepção reacionária, conservadora, opressora e neoliberal que tenta reduzir o papel dos estado tocante a emancipação humana e na acessibilidade cultural. 

No Brasil, iremos executar duas leis que são frutos da mobilização popular, a Lei Paulo Gustavo, que tem caráter ainda emergencial e de proteção social e a Aldir Blanc II que tem um caráter mais estruturante e visa contribuir para consolidação do Sistema Nacional de Cultura nos próximos anos. Ambas devem ser percebidas como complementares aos recursos dos municípios e estados. O que nos impõe vigilância para que estados e municípios não reduzam os seus investimentos a partir dos recursos próprios. 

No Crato, não vai existir execução do Plano Municipal de Cultura sem ampliação de investimentos. Os 2% do orçamento do município para cultura é vital. Essa deve ser compreensão coletiva para unificar os diversos segmentos da cultura e a gestão municipal na defesa do direito à cidade.

Crato investe menos de 1% na Cultura nos últimos sete anos

 

(FOTO | Coletivo Camaradas).


A Prefeitura do Crato investiu menos de 1% no setor cultural nos últimos sete anos. Em 2022, o município destinou apenas 0,67% do orçamento para o setor cultural. Agentes culturais, artistas, produtores e mais membros do movimento cultural da cidade reivindicam que seja investido 2%. Atualmente existe uma articulação entre os Pontos de Cultura da cidade para que este percentual seja garantido por lei, como já é previsto em outras áreas, a exemplo da saúde e da educação.

De acordo com informações da Secretaria de Finanças do Município, a maior parte dos gastos é destinada para pagamento de pessoal. Do percentual de 0,67% investidos em 2022, a folha de pagamento e os encargos sociais chegam a quase 85%, ficando menos de 16% para todas as demais despesas, incluindo os recursos para fomento artístico e cultural.

Regiopidio Lacerda, membro do Ponto de Cultura da Academia de Cordelistas do Crato, frisa que a luta é importante “para a sociedade estar na possibilidade, a partir dela, de garantir que os equipamentos de cultura do município se transformem, de fato, em elementos de transformação social através das mais diversas ações culturais e das mais diversas manifestações de cultura do povo cratense”. Além disso, ele afirma que a garantia dos 2% do orçamento para cultura é garantir “através da manutenção aos equipamentos e do fomento cultural, o acesso da população ao mundo das artes e dos saberes mais profundos que podem ser usados como instrumentos de luta, de conhecimento e de libertação social”.

Outro Ponto de Cultura que fala sobre a importância da pauta para a sociedade em geral é a ONG Beatos. Davi Oliveira, presidente do Ponto de Cultura, traz em sua fala o benefício dos 2% para todos, trazendo a discussão de forma democrática e com finalidade abrangente: “quando nós como coletivos implicados com o fomento dessas tradições e preservação da memória identitária local reivindicamos uma distribuição adequada do orçamento para a Cultura, não estamos lutando para a realização de atividades em nossos Pontos de Cultura para benefício próprio, mas sim, para beneficiar a arte local, o fazer patrimonial de nossa cidade, difundir e preservar nossa memória identitária e oportunizar que o fazer artístico afete o cotidiano das pessoas, sensibilizando a população e realizando intervenções cotidianas que preservem o que de fato somos quanto Cultura cratense”.

Esta questão deverá ser discutida na III Conferência Municipal de Cultura do Crato, que tem como tema ‘Uma Política Pública para o Crato: Implementação do Plano Municipal de Cultura’ que acontecerá neste final de semana, nos dias 24 e 25, na Universidade Regional do Cariri- URCA. A conferência visa elaborar o Plano Municipal de Cultura que deverá nortear as políticas públicas para o setor para os próximos anos.

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Texto encaminhado a redação do blog por Paulo Rossi, Bolsista de comunicação do Coletivo Camaradas.

Museu Histórico do Crato ainda sem reforma e fechado para visitas

 

Museu Histórico do Crato. (FOTO/ Professor Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

Um prédio secular que já abrigou a Casa de Câmara e de Cadeia do município de Crato, na região do cariri, nos anos finais do período colonial brasileiro, hoje é o Museu Histórico.

Boa parte da História do Crato, do Cariri e do Estado do Ceará está assentada nesse prédio, tanto que é um dos poucos do cariri a ser tombado (se não for o único) - mesmo que não permanentemente ainda – pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A nível local e de Estado, o prédio é tombado a partir da Fundação Cultural José Alves de Figueiredo.

Se essas documentações que permitem lhe assegurar um lugar de relevância enquanto patrimônio histórico e cultural do Estado do Ceará estão bem encaminhadas, falta ainda outro passo de extrema importância. O prédio com mais de dois séculos necessita urgentemente de reformas. Algumas, como melhoramento do telhado e manutenção na parte dos acervos foram feitas.

Em setembro de 2021 foi veiculado no site oficial da prefeitura que havia sido publicado edital de licitação para contratação dos serviços de engenharia para reforma do prédio que abriga hoje também o Museu de Artes Vicente Leite. Isso seria feito mediante contrato de repasse celebrado entre o Ministério do Turismo/Caixa Econômica Federal e o Município de Crato.

Este editor esteve hoje em Crato e registrou o prédio. O Secretário Municipal de Cultura, o ex-vereador Amadeu de Freitas, foi contactado e respondeu que o museu continua fechado para visitas. E ratificou as informações descritas acima ao destacar que “a prefeitura do Crato tenta licitar a reforma desde o ano passado, sem conseguir empresa interessada.”

O Secretário afirmou ainda que está “empenhado para realizar a reforma” visando a reabertura dos dois museus.”

A estrutura do prédio é riquíssima e possui, desde a época em que abrigou a cadeia pública, construções no formato de cunha apoiadas sobre papilares/colunas com a finalidade de prender aqueles considerados “mais perigosos”.

O local tem objetos que remontam aos habitantes indígenas Kariris, tais como machados, urna funerária, mãos de pilão, armamentos para corte, dentre outros que foram encontrados durante o processo da reforma da Praça da Sé que precisou ser escavada. Outros documentos que contam parte da História do Cangaço  podem ser vistos por lá.

Localizado na Rua Senador Pompeu, no entorno da Praça da Sé, o Museu está com suas estruturas bem comprometidas, o que explica está fechado para visitas. É preciso um trabalho em equipe envolvendo profissionais de várias áreas para que o processo de restauração deste importante espaço da memória e da História cearense não seja destruído. As aulas de História do Cariri, principalmente, precisam dele.

Artesãos do Crato organizam o Fuá no Beco

Artesãos do Crato organizam o Fuá no Beco. (FOTO | Reprodução | WhatsApp).


Por Naju Sampaio*

No Crato, os artesãos se organizaram para realizar a primeira edição do “Fuá no Beco”. O evento realizado nos dias 24 e 25, no Beco do Padre Lauro, no centro da cidade, consistiu numa feira de artesanato, gastronomia, oficinas e apresentações artísticas. A ideia surgiu a partir de uma experiência já realizada no mesmo local, o “Funaré no Beco”, que tinha a intenção de movimentar a economia da cultura. 

O Fuá no Beco aconteceu de forma colaborativa entre artistas e artesões, associações e coletivos, contando também com a parceira de órgãos públicos e privados. O objetivo dos artesãos foi divulgar a Casa da Criatividade, órgão ligado à Secretaria de Turismo do Município que fica localizada na esquina do beco. A Casa da Criatividade é centro de referência para venda de artesanato da cidade. 

A estrutura de som e de técnicos para a realização do evento foi cedida gratuitamente pelos Pontos de Cultura Coletivo Camaradas e Aldeias. Os DJ’s Gvara, Allieninja e a contadora de histórias Simony participaram de forma voluntária. O Sesc e o Senac contribuíram com cachê e realização de oficinas. A Associação dos Artesões do Crato fez o empréstimo de barracas. 

A ideias dos artesões é agregar novos artistas e artesões ao movimento. Um dos desafios para a realização do “Fuá no Beco” é garantir as condições de produção do evento como estrutura de som e pagamentos de caches para os artistas.

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* Naju Sampaio é estudante de jornalismo e bolsista/integrante do Coletivo Camaradas.

O Sítio Urbano do Gesso é exemplo para a Cidade

(FOTO |Reprodução |WhatsApp).

Por Naju Sampaio

O Sítio Urbano é um espaço de cultivo de plantas frutíferas e medicinais desenvolvido no Território Criativo do Gesso. Às margens da linha férrea são cultivadas as mais diversas plantas pelos próprios moradores, que cuidam e usufruem, de forma comunitária, dos frutos e ervas produzidas. Em novembro de 2019 foi aprovada uma lei, de número 3.612/2019, reconhecendo o sítio urbano e responsabilizando a secretaria de desenvolvimento agrário, meio ambiente e urbanismo e a SAEEC no sentido de subsidiar o Sítio Urbano do Gesso com orientação técnica e insumos.

Segundo, Arlene Pessoa, bióloga e professorada da URCA, o Sítio Urbano é muito importante, uma vez que auxilia na diminuição da poluição e da temperatura, como também na drenagem da água das chuvas. Além disso, também contribui para a melhoria da qualidade de vida dos moradores, reduzindo o estresse, servindo de alimento e oferecendo o acesso ao tratamento de diversas doenças com as plantas medicinais.

A manutenção do espaço é organizada de forma comunitária pelos moradores e as organizações do seu entorno, como Coletivo Camaradas e Projeto Nova Vida, apoiam e auxiliam na divulgação. Joana Araújo, que tem sua residência de frente para o sítio urbano, disse que ela e os vizinhos se articularam para a plantação e o cuidado. São estipulados limites onde cada um rega e poda as plantas e limpa o espaço, deixando o território bonito e agradável, tanto para os moradores quanto para os visitantes.

A moradora, Eliete Silva, que cuida e mantém as plantas, alegou que muitas pessoas vão até sua casa pedir as plantas, desde malva, capim-santo, manjericão, erva-cidreira, limão, maracujá e tantas outras que são cultivadas no sítio. São distribuídas também as mudas para quem deseja fazer o cultivo na própria residência. De acordo com Eliete, o cultivo e o cuidado com a área verde, funcionam como uma terapia.

Para Arlene, no cuidado do Sítio Urbano é necessário um trabalho de conscientização junto à comunidade voltado para a importância de se manter um projeto dessa magnitude, sendo necessário sempre o comprometimento das pessoas dispostas. Como também é importante o auxílio da secretaria de meio ambiente do município para apoio e valorização do projeto.

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Naju Sampaio é estudante de jornalismo e bolsista/integrante do Coletivo Camaradas.

Arte urbana no Bairro do Gesso busca ressignificar a relação com a presença negra e indígena

 

 

Por Cicera Nunes e Joedson Nascimento

No sábado, 08 de janeiro de 2022, o Bairro do Gesso localizado na cidade do Crato, amanheceu com suas paredes pintadas de gente. No dia anterior foi iniciada uma ação de arte urbana que busca refletir nas paredes de algumas casas e prédios, as histórias e memórias da população do bairro, que tem forte ancestralidade negra e indígena.

A ação faz parte do projeto “O currículo e os processos de formação docente no campo das relações étnico-raciais na educação básica” que busca dialogar com o território de saberes negros e indígenas presentes no Bairro do Gesso, compreendendo-o como um livro vivo que pode ser lido para ressignificar a nossa relação com o território e, com isso, atribuir sentido ao que se aprende e se ensina na escola.

Como parte das ações que envolvem o levantamento de histórias de vida, produção de material áudio visual, elaboração de cadernos pedagógicos, ação de formação de professores (as) da rede de educação básica, organização de biblioteca comunitária, desenvolvimento de aplicativo para conhecimento dos pontos de memória, o projeto também propiciou uma intervenção urbana nos muros da comunidade com a participação dos artistas Wanderson Petrova, Cristiano Ramos e Jéssyca Sereia. A intervenção trata-se de uma grande ação coletiva que envolve a participação de estudantes e professores (as) da Escola de Ensino Fundamental Dom Quintino e moradores (as) do lugar. As pinturas dialogam com referências negras e indígenas do contexto nacional e local, ao tempo em visibiliza o legado ancestral presente na comunidade.

Com isso, busca-se positivar a existência negra e indígena, retratar as memórias históricas a partir das experiências vividas pelas pessoas do lugar, aprender a partir do que se retrata nos murais do território, compreender a dimensão de resistência presente na arte urbana, atribuir sentido à relação entre o conhecimento sistematizado e os saberes tradicionais.

A ação pedagógica que envolve a intervenção educativa na comunidade está inserida também no contexto das reformas urbanas que vêm sendo realizadas por coletivos e ações comunitárias protagonizadas pelos (as) moradores (as) da comunidade.

As ações são fruto do projeto O currículo e os processos de formação docente no campo das relações étnico-raciais na educação básica numa perspectiva inter e transdisciplinar” que conta com o apoio do Edital "Equidade Racial na Educação Básica: Pesquisa aplicada e Artigos científicos" organizado pelo CEERT em parceria com as organizações: Itaú Social, UNICEF, Instituto Unibanco e Fundação Tide Setubal". São parceiros dessa ação O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais NEGRER/URCA, a Escola de Ensino Fundamental Dom Quintino, o Coletivo Camaradas, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Crato e conta com o apoio do Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC.

Abaixo você confere mais fotos:

Arte/ Cristiano Ramos.


Arte/ Wanderson Petrova.

Arte/ Jéssyca Sereia

Coletivos, mídia e movimentos sociais divulgam nota conjunta sobre caso de vítimas de cárcere privado em Crato

 

Por Nicolau Neto, editor

Foi divulgado nos principais sites do Ceará que 33 mulheres estavam sendo vítimas de maus tratos e em condições desumanas em uma clínica de repousos para mulheres idosas e com problemas psiquiátricos, no município de Crato, no cariri cearense.

O diretor da Clínica “Casa abrigo” está sendo investigado por crimes de apropriação de benefícios e cárcere privado, maus tratos, cárcere privado e abuso sexual. As 33 mulheres estavam trancadas em pequenos cômodos semelhantes a celas, vivendo em situação precária.

Mais de 30 coletivos e movimentos sociais assinaram e divulgaram na noite desta quinta-feira, 12, uma nota unificada denunciando a caso, cobrando uma resposta dos órgãos governamentais e pedindo Justiça e acolhimento para as 33 mulheres vítimas de cárcere privado e outras violências. O Blog Negro Nicolau é um dos assinantes.

Abaixo a nota na íntegra:

Foi noticiado que 33 mulheres estavam sendo mantidas em celas em condições sub humanas no município de Crato/Ceará. O diretor do espaço denominado "Casa abrigo", além de preso por cárcere privado e maus tratos, está sendo também acusado de abuso sexual, apropriação de benefícios, violência física e psicológica contra tais mulheres. Duas denúncias de abuso sexual levaram ao flagrante de toda a situação revoltante que essas mulheres estavam passando.

Além da violência sexual cada vez mais crescente que muitas mulheres sofrem em diferentes espaços na sociedade e que escancara a falta de de políticas públicas efetivas de proteção (como a falta de casas abrigos), denunciamos também a forma como principalmente as mulheres são tratadas no tocante à saúde mental, uma vez que as situações de negligência e abandono são atravessadas pelos demarcadores de classe, de raça e também de gênero.

No Brasil, a discussão sobre Reforma Psiquiátrica deu origem a uma política que teve como resultado a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. No entanto, ainda que oficialmente os manicômios tenham sido extintos no país, na prática é revelada uma outra realidade. As práticas manicomiais prevalecem na cultura e na conduta adotadas em alguns equipamentos de saúde, como também em clínicas psiquiátricas comunidades terapêuticas, que são, os dois últimos, essencialmente locais que sustentam toda a lógica manicomial.

No primeiro ano do governo Bolsonaro, o Brasil sofreu um grande retrocesso com o reconhecimento das comunidades terapêuticas como parte dos pontos de cuidado na política de saúde. Muitas CT's proporcionam um ambiente em que ocorrem violações de direitos, através da imposição de métodos não científicos; na imposição do cristianismo; na privação dos pacientes seus direitos de ir e vir, além da submissão à trabalho forçado.

O caso em questão revela múltiplas violências sofridas e nos faz reforçar a importância do pleno funcionamento do SUS e suas políticas de saúde mental que já existem, mas que precisam ser bem trabalhadas nos municípios. Não podemos aceitar que comunidades terapêuticas, que se multiplicam no Cariri, façam reabrir os hospitais psiquiátricos.

Exigimos justiça, que a Prefeitura do Crato e o Governo do Estado do Ceará acompanhem o caso e dêem o acolhimento devido às vítimas e que continuemos entravando esta batalha na Luta Antimanicomial.

Assinam:

Frente de Mulheres do Cariri

Grupo de Valorização Negra do Cariri

Conselho Municipal da Mulher Cratense

Resistência Feminista

Setorial de Mulheres do PSOL Ceará

Mandata Coletiva Nossa Cara

Fórum Cearense de Mulheres/AMB

RENFA - Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas

Rede de Mulheres Negras do Ceará

Associação de Mulheres em Movimento de Aquiraz

Coletivo Nacional de Mulheres da Confetam

Coletivo Marias do Suprema

Coletivo Feminista As Sertanistas

Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro

Marcha Mundial das Mulheres

Movimento Negro Unificado

Conselho Regional de Psicologia - 11ª Região

Conselho dos Direitos do Município de Aquiraz

Fórum Cearense da Luta Antimanicomial

Fórum pelos Direitos e Liberdades Democráticas

Fábrica de Imagens - ações educativas em cidadania e gênero

Mandato do Deputado Estadual Renato Roseno

AFRONTE

Grupo Diversas Ipub/UFRJ

Instituto Mulheres de Voz

Movimento de Mulheres Olga Benario

Associação Cristã de Base

SINDURCA

Blog Negro Nicolau

Instituto Casa Lilás

Conselho Comunitário da Defesa Social

Projeto Paulo Freire

Escola Pedro Felício Cavalcanti promoverá encontro virtuais com trabalhadores da palavra

 

Professora Tânia Santana. (FOTO/ Reprodução).

Abrir a escola para novas experiências de aprendizagem no campo da leitura, a partir da escuta dos trabalhadores e trabalhadas da palavra, é o intuito do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcanti, que pertence a rede municipal de ensino do Crato.  A partir do dia 26 de abril será iniciado o projeto “Falação”, que uma vez por semana realizará encontro virtual com cronistas, contistas, poetas, compositores, roteiristas e pesquisadores.

Crato não é cidade da cultura

 

Museu Histórico do Crato, um dos principais pontos de salvaguarda da memória do Crato e do Cariri.
(FOTO/ Reprodução).

Por Alexandre Lucas, Colunista

É preciso aprofundar o debate sobre o que seja “cidade da cultura”. A afirmação pressupõe a existência de cidades sem cultura e ao mesmo tempo nos coloca diante da interrogação:  o que é cultura para esse tipo cidade?   No caso do Crato (CE), é preciso contextualizar como esse termo foi concebido, para entender o quanto ele poder ser arriscado para o processo de democratização da pluralidade e diversidade do simbólico e um empecilho para gerir a política cultural.

‘Comunidade do Mutirão, em Crato, reivindica mobilidade urbana há cerca de oito anos’, por Francisco Nascimento

 

Francisco Nascimento. (FOTO/ Reprodução/ Facebook).

Sem infraestrutura, comunidade do Mutirão, em Crato, sofre com problemas de mobilidade há cerca de oito anos.  A rua Francisco Jesuíno de Sousa (Chico Oim), que liga a comunidade ao Centro do Crato tem sido objeto de reivindicação de moradores e organizações sociais que atua no referido conjunto habitacional. 

Organização cultural busca revitalizar prédio histórico no Crato

 

Organização cultural busca revitalizar prédio histórico no Crato. (FOTO/ Reprodução).

A Associação Mensageiras da Paz e organizações que atuam na Comunidade do Mutirão, na cidade do Crato, estão realizando uma campanha pra revitalizar prédio histórico da localidade para continuarem desenvolvendo atividades de integração comunitária, formação e atividades artísticas e culturais. 

Ciclista altaneirense é vice-campeã da Prova Ciclística 21 de Junho em Crato


Secretário Lamar com as campeãs de Altaneira, Maracanaú e Crato.
(Foto: Robério Brito).

A ciclista altaneirense Raquel Guedes sagrou-se vice-campeã da 71ª edição da Prova Ciclística 21 de Junho, realizada na manhã de ontem (21/06) no circuito formado por ruas e avenidas do entorno do Parque Exposição do Crato.

Dia da mulher é marcado por ato contra a violência doméstica e feminicídio em Crato


Dia da mulher é marcado por ato contra a violência dompestica e feminicídio em Crato. (FOTO/Divulgação/WhatsApp).

O Dia Internacional da Mulher foi marcado em Crato, na região metropolitana do cariri cearense, por uma marcha em protesto contra a violência doméstica e feminicídios. As principais ruas da cidade foram tomadas na manhã desta sexta-feira, 08,  a começar do Largo da Prefeitura até a Praça da Sé. Esses espaços são os pontos específicos onde mulheres foram assassinadas.

Movimentos Sociais realizam 24º Grito dos Excluídos em Crato durante feriado da “Independência”


24º Grito dos Excluídos é realizado em Crato. (Foto: Nelzilane Oliveira).

O feriado da Independência é há 24 anos o dia da já tradicional manifestação do Gritos dos (as) excluídos (as) idealizada e organizada por movimentos sociais, sindicatos, associações, sociedade civil e ONGs. O tema norteador deste ano faz um alerta para o combate à desigualdade social e aos privilégios.

Painel com fotos de legisladores que votaram a favor das
reformas que retiraram direitos de trabalhadores.
(Foto: Nelzilane Oliveira).
Na cidade de Crato, na região do cariri cearense, a caminhada ocorreu junto ao desfile cívico, segundo informou Nelzilane Oliveira. Durante o ato e sob a temática "Desigualdade gera violência. Basta de privilégios”, as pessoas gritaram contra a violência à mulher, contra o feminicidio, contra o genocídio da juventude negra e ainda repudiaram os legisladores que votaram contra os trabalhadores. "Quem Votou não Volta", disseram. Um painel com fotos daqueles que votaram a favor das reformas que retiraram direitos de trabalhadores e trabalhadoras foi exibido com o apoio da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) e do Sindicato dos Servidores Municipais de Carto (SindsCrato).

O Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais, por exemplo, participou do grito clamando por Reforma Agrária e Reforma Política. Além do sindicato, movimentos sociais como a Associação Cristã de Base (ACB), Cáritas Diocesana de Crato e o Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) estiveram entre os realizadores do grito.


Prefeito do Crato faz enquete sobre aniversário do município e ativista ironiza



Maria Eliana ironiza enquete do prefeito de Crato.
(Foto: Reprodução/Facebook).
O município de Crato, na região metropolitana do cariri, fará no dia 21 de junho 254 (duzentos e cinquenta e quatro) anos de emancipação política. Conhecido por muitos como o "Oásis do Sertão" pelas características climáticas mais úmidas e favoráveis à agropecuária; por abrigar artistas e intelectuais; Crato também passa a figurar como uma cidade elitista, de fortes traços preconceituosos e um dos espaços mais violentos quando o assunto é a mulher.

Na véspera do seu aniversário, o prefeito Zé Ailton (PP) promoveu uma enquete visando saber da população qual atração comporia os festejos que teve início na tarde desta quinta-feira, 14, no Palácio Alexandre Arraes, sede da Prefeitura. No ensejo, foi realizada uma homenagem ao Mestre do Reisado Serraria, Antônio Higino Teixeira.

A enquete foi ironizada por Maria Eliana, membra do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec).

Oche! 
Cadê que o Prefeito faz uma enquete para saber opiniões sobre políticas sociais (a Saúde, funcionamento do CAPS e Postos de Saúde, como estão os medicamentos. Como são e estão as Praças, como está a Educação, sobre necessidades de creches; Escutar professores (as) do município, sobre Lazer, política para a juventude, crianças, idosos sobre política de enfrentamento à violência contra mulheres. Sobre Educação contextualizada no Campo e Assentamento; Sobre situação da Agricultura familiar; Política de enfrentamento ao racismo,lgbtfobias; Saber sobre qualidade da merenda escolar, o que o povo pensa sobre a Segurança do município) e sobre infra-estrutura (transporte, estrada, saneamento, água sem aumentos abusivos e para todos(as); Sobre buracos nas ruas, sobre CANAL DO RIO GRANGEIRO. Muita coisa....”, indagou ela.

Eliana foi além e sugeriu que o prefeito fizesse uma enquete para saber o que o povo pensa acerca da sua administração. “Quem sabe O PREFEITO MELHORA muita coisa. O povo tem opinião sobre tudo. É só perguntar”, pontuou ela.

Para ela, nesses 254 anos “pobres, periferias e zona rural são tratados com descaso POR GESTORES DO MUNICÍPIO... Salvo um ou outro prefeito, coisinha aqui outras ali (para não generalizar)”.

Abaixo integra da nota de Maria Eliana divulgada em sua rede social facebook:

254 anos do município do Crato, Ceará, dia 21 de Junho...
E antes de qualquer coisa, amo o Crato. E exatamente por isso, ser Cratense e amá-lo que direi o seguinte: Olha isso, a Prefeitura do Crato está fazendo uma "enquete para escolha de atração musical para animar o aniversário" do município. Ou seja, convidando desavisados para compartilhar com gasto desnecessário.... 
Oche!
Cadê que o Prefeito faz uma enquete para saber opiniões sobre políticas sociais (a Saúde, funcionamento do CAPS e Postos de Saúde, como estão os medicamentos.Como são e estão as Praças, como está a Educação, sobre necessidades de creches; Escutar professores(as) do município, sobre Lazer, política para a juventude,crianças, idosos sobre política de enfrentamento à violência contra mulheres. Sobre Educação contextualizada no Campo e Assentamento;Sobre situação da Agricultura familiar; Política de enfrentamento ao racismo,lgbtfobias; Saber sobre qualidade da merenda escolar, o que o povo pensa sobre a Segurança do município) e sobre infra-estrutura (transporte, estrada, saneamento, água sem aumentos abusivos e para todos(as); Sobre buracos nas ruas, sobre CANAL DO RIO GRANGEIRO. Muita coisa.... Faça uma enquete pra saber o que o povo pensa sobre sua administração (Quem sabe O PREFEITO MELHORA muita coisa). O povo term opinião sobre tudo. É só perguntar.
SERIA O MELHOR PRESENTE: PERGUNTAR E RESPONDER EFETIVAMENTE.... Tornar o Crato capaz de gerar felicidade para o povo.....
Ademais, são 254 anos de administrações onde pobres, periferias e zona rural são tratados com descaso POR GESTORES DO MUNICÍPIO... Salvo um ou outro prefeito, coisinha aqui outras ali(para não generalizar)
Lamentável....
Mas, desejo que o Prefeito substitua seu olhar pelos olhares do povo Cratense..Falo do povo sujeitos de direitos... 
Fonte da informação sobre essa enquete:
Portal da Ouvidoria - Notícias: "Prefeitura realiza enquete FESTCRATO".
 



Câmara do Crato tenta impor o nefasto “Escola Sem Partido” e ataca autonomia das instituições de ensino superior


Depois de aprovar o Projeto de Lei estapafúrdio, inconstitucional e com fortes tendências homofóbicas que proíbe a discussão de Gênero e Sexualidade nas escolas públicas do Crato, agora a Câmara quer introduzir o nefasto " Escola sem Partido" tanto na educação básica quando no ensino superior.

Plenário da Câmara Municipal de Crato. (Foto: Reprodução do Site da Câmara).

O Projeto de Lei sob o Nº 1212002/2017 foi apresentado nesta terça-feira, 12, partindo a iniciativa mais uma vez do vereador Bebeto (Podemos).  

A Professora Dr.ª Sônia Meneses, do Departamento de História da Universidade Regional do Cariri (URCA), foi uma das primeiras a comentar sobre a iniciativa do vereador Bebeto. Ela trouxe à tona a aprovação recente do Projeto que coíbe a discussão da temática de gênero nas escolas municipais que, para a docente é “ridículo, equivocado e mal intencionado em termos jurídico, cientifico e pedagógico”. Um “Projeto falacioso que infelizmente se espalha como erva daninha em cada município do país, é o curso do rio da ignorância.”, realçou.

Sônia ressalta que no Ceará diversas câmaras já apresentaram, se configurando como “uma praga que se espalha porque em sua maioria as câmaras municipais, salvo raras exceções, são compostas por arrivistas, politiqueiro despreparados de todas espécie que assumem o cargo apenas para legislarem em causa própria e do grupo que representam, aspecto que certamente está muito longe do eleitor”.

O “Escola Sem Partido”, para a professora universitária, apresenta-se como malfazejo e de igual modo, como outra maquinação nefasta para tentar cercear ainda as escolas e instituições de ensino.

Sônia diz que a iniciativa ora apresentada retira a autonomia das instituições de ensino superior e que seu idealizador e apoiadores são arrogantes:

O que é mais grave, são arrogantes de tal maneira, que o projeto de uma Câmara Municipal quer deliberar o que irá ser ensinado e como será ensinado nas instituições de ensino superior!
Que espécie de delírio é esse? As leis estão sendo desrespeitas, sequer a Constituição esses senhores e senhoras parecem ter lido, mas o que importa? Se temos decisões judiciais sendo realizadas diariamente desrespeitando a própria lei? Se a educação e as universidades se tornaram o locus fundamental desses ataques?

Para o professor de Juazeiro do Norte, Aurélio Matias, “essa escalada do ódio e da intolerância, que beira a insanidade, a estupidez e a irracionalidade, não é privilégio apenas desses vereadores da cidade do Crato” e “trata-se de uma ação orquestrada, no país inteiro”.

Segundo ele:

“Nas terras alencarinas, esses ditos representantes cumprem apenas um mero papel de ventrílocos na reprodução do pensamento que se há de mais conservador e atrasado na sociedade brasileira. Em uma sociedade democrática deve prevalecer o mais amplo debate e a pluralidade de idéias. A escola e a universidade são locais por excelência da produção, da crítica e da reflexão do pensamento. Portanto, essas propostas esdrúxulas desses Edis, que certamente, dado ao conhecido nível intelectual deles, devem ter feito apenas uma cópia mal feita de alguma cidade. Deve ser de pronto rechaçada pela sociedade esclarecida do Crato e de outras localidades”.

Grivo do Editor/Administrador

Professores, professoras, estudantes e demais pessoas que querem construir uma educação pautada no respeito, na tolerância, na valorização das diversidades, na liberdade e na pluralidade de ideias, ou a gente se une para barrar essa onda conservadora, retrógrada que parte de pessoas que não tem o mínimo de conhecimento da LDB, da CF e da educação, ou voltaremos a passos largos para a ditadura.

Essa onda está sendo introduzida por pessoas que estão se valendo do cargo político que ocupa para impor sua visão preconceituosa.

Abaixo integra do Projeto de Lei