tag:blogger.com,1999:blog-37914324320751132632024-03-29T00:28:45.029-03:00Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do CearáA Mídia Antirracista do Cearápor Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.comBlogger7975125tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-82041295033638156122024-03-26T19:50:00.003-03:002024-03-26T19:51:11.361-03:00Um pais doente de realidade, por Ana Cristina Rosa <p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgWtF0-Cis0s7cWQlbzbIDjcJTFcrtPu-bI6_sw3AlVKHiLmxuEGYrIOZZE72t7bdsc_1vqfnVY6AKb4QxurSgqlPvKA1vR2o70nhLil_aG9mqXY-3uZ2Uxz3ln24Cj2vHpQPm9cPC0BgIUSfsRqSlTSIxlAxyfOEIQ9ima_RQ0SOAJzsSPXzTcZK1ygDI/s958/Screenshot_20240326_194139_Chrome.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="929" data-original-width="958" height="620" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgWtF0-Cis0s7cWQlbzbIDjcJTFcrtPu-bI6_sw3AlVKHiLmxuEGYrIOZZE72t7bdsc_1vqfnVY6AKb4QxurSgqlPvKA1vR2o70nhLil_aG9mqXY-3uZ2Uxz3ln24Cj2vHpQPm9cPC0BgIUSfsRqSlTSIxlAxyfOEIQ9ima_RQ0SOAJzsSPXzTcZK1ygDI/w640-h620/Screenshot_20240326_194139_Chrome.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>(Ana Cristina Rosa. FOTO |Reprodução).<br /></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O Brasil é um país “doente de realidade”. A constante negação da verdade me leva a essa conclusão. Enquanto parte dos indivíduos prefere alterar os fatos a admitir inúmeras situações que fazem de nós uma das nações mais desiguais do planeta, a maioria vive em constante provação por conta da “desrealização” da vida como ela é.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Essa “dissonância cognitiva” emperra o desenvolvimento socioeconômico e nos impede de avançar coletivamente, fomentando discurso de ódio e negando a mais evidente de todas as mazelas brasileiras: o racismo institucional.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">No último país das Américas a “abolir” a escravidão (em 1888, há apenas 136 anos), foram criadas leis específicas para impedir a inclusão social dos ex-escravizados. Depois de cerca de quatro séculos de trabalho forçado, os negros não poderiam adquirir a posse de terras, nem estudar e seriam presos por ficar “vadiando” nas ruas.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Sem proporcionar as mínimas condições para que os afrodescendentes se tornassem “cidadãos” de fato e de direito, o país foi adubando as raízes do racismo institucional. Tanto que, até hoje, pretos e pardos enfrentam inúmeras dificuldades para alcançar o básico: alimentação, moradia, saúde e educação.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Mas, apesar das evidências, não falta quem insista em distorcer a realidade para colocar o abusado no papel de abusador quando uma iniciativa é adotada para enfrentar a desigualdade racial. A ponto de cotas raciais nas universidades serem classificadas como “privilégio” ou instrumento capaz de “restaurar o racismo” onde ele havia sido abolido.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Não sei como é no país de Alice, mas no meu, os negros, em geral, não saíram da base da pirâmide. E isso se deve aos obstáculos criados pelo racismo institucional, que entrava a vida de pretos e pardos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Nada disso é novidade. Mas, como cunhou Tom Jobim, “o Brasil não é para principiantes.” Então, às vezes, é preciso desenhar.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“Ando tão à flor da pele/Que a minha pele tem o fogo do juízo final.” – Zeca Baleiro.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">------</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Publicado originalmente na Folha de São Paulo e replicado no Geledés.</span></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-64469593351366421302024-03-26T12:06:00.003-03:002024-03-26T12:09:01.644-03:00Abandono escolar é maior entre negros, diz levantamento do IBGE<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0wp4pC-Hu-H8tCt8I6W72YON8ByzlM-cgqovzHMlK5TgQCXfwJxFFKBS6Wx1EVi1PKknnyKrgbPFKehwjW1H6EwgwZD-YwOjKeFtpC_FiCpmqtOX1U6d_ih03n3sNCZ4ITWkFySoQbvbXqMw8dBg3OkM6q4O6mEQqtOT6XADr5RjaMHV9kGt570ro8ZUX/s1040/Abandono-escolar-e-maior-entre-os-negros-diz-levantamento-do-IBGE-1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="773" data-original-width="1040" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0wp4pC-Hu-H8tCt8I6W72YON8ByzlM-cgqovzHMlK5TgQCXfwJxFFKBS6Wx1EVi1PKknnyKrgbPFKehwjW1H6EwgwZD-YwOjKeFtpC_FiCpmqtOX1U6d_ih03n3sNCZ4ITWkFySoQbvbXqMw8dBg3OkM6q4O6mEQqtOT6XADr5RjaMHV9kGt570ro8ZUX/w640-h476/Abandono-escolar-e-maior-entre-os-negros-diz-levantamento-do-IBGE-1.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #783f04; font-family: arial; font-size: x-small;"><b>(FOTO | <span style="background-color: white; text-align: start;">Reprodução / Pixabay).</span></b></span></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">De acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2023, das nove milhões de pessoas que não completaram o ensino médio, 71,6% eram pretas e pardas. Para fins de comparação, entre os brancos a porcentagem foi de 27,4%.<span><a name='more'></a></span> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-large;">Para o estudo, considerou-se o grupo etário de 14 a 29 anos. As informações são do módulo anual sobre educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Segundo o módulo, entre as 48,5 milhões de pessoas de 15 a 29 anos consultadas pela pesquisa, 19,8% não estavam ocupadas nem estudando. Desse recorte, o percentual de pretos e pardos nessas condições foi de 22,4%, enquanto o de brancos foi de 15,8%.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Em relação ao ensino superior, brancos graduados (6,5%) representaram mais que o dobro do índice de pretos e pardos com graduação completa (2,9%). Para esse dado, foram considerados jovens de 18 a 24 anos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Segundo o levantamento, o fator principal para o abandono escolar é a necessidade de trabalhar. O número de evasão por trabalho apresentou um aumento de 1,5% comparado ao ano anterior.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Entre as mulheres, 25,6% das pessoas que não trabalham e nem estudam, o segundo maior motivo do abandono é a gravidez. Além disso, os afazeres domésticos ou cuidados de pessoas atingiu 9,5% das entrevistadas. Para os homens, esse fator não chegou a um porcento da taxa feminina (0,8%).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-----------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Alma Preta.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-40260663312249924152024-03-25T12:25:00.007-03:002024-03-25T12:32:27.544-03:00Data Magna no Ceará: que abolição foi essa?, por Alan Cordeiro<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2BVbuLGXSzJK2MurAoIPLJpLSr3Duk5UI957flJ6XmypJ4xRXGdKLwAJZVG0TlV-Hd0G-u10DymHDnMujhoBLHn0-47_f6o_5t7HTasLP1PNMOChY8pd-z6YTdT00NF0N-p73dMg5UQ16bDTdxGHaBmD8rQCPGOyV3J3D51T3aADSV4Hai_HCN3Hp7GU/s1600/alan-cordeiro.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW2BVbuLGXSzJK2MurAoIPLJpLSr3Duk5UI957flJ6XmypJ4xRXGdKLwAJZVG0TlV-Hd0G-u10DymHDnMujhoBLHn0-47_f6o_5t7HTasLP1PNMOChY8pd-z6YTdT00NF0N-p73dMg5UQ16bDTdxGHaBmD8rQCPGOyV3J3D51T3aADSV4Hai_HCN3Hp7GU/w480-h640/alan-cordeiro.jpeg" width="480" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">Alan Cordeiro. (FOTO | Acervo Pessoal).</span></b></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O 25
de março é uma data para que nós, representantes de entidades da sociedade
civil e integrantes do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial do
Ceará (Coepir/CE ) juntos a SEIR possamos refletir inclusive sobre esse dia.
Que abolição foi essa? O Ceará não aboliu a escravidão por achar que escravizar
fosse errado, mas sim, por questões econômicas, entre outras. Não é a data
magna que nos orgulha, mas sim a resistência de Dragão do Mar, Preta tia Simoa
e outros ancestrais que se ajuntaram, se organizaram contra o escravismo
criminoso e pela dignidade do nosso povo.<span></span></span></p><a name='more'></a> <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Vamos
refletir que abolição é essa, em que estudos mostram que a cada 4 horas, uma
pessoa negra foi morta por intervenção policial no estado do Ceará, segundo estudos
da Rede de Observatórios!?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Relembro
uma canção do Lazzo Matumbi chamada 14 de maio, e trago trechos para que a
partir da letra possamos pensar o dia 26 de março na "Terra da Luz",
luz do sol quente que queima a pele daqueles e daquelas que por ausência de
políticas públicas estão nos sinais das grandes avenidas e ruas do estado, queimando
seus pés no asfalto quente para ganhar dinheiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>_"<b>No dia 26 de março, eu saí por aí</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Não
tinha trabalho, nem casa, nem pra onde ir<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Levando
a senzala na alma, subi a favela<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Pensando
em um dia descer, mas eu nunca desci....<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Zanzei
zonzo em todas as zonas da grande agonia<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Um
dia com fome, no outro sem o que comer<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Sem
nome, sem identidade, sem fotografia<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O
mundo me olhava, mas ninguém queria me ver<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b>No dia 26 de março, ninguém me deu bola </b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Eu
tive que ser bom de bola pra sobreviver<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Nenhuma
lição, não havia lugar na escola<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Pensaram
que poderiam me fazer perder<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Mas
minha alma resiste, o meu corpo é de luta<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Eu
sei o que é bom, e o que é bom também deve ser meu<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">A
coisa mais certa tem que ser a coisa mais justa<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Eu
sou o que sou, pois agora eu sei quem sou eu "<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">____
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">* <b>Alan Cordeiro</b> é graduando em Pedagogia
(URCA), pesquisador na área de educação infantil para as relações
étnico-raciais e literatura infantil preta pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas
em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais (NEGRER) e Idealizador e
Coordenador do Projeto EduCaErê, que tem como objetivo valorizar as tecnologias
ancestrais africanas e afrodiaspórica na emancipação e valorização da história
e cultura dos povos africanos e afrodescendentes na constituição de uma
identidade positiva para crianças negras.<o:p></o:p></span></p><p></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-69118334459686752752024-03-24T20:03:00.001-03:002024-03-24T20:05:47.506-03:00Brancos estudam em média 1,6 ano a mais que os negros, diz IBGE<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzxe_H8nEZspXXkzhjhYS3GjrysShF_V7xhQAeAAU0XlJsNqoZqA36ke81dzoYcwNoJBX6XiBSnFzkjkHoBPhyphenhyphenhuyXE-a6lx-EXGZRiUfrAstiFWrKJVuTNCKw48LJPK-pXx-Kso1Bihumv5K8xtgXUZcP7DD3MVHlTuVeo10Jwg3PlC27lUhppLhlIy5G/s1040/pautaibgemarcelocasalljr.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="623" data-original-width="1040" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzxe_H8nEZspXXkzhjhYS3GjrysShF_V7xhQAeAAU0XlJsNqoZqA36ke81dzoYcwNoJBX6XiBSnFzkjkHoBPhyphenhyphenhuyXE-a6lx-EXGZRiUfrAstiFWrKJVuTNCKw48LJPK-pXx-Kso1Bihumv5K8xtgXUZcP7DD3MVHlTuVeo10Jwg3PlC27lUhppLhlIy5G/w640-h384/pautaibgemarcelocasalljr.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(Foto | Marcelo Casall Jr | Agência Brasil).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Nova publicação sobre educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a população negra tem menos anos de estudo, menos acesso ao ensino superior e lidera a taxa de analfabetismo no país.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">De acordo com as informações divulgadas pela Agência Brasil, a diferença racial se destaca, por exemplo, na média de anos de estudo. Enquanto os brancos tiveram, em média, 10,8 anos em 2023, os negros contabilizaram 9,2 anos, ou seja, 1,6 ano a menos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A desigualdade racial no acesso aos estudos começa no ensino médio. No fundamental, o percentual de negros de 6 a 14 anos nas escolas era superior a 94,7%, ao passo que o de brancos no nível médio era de 94,5%.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Menos da metade (48,3%) dos negros acima de 25 anos haviam concluído o ensino médio em 2023. Entre os brancos, o percentual era de 61,8%. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">No ensino superior a desigualdade observada é ainda maior. A taxa de negros na faixa etária de 18 a 24 anos com graduação completa era de 19,3%, enquanto a de brancos era de 36%.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Ainda de acordo com a publicação, 70,6% dos jovens negros de 18 a 24 anos abandonam mais os estudos sem concluir a faculdade. Entre os brancos, o percentual é de 57%. Os negros também lideram a taxa de analfabetismo no país. Em 2023, essa população tinha uma taxa de 7,1%, mais do que o dobro dos brancos, de 3,2%.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">---------</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Alma Preta.</span></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-34576827856337115232024-03-23T18:22:00.003-03:002024-03-23T18:25:35.999-03:0060 anos depois: a classe trabalhadora e o golpe de 1964<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaxDnYjqlLI3_twjclW50aIkPl0qd23PuwVhksxp-hcp9VOJtsyruc4mwrfWqC04IDfpRdoqkajWuYubymFUIgKcWA-xuA_1fg8ENTPmuegUNgE9WxDTZaWyW1tm9dmiBo4N8ujHJuexrSrCnPZTIznG7NzP1M0THdyJP7eUs8qgypNxlqEOGJ9z8i3-rS/s640/60%20anos%20da%20golpe%20militar.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="424" data-original-width="640" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaxDnYjqlLI3_twjclW50aIkPl0qd23PuwVhksxp-hcp9VOJtsyruc4mwrfWqC04IDfpRdoqkajWuYubymFUIgKcWA-xuA_1fg8ENTPmuegUNgE9WxDTZaWyW1tm9dmiBo4N8ujHJuexrSrCnPZTIznG7NzP1M0THdyJP7eUs8qgypNxlqEOGJ9z8i3-rS/w640-h424/60%20anos%20da%20golpe%20militar.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: Merriweather, "Times New Roman"; font-size: 16px; text-align: right;"><b><span style="color: #783f04;">Golpe Militar de 1964 no Brasil completa 60 anos. (FOTO | CUT Minas).</span></b></span></td></tr></tbody></table><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Por Fábio José de Queiroz,
Colunista</span></b><span face="Arial, "sans-serif"" style="font-size: 14pt; text-align: center;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">É pacífico de que não se pode prescindir do
exame crítico do passado, sobretudo quando ele nos fustiga a cada passo de
nossa caminhada? Parece que não. Ao alcançamos os 60 anos do golpe
empresarial-militar de 1964, o presidente Lula, preso e enquadrado na lei de
segurança nacional da ditadura, acha que devemos deixar para lá as lembranças
desse tempo sombrio.<span></span></span></p><a name='more'></a><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Aceita essa perspectiva, o que restaria à
classe trabalhadora? Apenas conviver com a defesa do legado ditatorial,
esgrimida pelo Clube Militar e pelo bolsonarismo ou, quando muito, deixar essa
tarefa ao campo acadêmico?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Este artigo parte da compreensão do quanto é
grave silenciar sobre esse fato e ressalta a importância decisiva, do ponto de
vista da classe trabalhadora, de discutirmos o significado histórico e presente
desse longo 1964.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">60
ANOS DO GOLPE: <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O MILITARISMO, O BOLSONARISMO
E A CLASSE TRABALHADORA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Os 60 anos que nos separam do golpe de 1964,
afora a possibilidade de compreender uma época permeada de violência política,
de tortura, de exílio e de assassinatos, é uma oportunidade de seguir
combatendo os ecos da mentalidade autocrática no tempo presente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">No plano da continuidade, a política de
ruptura com a democracia política desloca o problema da ditadura para o momento
atual. Atentemos, preliminarmente, para as denúncias de tentativas recentes de
ações golpistas. Comparadas a 1964, o que muda? Diríamos que as táticas variam,
mas o mecanismo de fundo é basicamente o mesmo. É aqui que podemos perceber os
vínculos entre o clã Bolsonaro e a história do regime dos generais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Mais do que negar a ditadura, o bolsonarismo
reivindica a violência política que lhe era inerente. Mais do que negar a
ditadura, o bolsonarismo faz propaganda dela. Mais do que negar a ditadura, o
bolsonarismo busca manipular as consciências, apresentando o sistema de poder
ditatorial como a “democracia possível” ante o perigo vermelho. Pior do que
tudo isso, o chefe dessa facção política, “O inelegível”, assinala que o único
defeito do regime autocrático militar é que ele teria sido moderado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Por isso, denunciar o que foi a ditadura de
1964 e combater o seu legado estampado no rosto e no programa do bolsonarismo
são tão urgentes quanto necessários. Embora aparente ser uma disputa puramente
ideológica, a história recente demonstrou que, mais do que isso, essa facção
política - aliada a espectros da cúpula militar, pelo menos por duas vezes,
buscou detonar a democracia política e estabelecer um regime de exceção.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Ao olharmos o passado recente, no qual os
militares saíram ilesos de 21 anos de tirania, não deveríamos convencionar
quanto a necessidade de punir os oficiais golpistas que estiveram juntos do
bolsonarismo e de seu projeto golpista? Do mesmo modo, não está nítido o
suficiente que, para defender a democracia política e as mudanças sociais, é
premente e inadiável julgar e prender Jair Bolsonaro por seus incontáveis
delitos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Não são poucas as vozes, mesmo dentro da
esquerda, que defendem uma política de apaziguamento com os generais golpistas
e o bolsonarismo. É quase desnecessário dizer que, ao término de mais de duas
décadas de sistema de poder militar, a não punição dos golpistas de 1964, em
larga medida, explica a desenvoltura daqueles que, por exemplo, promoveram a
intentona de 8 de janeiro de 2023. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Tentar entender o que houve há 60 anos não é
apenas um exercício de memória; “para além” disso, trata-se de um exercício de
combate. <i>A história não é uma coleção de fatos mortos</i>, como bem sabemos,
e as contextualizações rigorosas no trato com o tempo não devem servir de
escudo para, ao interpelarmos o passado, não observarmos as suas repercussões
em nossa época.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Tratando-se do tempo político, defrontamo-nos
com o passado em cada esquina enquanto não fazemos um acerto de contas com ele,
e esse acerto, presidente Lula, é todo dia, inclusive quando esse passado
alcança 60 anos de impunidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">A questão essencial, seis décadas depois da
erupção golpista, é ir além da reflexão lançada. A vigilância precisa ser
permanente. Não podemos nos esquecer que os que pousam de democratas – o
imperialismo ianque, a cúpula militar, o empresariado, a magistratura, o
congresso nacional, a mídia corporativa e até instituições religiosas – estiveram
por trás das articulações que redundaram no golpe de primeiro de abril de 1964.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Além do mais, há várias entradas possíveis
para as erupções golpistas, conforme testemunhamos aqui mesmo no Brasil, em
2016.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Tanto depois de 1964 como depois de 2016, com
efeito, os(as) grandes derrotados(as), os que perderam liberdades e conquistas,
foram trabalhadores e trabalhadoras, e cabe às suas organizações empregarem
este momento para contribuir para formação política de suas bases. A classe
trabalhadora precisa compreender que a memória dos 60 anos do golpe é um modo
de defender hoje as liberdades democráticas, e, naturalmente, é também um modo
dela se defender da violência política, deixando nítido o quanto é necessário
assegurar o velho lema de “ditadura nunca mais”.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">EM CONCLUSÃO</span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">O modelo do silêncio é incompatível com o
desenvolvimento de uma prática de superação do despotismo político, que, aliás,
tem sido uma das ferramentas históricas empregadas pela burguesia brasileira
frente às demandas e manifestações da classe trabalhadora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Ao longo do tempo, a autocracia,
preferencialmente a de corte militar, tem atormentado a sociedade brasileira.
Posto isso, 60 anos depois do golpe de Estado que instaurou o mais extenso
período de arbítrio na história do Brasil republicano, sem dúvidas, é preciso
lembrar esse ato de força e violência. Ser tomado pela amnésia política,
principalmente nas condições em que se encontra o país, é abrir caminho para
novas erupções golpistas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Que a classe trabalhadora possa discutir o
tema e avançar no plano da sua consciência política, ensejando a formação de uma
massa crítica capaz de movê-la rumo à superação política e histórica dessa
“página infeliz da nossa história”.</span></p><p></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-71384276246593017172024-03-20T19:44:00.004-03:002024-03-20T19:47:36.800-03:00A sociologia militante de Florestan Fernandes<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3bMFCDJmYePqbXP_UP8ZevxlVP2UKNCZwrYmkCnOkgvdJmL4Ow1shgMW5c_vA_xdsU0eJ6SNNAPVoLDM__0s0Lv1BONF5gQKKTUSjdrblvjNWfQDq8Z4patEuz24CzdVCkDFO2DAKXhp9F_7t2RqR3zjC-O4n7CZF-UStjIgi-KColDvYjAzPYqzSJ3iO/s720/image_processing20200721-4122-q2x6fc.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="720" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3bMFCDJmYePqbXP_UP8ZevxlVP2UKNCZwrYmkCnOkgvdJmL4Ow1shgMW5c_vA_xdsU0eJ6SNNAPVoLDM__0s0Lv1BONF5gQKKTUSjdrblvjNWfQDq8Z4patEuz24CzdVCkDFO2DAKXhp9F_7t2RqR3zjC-O4n7CZF-UStjIgi-KColDvYjAzPYqzSJ3iO/s320/image_processing20200721-4122-q2x6fc.jpeg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">Florestan Fernandes. (FOTO | Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Pensada a partir do conceito de intelectual orgânico, criado pelo filósofo italiano Antonio Gramsci (1891-1937), a trajetória de vida de Florestan Fernandes (1920-1995) também pode ser analisada pela perspectiva de um intelectual que se manteve ligado à sua origem social. Para além de sociólogo e professor, Florestan foi ainda um grande militante, cujas lutas e conquistas são percebidas até hoje. “Ele foi sobretudo um grande acadêmico. O que não quer dizer que ele fosse uma figura avessa às questões sociais e à atuação política”, afirma a professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.<span><a name='more'></a></span></span><span style="font-family: arial; font-size: x-large;">Para a diretora, o diferencial da sociologia de Florestan está na forma como ele trata o processo de modernização no Brasil. “Ele faz uma interpretação da modernização brasileira a partir de um lugar, que era o seu lugar de origem social, que podemos chamar genericamente de camadas populares”, explica ela.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Também segundo Haroldo Sereza, doutor pela FFLCH e autor de Florestan: A Inteligência Militante, o engajamento do sociólogo possui essa base, embora ele tenha tido diversas fases de aproximação e distanciamento da militância. “O próprio Florestan diz que sempre identificou uma relação com os movimentos populares por causa da sua infância na pobreza, embora sua atuação política comece realmente nos anos 1940, quando ele entra na USP”, afirma sereza.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Foi nessa época, mais especificamente em 1943, que Florestan conheceu Hermínio Sacchetta, diretor de redação da Folha da Manhã e militante do Partido Socialista Revolucionário (PSR). “O PSR, partido para o qual Florestan entra em 1945, era uma racha trotskista do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A partir daí, ele tenta equilibrar sua carreira acadêmica e sua atividade partidária”, diz Sereza. No entanto, com o aumento das responsabilidades docentes, a dedicação política do militante foi diminuindo e ele acabou optando pelo trabalho na Universidade. Lá, esse seu lado acabou aparecendo mais em suas pesquisas, como a feita nos anos 1950 sobre a questão racial.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“Esses foram os primeiros momentos de aproximação que Florestan teve com a militância. Outro momento acontece já no início dos anos 1960, que é quando ele se engaja definitivamente em uma campanha popular, a defesa da escola pública”, conta Sereza. Segundo ele, o sociólogo atuou fortemente em defesa de um projeto de reforma educacional que priorizasse a escola pública. “Nesse momento, Florestan se descobre como um intelectual que participa das causas sociais. Então ele chega em 1964 como uma figura pública, em defesa das causas sociais e tendo alguma proximidade com certos partidos de esquerda.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Assim, no início da ditadura civil-militar o professor já era razoavelmente vigiado, e essa tensão só foi aumentando com o tempo. “Começa uma agitação na Universidade de São Paulo, Florestan vai se posicionar muitas vezes do lado dos alunos e, depois do Ato Institucional n°5, em dezembro de 1968, ele é caçado pela ditadura e aposentado compulsoriamente”, afirma Sereza. A partir daí, o sociólogo perde o vínculo com a Universidade e passa a ter um engajamento quase que exclusivo com os movimentos sociais. “Nesse período ele sai do Brasil, e começa a publicar textos ainda mais marcados pelo marxismo. E é em 1975 que ele publica sua obra mais importante: A Revolução Burguesa no Brasil.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Mais envolvido no debate político imediato e com grande reconhecimento devido aos seus trabalhos anteriores, Florestan volta ao Brasil para dar aulas na PUC de São Paulo. Ele publica um livro intitulado O Que é revolução? e passa a ser frequentemente chamado para debater com os movimentos de esquerda. “Por isso, em 1981, ele acompanha de perto a formação do Partido dos Trabalhadores (PT), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e, pouco depois, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)”, diz Sereza. Tais acontecimentos parecem prever a década de 1980 na vida de Florestan, marcada por uma intensa militância em prol dos movimentos sociais.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">"Ele participa de todas as campanhas sociais nesse período, mas como um militante solitário, sem partido. Até que em 1986 o PT convida Florestan a disputar uma vaga para a Assembleia Constituinte”, afirma Sereza. De acordo com ele, toda a agitação feita pelo sociólogo ao longo dos anos 1980 faz com que ele seja um dos deputados mais votados do PT, e um dos mais radicais também. “Em 1960, ele é alguém que acredita nas reformas e na transformação através delas. Mas, como isso é barrado pela ditadura de uma maneira autoritária, a posição dele se radicaliza.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Florestan atua na Constituinte especialmente nas pautas de educação e direitos humanos. Seu primeiro mandato como deputado é marcado principalmente por esse papel na Constituinte. Reeleito em 1990, ele já chega um pouco doente e com menos votos que na primeira eleição, sua atuação nesse momento é bem mais discreta. “Uma das coisas que ele mantém é a briga por políticas afirmativas, porque isso não ficou bem resolvido na Constituição de 1988 e ele quer retomar em 1993”, diz Sereza. Segundo ele, Florestan fez isso contrariando uma decisão do partido, pois dizia que tinha um dever com o movimento negro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Nesse sentido, é possível perceber que o engajamento político de Florestan é muito voltado para as questões sociais com que ele já tinha tido contato, principalmente como sociólogo. “Acho que a grande lição de Florestan é a dialética do pesquisador que se engaja contra as injustiças que ele encontra e a favor da transformação social”, afirma Sereza. Assim, a militância aparece como inerente à sociologia, ainda que possa ser praticada de formas diferentes. “Para ele, ela precisa ter algum grau de engajamento e compromisso com a transformação da sociedade.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O texto acima, “Florestan Militante”, é o terceiro da série de reportagens Florestan 100 Anos, produzida pelo Jornal da USP em comemoração ao centenário de nascimento do sociólogo e professor da USP Florestan Fernandes (1920-1995), a ser completado no dia 22 de julho de 2020.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">No dia 10 de julho, sexta-feira, será publicada uma entrevista em vídeo inédita do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, ex-aluno de Florestan Fernandes, sobre o sociólogo.</span></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">------------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do jornal da USP.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-44298448348197284522024-03-20T18:24:00.007-03:002024-03-20T18:28:36.625-03:00Idilvan Alencar será um dos vice-presidentes de Nikolas Ferreira na Comissão de Educação<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6h7r9Xz-RBXzjJ5O7gOIq6FnApeu159plPkye0E-f0AmuoMymZRRjgHpJVX0rVJmhQaTP7TUKbv0jnHKB566AL_lbhGBohZ5oZb_PKHMdIwslwfIAEAhl_lqWGpufv91cHqzL1lWi2G6I9cw7NSsSScLeHCW016xMUwd8DV6aqljHlNGz-EFeTZKvP0Iq/s1600/IMG-20240320-WA0023.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1069" data-original-width="1600" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6h7r9Xz-RBXzjJ5O7gOIq6FnApeu159plPkye0E-f0AmuoMymZRRjgHpJVX0rVJmhQaTP7TUKbv0jnHKB566AL_lbhGBohZ5oZb_PKHMdIwslwfIAEAhl_lqWGpufv91cHqzL1lWi2G6I9cw7NSsSScLeHCW016xMUwd8DV6aqljHlNGz-EFeTZKvP0Iq/w640-h428/IMG-20240320-WA0023.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">Idilvan Alencar (FOTO |Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O deputado federal Idilvan Alencar (PDT-CE) foi eleito, na manhã desta quarta-feira (20), como segundo vice-presidente da Comissão de Educação. Dos 33 votos na eleição, Idilvan obteve 31 votos favoráveis e apenas dois brancos.<span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: arial; font-size: x-large;">A quantidade de votos é maior que os obtidos pelo atual presidente da Comissão Nikolas Ferreira (PL-MG), que teve 21 votos favoráveis, assim como do primeiro vice-presidente Átila Lira (PP-PI), que obteve 26. O parlamentar recebeu votos de deputados de diversos partidos, inclusive partidos de oposição ao governo. </span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Para o parlamentar a expressiva votação é resultado dos anos como membro da Comissão e pela defesa dos diretos dos profissionais da educação e estudantes do país.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">"Eu estou há seis anos nessa comissão e nunca vi tanta gente aqui. Há muita expectativa sobre essa mesa. Vejo esse cargo com muita importância, uma função muito importante", disse Idilvan. “Todas as missões que me são dadas eu trato com muita responsabilidade. Contem comigo!” finalizou.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-------</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Texto encaminhado ao blog por Aglecio Dias, assessor do Dep. Idilvan.</span></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-69052083187361679232024-03-16T08:57:00.002-03:002024-03-16T08:58:11.394-03:00Escritor Jeferson Tenório reage à censura: ‘Atos violentos que remontam ao regime militar’<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBtBGpL2Yw4wPw4OiRgzMsI51Pwd2YnnkPRd4KQ2QgBEUHSXsVEQxLf958QJXxpytzz7i7rNzo4ZHt2YBYXFQZuSy2Fu_26qZuUFhAuFyfylsOpj7PxRyci3sxtDUu9kkhpAzrPyi8bgEQgEwQbGyPis-Z_lQxEaEtJo5BvU3h_0K-K8ztRSovW1thf9MF/s1200/censura-parana.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="754" data-original-width="1200" height="402" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBtBGpL2Yw4wPw4OiRgzMsI51Pwd2YnnkPRd4KQ2QgBEUHSXsVEQxLf958QJXxpytzz7i7rNzo4ZHt2YBYXFQZuSy2Fu_26qZuUFhAuFyfylsOpj7PxRyci3sxtDUu9kkhpAzrPyi8bgEQgEwQbGyPis-Z_lQxEaEtJo5BvU3h_0K-K8ztRSovW1thf9MF/w640-h402/censura-parana.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Em
ato de censura velada, a Secretaria da Educação do Paraná começou a recolher
das escolas os exemplares do livro O Avesso da Pele, do escritor Jeferson
Tenório, a partir desta quinta-feira (7). O órgão alega que a obra vai passar
por “<i>análise pedagógica</i>”. Vencedor do prêmio Jabuti de melhor romance em 2021,
o livro denuncia o racismo estrutural no Brasil. E faz parte do acervo do
Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNDL), do Ministério da
Educação (MEC).<span></span></span></p><a name='more'></a><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Em
nota, as autoridades paranaenses dizem que a obra é importante no contexto
nacional. No entanto, “determinados trechos, algumas expressões, jargões e
descrição de cenas de sexo utilizados podem ser considerados inadequados para
exposição a menores de dezoito anos”. Anteriormente, um ofício do Núcleo
Regional da Educação de Curitiba, da Secretaria da Educação do Paraná,
determinou a entrega de todos os exemplares até amanhã.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Pelas
redes sociais, Tenório reagiu a “<i>mais uma violência</i>” contra sua obra. Para ele,
a ordem de recolhimento, com ares de censura, é inconstitucional. “É um ato que
fere um dos pilares da democracia que é o direito à cultura e à educação. Não
se pode decidir o que os alunos devem ou não ler com uma canetada. “<i>São atos
violentos e que remontam dias sombrios do regime militar. Inaceitável uma
atitude antidemocrática como essa em pleno 2024. Não vamos aceitar qualquer
tipo de censura</i>.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Do
mesmo modo, os professores do estado também se pronunciaram. “<i>Esse episódio
entra para história como um dia triste e reforça a necessidade de denunciar e
combater a contaminação da educação pública paranaense por ideologias
extremistas, conhecidas pela negação dos direitos humanos e por atentar contra
a democracia, a cultura, a diversidade e a pluralidade de ideias</i>”, afirma o
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), em
nota.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"><b>Polêmica
infundada</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">A
onda de censura contra O Avesso da Pele começou na última sexta (1º). Janaina
Venzon, diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira,
em Santa Cruz do Sul (RS), usou as redes sociais para atacar o livro. Em vídeo,
ela classificou como “lamentável” o fato de o MEC adquirir e enviar o romance
para as escolas. Mas a liberação da obra se deu ainda durante o governo
anterior.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Isso
porque, segundo ela, utilizaria vocabulário de “<i>baixo nível</i>”, inadequado para
estudantes do ensino médio. “<i>Governo federal, por favor, deixe as escolas
cuidar dos seus estudantes, onde os valores, o respeito, a conduta, os bons
costumes e a ética prevaleça. E vindo ainda de um governo federal, é muito
nojento. Que país é esse?</i>”, questionou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Como
resultado, a 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), ligada à Secretaria
da Educação gaúcha (Seduc), chegou a orientar a retirada dos exemplares da
biblioteca da escola até que o Ministério da Educação se manifestasse. O MEC
destacou que que a adesão das escolas ao PNLD é voluntária. Além disso, são as
próprias unidades de ensino que escolhem as obras, de forma “<i>democrática</i>”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Por
outro lado, a crítica moralista da diretora aparentava ter como objetivo
fustigar a atual administração federal. E ganhou endosso em circulos
bolsonaristas nas redes sociais. No entanto, o MEC ressaltou que a inclusão da
obra de Tenório ao PNLD se deu ainda durante o governo Bolsonaro, após passar
pelo crivo de uma banca de especialistas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Diante
da polêmica infundada, a Seduc derrubou a censura, determinando que as escolas
de Santa Cruz do Sul mantenham e utilizem os exemplares. Contudo, as
autoridades paranaenses, sob comando do governador Ratinho Júnior
(Republicanos), preferiu o caminho da censura, na medida em que estão mais
alinhados ao bolsonarismo.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;"></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">___<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Com
informações da RBA.</span></p><p></p><p></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-83691132382745396062024-03-15T21:09:00.004-03:002024-03-15T21:09:44.687-03:00Quem tem medo de literatura negra brasileira?<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHM0tnAxWx6LO5j6y29FxXcO17EgZI-uKxj1WakLSPsBp5TvsG3bPBHDeMXVntFnChQaOiOiwyQIR6cvc3Dmk1po0v4tsyhk7N_2FHfGkowhc7_P9KnlZr_LX45RnmqmYrYHqYtifArVV2007sk99EZP9fg68qaRgyvl_DnKkPlq02fmd5QpXOqmauKpBj/s450/pdkg02mdp1r4194r7n43m11t88._SY450_CR0,0,450,450_.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="450" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHM0tnAxWx6LO5j6y29FxXcO17EgZI-uKxj1WakLSPsBp5TvsG3bPBHDeMXVntFnChQaOiOiwyQIR6cvc3Dmk1po0v4tsyhk7N_2FHfGkowhc7_P9KnlZr_LX45RnmqmYrYHqYtifArVV2007sk99EZP9fg68qaRgyvl_DnKkPlq02fmd5QpXOqmauKpBj/w640-h640/pdkg02mdp1r4194r7n43m11t88._SY450_CR0,0,450,450_.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">Yanaê Lopes dos Santos. (FOTO | Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Palavrões,
palavras de baixo calão e descrição de cenas sexuais. Qual adolescente
brasileiro já teve contato com esse tipo de coisa? (Contém ironia)<span></span></span></p><a name='more'></a><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Pois
bem, esses foram os argumentos utilizados em municípios do Rio Grande do Sul,
Paraná, Mato Grosso e Santa Catarina para censurar o livro O Avesso da Pele, de
Jefferson Tenório.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Para
quem não sabe, o livro publicado em 2020 foi vencedor do Prêmio Jabuti, a
premiação literária mais importante do Brasil, e passou pelo crivo do Programa
Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Tal programa faz parte do
Ministério da Educação e pode ser entendido como uma das mais importantes
políticas públicas do país, já que é responsável por selecionar e distribuir
gratuitamente livros didáticos em todas as escolas brasileiras.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Tudo
isso para dizer que a entrada deste livro em bibliotecas de escolas públicas
brasileiras não foi feita por mero acaso, ou por conta do gosto literário de
meia dúzias de pessoas. Estamos falando de dois instrumentos avaliativos (com
teor diferente), que se apoiam em técnicas e conhecimentos específicos tanto
para realizar o exame de obras literárias, quanto para decidir sobre sua possível
aderência na formação cidadã dos jovens brasileiros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">E
aqui não estou dizendo que o livro esteja acima de críticas, porque elas sempre
existem e, quando bem-feitas, tem uma função importante. Também não acho que o
livro deva ser uma unanimidade na preferência literária brasileira, afinal toda
unanimidade é burra. Acontece que utilizar um moralismo baixo para censurar uma
obra literária é muito mais perigoso do que qualquer palavrão que tenha saído
da boca dos seus personagens.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">E o
fato é que o livro é bom. Muito bom. E talvez esse seja o grande problema.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Uma
das pistas da grandiosidade do livro está no seu título. Ao mostrar o avesso da
pele, Jefferson Tenório faz, com maestria, algo que é difícil e ao mesmo tempo
urgente no Brasil: ele humaniza os sujeitos que são vítimas do racismo. O livro
é narrado por um jovem rapaz, Pedro, que conta a vida e a morte de seu pai, um
homem negro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">São
aproximadamente 180 páginas nas quais podemos acompanhar os sofrimentos, as
angústias, os devaneios, sonhos, sombras de felicidade e os amores vividos e
interrompidos deste personagem. Tudo isso talhado pela ponta afiada do racismo
– uma constante que acompanha as vidas negras na ficção e na realidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Dupla denúncia<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Há
uma dupla denúncia na obra de Jefferson Tenório: a primeira diz respeito ao já
conhecido racismo brasileiro, e a segunda é a insistência do autor em mergulhar
nas estatísticas sobre as vidas negras, sem reduzi-las a números e gráficos. Há
uma vida que respira, sangra, deseja e morre debaixo da pele negra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Parece
que isso foi demais para "a moral e os bons costumes" de alguns
diretores e secretários de educação de regiões específicas no Brasil – e aqui
valeria fazer um duplo mapeamento que sobrepusesse os locais onde o livro foi
censurado e o resultado das últimas eleições presidenciais.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Mas,
como costuma acontecer com tudo o que diz respeito à dinâmica racista
brasileira, a censura ou o desmerecimento de obras literárias feitas por autores
negros não é uma novidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Maria
Firmina dos Reis precisou de quase 150 anos para ser reconhecida como a
primeira autora de um livro abolicionista na América Latina. Machado de Assis
teve que ser embranquecido pela elite brasileira para poder alcançar um dos
maiores posto da literatura brasileira (e de toda língua portuguesa). Lima
Barreto morreu sabendo de sua grandiosidade, mas não obteve nenhum
reconhecimento pela opinião pública da época – algo que determinou sua vida e a
precocidade de sua morte. Carolina Maria de Jesus só foi reconhecida em terras
brasileiras quando já havia ganhado o mundo, e mesmo assim, só bem recentemente
ganhou o espaço merecido na Literatura Brasileira, essa com letra maiúscula.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">E
embora estejamos vivendo uma efervescência de autores negros nos últimos anos
(ainda bem), muitas vezes, há uma negação cínica em reconhecer o tanto de
Brasil que suas obras narram, ficcionam e desnudam. Se não fosse isso, qual
outro motivo para o número irrisório de autores e autoras negros na Academia
Brasileira de Letras?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Há
um medo histórico que paira sobre a literatura feita por homens e mulheres
negros deste país. Porque, no fundo, no fundo, nem todos querem ver o avesso da
pele.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">____<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Por Ynaê
Lopes dos Santos, no DW.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 14pt; line-height: 150%;">Mestre
e doutora em História Social pela USP, Ynaê Lopes dos Santos é professora de
História das Américas na UFF. É autora dos livros Além da Senzala. Arranjos
Escravos de Moradia no Rio de Janeiro (Hucitec 2010), História da África e do
Brasil Afrodescendente (Pallas, 2017), Juliano Moreira: médico negro na
fundação da psiquiatria do Brasil (EDUFF, 2020) e Racismo brasileiro: Uma
história da formação do país (Todavia, 2022), e também responsável pelo perfil
do Instagram @nossos_passos_vem_de_longe.</span></p><p></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-25019104191676453702024-03-10T20:35:00.009-03:002024-03-10T20:50:57.374-03:00MEC recebe documento que deve nortear Plano Nacional de Educação da próxima década<p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmzqx42cbuowtiQ4364AIHogVl46pwotFSNUYYiM8cEVaiTG3ufptaEslZtqCzfDHzWV-BUXMTB5422ZzTb_JO5HsF9_7qRFN8otytAB2ePkQKAQYdQfOYPCZcL_CQnFI9W-S1ACljKT_-_SK6F3apyj4PNgFAGFfy4EyzEEjAZivxdYKIR6TgVpEyTMK_/s4624/20230425_082156.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3468" data-original-width="4624" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmzqx42cbuowtiQ4364AIHogVl46pwotFSNUYYiM8cEVaiTG3ufptaEslZtqCzfDHzWV-BUXMTB5422ZzTb_JO5HsF9_7qRFN8otytAB2ePkQKAQYdQfOYPCZcL_CQnFI9W-S1ACljKT_-_SK6F3apyj4PNgFAGFfy4EyzEEjAZivxdYKIR6TgVpEyTMK_/w640-h480/20230425_082156.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">A responsabilidade sobre o texto final do projeto de lei é do Governo Federal. (FOTO | Professor Nicolau Neto).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A produção do Plano Nacional de Educação (PNE), que valerá de 2024 a 2034, ganhou novas referências nesta semana. O documento que define as ações a serem tomadas na área e trata do ensino infantil ao superior é uma lei federal que está em fase de elaboração. Nos últimos dias, o ministro da Educação, Camilo Santana, recebeu do Fórum Nacional de Educação (FNE) o documento final da Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024 no qual há 32 proposições. Elas devem nortear a formulação do PNE ao funcionarem como metas para a próxima década.<span><a name='more'></a></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O MEC deve elaborar o projeto de lei do novo PNE até o dia 5 de abril e enviá-lo ao Congresso para votação. A expectativa é que o trâmite no legislativo ocorra até junho, quando o atual plano perde a validade. Nesse processo, estados e municípios, por sua vez, também irão formular, posteriormente, planos estaduais e municipais de educação que terão como referência o novo PNE. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A responsabilidade sobre o texto final do projeto de lei é do Governo Federal, mas há uma grande expectativa e até sinalizações do ministro Camilo Santana de que o MEC irá seguir à risca o texto final da Conae na formulação da proposição.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Isso porque o documento da Conae é resultante de uma ampla discussão entre professores, conselheiros, gestores, governantes, alunos, mães e pais do Brasil inteiro que participaram da etapa nacional da Conae em janeiro, em Brasília.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">No atual PNE (Lei 13.005, de 2014) grande parte das 20 metas não foi alcançada no cenário nacional. A atual proposição retoma alguns pontos que estão no plano anterior, como a universalização da pré-escola, a adoção dos padrões de qualidade para a educação a distância (EaD) na educação superior e o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. Mas, também traz novidades com a inclusão de outros temas e na forma de alcançar as metas estabelecidas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O documento final da Conae, tem 32 proposições divididas em sete eixos e cada uma delas tem estratégias específicas de execução.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Dentre as propostas, há o já conhecido debate sobre a criação de um Sistema Nacional de Educação, o “SUS da educação”; da garantia de tempo integral de, ao menos 7 horas diárias em no mínimo, 50% das escolas públicas federais, estaduais, distritais e municipais; universalização das matrículas na educação, sendo as de Jovens e Adultos (EJA) as que têm prazos mais amplos para ocorrer e ainda a previsão de punição em lei para gestores quem não cumprem o piso dos professores. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">CONFIRA AS PROPOSTAS QUE PODEM CONSTAR NO NOVO PNE:</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">EIXO 1- O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE) COMO ARTICULADOR DO SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO (SNE)</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Instituir o Sistema Nacional de Educação (SNE), em lei complementar em até 1 ano após a aprovação do PNE 2024/ 2034;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Estabelecer sistemática para que a execução do PNE e o cumprimento de suas metas sejam monitorados continuamente e com avaliações periódicas, no âmbito do SNE, a cada 2 anos. São instâncias do monitoramento o Ministério da Educação; a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e a de educação e cultura do Senado; o Conselho Nacional de Educação e o Fórum Nacional de Educação. Nos estados, Distrito Federal e municípios devem ser criadas instâncias correspondentes;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Instituir e materializar, no SNE, diretrizes e políticas nacionais, para garantir o direito à educação de qualidade social a todas as pessoas, com promoção de políticas de equidade; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Aprovar no Congresso Nacional em regime de urgência, em até 2 anos, diretrizes e parâmetros nacionais de gestão democrática da educação válidos para os sistemas de ensino, a partir do PNE 2024/ 2034;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Assegurar, em até 2 anos, após a aprovação do PNE, a valorização dos profissionais da educação. É também necessário estabelecer em lei o reajuste do piso, com previsão de sanções no caso de descumprimento de tal obrigação e as diretrizes dos planos de cargos e carreiras dos estados e municípios;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Instituir, no âmbito do SNE, o Sistema Nacional de Avaliação, que engloba o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Sinaeb) e o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), em diálogo com o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">EIXO 2 - O DIREITO DE TODAS AS PESSOAS À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE SOCIAL</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Universalizar, até o 2º ano de vigência da lei, a educação infantil na pré-escola, contemplando todas as modalidades em seus territórios, para as crianças de 4 a 5 anos e 11 meses de idade, ampliando a oferta de educação infantil pública em creches e escolas de educação infantil; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Universalizar o ensino fundamental de 9 anos, com garantia de permanência e padrão de qualidade socialmente referenciada, até o 2º ano de vigência da lei, para toda a população de 6 a 14 anos;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Universalizar até o 2º ano de vigência da lei, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Universalizar até o 2º ano de vigência da lei, para a população de 4 a 17 anos, na rede regular de ensino, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, Transtornos Globais do desenvolvimento, Transtorno do Espectro Autista (TEA), altas habilidades ou superdotação, criando todas as condições de acesso, acessibilidade e permanência, com suplementação e complementação, quando necessário;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Universalizar as matrículas na educação de jovens e adultos, em todos os seus territórios, como na educação quilombola, educação indígena, educação do campo e em privação de liberdade, até o 5º ano de vigência do plano, em todas as etapas e modalidades; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Universalizar a educação básica no campo, com garantia de permanência e padrão de qualidade, até o 2º ano de vigência do plano, prioritariamente em tempo integral, no próprio campo;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Garantir educação em tempo integral, com mínimo de 7 horas diárias, em, no mínimo, 50% das escolas públicas federais, estaduais, distritais e municipais, a fim de atender, pelo menos, 50% dos estudantes da educação básica, até o final de vigência do plano. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, preferencialmente na modalidade integrada;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Regulamentar e estabelecer parâmetros, diretrizes e padrão de qualidade nacional para a EAD como modalidade educativa, até o 1º ano de vigência do plano. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Garantir a matrícula, a frequência, a documentação escolar e a certificação, de todos os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa na rede pública de educação, até o 1º ano de vigência do plano. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 60% e a taxa líquida de matrícula para 40% da população de 18 a 24 anos, até o final da vigência do PNE e ampliar a oferta da educação superior pública, assegurando uma proporção nunca inferior a 60% do total de vagas até o final da vigência do PNE;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Garantir educação escolar indígena e educação escolar quilombola de qualidade em todos os níveis, etapas e modalidades educacionais;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Efetivar políticas públicas educacionais, que garanta o respeito às diversas culturas, priorizando conteúdos que permitam uma leitura crítica da realidade nos diversos níveis, etapas e modalidades do ensino da educação básica. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Garantir a oferta universal de vagas à educação escolar e profissionalizante para pessoas privadas de liberdade, até o 5º ano de vigência do plano. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">EIXO 3 - EDUCAÇÃO, DIREITOS HUMANOS, INCLUSÃO E DIVERSIDADE</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Garantir o direito à educação para todas as pessoas em todos os niveis, etapas e modalidades promovendo o acesso, a permanência, e a conclusão, com processo ensino-aprendizagem adequado, para superar as desigualdades sociais, raciais, regionais e de gênero e à valorização da diversidade, para a melhoria da qualidade social da educação básica e superior.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Instituir e materializar, progressivamente, políticas estaduais, distrital e municipais, visando à garantia do direito à educação, com promoção de políticas de equidade guiada pelos princípios de respeito aos direitos humanos e à diversidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">EIXO 4 - GESTÃO DEMOCRÁTICA E EDUCAÇÃO DE QUALIDADE</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Aprovar em leis específicas a gestão democrática da educação pública e a sua fiscalização, no âmbito da união, estados, Distrito Federal e municípios, no prazo máximo de 2 anos da vigência do PNE;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Implementar a avaliação diagnóstica, formativa e emancipatória, que envolva as dimensões intra e extraescolar, excluídas quaisquer formas de ranqueamento e ações meritocráticas de interpretações de dados, em 1 ano de vigência do PNE. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">EIXO 5 - VALORIZAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Instituir uma política de valorização dos profissionais/ trabalhadores da educação básica e superior pública, assegurando formação, ingresso por concurso público, planos de carreira, em até 3 anos de vigência deste PNE;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Instituir, progressivamente, política nacional de formação de profissionais da educação básica;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Garantir as condições adequadas e dignas para o exercício da profissão e para a promoção de saúde aos profissionais e trabalhadores da educação;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">EIXO 6 - FINANCIAMENTO PÚBLICO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Consolidar a base da política de financiamento, acompanhamento e controle social da educação e ampliar o volume de recursos públicos aplicados exclusivamente em educação pública de maneira a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 4º ano de vigência do PNE, 9% no 8º ano e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">EIXO 7 - EDUCAÇÃO COMPROMETIDA COM A JUSTIÇA SOCIAL </span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Promover e garantir, até o 2º ano, como política de estado, a oferta de educação ambiental na perspectiva da sustentabilidade, em todos os níveis, etapas e modalidades da educação, respeitando as especificidades de cada região;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Promover e garantir, em até 2 anos do início deste PNE, a implementação da política e das diretrizes nacionais de educação em direitos humanos; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Estabelecer e assegurar como prioridade, até o 1º ano deste PNE, política nacional de formação de profissionais da educação na área da educação ambiental e política nacional da educação em direitos humanos; </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Promover gradativamente, em todos os níveis, etapas e modalidades da educação, a oferta de educação alimentar e nutricional. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">O QUE SERÁ FEITO A PARTIR DE AGORA?</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com o documento entregue ao MEC, a expectativa é que ele seja usado como referência para formulação do projeto lei. A pasta já anunciou que irá elaborar a proposição em 30 dias a contar do dia 5 de março. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Mas, vale destacar que o plano anterior foi formulado pelo MEC em 2010, também após a Conae e enviado ao Congresso no mesmo ano. Mas só foi aprovado 4 anos depois, em 2014.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A pressão agora é para que, de fato, o novo plano seja aprovado até junho de 2024. As contribuições ao novo PNE vêm sendo debatidas desde setembro de 2023, nas conferências de educação municipais, distrital, estaduais e culminou na produção do documento final da etapa nacional. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Outro ponto é que nas casas legislativas o texto do projeto enviado pelo Governo pode receber emendas e ser alterado. No processo do plano anterior, foram propostas mais de 2 mil alterações no texto enviado pelo Governo Federal. Dentre as principais polêmicas, estava o quesito de financiamento da educação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O novo PNE só passa a valer quando é aprovado nas duas casas legislativas - Câmara e Senado - e é sancionado pelo presidente, valendo por 10 anos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Diário do Nordeste.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-54368501436002304252024-03-07T19:34:00.006-03:002024-03-07T19:37:47.311-03:00Precisamos banir celulares nas salas de aula, por Vinicius de Andrade <p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIDRM4k2cvW7XUHFqx-jGJZlmisTZ-oa3IixJxy-f2RECBnhsnOshT_pYlMqol-bGY0MqGkQVany_wgFwzf_xR3f04J1lQ0Hb_vOSuBMSnzojE_APfnxyTg_0nE701wCjIz0CKXgQgkiM8mthNS4LiAocnjNaDxldcUghX56Nkgzwmkev9XH32GhhIHOO1/s475/44888190_902.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="267" data-original-width="475" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIDRM4k2cvW7XUHFqx-jGJZlmisTZ-oa3IixJxy-f2RECBnhsnOshT_pYlMqol-bGY0MqGkQVany_wgFwzf_xR3f04J1lQ0Hb_vOSuBMSnzojE_APfnxyTg_0nE701wCjIz0CKXgQgkiM8mthNS4LiAocnjNaDxldcUghX56Nkgzwmkev9XH32GhhIHOO1/w640-h360/44888190_902.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Há algumas semanas, tivemos um texto publicado por um autor colaborador. Se tratava de um jovem do ensino médio público que defendia o uso de celular nos colégios para fins pedagógicos.<span><a name='more'></a></span></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Na época, tivemos centenas de comentários de pessoas que achavam a ideia daquele jovem um absurdo. Sou o autor principal da coluna e já começo este texto expondo a minha opinião: faço parte do time do pessoal dos comentários. Dado o contexto brasileiro, não acredito no uso dos celulares nas salas de aula.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Na época eu aprovei o texto do estudante, pois acredito na pluralidade de opiniões e eu também queria entender os argumentos que ele utilizaria enquanto um aluno. Acredito que eles precisam ser ouvidos. Em sua defesa, trata-se de um jovem fora da curva e que sempre foi um aluno exemplar. Acredito, sim, que ele está num nível de conseguir utilizar o aparelho eletrônico nas salas de aula sem distrações e apenas para fins pedagógicos, mas sejamos honestos: ele, mesmo que sem saber, faz parte de uma esmagadora minoria.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Há 7 anos visito escolas públicas e na última semana visitei 11 colégios e mais de 50 salas. É fato: o celular é uma grande distração, um vício e tem sido o grande vilão dos professores.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Na segunda, 4/3, visitei uma turma em que 80% dos alunos estavam com o celular na mesa. Metade deles estavam com ele na mão e uns 5 estavam até de fone. Em outra turma, durante minha fala com eles, um simplesmente tirou o celular do bolso para ouvir um áudio. É uma ação que atrapalha o professor e distrai a turma toda. Nota-se nos olhos deles o quanto estão viciados e ansiosos para ver as notificações.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Eu sou bem chato com isso e peço para guardarem. Uma parte guarda facilmente, mas quase sempre há outros dois tipos: aqueles que guardam nos olhando com uma cara muito feia e aqueles que assumem uma postura defensiva/desrespeitosa e simplesmente não guardam. Como não estou visitando estas escolas enquanto professor, sinto que não tenho liberdade para ir além e não há muito o que fazer.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">Falta de interesse e dependência</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Semana passada estava na sala da coordenação de um colégio e acompanhei na íntegra o caso de uma professora. Ela levou o aluno para lá e requereu que os pais fossem chamados. O que aconteceu? Ele estava no celular durante a aula toda e ela pediu 5 vezes para guardar. Na sexta, ele respondeu ela de forma muito grosseira dizendo que a mãe estava doente e essa era sua prioridade, e não a professora.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Ela tentou explicar que a pauta não era a situação com a mãe, mas sim o uso do celular, inclusive em outros dias, e que bastava ele ter dito a situação e ela deixaria ele sair da sala. Ele não entendeu e a coordenação atuou para que a mãe não fosse chamada e a professora entendesse o aluno.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Sinto muito pelos professores. Muitíssimo. É horrível estar falando lá na frente e precisar lidar com alunos no celular. Alguns já nem disfarçam mais, nem o interesse pela aula e nem o vício pelo aparelho. É uma configuração que atrapalha todo mundo: os que ainda querem aprender, os professores (como se concentrar assim?) e também os que estão no celular. Ninguém ganha.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">Uso simplesmente não é possível</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Se alguém me perguntar se o celular e demais aparelhos eletrônicos têm o potencial para ser ferramentas pedagógicas, eu direi que sim. É claro que há esse potencial.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">No entanto, se me perguntarem se eu acredito nesse uso pedagógico dos celulares nos colégios brasileiros, eu direi que não e , infelizmente, nem imagino isso acontecendo tão cedo. Não posso falar por outros países, mas no Brasil esse uso em salas de aula simplesmente não é possível, pois os aparelhos são sinônimos absolutos de redes sociais e distração.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Durante minha graduação na USP, meu celular foi meio inimigo nas aulas. Eu usava majoritariamente para trabalho, mas não irei mentir: também, é claro, rolava o dedo nas redes sociais e fazia futilidades. No último ano de curso, tive aula com uma professora que proibia o uso e dizia que era uma oportunidade para nos "desentoxicarmos” dele. Hoje eu agradeço a ela, pois foi uma oportunidade, ainda que forçada, para eu entender que podia me desligar dele durante as aulas. Não apenas podia, como devia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Dado todo o exposto, nem serei otimista em propor um plano em que consigamos incorporar os aparelhos nas aulas e a serviço do bem pedagógico, simplesmente porque eu não estaria sendo otimista, mas sim ingênuo e alheio à nossa realidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Você, leitor, tem todo o direito de discordar ou trazer outros pontos de vista, mas a minha opinião é que os celulares devem ser proibidos durante as aulas. Não que seja algo incentivado hoje em dia, mas como está nós deixamos um desafio muito grande nas mãos dos professores e dos demais agentes dos colégios. Os professores, sobretudo, precisam gastar muita energia em pedir para que os celulares sejam guardados e isso os desgasta e atrapalha suas aulas. Quando o problema chega para a direção/coordenação, não há necessariamente muito o que possa ser feito e alguns pais simplesmente nem adianta serem chamados.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Creio que carecemos de uma política pública nacional que crie instrumentos assertivos de punição para quem utilizar o aparelho nas salas. De modo a corroborar a autoridade dos professores e munir eles de possibilidades de impor ela nas aulas. Temo que não dá outra forma, é otimista demais quem diga que o caminho seja a sensibilização sobre o tema. Isso não adianta mais. Precisa simplesmente ser proibido e de uma forma assertiva, que funcione e que puna, de forma justa, quem descumprir. Sim, chegamos nesse nível.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Publicado originalmente no DW.</span></div></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-3144847965390140732024-03-06T22:34:00.008-03:002024-03-06T22:34:48.403-03:00Prefeitura de Altaneira lança edital de concurso público com mais de 200 vagas <p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdT3Nc4OVt5M92dHWueFvyEFjEK7PG8wQlqrKRWFRVUBCl_iS2pSB_izyOuXErlKblQ6bsYzh6qaD5mcVbIiUZ7-D30_D8VnGrZrsdgVUKkA1-D38CYt6NfxQs-3lb8zYDVZy6GC5v8CIBTVQjUGQPF9_I7BsyyI5nNzApdS5unj35sbj7Lluwdqp82yzH/s4624/20221231_120420.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3468" data-original-width="4624" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdT3Nc4OVt5M92dHWueFvyEFjEK7PG8wQlqrKRWFRVUBCl_iS2pSB_izyOuXErlKblQ6bsYzh6qaD5mcVbIiUZ7-D30_D8VnGrZrsdgVUKkA1-D38CYt6NfxQs-3lb8zYDVZy6GC5v8CIBTVQjUGQPF9_I7BsyyI5nNzApdS5unj35sbj7Lluwdqp82yzH/w640-h480/20221231_120420.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Professor Nicolau Neto).</span></b></td></tr></tbody></table><br /></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><span style="background-color: rgba(245, 245, 245, 0.08);">A p</span><span style="background-color: rgba(245, 245, 245, 0.08); color: #333333;">refeitura de Altaneira, no Cariri, lançou, nesta quarta-feira (6), edital de concurso público com 204 vagas, com salários variam de R$ 1.320 a R$ 4.688. As inscrições estarão abertas a partir deste sábado (9), no site da banca examinadora do certame.<span></span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="background: 0px center rgba(245, 245, 245, 0.08); border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; margin: 0px 0px 1rem; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; user-select: initial !important; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Das 204 vagas, 193 são para ampla concorrência e 11 destinadas para pessoa com deficiência (PCD). O edital contempla 50 cargos, com vagas para os níveis de escolaridade fundamental incompleto, fundamental, médio e superior.</span></p><p style="background: 0px center rgba(245, 245, 245, 0.08); border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; margin: 0px 0px 1rem; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; user-select: initial !important; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Conforme o cronograma do certame, a aplicação das provas objetivas está prevista para o dia 28 de abril de 2024, enquanto o resultado final classificatório deverá ser divulgado em 31 de maio deste ano.</span></p><p style="background: 0px center rgba(245, 245, 245, 0.08); border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; margin: 0px 0px 1rem; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; user-select: initial !important; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">As inscrições seguem até 31 de março. Para se inscrever, o candidato deverá solicitar a isenção – se atender aos critérios do edital – ou pagar uma taxa, que custa R$ 80 para os cargos de nível fundamental, R$ 110 para médio e R$ 150 superior. (<span style="background: 0px center; border: 0px; box-sizing: border-box; font-weight: bolder; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; user-select: initial !important; vertical-align: baseline;"><a href="https://home.universidadepatativa.com.br/concurso/ce/altaneira/001.2024/EDITAL.pdf" style="background: 0px center transparent; border: 0px; box-sizing: border-box; color: #01579b; cursor: pointer; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; user-select: initial !important; vertical-align: baseline;">clique aqui</a></span> para conferir o edital).</span></p><p style="background: 0px center rgba(245, 245, 245, 0.08); border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; margin: 0px 0px 1rem; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; user-select: initial !important; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-----</span></p><p style="background: 0px center rgba(245, 245, 245, 0.08); border: 0px; box-sizing: border-box; color: #333333; margin: 0px 0px 1rem; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify; user-select: initial !important; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do site Miséria.</span></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-30688391697025210822024-03-06T18:51:00.004-03:002024-03-06T18:57:31.460-03:00Autointitulada terra da cultura, Crato vê ruir seu último prédio histórico, fechado há 15 anos<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD5WsFREUStZPrAIQukQGGlvDOhEEZYAMRbylp8eYXlpK4RkoswkYYLOfTsBnO4_oVV7XyKYWBwFmViqOnLEqPA5z2PVMTRLEju0_DXv6AAoz95LDIb1OWgz3oONdsaZfeVRlzZanEfHUuSbUuzR1pARuEx9M7wHdENPueCSkgnibO8nygiKvoY5BKeyRM/s1040/IMG-20220728-WA0004.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="780" data-original-width="1040" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhD5WsFREUStZPrAIQukQGGlvDOhEEZYAMRbylp8eYXlpK4RkoswkYYLOfTsBnO4_oVV7XyKYWBwFmViqOnLEqPA5z2PVMTRLEju0_DXv6AAoz95LDIb1OWgz3oONdsaZfeVRlzZanEfHUuSbUuzR1pARuEx9M7wHdENPueCSkgnibO8nygiKvoY5BKeyRM/s320/IMG-20220728-WA0004.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">Museu do Crato está fechado há 15 anos. (FOTO | Professor Nicolau Neto).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Quem é do Cariri costuma ouvir a frase dita por cratenses, principalmente pelos políticos: o Crato é a terra da cultura. Seria até uma forma inconfessável de se diferenciar de Juazeiro do Norte?<span><a name='more'></a></span> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O município fundado pelo padre Cícero Romão Batista é a capital da fé. Já no território vizinho morariam as pessoas ilustradas, que gostam de arte. Será mesmo? Porque, se realmente o são, esse título está ruindo em todos os sentidos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O prédio que já abrigou os museus histórico e de belas artes continua a desabar. Esta semana, em nota, a prefeitura informou que, por causa da chuva, caiu parte de uma parede no pavimento superior, levando ao isolamento. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Certamente as visitas não serão prejudicadas. Afinal, elas já não existem periodicamente há mais de 15 anos. O Museu do Crato espera por restauro nunca feito. Em 8 editais, ninguém apareceu para assumir a licitação. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Quem caminha pela Praça da Sé nota a precariedade do prédio de arquitetura do século XVIII, que foi Casa de Câmara e Cadeia, a exemplo de outras no nosso estado, como as de Aracati e Icó. Só que no Crato ela definha sob o olhar de todos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">É nítida a infiltração nas paredes. E é apenas o que se vê por fora, agora a distância, por causa do isolamento. Por dentro, a ruína se dá há mais tempo. Este colunista já visitou o museu quando o público não podia mais e teve que se equilibrar sobre o que restou do piso superior, de madeira apodrecida. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">A revolta do artista</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Logo que soube do prejuízo no prédio, entrei em contato com Bruno Pedrosa. O artista plástico cearense que mora na Itália foi o fundador do Museu de Arte Vicente Leite, em 1972. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O objetivo era homenagear o paisagista cratense autodidata pouco conhecido na terra natal. Por isso, escolheu o nome. E reuniu num mesmo espaço obras deste e de outros.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">"A primeira imagem que se tem de Fortaleza iconográfica era um painel de José Reis de Carvalho doado por mim", afirma Bruno.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Foram 72 obras. Ele próprio convenceu outros artistas a fazer doações, como a pintora Sinhá d'Amora e a escultora Celita Vacani.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">"Eu me sinto um desgraçado que convenceu um artista a dar um trabalho dele para ser destruído depois", afirma, revoltado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Pedrosa tem uma escritura pública de doação com condições que preveem a devolução das obras. Porém, ainda não decidiu fazer isso porque acredita que sua postura poderia ser mal interpretada. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><b>Para a santa, sobra dinheiro</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Enquanto o museu jaz, o Crato deve ganhar uma nova estátua de Nossa Senhora de Fátima. A prefeitura confirmou em fevereiro que o monumento será reconstruído e ficará ainda maior.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Bruno Pedrosa critica essa contradição. Mesmo sendo católico, ele diz que o Crato busca uma característica que é autêntica em Juazeiro do Norte, enquanto perde a sua própria.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">"É como se Nápoles criasse um Vaticano para receber parte dos visitantes que vão a Roma ver o Papa", compara o artista.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Para ele, a decisão só pode ter uma razão eleitoreira. Uma imagem da Virgem, mesmo que esculpida em gosto duvidoso, renderia mais votos do que a restauração do museu.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Se o artista tem razão, e parece que sim, então a autointitulada cidade da cultura é morada de gente que parece não se interessar tanto assim por ela. E, depois de serem impedidos de apreciar as obras, serão todos testemunhas da ruína do seu último imóvel histórico.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">---------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Diário do Nordeste.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-69168244343681771072024-03-06T12:29:00.005-03:002024-03-06T12:29:55.501-03:00Posse de Anna Karina como vereadora faz com que Fortaleza tenha a maior bancada feminina da História <p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8cJ59ZitkxMu5MVTm1mJbVpUFAXzxKTUg8AmpqHW-Vrt61fLHxr8JtkGfGmzCTG0sOfcV8va5AOcCvrBMQPVrbgm2MwkdxGXNs9EK7qEf5ij9zK4PuP48SdE4qd5C_1dwA0SjLq5jP_uhrAiKFmKwkA-Y33CAabITIWnZTEEBwJk7ykqRCejFl961x-cR/s750/1_fotos___da___camara___municipal___11_-25813645.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="750" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8cJ59ZitkxMu5MVTm1mJbVpUFAXzxKTUg8AmpqHW-Vrt61fLHxr8JtkGfGmzCTG0sOfcV8va5AOcCvrBMQPVrbgm2MwkdxGXNs9EK7qEf5ij9zK4PuP48SdE4qd5C_1dwA0SjLq5jP_uhrAiKFmKwkA-Y33CAabITIWnZTEEBwJk7ykqRCejFl961x-cR/w640-h426/1_fotos___da___camara___municipal___11_-25813645.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO |Reprodução | O Povo).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A vreadora Anna Karina (Psol) tomou posse na Câmara Municipal de Fortaleza nesta terça-feira, 5, no lugar de Gabriel Aguiar (Psol), que tirou licença por 120 dias. Com a chegada da parlamentar, a capital cearense chegou a 10 vereadoras na mesma legislatura, o maior número da história.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">"É uma data histórica para a Câmara de Vereadores de Fortaleza. A gente nunca teve essa quantidade de mulheres, mas ainda é muito pequeno, é muito pífio levando em consideração que nós mulheres somos a maioria da cidade de Fortaleza", declarou ao O POVO a vereadora.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Além de Anna Karina, são vereadoras Ana Aracapé (PL), Enfermeira Ana Paula (PDT), Adriana Nossa Cara (Psol), Cláudia Gomes (PSDB), Estrela Barros (Rede), Kátia Rodrigues (Cidadania), Priscila Costa (PL), Prof. Adriana Almeida (PT) e Tia Francisca (PL).</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-----</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do O Povo.</span></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-8997243224832842262024-03-04T19:19:00.003-03:002024-03-04T19:22:30.063-03:00Diretora solicita censura a livro sobre racismo na escola chamando-o de “Nojento”<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDNxANi6amHCgmz29PERmn1K4j4bIevX225W-ANnv6MXFaTpkRAvlx0LJ5Qp9c0zMdmqsB9-ZBMcFFUYkf8jS0wVR1WvsGTf_jx5hz6Tz-VB1gbW2gem6C65F46DRqXHnrHlvEXPnr8kV32YK7CP1rZPJKpzCY0aMw1ZR392yJJaOd0V7XXWY4hrp0DYOW/s1250/Avesso-da-Pele.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="595" data-original-width="1250" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDNxANi6amHCgmz29PERmn1K4j4bIevX225W-ANnv6MXFaTpkRAvlx0LJ5Qp9c0zMdmqsB9-ZBMcFFUYkf8jS0wVR1WvsGTf_jx5hz6Tz-VB1gbW2gem6C65F46DRqXHnrHlvEXPnr8kV32YK7CP1rZPJKpzCY0aMw1ZR392yJJaOd0V7XXWY4hrp0DYOW/w640-h304/Avesso-da-Pele.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Reprodução | Revista Raça)</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Vencedor do Prêmio Jabuti de 2021 de romance literário, o livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, é alvo de polêmica em uma escola de Santa Cruz do Sul, cidade no estado do Rio Grande do Sul.<span><a name='more'></a></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Na sexta (1º), a diretora da Escola Ernesto Alves, Janaina Venzon, classificou a obra como inadequada aos estudantes de ensino médio. Em vídeo postado em seu perfil do Instagram, Venzon lê trechos do livro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“Lamentável o Governo Federal através do MEC adquirir esta obra literária e enviar para as escolas com vocabulários de tão baixo nível para serem trabalhados com estudantes do ensino médio. Solicito ao Ministério da Educação buscar os 200 exemplares enviados para a escola. Prezamos pela educação dos nossos estudantes e não pela vulgaridade”, escreveu a diretora na legenda da postagem.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“Para mais uma informação, deixando claro: Os professores não escolheram esta obra literária. A escola não escolheu nenhuma obra literária. As obras literárias estão sendo escolhidas pelo Governo Federal. Desconheço o critério de escolha por parte do Governo, só penso que deveriam analisar antes, para depois enviar para as escolas trabalharem”, segue o texto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O livro havia sido selecionado via Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), programa que, junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), compra e distribui livros e materiais didáticos para professores e estudantes de escolas públicas de todo o país.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">As editoras se inscrevem para participar do PNLD em prazos definidos pelo FNDE e divulgados em edital. As obras inscritas passam por triagem técnica, física e pedagógica feita por especialistas. Os professores devem participar da análise e escolha dos livros, e o registro das obras escolhidas é feito pelo diretor da escola.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O vereador Rodrigo Rabuske (PRD), de Santa Cruz do Sul, também divulgou um vídeo em suas redes sociais na sexta (1º) em que repudia a obra.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Contatada, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul diz que “ninguém da coordenadoria regional de educação mandou recolher os livros”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Em nota oficial, informa que “a escolha das obras literárias é realizada diretamente pelas equipes gestoras das escolas. Elas integram um catálogo previsto no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC).”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O Ministério da Educação também enviou nota oficial. “O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) é uma relevante política do Ministério da Educação com mais de 85 anos de existência e com adesão de mais de 95% das redes de ensino do Brasil. A permanência no programa é voluntária, de acordo com a legislação, em atendimento a um dos princípios basilares do PNLD, que é o respeito à autonomia das redes e escolas”, começa o texto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“A aquisição das obras se dá por meio de um chamamento público, de forma isonômica e transparente. Essas obras são avaliadas por professores, mestres e doutores, que tenham se inscrito no banco de avaliadores do MEC. Os livros aprovados passam a compor um catálogo no qual as escolas podem escolher, de forma democrática, os materiais que mais se adequam à sua realidade pedagógica, tendo como diretriz o respeito ao pluralismo de concepções pedagógicas.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“O Avesso da Pele” conta a história de Pedro, um rapaz de 22 anos, que escreve em primeira pessoa a “verdade inventada” sobre o seu pai, Henrique, professor de literatura assassinado pela polícia em Porto Alegre. A obra joga luz sobre a fratura íntima causada pelo racismo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A Companhia das Letras, que publicou “O Avesso da Pele”, disse repudiar qualquer ato de censura e fez uma postagem em seu perfil do Instagram. Segundo o texto, o livro “foi aprovado por uma banca de educadores, especialistas e mestres em literatura e língua portuguesa juntamente com outros 530 títulos”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“Para chegar ao colégio em questão, ainda precisou passar por aprovação da própria diretora, que assinou o documento de ‘ata de escolha’ da obra e agora contesta o conteúdo do livro. Esses dados são transparentes e públicos”, diz a legenda do post.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“A retirada de exemplares de um livro, baseada em uma interpretação distorcida e descontextualizada de trechos isolados, é um ato que viola os princípios fundamentais da educação e da democracia, empobrece o debate cultural e mina a capacidade dos estudantes de desenvolverem pensamento crítico e reflexivo. O que se destaca em ‘O Avesso da Pele’ não é uma cena, tampouco a linguagem, mas sim a contundente denúncia do racismo que se imiscui em todas as nossas relações, até as mais íntimas.”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O autor da obra também se manifestou em suas redes. “Após repercussão e de uma moção de um vereador, a 6° CRE mandou recolher os exemplares das escolas e bibliotecas até que governo federal se manifeste (…). As distorções e fake news são estratégias de uma extrema direita que promove a desinformação. O mais curioso é que as palavras de ‘baixo calão’ e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras”, escreveu.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Jeferson Tenório também é autor de “O Beijo na Parede” e “Estela sem Deus”, além de escritor e professor de literatura. Em 2022, ele usou suas redes sociais para dizer que vinha sofrendo ameaças de morte após anunciar uma palestra que faria em uma escola de Salvador. Segundo ele, se trataria de uma represália a “O Avesso da Pele”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">---------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações da Revista Raça.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-42822993440424740382024-03-03T18:18:00.003-03:002024-03-03T18:22:45.840-03:00Livro busca quebrar preconceitos sobre origem africana da matemática<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsbg0AQj9z-AbQQZNBVBJKTk31dEdRqSP6HeAMTi1psAMz6k3xadMrJYqy3sAhTLPA68_Poe7fVW9Xyt8ezgb5RTpfa4e0BEqM6Y_9d0yNYJ7Gp-n-gzX7hQbM9kErrH9LnI0o3WolmHb_V0OsvQk5fzdgbKmoBj3eS2u4tAxHlsLdjYv_Oh1ts6Om9buE/s1040/pexelsmatematica.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="693" data-original-width="1040" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsbg0AQj9z-AbQQZNBVBJKTk31dEdRqSP6HeAMTi1psAMz6k3xadMrJYqy3sAhTLPA68_Poe7fVW9Xyt8ezgb5RTpfa4e0BEqM6Y_9d0yNYJ7Gp-n-gzX7hQbM9kErrH9LnI0o3WolmHb_V0OsvQk5fzdgbKmoBj3eS2u4tAxHlsLdjYv_Oh1ts6Om9buE/w640-h426/pexelsmatematica.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A editora Ananse lança na próxima quinta-feira (7), na livraria Martins Fontes, em São Paulo, o livro “A Origem Africana da Matemática”, do escritor Jefferson Todão. A obra busca quebrar conceitos arraigados ao desafiar a narrativa tradicional que limita a origem da ciência e da matemática às civilizações gregas e europeias.<span><a name='more'></a></span><span></span><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Ao destacar a herança científica e cultural de países africanos como África do Sul, República Democrática do Congo, Mali, Líbia e Egito, Todão compartilha a importância de conceitos fundamentais originados nesses países, como o calendário, a escrita e a astronomia. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Além de enriquecer a compreensão sobre a origem da matemática, a obra se alinha à necessidade de cumprir com a Lei 10.639/03, que busca promover a história e a cultura afro-brasileira e africana nas escolas do Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Visando destacar a importância de reconhecer e celebrar essas contribuições dos povos africanos, o autor explora desde os primeiros sistemas de numeração até os avanços na geometria e álgebra, e ressalta a sofisticação matemática das civilizações africanas antigas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Por meio dessa revisão histórica, o livro se propõe a corrigir um epistemicídio histórico, trazendo à luz as contribuições ignoradas dos povos africanos para o desenvolvimento global da ciência e da construção do conhecimento humano.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O autor também defende que a educação em ciências deve refletir a diversidade de contribuições culturais e desafiar a hegemonia eurocêntrica que domina os currículos educacionais para promover uma educação decolonial.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">--------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Alma Preta.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-47839464004424075822024-03-03T09:42:00.002-03:002024-03-12T17:49:31.043-03:00A Revolução Negra<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3znxY0XoP155KUGWTfHzDIwYWDbCN6RLSmAxVujXu899-uU0J4JZ_us99fFpA0uNKickIt7I4xXL61evQ_4YntaDuz7D6u-j5Jvall1bcR5IcEiosoJ0YaIjfA1McQXZ24NIDDwFqJn-PY6qhG9ZM5JK80zPNxZS4cCcChFRy8bEz1cTmsVPRYp9eKV5/s254/a-revolu%C3%A7%C3%A3o-negra.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="175" data-original-width="254" height="441" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_3znxY0XoP155KUGWTfHzDIwYWDbCN6RLSmAxVujXu899-uU0J4JZ_us99fFpA0uNKickIt7I4xXL61evQ_4YntaDuz7D6u-j5Jvall1bcR5IcEiosoJ0YaIjfA1McQXZ24NIDDwFqJn-PY6qhG9ZM5JK80zPNxZS4cCcChFRy8bEz1cTmsVPRYp9eKV5/w640-h441/a-revolu%C3%A7%C3%A3o-negra.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><p></p><p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 14pt;"><b>Luta
antirracista não é mero “identitarismo”, como alguns sugerem,
mesmo na esquerda. História mostra que a escravidão foi pilar da
formação das elite brasileira. O movimento negro, portanto, também
é chave para qualquer projeto de transformação.</b></span></span></p><p></p><p style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 14pt;"><b>É
pelo rastro que se conhece o tamanho da onça.</b></span></span></p><p style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</p><p style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: 12pt;">Sabedoria
popular brasileira</span></span></p><p></p><p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Classes
sociais não devem ser percebidas como uma categoria sociológica
abstrata. Nada pode fazer sentido quando se despreza a geografia e a
história, portanto, o espaço e o tempo. Utilizar o conceito de
classe trabalhadora, curto e grosso, é uma ideia útil, mas somente
em grau elevadíssimo de abstração. Em cada nação a classe
trabalhadora tem uma história particular. No Brasil a condição de
classe é indivisível da condição de raça.<span></span></span></span></p><a name='more'></a><p></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">O
principal traço peculiar da evolução do capitalismo na América
Portuguesa, depois no Brasil, é que ele se implantou de forma atroz,
desumana e bárbara, recorrendo à escravidão como relação de
trabalho dominante, em escala sem paralelo no mundo nos últimos mil
e quinhentos anos.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">O
Brasil permanece muito diferente dos seus vizinhos sul-americanos de
colonização espanhola, por muitas determinações, todavia, esta é
a principal. Houve escravidão em muitas outras colônias das
Américas. No entanto, nenhuma nação contemporânea conheceu em sua
história escravidão negra em tão larga proporção, e por tanto
tempo, como o Brasil. 1</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Sem
valorizar o impacto histórico-social da escravidão é impossível
decifrar a especificidade da formação da burguesia no Brasil. A
escravidão indígena e negra foi dominante em muitas outras
ex-colônias europeia, como Cuba, por exemplo. Mas os capitalistas do
século XXI no Brasil são os herdeiros de um processo de dominação
que, pela escala, não tem paralelo e não permite comparação com
nenhuma outra classe dominante no mundo.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Não
é possível entender a formação da classe trabalhadora brasileira.
O capitalismo no Brasil, entendido como capitalismo comercial, não
foi tardio. Tardia foi a urbanização e, sobretudo, a
industrialização. A colonização recorreu à brutalidade do
trabalho forçado, mas o seu sentido histórico foi capitalista.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">As
raízes ideológicas do racismo que envenena a maioria das classes
médias, que são o núcleo duro da base social que sustenta a
dominação de classe, repousam, inteiramente, na herança deixada
pela escravidão. O mito da democracia racial brasileira é uma
narrativa perigosa, provocativa e insolente, porque ainda é muito
poderosa. A importância central do tema da escravidão, uma relação
social pré-capitalista, para a compreensão das tarefas da revolução
brasileira não se reduz a um debate historiográfico, porque tem
consequências políticas programáticas.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Três
correntes debateram no interior do marxismo, pelo menos desde meados
do século XX, o sentido da colonização ibérica. O estalinismo
defendeu a tese de que ela teria sido feudal. Gunder Franck respondeu
defendendo que teria sido diretamente capitalista. Em 1948, Nahuel
Moreno defendeu em Cuatro Tesis sobre la colonización española y
portuguesa en América, uma terceira posição.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">O
processo teria sido mais complexo, porque resultado de um amálgama
entre interesses capitalistas, relações sociais escravistas e
formas feudais, portanto, uma formação social histórica original,
um híbrido. Em uma interpretação desta discussão historiográfica,
anos depois afirmou:</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">O
marxismo latino-americano foi educado sob a influência de um
pseudomarxismo extraído das fontes de historiadores liberais. Estes
proclamavam uma suposta colonização feudal por Espanha e Portugal
que tinha estado na origem do nosso atraso em relação aos Estados
Unidos da América. Este falso esquema de colonização foi
suplantado em alguns círculos marxistas por outro tão perigoso
quanto o anterior: a colonização latino-americana foi diretamente
capitalista. Gunder Frank é um dos mais importantes representantes
desta nova corrente de interpretação marxista. Como cita George
Novack, ele afirma categoricamente que “o capitalismo começa a
penetrar, a formar-se, a caracterizar completamente a América Latina
(…) já no século XVI”. Produção e descobertas para objetivos
capitalistas; relações escravas ou semi-escravas; As formas e
terminologias feudais (como o capitalismo mediterrânico) são os
três pilares em que se baseou a colonização da América.. 2</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">A
colonização do Brasil foi motivada por interesses capitalistas.
Muito antes da independência, já existia uma classe dominante
luso-brasileira com características burguesas, dissimulações
feudais, embora as relações sociais fossem, anacronicamente,
pré-capitalistas.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">A
acumulação capitalista precedeu, portanto, a abolição da
escravidão. Existiam assalariados desde os tempos da América
portuguesa, mas esta relação de trabalho era marginal. Por aqui a
burguesia começou a se formar no século XVI. Mas o proletariado
surge como classe, ainda assim, embrionariamente, somente nas últimas
do século XIX, alguns séculos mais tarde. Como alertou,
pioneiramente, nos anos quarenta, Caio Prado Júnior:</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">A
situação do Brasil se apresenta de forma distinta, pois na base e
origem da nossa estrutura e organização agrária, não encontramos,
tal como na Europa, uma economia camponesa, e sim a mesma grande
exploração rural que se perpetuou desde o início da colonização
brasileira até nossos dias; e se adaptou ao sistema capitalista de
produção através de um processo ainda em pleno desenvolvimento e
não inteiramente completado (sobretudo naquilo que mais interessa ao
trabalhador), de substituição do trabalho escravo pelo trabalho
juridicamente livre.3</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Se
avaliarmos a escala nacional, só podemos considerar uma presença da
classe operária em alguns poucos centros urbanos depois dos anos
trinta do século XX e, de forma mais expressiva, somente depois dos
anos cinquenta, quando ainda quase metade da população vivia no
mundo rural.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Esta
assimetria do processo histórico-social de formação das duas
classes mais importantes da atual sociedade brasileira potencializou
no marxismo duas posições opostas, que podemos classificar,
simplificando, como os estruturalistas e os circulacionistas.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">A
primeira e mais influente foi a daqueles que não admitiam a
possibilidade da existência de uma colonização capitalista desde a
invasão portuguesa. Insistiram durante décadas na defesa esdrúxula
de que teria existido feudalismo no Brasil. Alberto Passos Guimarães
e sua obra Quatro séculos de latifúndio conseguiu grande
repercussão.4 Defenderam que uma sociedade deve ser caracterizada,
historicamente, em primeiro lugar, pelas relações de produção
dominantes. Afirmaram que o que caracteriza o capitalismo é o
trabalho assalariado. Se o trabalho assalariado não é dominante, a
sociedade não é capitalista.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">A
outra posição, embora oposta pelo vértice, era igualmente
unilateral. Os circulacionistas afirmavam que a colonização tinha
sido, sumariamente, capitalista, desprezando o fato incontornável de
que o escravismo criou raízes profundas em 350 anos de existência.
A Organização Revolucionária Marxista-Política Operária, POLOP,
por exemplo, assumiu esta interpretação para concluir a necessidade
de um programa diretamente socialista ou anticapitalista, diminuindo
a importância das tarefas democráticas da revolução brasileira.5</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Jacob
Gorender tentou solucionar o debate com uma elaboração imaginativa
e inspirada, ainda que sob forte influência estruturalista,
sugerindo que o Brasil conheceu um modo de produção próprio, o
escravista colonial.6</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">O
Brasil é ainda um país muito atrasado. É atrasado econômica,
social, política e culturalmente. É dramaticamente atrasado em
termos educacionais, quando comparado com nações em estágio
semelhante de desenvolvimento econômico. Atrasado, portanto, em toda
a linha. Ao mesmo tempo, paradoxalmente, é o maior parque industrial
do hemisfério sul do planeta, e uma das dez maiores economias, com
mais de vinte cidades ou regiões metropolitanas de um milhão ou
mais de habitantes, e 85% da população, economicamente, ativa em
centros urbanos.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">O
Brasil tem a mais poderosa burguesia do mundo na semiperiferia. Tem
também o mais poderoso proletariado. Mas a peculiaridade brasileira
só se compreende, se equacionarmos que mais da metade desta classe
trabalhadora é negra, entre mestiços e pretos, indistinta e,
implacavelmente, oprimidos. O peso histórico-social desta condição
de raça e classe é distinto da África do Sul, por um lado, e muito
diferente dos EUA, mas esmagador.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Ser
negro pobre nunca foi igual, durante séculos, a ser branco pobre.
Ainda estamos muito longe de que seja. No Brasil, os negros entre a
burguesia são invisíveis. Nas camadas médias, tanto entre os
pequenos proprietários, quanto entre os que conquistaram
escolaridade elevada, são uma ínfima minoria. Uma parcela da
esquerda permanece míope diante desta tragédia histórica, e
desqualifica a luta do movimento negro como sendo uma alavanca para
acelerar o acesso à classe média. Esta posição é absurda e
obtusa. Não é a luta contra o racismo que divide a classe
trabalhadora, é o racismo que é manipulado pela classe dominante
que divide o povo. A defesa do movimento negro pela esquerda é uma
condição para que seja possível construir a unidade da luta
popular.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Só
utilizando os recursos marxistas da lei do desenvolvimento desigual e
combinado é possível equacionar a principal das peculiaridades
brasileiras: o capitalismo usou em escala insólita a mão de obra
escrava. O que nos remete ao debate estratégico sobre o programa.
Nas palavras de Moreno:</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Esta
discussão teórica não é uma controvérsia acadêmica alheia à
política. As teses da revolução permanente não são as teses da
mera revolução socialista, mas da combinação das duas revoluções,
a democrática burguesa e a socialista. A necessidade desta
combinação surge inexoravelmente das estruturas socioeconômicas
dos nossos países atrasados, que combinam diferentes segmentos,
formas, produção e relações de classe. Se a colonização foi
desde o início capitalista, não há outra opção senão a
revolução socialista na América Latina e não uma combinação e
subordinação da revolução democrática burguesa à revolução
socialista. 7</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Não
é possível lutar, seriamente, pela mudança da sociedade em que
vivemos, sem compreender como ela é. Em perspectiva marxista, esta
análise deve identificar quais são os sujeitos sociais interessados
na transformação.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">A
força da classe trabalhadora brasileira repousou e se explica, em
grande medida, pelo seu gigantismo, pela concentração e pela sua
juventude. Historicamente, em comparação com a Argentina, por
exemplo, a classe trabalhadora brasileira é meio século mais jovem.
Essa juventude, paradoxalmente, foi até hoje, também, a sua
fraqueza. Porque a atual classe trabalhadora brasileira se formou,
majoritariamente, pelo deslocamento para as cidades, em processo
muito intenso e acelerado de ondas sucessivas de migrações
internas, da população descendente, em sua maioria, dos
afro-brasileiros cujos ancestrais foram escravos.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">A
revolução brasileira tem pela frente o desafio de ser uma revolução
social anticapitalista, ou seja, a expropriação dos monopólios,
porque a classe trabalhadora deverá ser o seu principal sujeito
social. Mas só poderá triunfar se tomar como sua as bandeiras
democráticas das tarefas inacabadas deixadas para trás pela
impotência burguesa.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Essa
revolução democrática tem muitas e variadas tarefas. Tem tarefas
civilizatórias, como a erradicação da corrupção, a demarcação
das terras indígenas, o fim das desigualdades regionais. Tem tarefas
de libertação nacional na luta contra a ordem imperialista. Tem
tarefas agrárias contra o latifúndio. Só poderá triunfar,
contudo, se for também uma revolução negra.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Sem
a maioria deles, que são a maioria demográfica, social, política e
cultural do povo, uma vitória contra o capitalismo nunca será
possível. Quem ainda não compreendeu isso não entendeu nada.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">______</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;"><b>Notas:</b></span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">1
O primeiro censo nacional foi realizado entre 1870/72. O questionário
era de difícil transcrição e apuração. Embora tenha sido feito
em condições, especialmente, precárias, sua importância como
fonte não merece ser diminuída. Sobre uma população próxima a
dez milhões ou, mais exatamente 9.930.478, a população escrava era
ainda um pouco maior que um milhão e meio, ou, mais precisamente de
1.510.806, sendo 805.170 homens e 705.636 mulheres. Estudos
demográficos históricos são somente aproximações de grandeza,
mas estima-se que nunca deve ter sido menor que um terço do total
até 1850, e pode ter sido próxima à metade, ou pelo menos 40% no
século XVIII, no auge da exploração do ouro das Minas Gerais.
PUBLICAÇÃO CRÍTICA DO RECENSEAMENTO GERAL DO IMPÉRIO DO BRASIL DE
1872 do Núcleo de Pesquisa em História Econômica e Demográfica –
NPHED da UFMG. Consulta em dezembro 2014. Disponível em:
www.nphed.cedeplar.ufmg.br/…/Relatorio_preliminar_1872_site_nphed.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">2
Ainda mais claro:”Eles não inauguraram um sistema de produção
capitalista porque não havia exército de trabalhadores livres no
mercado da América. É assim que os colonizadores, para explorarem
capitalistamente a América, são forçados a recorrer a relações
de produção não-capitalistas: a escravatura ou a semi-escravidão
dos povos indígenas”. MORENO, Nahuel. Cuatro Tesis sobre la
colonización española y portuguesa em América.
https://www.marxists.org/espanol/moreno/obras/01_nm.htm Consulta em
dezembro de 2014.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">3
Ou ainda mais claro em O sentido da colonização: “Coloquemo-nos
naquela Europa anterior ao séc. XVI, isolada dos trópicos, só
indireta e longinquamente acessíveis, e imaginemo-la, como de fato
estava, privada quase inteiramente de produtos que se hoje, pela sua
banalidade, parecem secundários, eram então prezados como requintes
de luxo. Tome-se ocaso do açúcar; que embora se cultivasse em
pequena escala na Sicília, era artigo de grande raridade e muita
procura; até nos enxovais de rainhas ele chegou a figurar como dote
precioso e altamente prezado(…) Isto nos dá a medida do que
representariam os trópicos como atrativo para a fria Europa, situada
tão longe deles(…) É isto que estimulará a ocupação dos
trópicos americanos. Mas trazendo este agudo interesse, o colono
europeu não traria com ele a disposição de pôr-lhe a
serviço, neste meio tão difícil e estranho, a energia do seu
trabalho físico. Viria como dirigente da produção de gêneros de
grande valor comercial, como empresário de um negócio rendoso; mas
só a contragosto como trabalhador. Outros trabalhariam para ele.”
PRADO JÚNIOR, Caio.In Formação do Brasil Contemporâneo,
Brasiliense/Publifolha, 2000, p.29.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">4
Sobre a interpretação da hipótese de feudalismo, Alberto Passos
Guimarães é representativo: “A simples eliminação em nossa
História da essência feudal do sistema latifundiário brasileiro e
a consequente suposição de que iniciamos nossa vida econômica sob
o signo da formação social capitalista significa, nada mais nada
menos, considerar uma excrescência, tachar de supérflua qualquer
mudança ou reforma profunda de nossa estrutura agrária.”
GUIMARÃES, Alberto Passos. Quatro séculos de latifúndio. Rio de
Janeiro. Paz e Terra, 1968, p.33.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">5
REIS FILHO, D.A. & SÁ, J. F. de. [Org.] Imagens da revolução:
documentos políticos das organizações clandestinas de esquerda dos
anos 1961-1971. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1985.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">6
Mário Maestri resgatou, merecidamente, este trabalho do
esquecimento:“Em O escravismo colonial, Gorender superava a
tradicional apresentação cronológica de cunho historicista do
passado do Brasil para definir em forma categorial-sistemática sua
estrutura escravista colonial. Ou seja, empreendia estudo
“estrutural” daquela realidade, para penetrar “as aparências
fenomenais e revelar” sua “estrutura essencial”. Isto é, seus
elementos e conexões internos e o movimento de suas contradições.”
MAESTRI, Mário O Escravismo Colonial: A revolução Copernicana de
JacobGorender.
http://www.espacoacademico.com.br/035/35maestri.htm#_ftn23</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Consulta
em dezembro 2014</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">7
IDEM. https://www.marxists.org/espanol/moreno/obras/01_nm.htm
Consulta em dezembro de 2014.</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">____</span></span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span face="Arial, sans-serif"><span style="font-size: medium;">Publicado
originalmente no Outras Palavras.</span></span></p><p></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-78930380468413433792024-03-02T20:06:00.005-03:002024-03-02T20:23:03.490-03:00Clarim da Alvorada: 100 anos (1924 - 2024)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjORK4rbGHqTMgPvwyWFKf6Py4zwcm6S98mYKbo7e8Nn1TYolVClputzMue-poQcHeKhUbn4QlnaE7vFYqEpOkGK9p7cYR9TBaMFE-A1Pe1xq4By77RTpGfwkLAeOoEpZdobucS6cU7eN4HJNMALHuTsoRF9v-BgsWF7E3PxaLXC2VVS6B9bcJTeek69aZJ/s446/CLARIM-DA-ALVORADA-2-446x248.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="248" data-original-width="446" height="356" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjORK4rbGHqTMgPvwyWFKf6Py4zwcm6S98mYKbo7e8Nn1TYolVClputzMue-poQcHeKhUbn4QlnaE7vFYqEpOkGK9p7cYR9TBaMFE-A1Pe1xq4By77RTpGfwkLAeOoEpZdobucS6cU7eN4HJNMALHuTsoRF9v-BgsWF7E3PxaLXC2VVS6B9bcJTeek69aZJ/w640-h356/CLARIM-DA-ALVORADA-2-446x248.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO |Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><p><b><span style="color: #783f04;"> </span></b></p><p></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Há 100 anos, a criação de um jornal na cidade de São Paulo deixava marcas com o pioneirismo em relatos contra o racismo e a ampliação de espaço ao movimento negro.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Fundado no dia 6 de janeiro de 1924 pelos intelectuais negros Jayme de Aguiar e José Correia Leite, O Clarim d’Alvorada se tornou referência na politização do debate sobre a questão racial, segundo Flávio Thales Ribeiro Francisco, doutor em história social pela USP (Universidade de São Paulo) e professor da UFABC (Universidade Federal do ABC).</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Embora outros jornais já debatessem questões ligadas ao que chamavam de “preconceito de cor”, termo utilizado na época, O Clarim intensificou o caráter noticioso e combativo anos após seu surgimento, quando mesclava denúncias de racismo com conteúdo de entretenimento.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“Em 1928, O Clarim se consolida como um jornal político. Isso teve a ver com o contexto nacional. O movimento negro acompanhou o processo de articulação de agendas baseadas em diferentes correntes ideológicas. Na época, o debate público efervescia. Isso fica claro com a Revolução de 1932”, afirma.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Segundo Francisco, especialistas identificam a formação da imprensa negra ainda no século 19. No período, o foco era o debate contra a escravidão e a respeito da situação dos negros livres. Após a abolição, em 1888, as publicações propõem debates sobre a nova condição dos negros.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">De forma similar, O Clarim focou a importância da educação para a população negra e os limites da abolição implementada. “Falava da importância de se criar uma segunda abolição, porque a primeira não havia sido suficiente para dar conta da integração da população negra“, diz.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O jornal também circulou em outras cidades paulistas, como São Carlos e Sorocaba, e em algumas capitais, como Salvador e Rio de Janeiro, afirma Maria Cláudia Ferreira, doutora em história, política e bens culturais pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e professora da Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira).</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O periódico chegou ainda aos Estados Unidos e, no Brasil, dedicava espaço para divulgar conteúdos de jornais norte-americanos.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">As páginas de O Clarim apresentaram poemas, biografias de abolicionistas e divulgação de datas importantes para a comunidade negra, além de discussão sobre como enfrentar o racismo.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Hoje, o jornal é considerado por historiadores um material importante para compreender o que acontecia com os negros brasileiros no século 20, afirma Ferreira. “Noticiou situações de racismo ignoradas pela imprensa nacional e local, que acabava não retratando parte da realidade da sociedade paulistana.”</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Segundo João Paulo Lopes, doutor em história política pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e professor do Instituto Federal do Sul de Minas, o jornal se destaca de outras publicações pela longevidade e regularidade. A periodicidade variou entre semanal, mensal e trimestral. A tiragem chegou a 5.000 exemplares.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Bem-sucedido na época e com uma oficina gráfica própria, O Clarim sofreu um baque em 1932, quando foi depredado por integrantes da Frente Negra Brasileira, a quem começou a fazer oposição.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">De acordo com Lopes, a invasão se deu em razão de diferenças pessoais entre Correia Leite, um dos fundadores do jornal, e os irmãos Arlindo Veiga dos Santos e Isaltino Veiga dos Santos, que presidiam a Frente.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Depois da invasão, Leite tentou revitalizar o periódico. Ele lançou alguns números em 1935 e fez uma última tentativa em 1940, mas a publicação não teve continuidade.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“O jornal se destaca também pela insistência desse homem [Leite], que é uma figura muito importante do movimento negro do século 20”, afirma Lopes.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">José Correia Leite nasceu em 1900, em São Paulo. Filho de mãe negra e pai branco que não o reconheceu, é considerado um dos nomes mais importantes do movimento negro e da imprensa negra brasileira. Ele ajudou a fundar, em 1931, a Frente Negra Brasileira, com quem depois romperia. Em 1932, fundou o Clube Negro de Cultura Social. Criou a Revista Niger, em 1960, e colaborou com as publicações A Voz da Raça e O Mutirão, dentre outras iniciativas.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Jayme de Aguiar foi outro importante ativista do movimento negro. Filho de família alforriada, nasceu e cresceu em São Paulo. Atuou em publicações como Evolução e O Patrocínio.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Segundo Lopes, um dos principais méritos de O Clarim foi dar voz a um público que não aparecia ou era retratado de maneira pejorativa na imprensa comercial.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">“Ter um jornal era essencial para divulgar outra narrativa sobre a população negra”, afirma Lopes. “Sair do lugar de subalterno e falar, escrever, concorrer com outras visões da história.”</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-------</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Instituto Búzios.</span></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-81795610246785775232024-02-26T19:17:00.004-03:002024-02-26T19:20:28.132-03:00Ceará supera Brasil em indicadores educacionais para população negra<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkEbUl-fHTbvsTZ__KFfH-DLOqWgIrFQezp_1G5S7lCXvTjoe6RXoRDZA2SZNA1QNJDH-pCZQja9yXWWMwOhkJRCzbFsVyDdDXl5onuAIjCLoTFk4bVNCOogVnlGJYgPjcQUHphb07pmZ3qEh-Zzox4uemb4905ntnq_3xUQN_6xOJXuYcvEnhHLzHVEVH/s1040/Ceara-supera-o-Brasil-em-indicadores-educacionais-para-populacao-negra-aponta-relatorio.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="780" data-original-width="1040" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkEbUl-fHTbvsTZ__KFfH-DLOqWgIrFQezp_1G5S7lCXvTjoe6RXoRDZA2SZNA1QNJDH-pCZQja9yXWWMwOhkJRCzbFsVyDdDXl5onuAIjCLoTFk4bVNCOogVnlGJYgPjcQUHphb07pmZ3qEh-Zzox4uemb4905ntnq_3xUQN_6xOJXuYcvEnhHLzHVEVH/w640-h480/Ceara-supera-o-Brasil-em-indicadores-educacionais-para-populacao-negra-aponta-relatorio.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Governo do Ceará).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Um recente estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) revelou que o estado se destaca em quatro dos seis indicadores de educação para a população preta ou parda, demonstrando avanços significativos na área. Os dados, referentes a 2022, destacam o desempenho cearense em comparação com o Nordeste e o Brasil.<span><a name='more'></a></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">De acordo com o estudo, o Ceará lidera em três dos seis indicadores em questão. Na taxa de escolarização na primeira infância (zero a três anos), o estado registrou 37%, superando a média do Nordeste (33%) e do Brasil (34%). Além disso, essa taxa foi até mesmo maior do que a encontrada para crianças brancas, que foi de 34,3%.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Outro destaque foi a taxa de escolarização das crianças pretas ou pardas de quatro a cinco anos, atingindo 96,6% no Ceará, enquanto o Nordeste teve 93,5% e o Brasil, 91,1%. Além disso, a taxa ajustada de frequência líquida no Ensino Médio para pessoas pretas ou pardas de 15 a 17 anos foi de 77,6% no estado, comparado a 67,8% no Nordeste e 71,7% no Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O estudo do Ipece também apontou que o número médio de anos de estudo das pessoas pretas ou pardas com 15 anos ou mais foi de 8,7% no Ceará, igualando o índice do Nordeste e mostrando-se próximo ao Brasil, que registrou 9,4%.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com cerca de 2,5 milhões de estudantes em 2022, sendo 1,1 milhão na faixa etária entre seis e 14 anos, o Ceará evidencia sua relevância na educação. A maioria dos estudantes (70,5%) declarou ser preta ou parda, o que representa aproximadamente 1,7 milhão de estudantes.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Os resultados foram apresentados no Enfoque Econômico (Nº 270) – Indicadores de Educação por Cor ou Raça – Ceará 2022, com recortes para cor ou raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para os anos de 2016 a 2022 e lançado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">--------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Alma Preta.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-77998219633777877502024-02-21T20:28:00.008-03:002024-02-21T20:28:56.610-03:00O colonialismo matou muito mais que o holocauto <p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl7Tbax7-fyRk12oA2lVIApvqnSBnz8ACCdNHQ9mxoPOC47IiJHki110MAeNEnGvzVqgkKp0yw7uRmGd0RlR2P1pPfOacAehtmBHCEouNvLaoYWaK4XC0XIaXVBtvCyWbwQ_RsmB579zul2nUsdW1bKRkQkEHYVltLKsOuIonLCbevgQlzDjV0d0y_Sk-z/s1200/Marc-Ferrez-Navio-escravos-libertos-a-bordo-do-HMS-London-1882-1200x800.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl7Tbax7-fyRk12oA2lVIApvqnSBnz8ACCdNHQ9mxoPOC47IiJHki110MAeNEnGvzVqgkKp0yw7uRmGd0RlR2P1pPfOacAehtmBHCEouNvLaoYWaK4XC0XIaXVBtvCyWbwQ_RsmB579zul2nUsdW1bKRkQkEHYVltLKsOuIonLCbevgQlzDjV0d0y_Sk-z/w640-h426/Marc-Ferrez-Navio-escravos-libertos-a-bordo-do-HMS-London-1882-1200x800.png" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO |Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><br /></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">João Miguel Tavares escreveu, na última pagina da edição de quinta-feira (dia 18) do “Público<em style="box-sizing: border-box;">“</em>, o qual leio diariamente desde há anos, um artigo com o titulo: “Mais uma comparação com o nazismo e eu grito.” É preciso notar que o artigo estava na última página do jornal, a qual é facilmente visionada por todos os que compram este jornal, ou outros.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Sendo eu português, especialista em temas ligados ao racismo e colonialismo – que são o tema principal do meu último livro -, e professor na Howard University, uma universidade mundial constituída principalmente por alunos descendentes de africanos e com prestígio e influência mundiais precisamente por chamar a atenção para estes temas – é preciso lembrar que Kamala Harris, agora vice-Presidente dos E.U.A., foi aluna de Howard -, este artigo parece-me totalmente indigno de um jornal de prestígio internacional como o “Público<em style="box-sizing: border-box;">“</em>. Por ser não só uma falta de respeito para as centenas de milhões de mortos resultantes do colonialismo europeu – muitíssimos mais que o número atroz e horripilante de mortos de judeus – e também ciganos, e pessoas com deficiência, não podemos esquecer – causados pelo horrível Holocausto, mas também para os sobreviventes e descendentes dos que foram colonizados, como os meus alunos em Howard, e muitos milhares de alunos, professores e outras pessoas a viver em Portugal.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Que o colonialismo europeu matou muito mais que o Holocausto é um facto histórico consensualmente reconhecido por historiadores internacionais. Mas na Europa, e sobretudo em Portugal – contrariamente ao que se faz por exemplo na Alemanha, em que se reconhecem muito mais, a nível público, as atrocidades feitas pelos nazis e <em style="box-sizing: border-box;">também</em> pelo colonialismo alemão – continua a nem querer sequer fazer uma comparação entre o Holocausto e o colonialismo. Isto porque o primeiro é visto como o ‘mal absoluto’, e o segundo como algo que no fundo “não foi tão mau” – ou, como escreveu João Miguel Tavares, que foi muito mais “rico” do que simplesmente “brutalidade e opressão”.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Não há dúvida que o Holocausto é um dos eventos mais horríveis da humanidade: entre 1941 e 1945, os nazis e os seus colaboradores mataram cerca de 6 milhões de judeus, ou mesmo mais, segundo os números consensualmente aceites hoje em dia, e isso envolveu um planeamento frio, totalmente inumano, desde tirar as pessoas das suas casas, construir linhas de caminho de ferro e ter comboios para as transportar, e criar campos de concentração, de extermínio para os matar, e câmaras de gás para as gazear: o mal absoluto, sem dúvida – cerca dois terços dos judeus Europeus foram mortos, nesses 4 anos.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">No realidade, o facto de pessoas como João Miguel Tavares, e no fundo uma grande maioria dos portugueses, continuarem a nem aceitar que se façam comparações entre o colonialismo europeu e o Holocausto, tem precisamente a ver com este último ponto: porque o Holocausto afetou-nos sobretudo a “nós”, os europeus, enquanto o colonialismo afetou os “outros”. Porque na realidade, uma comparação factual revela que não só o colonialismo matou muito mais que o Holocausto, mas que também envolveu planeamento igualmente horripilante e inumano: como construir barcos para levar escravos, aglomerados, acorrentados, em viagens de meses, sabendo de antemão que em muitos casos um terço, ou mesmo dois terços, deles iriam morrer nessas viagens. Nesse sentido, essas condições foram ainda mais horríveis que aquelas terrivelmente inumanas que ocorreram nos comboios usados pelos nazis para transportar judeus durante o Holocausto.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px 0px 20px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">E, sim, acima de tudo, temos os dados mais nefastos de todos: o colonialismo matou mais, muito mais – entre 10 e 20 vezes mais, no mínimo – que o Holocausto. Por exemplo: consensualmente aceita-se que só em relação aos povos indígenas das Américas, entre 1492 e as primeiras décadas de 1600 morreram cerca de 56 milhões de indígenas, devido às armas usadas e aos germes levados pelos colonizadores europeus. Esse número é, por si só, 10 vezes maior que o número horrivelmente atroz de mortos do Holocausto. E se compararmos em números relativos as coisas são ainda piores: enquanto a chamada “grande morte” desses indígenas representa a morte de cerca de 10% da população total do planeta, nesse tempo, o Holocausto causou a morte de cerca de 0,2% da população global, no meio do século passado: 50 vezes pior, em termos comparativos.</span></p><div class="adContainer atHomeFeed mrec onlyWithoutSidebar notOnArticleExclusive" id="Pub6040071bad1ee" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333;"><div class="adWrapper" style="box-sizing: border-box;"><div id="ipub_sas_5" style="box-sizing: border-box;"><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">E o colonialismo foi, infelizmente, muitíssimo mais que a “grande morte” indígena. É consensualmente aceite que, entre os séculos XV e XIX, morreram cerca de 18 milhões de escravos africanos, ou mais. Mais: dezenas de milhões de africanos morreram em África devido ao colonialismo, não só em inúmeras guerras coloniais, mas por outros fatores, incluíndo a existência de campos de concentração.</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Na verdade, se João Miguel Tavares realmente quisesse saber de verdade sobre História, saberia que as comparações entre colonialismo europeu e Holocausto são totalmente justificadas: é um facto histórico reconhecido internacionalmente que o genocídio dos hererós e namaquas, que ocorreu no Sudoeste Africano Alemão onde hoje se localiza a Namíbia, entre 1904 e 1907, foi precisamente onde se criaram muitos dos métodos atrozes que os alemães usaram depois durante o Holocausto.</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">E não foram só os alemães que usaram campos de concentração: durante a “partilha de África” foram usados por vários países europeus, como ocorreu no “Estado Livre do Congo”, onde, em apenas 23 anos, entre 1885 e 1908, morreram cerca de 10 milhões de africanos – ou seja, mais que o número horrível de mortos de todo o Holocausto. Repito, num único país africano. Isto tudo quer dizer que é consensualmente aceite, por peritos internacionais, que no total o colonialismo europeu matou mais de 100 milhões de pessoas, ou seja, efetivamente, cerca de 20 vezes mais que o Holocausto em termos absolutos – e, ademais, levou a um número ainda maior de gente a viver vidas oprimidas, em condições de extrema pobreza, e de fome.</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Claro que, em Portugal, pessoas como João Miguel Tavares dirão, em resposta a este artigo: mas o colonialismo português não tem nada a ver com o do resto dos países europeus, nós não somos como os alemães ou os belgas – ou, como ele escreveu, o “colonialismo (português ou outro)” não foi simplesmente uma “história de brutalidade e opressão”, pois não se pode “roubar ao passado a sua riqueza, a sua complexidade e a sua espessura”.</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Não se pode reduzir a brutalidade e opressão, e esquecer a “riqueza, complexidade e espessura” do colonialismo? Então o que foi o colonialismo? Tentemos os antónimos: foi liberdade, e brandura, um termo tão usado pelos portugueses para descrever o colonialismo do “povo dos brandos costumes”? Vejamos então o que fez este povo de “brandos costumes”, em termos factuais. Por exemplo, na região que é hoje o Brasil, segundo estimativas oficiais, havia pelo menos entre 3 e 5 milhões – e segundo dados mais recentes, até 11 milhões – de indígenas antes do colonialismo: em pouco mais de um século, no princípio de 1600, já eram só uns 900 mil. Ou seja, se usamos a estimativa de 11 milhões da Survival-International, uma respeitada organização internacional que trabalha especificamente sobre estes temas, a presença dos – ou seja, as armas, e os germes levados pelos – portugueses no Brasil levou a um extermínio de cerca de 9,9 milhões de indígenas, ou seja, mais que todo o Holocausto.</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">E, mesmo que o número eventualmente seja menor, é preciso notar que isto é só no Brasil, uma das muitas colónias de Portugal, e sem contar com os milhões de mortes de escravos africanos que também morreram aí, e de africanos que morreram nas colónias portuguesas em África, e sobretudo, sem ter em conta que, como referi acima, os portugueses foram os grandes catalisadores, originalmente, do colonialismo europeu e da escravatura transatlântica que, sem dúvida nenhuma, mataram pelo menos 20 vezes mais, e provavelmente muito mais, do que o horrível, horripilante, indesculpável Holocausto.</span></p><div class="adContainer atHomeFeed mrec onlyWithoutSidebar notOnArticleExclusive" id="Pub6040071bad31b" style="box-sizing: border-box;"><div class="adWrapper" style="box-sizing: border-box;"><div id="ipub_sas_6" style="box-sizing: border-box;"><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Como salientou Ignacio Ellacuria, há cinco séculos com a ‘descoberta’ do chamado ‘novo mundo’ o que realmente se descobriu foi a realidade da Europa, a sua verdadeira cara – “a realidade da cultura ocidental, colonizadora e dominadora”: factos são factos, por mais que eles sejam difíceis de aceitar para o nosso país, que terá de ter a ousadia de se olhar ao espelho e ‘descobrir’ – ou seja, aceitar, de uma vez por todas, em vez de “gritar”, olhar para o lado, e negar factos históricos inegáveis – o que realmente foi, e fez, o nosso país durante tantos séculos.</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-------</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></p><p style="box-sizing: border-box; color: #111111; letter-spacing: 0.5px; line-height: 24px; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Instituto Búzios.</span></p></div></div></div></div></div></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-11809835348737005952024-02-21T19:14:00.005-03:002024-02-21T19:16:48.857-03:00Projeto de artes envolverá escolas e espaço urbano no Crato<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi22tFR884hRvHGJb-lYs_yQka6kmxKnufWNLyOcQGAjy5u2LCZO7a_55upXet1O9UnbstGe5eCTYcM_YcA2Zx1pfoPzbD3WPdfzhDm3iXw1720fcCtyc5u-uR20pGfoLnUsVeHLLc6DXjffO2PggTfrM6e4pDanf2tCIAd8fwBadw5o3w0uB2DL6QgnqiJ/s1600/IMG-20240221-WA0009.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi22tFR884hRvHGJb-lYs_yQka6kmxKnufWNLyOcQGAjy5u2LCZO7a_55upXet1O9UnbstGe5eCTYcM_YcA2Zx1pfoPzbD3WPdfzhDm3iXw1720fcCtyc5u-uR20pGfoLnUsVeHLLc6DXjffO2PggTfrM6e4pDanf2tCIAd8fwBadw5o3w0uB2DL6QgnqiJ/w640-h480/IMG-20240221-WA0009.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Reprodução).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Cubo Galeria é o nome do projeto aprovado no edital da Lei Paulo Gustavo no Crato que será desenvolvido em escolas públicas e em praças. O projeto terá a mediação do pedagogo e artista-educador Alexandre Lucas. As ações serão realizadas de fevereiro a maio deste ano.<span><a name='more'></a></span> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A proposta do trabalho é desenvolver oficinas de autorretrato com os estudantes visando provocar a discussão sobre arte-vida. Para o educador Alexandre Lucas, não é uma oficina para ensinar a fazer autorretrato, mas para pensar sobre o processo de criação artistica e estética. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Os trabalhos produzidos pelos estudantes serão expostos no espaço urbano, tendo como suporte um cubo metálico, onde o público poderá interagir. Lucas destaca que a intenção é promover a aproximação entre artista, obra e público. A população poderá levar parte da exposição para casa, como: adesivos, desenhos e memórias. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Inicialmente estão agendadas oficinas nas escolas: EEFMI Estado da Bahia, EEF Dom Quintino e no Colégio Municipal Pedro Felicio Cavalcanti. Outras escolas deverão ser incluídas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O projeto é realizado com recursos do Governo Federal repassados por meio da Lei Complementar nº 195/2022 - Lei Paulo Gustavo e aprovado Chamamento Público Nº 013/2023, da Prefeitura do Crato, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">------------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Texto encaminhado ao blog por Paulo Rossi, do Coletivo Camaradas.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-63327119741246516602024-02-17T17:28:00.003-03:002024-02-17T17:30:58.218-03:00Museu do Ceará promove arte urbana para celebrar cultural afro-brasileira <p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7VGuq99W2K-IYlKnXimU07AdITvNfW3kqMa9yIy0I4cPkf2YDBkGofX7c5RYAXU2s9AlWeJNa8NgQyU1ZLtnJAe-wnJW3kVXf6rV7untFCXgK0Auu2otnBVTPyWUvR8oErzOPzQzNHg5yjTAZ7rSl3s_jylhcUNM_D7Kef39oPu3GluAk4fLu2LUUbpL6/s1040/Museu-do-Ceara-promove-projeto-de-arte-urbana-para-celebrar-cultura-afro-brasileira.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="780" data-original-width="1040" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7VGuq99W2K-IYlKnXimU07AdITvNfW3kqMa9yIy0I4cPkf2YDBkGofX7c5RYAXU2s9AlWeJNa8NgQyU1ZLtnJAe-wnJW3kVXf6rV7untFCXgK0Auu2otnBVTPyWUvR8oErzOPzQzNHg5yjTAZ7rSl3s_jylhcUNM_D7Kef39oPu3GluAk4fLu2LUUbpL6/w640-h480/Museu-do-Ceara-promove-projeto-de-arte-urbana-para-celebrar-cultura-afro-brasileira.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #660000;">(FOTO |Reprodução |Secult |Ceará).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O Museu do Ceará (Musce) lançou o projeto “Museu vivo, cidade e pessoas: Arte Urbana como dispositivo de ressignificação do Anexo Bode Ioiô – Museu do Ceará”, em colaboração com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). O projeto, que conta com a participação de artistas, pesquisadores e educadores, realiza intervenções artísticas nos portões e no interior do Anexo Bode Ioiô, atual sede do Musce, até 24 de maio.<span></span></span></p><a name='more'></a><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Os painéis artísticos celebram os 20 anos da Lei no 10.639/2003, que incluiu no currículo nacional a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, sendo uma representação da diversidade racial e cultural e promovendo a valorização da história da população negra no Brasil.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Raquel Caminha, gestora do Museu do Ceará, destaca que o Musce se compromete em romper com a perspectiva da ‘história única’ ao recontar fatos e ressignificar conteúdos para incluir de forma positiva a história da população negra no desenvolvimento do Ceará e do Brasil.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">O projeto, que faz parte da iniciativa do Musce em se conectar com a sociedade cearense, contou com a parceria do Grupo Meio Fio de Pesquisa e Ação (GMFPA), que desde 2008 promove práticas reflexivas em arte pública. O objetivo é transformar o Museu em um espaço que promova a reconexão com a sociedade cearense, envolvendo artistas de rua e movimentos sociais.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Artistas como Miguel Naturê, Hirlan Moura, Bruna Acioly e Nick Pereira participaram das intervenções, incorporando elementos significativos da cultura afro-brasileira, como máscaras africanas, o movimento “Black is Beautiful”, referências ao Bumba meu boi e a celebração do Carnaval como instrumento de resistência e visibilidade para ícones negros historicamente negligenciados.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">As intervenções, que incorporam elementos da cultura afro-brasileira, como máscaras africanas e referências ao Carnaval, têm como objetivo ressignificar o espaço cultural e promover o diálogo com diferentes públicos. O projeto ficará em exposição até maio de 2024. Para mais informações, acesse.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-------</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Alma Preta.</span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-68586941450818020132024-02-17T09:06:00.004-03:002024-02-17T09:06:32.935-03:00Sued Carvalho, escritora trans de Juazeiro do Norte, lançará novo livro<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi32CMY2K_XP6bLRHCYq3toE669YMqYLhRRBZkiUZ8FfurvOAJQMyStFhUIkgtg16vMKhRUK6Iy7ss3D7SlYPp1rqIfLrdllGIVX0UEs7bDLeTGx5gIfTT3PXUWu_Q3o6F81U_slxcjW8eOn1H7xd7qfbTVkZxAPcYRvC_naEBbtC8_BSWLq9Ghvj026oxX/s1600/Sud%20Carvalho1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1066" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi32CMY2K_XP6bLRHCYq3toE669YMqYLhRRBZkiUZ8FfurvOAJQMyStFhUIkgtg16vMKhRUK6Iy7ss3D7SlYPp1rqIfLrdllGIVX0UEs7bDLeTGx5gIfTT3PXUWu_Q3o6F81U_slxcjW8eOn1H7xd7qfbTVkZxAPcYRvC_naEBbtC8_BSWLq9Ghvj026oxX/w426-h640/Sud%20Carvalho1.jpg" width="426" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #660000;">Sued Carvalho. (FOTO | Arquivo Pessoal).</span></b></td></tr></tbody></table></p><p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">Sued
Carvalho, professora, escritora e ativista política LGBT, irá
lançar sua mais nova obra de ficção. Trata-se de <b>Ecos</b>, um conto
amoral de vingança.<span></span></span></span></p><a name='more'></a><p></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; text-align: left;">Ao
blog Negro Nicolau, a escritora destacou que o enredo se passa na
região do Crajubar, em referência aos municípios de Crato,
Juazeiro e Barbalha. Em uma mistura de “elementos de thriller
psicológico e realismo fantástico”, que for ler não testemunhará
a existência de heróis. “<i>Ariane se entregou ao rancor e à
vingança e irá sacrificar tudo, usando misteriosos poderes
sobrenaturais, para atingir quem a machucou</i>”, diz Sued.</span></p>
<p align="justify" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; text-align: left;">Ecos,
um conto amoral de vingança sairá pelo selo da Editora Viseu e as
vendas iniciarão no dia 15 de março, estando disponível
nacionalmente nas principais livrarias virtuais.</span></p><p></p><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-34171983959265345352024-02-16T18:28:00.005-03:002024-02-16T18:41:21.656-03:00Pontos de Cultura do Ceará terão formação em comunicação com organização internacional<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvqQZkyCxpBNAlFtJGWk_4cLbEqXVZASbBItS26iVewGtoSfBw5taiQVnBqoHklR3NFa1EIVk-A2xryvw5i9RXPBAMhJ7widn18FNEdojJtZOQ4qTgaMYXCOsbcyIpYtC60zkeDv5Smg3X3LXMTHwqQndk-7ujDz0MXz8YwtRkGUbznbMVno4cU81w9BRo/s600/IMG-20240216-WA0003.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvqQZkyCxpBNAlFtJGWk_4cLbEqXVZASbBItS26iVewGtoSfBw5taiQVnBqoHklR3NFa1EIVk-A2xryvw5i9RXPBAMhJ7widn18FNEdojJtZOQ4qTgaMYXCOsbcyIpYtC60zkeDv5Smg3X3LXMTHwqQndk-7ujDz0MXz8YwtRkGUbznbMVno4cU81w9BRo/w640-h480/IMG-20240216-WA0003.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Reprodução | WhatsApp).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Os Pontos de Cultura Coletivo Camaradas, Mensageiras da Paz, Ensaio Aberto e Carrapato Cultural em parceria com a organização internacional “Comunicação Entre Mundos” - Comundos, da ( Bélgica) realizarão em formato online e gratuito, no período de março e abril, a formação em Comunicação Popular para Pontos de Cultura.<span><a name='more'></a></span> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><span>Ação visa fortalecer o Cultura Viva - Pontos de Cultura, a partir do intercâmbio internacional e da instrumentalização de tecnologias digitais de comunicação. </span><span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A iniciativa deverá envolver cerca de 70 Pontos de Cultura do Estado do Ceará e aproximadamente 150 participantes. Serão quatro encontros virtuais que acontecerão nos dias 09 e 23 de março e 06 e 20 de abril, das 10h às 12h. O curso emitirá certificado para os participantes através de Universidade da Bélgica.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">As inscrições podem ser efetuadas pelo link: <a href="https://forms.gle/vPozb7smFCNSyY8V7">https://forms.gle/vPozb7smFCNSyY8V7</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">No Crato, duas iniciativas de comunicação popular são desenvolvidas pelos Pontos de Cultura, a Rádio Cafundó e Carrapato. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">Sobre o Comundos </span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Comundos é uma organização internacional, situada na Bélgica que tem o objetivo de estimular a emancipação, consciência crítica e desenvolvimento de identidade entre os jovens, melhorando os seus conhecimentos de Educação Midiática e habilidades de comunicação online. A Comundos atua através da formação de professores, diretores e educadores formando multiplicadores em Educação Midiática para as comunidades. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A organização também visa possibilitar o diálogo intercultural entre organizações de diversos países do mundo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: arial; font-size: large;">Educação Midiática</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Consumo de mídia e criação de conteúdos de comunicação são ferramentas essenciais para a consciência crítica, desenvolvimento da identidade e emancipação. Por essa razão, Comundos ajuda as pessoas a entender o mundo e a utilizar o poder dos meios de comunicação para mudá-lo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">-----------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Texto encaminhado a redação do blog por Alexandre Lucas.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3791432432075113263.post-60135288181768272062024-02-15T18:52:00.003-03:002024-02-15T18:58:32.215-03:00Conceição Evaristo é a nova integrante da Academia Mineira de Letras<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr6u-SRiYW50IKEIVeQQ0utZ-KVS5Qg9hsvVBHFGXjnwK6Kx07ngkZsBKnyaQOaaawXuBmoL9XeJ89_Bb2kSPjv1_OusPV1nHmEtl0_CcU16dRfTfxJQdaQpMBdjocjcIDMbB2ZwAwBRdlmtegTeZzFCCtoSYlBru_wxNOYcYpdycTlRDOsXb17jxLl-3M/s330/1_whatsapp_image_2024_02_15_at_16_39_57-35050250.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="220" data-original-width="330" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr6u-SRiYW50IKEIVeQQ0utZ-KVS5Qg9hsvVBHFGXjnwK6Kx07ngkZsBKnyaQOaaawXuBmoL9XeJ89_Bb2kSPjv1_OusPV1nHmEtl0_CcU16dRfTfxJQdaQpMBdjocjcIDMbB2ZwAwBRdlmtegTeZzFCCtoSYlBru_wxNOYcYpdycTlRDOsXb17jxLl-3M/w640-h426/1_whatsapp_image_2024_02_15_at_16_39_57-35050250.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #783f04;">(FOTO | Aline Macedo | Divulgação).</span></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A escritora mineira Conceição Evaristo acaba de ser anunciada a nova imortal da Academia Mineira de Letras (AML). Dos 34 votantes, 30 fecharam com o nome da criadora do conceito de "escrevivência", que em 2023 conquistou o Troféu Juca Pato, outorgado pela União Brasileira de Escritores, como Intelectual do Ano. Foi a primeira vez que a distinção foi concedida a uma mulher negra. Conceição recebeu a honraria pela publicação de "Canção para ninar menino grande" (Ed. Pallas, 2022), em que narra as contradições e complexidades da masculinidade negra e os efeitos delas sobre as mulheres negras.<span><a name='more'></a></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A escritora disputava a vaga na AML com José Anchieta da Silva, que recebeu dois votos. Outros dois acadêmicos votaram em branco. Conceição Evaristo sucede Maria José de Queiroz na cadeira de número 40. A nova imortal da AML estreou na literatura em 1990, quando publicou "Cadernos negros", que reúne uma série de contos e poemas. Em 2003, publicou o romance "Ponciá Vicêncio". Já em 2011, lançou o volume de contos "Insubmissas lágrimas de mulheres".</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">A escritora, nascida em Belo Horizonte em 1946, conquistou também o Prêmio Camélia da Liberdade (2007), Prêmio Ori (2007) e o Prêmio Jabuti (2015), com o livro "Olhos d'água".</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">------</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Com informações do Estado de Minas.</span></div><div class="blogger-post-footer">Blog Negro Nicolau | A Mídia Antirracista do Ceará</div>por Nicolau Netohttp://www.blogger.com/profile/15764033244463027081noreply@blogger.com0