Fátima Teles | 25 de julho: Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra


Fátima Teles. (FOTO/ Reprodução/ Facebook).


Tereza foi esposa de José Piolho, que foi líder do Quilombo de Quariterê, no Estado do Mato Grosso e tendo sido esse o maior quilombo ali existente. Eles viveram no Século XVIII e eram velhos conhecidos das águas do Pantanal. O quilombo estava situado nas fronteiras entre Mato Grosso e Bolívia.

Com o assassinato do líder José Piolho, Tereza assume o seu lugar e com maestria coordena e articula a defesa do Quatiretê. O quilombo abrigava mais de cem pessoas na sua maioria negras e indígenas. Tereza navegava pelos rios do Pantanal e era chamada de Rainha pelo seu povo.

Ela administrava muito bem o quilombo e tudo era decidido pelo Parlamento criado no Quariterê. Havia um conselho para as decisões que eram realizadas coletivamente. O quilombo sobrevivia economicamente da agricultura. A população resistiu por vinte anos quando foi invadido pelas tropas de Luís Pinto de Sousa.

Tereza de Benguela. (FOTO/ Reprodução).

Não se sabe ao certo como Tereza faleceu, mas a sua herança de luta e exemplo de empoderamento feminino é o seu legado e ainda hoje nos inspira.

No ano de 2014, no governo presidencial de Dilma Rousseff, foi instituída a data comemorativa no calendário anual brasileiro que designa oficialmente o dia 25 de julho como o DIA DA MULHER NEGRA E O DIA DE TEREZA DE BENGUELA, através da LEI Nº 12.987, DE 2 DE JUNHO DE 2014.

Esse dia 25 de julho também se comemora o DIA DA MULHER NEGRA, LATINO AMERICANA E CARIBENHA.

A História dessa data está diretamente ligada ao feminismo negro e a sua luta cotidiana. No inicio da década de noventa do Século XX em São Domingos na República Dominicana, aconteceu o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e a definição do 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha.

O racismo no Brasil é estrutural e a luta antirracista deve ser feita todos os dias. A representatividade da mulher negra na política brasileira e latino-americana ainda é pequena. Com educação, debate, vamos acordando o País para a necessidade de reconhecimento e valorização ao povo negro, indígena, pois o brasil é também negro e indígena. Por mais terezas , Marielles, Dandaras e as mulheres negras que saem todos os dias de suas casas para trabalharem e estão invisibilizadas na sociedade.

Salve Tereza de Benguela!

Fontes utilizadas:

Planalto

UFRB

Geledés

Blogda Fatinha Teles

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Fátima Teles é poeta, escritora com cerca de 5 obras, professora formadora com atuação na Secretaria Municipal de Educação de Brejo Santo, membra da Academia de Letras do Brasil/Seccção Ceará, do Instituto Cultural do Cariri (ICC), do Instituto Cultural do Vale Caririense ICVC e da Academia Internacional da União Cultural e colunista do Blog.

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