Patrimônio Histórico da Humanidade no Piauí vive os efeitos da pandemia


Galeria milenar na Serra da Capivara - Piauí. (FOTO/ André Pessoa).

Os principais registros da pré-história americana no Brasil estão ameaçados por causa da pandemia da covid-19. O Parque Nacional Serra da Capivara, que abriga o maior sítio arqueológico do país e possui inscrições rupestres milenares, sofre com a escassez de recursos, que coloca em risco a conservação dos sítios pré-históricos. Uma situação preocupante e que acontece exatamente quando se completam 50 anos do trabalho da arqueóloga Niède Guidon, que foi a responsável por tornar o parque Patrimônio Cultural da Humanidade e referência em todo o mundo.

Aos 87 anos, Guidon completa em 2020, meio século de dedicação a tudo que existe hoje no Parque Nacional Serra da Capivara. A dedicação da cientista à região começou em 1970, quando a jovem pesquisadora paulista que trabalhava como professora na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, na França, decidiu estudar a fundo a ocupação humana no interior do Piauí.

Seu empenho em meio à caatinga e a escassez de condições mínimas superou todos os obstáculos. Como resultado de seu trabalho, o parque nacional foi criado, ao mesmo tempo em que emprego e renda foram gerados para os sertanejos. Em suas pesquisas, Niéde Guidon aponta vestígios que podem ultrapassar os 50 mil anos da presença humana na Serra da Capivara.

Além das suas valiosas descobertas que despertaram o interesse da sociedade científica mundial, Niède catalogou mais de mil sítios arqueológicos e investiu na formação de novos arqueólogos que atuam na região - um legado que será referenciado pelo mundo.

Mas a escassez de recursos não vem de agora. Com todo seu esforço, a arqueóloga conseguiu manter vivos e em funcionamento até os dias de hoje o Museu do Homem Americano e o Museu da Natureza, administrados pela Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) e pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). Eles são resultado das pesquisas e descobertas de Guidon.

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As informações são de Edjalma Borges, no Congresso em Foco. Clique aqui e leia o artigo completo.


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