Marina Silva propõe solução para preservação da Amazônia. (FOTO/Reprodução/Facebook). |
“Quem avisa amigo é!”
Avisos
vieram de toda parte, dos cientistas, dos ex-ministros, do INPE, de parte do
empresariado do agronegócio, dos jornalistas, governos e aliados do Brasil no
mundo todo. A inépcia de Bolsonaro, de seus ministros e toda sua assessoria
levaram ao Brasil à iminência de ter prejuízos comerciais e diplomáticos
relevantes. Até agora ninguém nesse governo havia se mobilizado pela
legitimidade da causa de preservação da Amazônia. Não bastaram os dados, os
alertas, as imagens do holocausto da maior floresta tropical do mundo.
O
discurso do presidente Bolsonaro em cadeia nacional, na TV e no rádio, foi uma
demonstração de que a pressão da sociedade fez o presidente engolir suas
grosserias e ataques contra os que historicamente defendem o meio ambiente.
Teve que declarar o compromisso de proteger as florestas e chegou até a falar
em biodiversidade. Usou um tom brando em relação aos demais países e parou de
culpar quem tenta ajudar e construir políticas públicas em defesa do patrimônio
brasileiro, como as ONGs. Mas anunciou uma solução inócua: usar os militares
para tentar conter um problema da dimensão das queimadas e desmatamentos.
É
constrangedor saber que o governo só admitiu a existência do problema quando o
mundo desabou sobre o Brasil. Ignoraram todos os avisos do INPE e da comunidade
científica, sendo que a tecnologia para controlar os desmatamentos e as
queimadas é dominada pelo Brasil há décadas. E não é feita com soldados e
armas. Não é feita com pirotecnia. Não é feita com saliva, mas com políticas
públicas duradouras e com instituições ambientais fortalecidas e valorizadas.
A
solução desse problema passa por medidas efetivas como:
1)
demitir o ministro incompetente que deixou a situação chegar a esse nível;
2)
ressuscitar o Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia que foi destruído
por Ricardo Salles;
3)
retomar as operações de fiscalização ambiental do IBAMA e ICMBio;
4)
retomar o funcionamento do Fundo Amazônia com o sistema de gestão e
participação social que havia antes do governo Bolsonaro;
5)
retomar a agenda de criação de unidades de conservação e de terras indígenas na
Amazônia;
6)
retomar o apoio ao trabalho do INPE, que está sendo substituído por uma empresa
privada;
7)
recuperar o orçamento do MMA;
8)
recuperar a participação da sociedade e a transparência no MMA;
9)
investir no aumento do orçamento dos programas de agricultura de baixo carbono,
como o programa ABC, desenvolvido com apoio da Embrapa, que aumenta a produção
e diminui desmatamento e emissão de CO2 significativamente;
10)
investir no aumento do orçamento dos programas de manejo florestal e uso
sustentável dos recursos da biodiversidade para gerar alternativas econômicas
para a população da região;
11)
retomar a realização das operações de inteligência com IBAMA e PF para
desmontar as quadrilhas organizadas que financiam a grilagem de terrras,
invasão de terras indígenas, desmatamento e exploração ilegal da floresta;
12)
iniciar urgentemente um esforço que nos leve a certificação dos produtos
agrícolas brasileiros para que se possa separar o joio do trigo, a exemplo da
certificação florestal como FSC.
É
isso que se espera do presidente. Apenas o discurso, não basta.
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Texto
publicado em sua página no Facebook.
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