É preciso questionar as regras que me fizeram ser reconhecida apenas aos 71 anos, diz Conceição Evaristo


'A temática negra não é muito bem aceita', diz escritora, cujo primeiro livro
levou 20 anos para ser publicado. (FOTO/Joyce Fonseca/ Reprodução/BBC).

A escritora Conceição Evaristo mal se lembra de ter referências masculinas ao seu redor em seus anos de formação, crescendo cercada de mulheres negras que trabalhavam como cozinheiras, lavadeiras e empregadas, profissões tão humildes como a casa pobre em que vivia com a mãe e os nove irmãos e irmãs na favela do Pendura Saia, em Belo Horizonte.

Foi com essas mulheres, que completaram a alfabetização junto com a nova geração de filhos e sobrinhos que chegava, que ela teve sua formação - e aprendeu a lição de fortaleza.

Não a fortaleza folclórica que por vezes se atribui a "um povo negro que não sente dor, que está sempre a cantar, que tem uma alegria já por herança", critica, e sim a fortaleza da resiliência "que nos agrega" e "que nos salva".

A escritora mineira, que hoje vive em Macaé (RJ), está prestes e embarcar para Paris, onde vai lançar a edição francesa do livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres e participar de mesas literárias no Salão do Livro de Paris.

Em conversa com a BBC Brasil, Conceição questiona as dinâmicas que tornam a ascensão social e profissional tão difícil para mulheres e para negros no Brasil.

Leia os principais trechos da entrevista clicando aqui.

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