Prefeito Dariomar e vereadores participam do anúncio da construção da CE- 388 que liga Altaneira a Assaré


O Governo do Estado do Ceará anunciou na manhã desta segunda-feira, 31, em Fortaleza, um investimento de mais de R$ 400 milhões em obras de restauração e duplicação de rodovias e pavimentação asfáltica, vindo a contemplar cerca de 27 municípios.

O anúncio ocorreu durante o lançamento da 2ª etapa do Programa Ceará de Ponta a Ponta e, segundo o governo, mais de 3,7 milhões de pessoas serão beneficiadas com as obras que serão custeadas com recursos do Tesouro Estadual e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Dentre as ações, destaque para a construção rodovia CE – 388, que liga os municípios de Altaneira a Assaré. O portal do município divulgou que o prefeito Dariomar Soares (PT) liderou uma comitiva para participar da solenidade. Estiveram junto ao gestor a primeira dama e Secretária de Assistência Social, o Assessor Assis Filho e representantes do legislativo municipal, como os vereadores Antonio Leite, Cier Bastos e Valmir Brasil, todos com assentos na Câmara pelo PDT e Silvânia Andrade (PT),

Conforme informações constantes do site do município de Altaneira, Dariomar discorreu acerca da importância da obra para os munícipes. Ele afirmou que a rodovia foi colocada como prioridade nesta nova fase do programa e que esta irá impulsionar de forma significativa o desenvolvimento estrutural, econômico e social de Altaneira e regiões vizinhas.

O prefeito foi taxativo ao frisar que o sonho que ora se encontra muito perto de se concretizar teve a contribuição de muitas pessoas, citando que ela era um desejo antiga não só da população, mas também de ex-gestores que durante seus mandatos cobraram de insistentemente, como João Ivan Alcântara, Delvamberto e Dedé Pio. Realçou ainda que o apoio e de igual modo as recentes cobranças de vereadores e vereadoras foram fundamentais e fez questão de ressaltar o papel decisivo do vereador Flávio Correia que mesmo não estando na capital, foi um dos que mais reivindicou a rodovia.

Não foi informado, entretanto, quando as obras irão ter início. Mas conforme informações colhidas, o Programa Ceará de Ponta a Ponta deve ser concluído até o fim de 2018.

Prefeito Dariomar e vereadores durante solenidade da 2ª etapa do Programa Ceará de Ponta a Ponta, em Fortaleza. 
Foto: Divulgação.




Rafael Braga e Breno Borges: 9 gramas de racismo pesam mais que 129 quilos de maconha


No dia 8 de abril o empresário Breno Fernando Solon Borges, que é dono de uma metalúrgica e serralheria em Campo Grande no Mato Grosso do Sul, foi preso carregando junto com outras pessoas em dois carros, 130 quilos de Maconha, uma pistola nove milímetros e 199 munições de fuzil calibre 7,62, de uso exclusivo das forças armadas.

Por Henrique Oliveira, no Justificando. As investigações da Polícia Federal sobre as ações de Breno já vinham sendo realizadas desde o mês de fevereiro, o grupo foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal na BR 262, quando transportava as drogas e as munições para São Paulo.

Breno Borges é filho da presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul, a Desembargadora Tânia Garcia Freitas Borges, e uma das autoridades que preferiu anonimato, segundo o Conjur, o empresário deu o nome da sua mãe para não ser preso.

Aquela típica frase: “você sabe com quem você está falando?” uma expressão que remete a identificação social do seu enunciador no topo da hierarquia, demonstrando ter algum tipo de autoridade, que busca através do apadrinhamento político burlar as leis, conseguir proteção e vantagem.

Breno estava preso desde 8 de abril, e conseguiu no dia 17 de julho o direito de aguardar seu julgamento em liberdade, pois a sua defesa conseguiu um laudo médico psiquiátrico no qual Breno é diagnosticado com “Síndrome de Borderline”, uma doença que consiste no desvio de comportamento do indivíduo, se manifestando através das alterações de cognição, de afetividade, de funcionamento interpessoal e controle dos impulsos.

O também Desembargador, Ruy Celso Barbosa Florecence, concedeu liberdade para que Breno cumpra tratamento psiquiátrico adequado, sob a tutela e responsabilidade da sua mãe, que se comprometeu a levá-lo em todas as audiências do processo.

E essa foi a segunda vez que a defesa de Breno Borges tentou intervir para tirá-lo da prisão com argumentos médicos, a própria desembargadora e mãe se ofereceu para ser tutora do filho, para que fosse internado em uma clínica médica, com alegação que ele sofre de problemas psicológicos, mas teve o pedido negado em um juizado de primeira instância.

O direito de responder em liberdade sob alegação médica, é mais um caso onde presos com dinheiro e influência política conseguem produzir laudos médicos para ganhar prisão domiciliar ou internação em clínica, enquanto milhares de presos estão sendo infectados e morrendo nas nossas cadeias por sífilis, tuberculose, HIV e convivendo em meio a ratos e baratas.

E mostra que membros da classe média/alta, quando são flagrados cometendo crimes, são enquadrados como doentes, desequilibrados, imaturos, sempre existindo um argumento atenuante, que visa afastar o estigma do criminoso para o do que precisa de ajuda.

Breno Borges não é o primeiro caso esse ano, em que um sujeito tem sua prisão revogada, por causa de alianças político-familiares com membros do poder judiciário.

Em janeiro no estado da Paraíba o também empresário Rodolpho Carlos Silva atropelou e matou o agente do Detran em uma blitz da Lei Seca.

Rodolpho chegou a ter a sua prisão preventiva decretada, mas doze horas depois o desembargador Joás de Brito concedeu um habeas corpus.

O desembargador é amigo da família de Rodolpho Carlos, que é filho do dono Grupo São Braz, um dos maiores produtores de café torrado do país, além de ser neto de José Carlos da Silva, ex vice-governador da Paraíba. Além de serem donos da afiliada local da Rede Globo.

Enquanto isso, Rafael Braga, um jovem negro e pobre, catador de material reciclável, e que não é filho de uma desembargadora, foi condenado a 11 anos de prisão, por tráfico e associação tráfico, por portar em um flagrante forjado 0,6 gramas de maconha e 9,6 gramas de cocaína.

No dia 19 de julho a defesa de Rafael Braga entrou com um pedido de apelação à sentença condenatória, alegando que não houve fundamentação por parte do juiz sobre a não retirada das algemas de Rafael durante as audiências, e a não autorização da realização de diligências para o esclarecimento do caso, como acesso as imagens da câmera da viatura em que Rafael Braga foi levado para a delegacia no dia 12 de janeiro de 2016.

É mais uma etapa do calvário que Rafael Braga vem passando desde a sua primeira condenação por porte de Pinho Sol e água sanitária, no contexto das manifestações de junho de 2013.

Esses dois casos envolvendo Rafael Braga e Breno Borges evidenciam toda a contradição da política criminal de drogas e a seletividade do poder judiciário; apesar de Breno Borges ter direito a responder o processo em liberdade, esse mesmo direito não é garantido a mais de 40% dos presos brasileiros, que são compostos por presos provisórios.

A política de proibição das drogas quando relacionada com questões sócio-raciais, consegue produzir uma total inversão de proporcionalidade, onde 9 gramas de racismo, pesam mais do que 129 quilos de maconha.

*Henrique Oliveira é graduado em História e mestrando em História Social pela UFBA e militante do Coletivo Negro Minervino de Oliveira/Bahia


Foto: Reprodução.

Estudantes protestam contra disciplina que incorpora racismo


Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (EAD-UFMG) divulgaram no ultimo dia (27) nota de repúdio à disciplina “Casa Grande”, ministrada pelo professor Otávio Curtiss. O motivo, segundo os alunos, é o racismo e o desrespeito de um projeto proposto em sala de aula, na qual os estudantes deveriam elaborar um projeto de alto padrão em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Da RBA - O projeto prevê cinco suítes com banheiro completo e rouparia e uma zona de serviço composta de cozinha, lavanderia, despensa, depósito, quartos e banheiros para oito empregados. Segundo os alunos, o projeto “incorpora a senzala e reforça os moldes de dominação em pleno século 21”.

Após 129 anos da abolição da escravidão no Brasil, no entanto, a estrutura escravocrata ainda segue presente no cotidiano brasileiro. Como discutido em diversas disciplinas na EAD-UFMG, o quarto de empregada, por exemplo, tem como origem a segregação escravista. Ele surge como uma solução para separar empregados e patrões que permaneceram vivendo juntos após a abolição, em 1888. Com o crescimento das cidades e a verticalização urbana, as novas soluções de moradia mantiveram soluções arquitetônicas que perpetuam a separação entre patrões e empregados”, diz trecho da nota publicada pelo diretório acadêmica da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFMG.

No texto os estudantes questionam a construção da grade curricular do curso e o modelo de arquitetura estimulado pela universidade direcionado para uma classe elitista da qual parte dos estudantes, que são negros e originários de escolas públicas, não pertencem.

Com essa proposta, o professor Otávio Curtiss reforça os padrões sociais que vão ao encontro das estruturas do Brasil Colônia e fogem da realidade da maioria dos indivíduos que compõem a população brasileira, utilizando a proposta da disciplina para justificar a produção de uma arquitetura racista”, afirma a nota. “O racismo institucional presente na Escola de Arquitetura vai de encontro a todos os esforços de inclusão expressados pela UFMG. Mais uma vez, os setores reacionários da universidade estão pouco preparados para receber a diversidade sociocultural do novo perfil de seus estudantes, reforçando suas estruturas racistas e como elas representam uma forma de dominação na sociedade atual.

Na rede social, a reclamação dos alunos tanto ganhou adeptos quanto recebeu críticas. Procurado pelo jornal Estado de Minas, o professor respondeu, por e-mail: “Não tenho interesse em entrar nessa questão. Os alunos não são obrigados a cursar essa disciplina para obterem o grau de arquitetos”.

Em seu perfil no Facebook, o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro comentou: “Não sei o que é mais esquisito, numa faculdade paga com o dinheiro da sociedade (isto é, pública): o tamanho de 800 metros quadrados, a área de empregados ou o nome da disciplina, ‘Casa Grande’".

Para os estudantes, projeto reforça as estruturas sociais do Brasil Colônia. Gravura de Frans Post.

Série de fotografias denuncia o racismo e silenciamento sofrido pela mulher preta


Fotografia: Rás Akanni.
A imagem acima faz parte da obra “O embranquecimento da mulher preta através da estética” que, por sua vez, faz parte do projeto fotográfico “Racismo em percurso”, realizado pelo fotógrafo Rás Akanni, com o objetivo de aborda as diversas facetas do racismo e suas consequências no corpo negro

Do Ceert - Rás se juntou a maquiadora Carol Romero a fim de criar as fotos que estão disponíveis na página “Afrotografia”. As imagens, que trazem elementos provocativos acerca do racismo e em embranquecimento, já alcançaram mais de 40 mil pessoas.


O objetivo é invocar na pessoa negra a memória de cada momento vivido em que ela tenha sido potencialmente silenciada, ou embranquecida esteticamente para se tornar aceita a em algum grupo, uma vez que a ideia social de beleza é racista e exclui a estética negra.

É importante acentuar que o mercado da beleza ainda tem resquícios eugenistas, onde os processos de desenvolvimento e promoção dos produtos tem foco em peles claras, em corpos magros ou robustos(…). Por este motivo escolhemos uma modelo com a melanina acentuada, pois o mercado não olha para estas mulheres com o potencial de consumo. Mulheres pretas, gordas e retintas não são vistas como concepção de beleza”, afirma Carol.

Para ver a todas as fotos que compõem “O embranquecimento da mulher preta através da estética”, acesse a página  “Afrotografia” no Facebook.

Altacity passeia em quadra e conquista título do XI Campeonato de Futsal de Altaneira


O Ginásio Poliesportivo Antonio Robério Carneiro sediou neste sábado, 30, os jogos que construíram os campeões do Campeonato de Futsal de Altaneira. 

Altacity - campeão do Xi Campeonato de Futsal de Altaneira. Foto/ Reprodução Facebook.

Diferentemente das edições anteriores, as finais deste sábado, contou com uma nova categoria – a dos Veteranos – sendo todas elas disputadas dentro do que o Departamento de Esportes denominou de I Maratona de Futsal de Altaneira. Além deles, as categorias sub 10, sub 15, feminino e adulto compuseram a competição que teve início no dia 21 de maio.

O Jogo

De volta a uma final depois de ficar de fora da X Edição quando a ARCA coroando suas boas atuações nos últimos anos disputou o título em 2015, o Altacity não poupou pernas e muito menos vontade para levar o troféu de campeão.

Mas pernas e vontade não seriam suficientes se não houvessem de igual modo, velocidade, criatividade e audácia. Sim, audácia. Os meninos do City não tomaram conhecimento do vitorioso Nice e o tempo todo e todo o tempo pressionaram, trocaram passes, armaram e o mais importante- fizeram as redes balançarem. Só no primeiro tempo foram oito. Sete para os altacityanos.

Na etapa complementar, os lances iniciais davam a impressão que o cenário avassalador ia se repetir, pois logo nos primeiros segundo Cícero fez as redes niceanas balançarem pela oitava vez. Mas só pareceria, pois de um apático Nice que assistiu o adversário jogar para um mais concentrado, porém nervoso quanto predoinou. Poucos gols.

Cícero, um dos melhores em quadra.
Foto/ Reprodução Facebook.
Mas o caminho do título já tinha sido construído e consolidado no primeiro tempo em noite inspirada de Hercules, Luan e Cícero. A beleza dos gols e da envolvente troca de passes do Altacity e apatia no Nice não disse tudo do jogo. Para além disso, a enorme quantidade de faltas das duas equipes foi um dos motivos para o nervosismo entre árbitros e jogadores, de forma bem evidente entre o atleta Cristiano (Nice) e Luciano (arbitro). Este último expulsou o jogador que ainda nem tinha entrado em quadra por reclamação. O tumulto entre os dois foi logo contornado pelos companheiros de time.

Com o passeio, o Altacity volta a levantar o troféu de campeão. As boas atuações do goleiro não só neste jogo, mas durante a competição lhe rendeu a medalha de melhor na posição.

Nas preliminares, o Humafe venceu o Serrano nas penalidades por 2 a 1 e as meninas da Escolinha EL a equipe do Distrito do São Romão e se sagraram campeãs na categoria Veteranos e Feminino, respectivamente.

Apesar do frio, o Ginásio permaneceu com um bom público do início ao fim.


Diva Guimarães, mulher negra e pobre, faz depoimento sobre resistência negra e emociona público na Flip


Diva Guimarães, mulher negra e pobre, rouba o microfone e deixa Lázaro Ramos em lágrimas. Essa poderia ser a descrição de uma das cenas mais emocionantes da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty). Porém, o momento vai muito além: Diva é um retrato do Brasil que resiste.

Do Huffpostbrasil - Em meio a uma palestra que ocorria na tarde desta sexta-feira (28), a professora deixou o público emocionado e foi recebida com muitos aplausos ao contar um pouco de sua história.

"Eu fiquei muito emocionada que você chamou atenção de que estamos em uma plateia de maioria branca. Sou do sul do Paraná, você já pode imaginar... Só sobrevivi porque tive uma mãe que passou por toda humilhação para que os filhos pudessem estudar. Fui para um colégio interno aos cinco anos. Passavam as freiras, as missões pelas cidades recolhendo as crianças como se fosse assim... Em troca de você ir para essa escola estudar, na verdade você ia para trabalhar. Eu trabalhei duro desde os cinco anos. Sou neta de escravos. Aparentemente a gente teve uma libertação que não existe até hoje."

A professora falou sobre situações de preconceitos que enfrentou ao longo da vida por ser pobre e negra. Ela, que desde criança foi ensinada sobre o que era a desigualdade, afirmou que amadureceu aos seis anos ao ouvir de uma das freiras uma história que a marcou por toda vida.

A anedota servia para justificar o injustificável, o racismo.

"As freiras contavam que Jesus - eu demorei muito para aceitar o tal de Jesus -, Deus, criou um rio e mandou todos tomar banho na água abençoada daquele maldito rio. Ai, as pessoas que são brancas é porque eram trabalhadoras e inteligentes. Nós, como negros, somos preguiçosos. E não é verdade. Esse país só vive hoje porque meus antepassadas deram toda a condição. Então, nós, como negros preguiçosos, chegamos no final dos banhos e no rio só tinha lama. E é por isso que só nossas palmas da mãos e pés são claras. Nós só conseguimos tocar isso."

E prosseguiu:

"Ela contava essa história para mostrar aos brancos como nós eramos preguiçosos. E não é verdade. Porque senão nós não tinhamos sobrevivido."

No final da fala, Diva volta a relembrar sua mãe e a importância de estudar. Para ela, ter acesso à educação foi definidor para que pudesse construir sua própria trajetória.

"Eu sou uma sobrevivente pela educação. E pela minha mãe. Ela me pedia: 'Olha bem pra mãe. Se você quiser ser como a mãe, não vá para a escola'. E eu dizia: Não vou ser igual a senhora. Então ela me mandava ir estudar. Eu ia correndo para a aula."

No final do diálogo, o ator Lázaro Ramos não conteve a emoção: "Meu coração ficou pequeninho."

Sob aplausos da plateia, Lázaro defendeu a educação pública e a valorização de todos os professores do Brasil.

Sobre o evento

A 15ª edição da Flip ocorre entre 26 e 30 de julho, na cidade histórica do litoral sul do Rio de Janeiro. Paraty será palco de reflexões e debates sobre as atuais narrativas produzidas no Brasil e no mundo.

Com curadoria da jornalista Josélia Aguiar, o evento literário mais importante do país abre neste ano espaço inédito para a diversidade de vozes da literatura negra.

E não só isso.

Pela primeira vez em sua história, a Flip traz um número de autoras que supera o de autores. Serão 22 mesas com 46 autores, dos quais 22 são homens e 24 são mulheres.

O escritor homenageado deste ano será Lima Barreto (1881-1922), autor marginal cuja trajetória foi marcada pela crítica contundente ao cotidiano racista e de segregação social no Brasil.


 
Imagem capturada do vídeo. 

'Tornei-me escritora para dar sepultura aos meus mortos'


A curadora Josélia Aguiar abriu a última mesa da quinta-feira (27) citando o fato de a Flip -Festa Literária Internacional de Paraty já ter tido uma mesas chamadas "Em Nome do Pai" e "Em Nome do Filho", mas nunca "Em Nome da Mãe", título do encontro entre a escritora ruandesa que vive na França Scholastique Mukasonga e a brasileira Noemi Jaffe.

Do CEERT - Scholastique, 61, é autora de "A Mulher de Pés Descalços" (ed. Nós), livro dedicado a sua mãe, assassinada no genocídio de Ruanda, em 1994. A escritora teve outros 26 familiares assassinados no massacre que vitimou 800 mil pessoas naquele ano, exterminando 70% das pessoas da etnia tútsi.

Jaffe, 55, escreveu "O Que os Cegos Estão Sonhando?" (Companhia das Letras) com sua mãe, uma sobrevivente do campo de Auschwitz.

"Não acho que é possível comparar graus de sofrimento, mas li na obra da Scholastique níveis de tortura que nunca encontrei em nenhum registro sobre o nazismo. Então, as shoás continuam acontecendo em locais como Ruanda ou, agora, a Síria", disse Jaffe.

As autoras foram incitadas a refletir sobre Primo Levi (1919-1987), escritor italiano que foi prisioneiro de Auschwitz e relatou os horrores do Holocausto em "É Isso um Homem?", obra que declaradamente influenciou ambas.

Scholastique afirmou ter compreendido, como Levi, o dever do sobrevivente de testemunhar, de preservar a memória do genocídio para que ele nunca seja esquecido. "Você pode ser cego mesmo enxergando, mesmo com os olhos abertos. E eu havia sido salva e tinha de salvar essa memória."

Já Jaffe explicou que a necessidade e o dever de escrever sobre a guerra são a mesma coisa. "Além de saber que tenho uma mãe que passou por tudo aquilo, eu sinto culpa por não ter passado por aquilo. Uma culpa absurda, mas que existe. Uma vontade de poder ter estado lá para impedir que acontecesse com ela aquilo que aconteceu", disse, questionando-se se não teria se tornado escritora justamente para poder "lembrar o que minha mãe precisou esquecer".

"Minha mãe viveu a tragédia e eu vivo o drama, que fica sempre aquém", disse, emocionada neste e em muitos outros momentos da conversa.

A escritora ruandesa explicou que nunca havia sonhado em se tornar escritora. "Mas o destino fez de mim escritora pelo dever de memória, porque houve o genocídio."

"Tornei-me escritora para encontrar meios de dar uma sepultura aos meus mortos. Eu tinha de tirá-los da vala comum e a solução que se apresentou para mim foi a de construir uma sepultura com as palavras. Fazer um túmulo de papel e poder assim esperar passar pelo meu luto, que não é um esquecimento."

A escritora africana contou que a mãe sempre pediu às cinco filhas que, quando ela morresse, cobrissem seu corpo com uma mortalha. "Mas eu não estava lá para fazer isso. E foi a escrita que me permitiu tecer a mortalha para cobrir o corpo de minha mãe. As palavras têm poder de reparação."

Ela falou que chama a mãe pelo nome próprio, e não de "mamãe", porque mãe é um termo universal -mas Stefania era uma só.

Créditos: Walter Craveiro/ Flip Flickr.

Depois de mais 1 década e muita pressão, FLIP finalmente abre espaço para mulheres e negros


São muitas as expectativas em relação à 15ª FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) que, nesta edição homenageia Lima Barreto e acontece de 26 a 30 de julho, no litoral do Rio de Janeiro. Já estive em cinco edições anteriores e acompanhei com grande interesse a primeira delas, em 2003, quando estava começando a escrever. Até então, nenhuma outra feira literária tinha recebido tanta atenção da imprensa, dando visibilidade a escritores e escritoras nacionais e trazendo nomes de destaque no cenário internacional, como Don DeLillo e o historiador Eric Hobsbawn. De lá pra cá, muito coisa mudou – principalmente o fato de ter partido de uma edição em que, entre os 25 convidados, nenhum era negro e apenas três eram mulheres.

Do CEERT - Eu poderia estar não prestando atenção, mas não me lembro de grandes manifestações apontando para isso à época. É bom saber que a FLIP se repensou, ao mesmo tempo em que é triste que tenha levado 15 anos e apenas depois da pressões de ações como a do Leia Mulheres, que questionou o número de escritoras na FLIP 2014, e o evento “Vista nossa palavra, Flip 2016, do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras-UFRJ, que lançou a carta da professora e pesquisadora Giovana Xavier, apontando a ausência de escritoras negras na FLIP 2016.

Grande parte da mudança deve ser creditada à nova curadora, a jornalista Josélia Aguiar, que assumiu reconhecendo a importância de, sendo o evento de referência, a FLIP ter a responsabilidade de acompanhar os debates e as pautas que são, não apenas brasileiras, mas mundiais. Resultado: a FLIP 2017 terá 46 convidados: 24 são mulheres e 30% são negros/as.

Para mudar, para buscar alternativas dentro de um mercado que está sempre discutindo a própria crise, é preciso querer e insistir.

Uma das principais justificativas, quando apontamos a ausência de mulheres, negros e indígenas em eventos literários é a meritocracia, como se não houvesse qualidade fora das esferas mais visíveis em que recaem as escolhas fáceis e midiáticas: “não olhamos cor, nem gênero, mas apenas a qualidade da obra dos convidados”.

Não é esse o questionamento, e meritocracia é palavra que, em tempos de lava-jatos e afins, deveria ser banida da cena brasileira, contaminada pelas relações de apadrinhamento e de negociatas com a finalidade de se manter o status quo.

Curadoria que se vale do conceito de meritocracia para justificar a ignorância frente ao novo, que na maioria das vezes nem novo é, mas apenas algo que esteve fora de seu radar, reconhece a própria incapacidade de acompanhar o mercado (e o mundo) como um todo.

“Esta bibliografia de vocês”

Lembro-me, por exemplo, da curadoria da FLIP 2016 solicitando, em mesa realizada no Espaço Itaú Cultural de Literatura, “esta bibliografia de vocês”, como se a literatura produzida por escritores e escritoras negras fosse algo em separado da literatura brasileira, como se tivéssemos a obrigação de realizar um trabalho para o qual ele estava sendo pago para fazer.

Infelizmente, esta é uma situação bastante comum no mercado literário. Assim como uma outra ideia também bastante equivocada, também manifesta pela curadoria da FLIP 2016: “O país ainda está democratizando seu universo de leitura. A universidade brasileira, há pouco tempo, começou a ter uma nova cara, e acho que esse movimento vai chegar na Flip – na plateia da Flip. Mas é um processo em que temos de trabalhar juntos para que seja superado.”

O que se está tentando dizer aqui é que não há mercado para escritores e escritoras negras (novamente, considerando-o um mercado em separado) e que negros ainda não se interessam por literatura, e por isso, não frequentavam a FLIP. Ou que, pior ainda, leitores brancos não se interessariam pela literatura produzida por escritores ou escritoras negros/as. Me parece óbvio que essa é uma explicação bastante simplista, que desconsidera, por exemplo, o fator econômico, que impede muitos de frequentar Paraty na época do evento, com seus restaurantes e suas pousadas a preços quase proibitivos. Mas é ignorar também que o público negro, ao se sentir representado, ao ver reconhecido a trabalho e a produção de escritoras e escritores nos quais se sentem representados, comparecerão; não o contrário. Para mudar, para buscar alternativas dentro de um mercado que está sempre discutindo a própria crise, é preciso querer e insistir.

Outra justificativa simplista sempre usada por curadorias literárias Brasil afora é que convites foram feitos, mas não foram aceitos. É preciso saber que mulheres, em algumas situações, precisam pensar em algo mais do que apenas se prepararem para a uma viagem visando participar de um evento literário. Dizem que existe, embora eu não conheça, escritores homens que, antes de aceitarem um convite para viajar a trabalho, ausentando-se de casa por vários dias, consultem esposas para saber se elas podem ficar responsáveis, sozinhas, pelo cuidado com a casa e os filhos que pertencem a ambos. Conheço várias escritoras que, antes de poderem confirmar uma viagem, precisam pensar em arranjos e negociações com companheiros, ex-companheiros, familiares e empregadores e, muitas vezes, a possibilidade de aceitação não depende apenas delas.

Diante de uma recusa, o que a grande maioria das curadorias faz é substituí-las por convidados homens. Como a participação em eventos é completar ao trabalho da escrita, tanto em termos financeiros quanto de divulgação, o que fazem é contribuir para a perpetuação da situação de desigualdade das condições de trabalho oferecidas a uns e outras.

Estamos cansados de sermos convidados apenas para aquelas mesas nas quais são tratados assuntos de “militância negra

A justificativa de que escritores e escritoras negras também recusam certas participações também devem ser analisadas com mais atenção. Estamos cansados de sermos convidados apenas para aquelas mesas nas quais são tratados assuntos de “militância negra”, nas quais raramente temos a oportunidade de falar sobre o nosso trabalho, nas quais somos perguntados apenas sobre assuntos considerados “assuntos de negros”, como se tais assuntos não fizessem parte do que é simplesmente humano, sendo, portanto, parte do que deveria ser matéria de uma literatura universal.

Muitas vezes recusamos certos convites porque sabemos que estaremos uma mesa “à parte” da programação, sub-aproveitados e usados para que curadores e organizadores se protejam da acusação de não convidar negros ou mulheres. Queremos também que pensem em nós como entrevistadores, mediadores, curadores e afins, porque acreditamos que podemos colocar em debate assuntos e pontos de vista que, com certeza, enriqueceriam os eventos.


Portanto, minhas expectativas não são somente para um evento mais plural e interessante quanto aos convidados e ao público, mas também para que, como aconteceu logo no seu início, esta FLIP sirva de modelo e inspiração para os vários outros eventos literários Brasil afora. Que venham, cada vez mais, boas leituras, boas conversas, bons encontros e boas descobertas para todos nós! Axé!

Conceição Evaristo que encerra a FLIP deste ano no domingo dia 30. Foto: Joyce Fonseca/ Reprodução/ The Intercept Brasil

"Não reivindicamos inclusão numa sociedade racista, misógina, patriarcal e capitalista”, diz Angela Davis em palestra


"Mulheres representam o futuro, mulheres negras são a esperança de liberdade, afirmou Davis, na UFBA/ Créditos: Juh Almeida/ Jornalistas Livres.

A filósofa e ativista norte-americana Angela Davis, símbolo da luta pelos direitos civis da população negra, esteve ontem (25) em Salvador, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), para falar da luta das mulheres negras, em um momento "difícil" no qual o mundo assiste a uma guinada à direita, com a ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos e o "golpe antidemocrático" ocorrido no Brasil. Para um auditório lotado, a professora do Departamento de Estudos Feministas da Universidade da Califórnia afirmou que, após a derrubada de Dilma Rousseff, o movimento das mulheres negras criou "a melhor esperança para o futuro do Brasil".

Do CEERT - A vinda de Angela Davis ao Brasil faz parte das celebrações do Dia da Mulher Negra Latino-Caribenha, comemorado nessa terça-feira, com atos em diversas partes do país, e também do Julho da Pretas, que marca o mês com discussões e palestras sobre a identidade negra. Ela destacou a longa história de luta pela liberdade e a herança cultural e religiosa das mulheres negras na Bahia, citando, como exemplo, a Irmandade da Boa Morte, uma confraria de mulheres negras que existe desde o século 19.

Em palestra intitulada "Atravessando o tempo e construindo o futuro da luta contra o racismo", ela afirmou ser "indescritível" a sensação de viver num país liderado por Trump. "Nós resistiremos. Em todos os dias da administração Trump, resistiremos. Resistiremos ao racismo, à exploração capitalista, ao hetero-patriarcado, à islamofobia e ao preconceito contra pessoas com deficiência. Defenderemos o meio ambiente dos ataques insistentes e predatórios do capital."

Angela também fez menção ao movimento Black Lives Matter (As Vidas dos Negros Importam), que, nos Estados Unidos, vem ganhando destaque nos últimos anos pela luta contra a violência policial que atinge mais incisiva e cotidianamente a população negra.

Auditório lotado na UFBA. Crédito: Juh Almeida.

"Nós sabemos que as transformações históricas sempre começam pelas pessoas. Essa é a mensagem do movimento Black Lives Matter. Quando as vidas negras começarem a realmente importar, significara que todas a vidas têm importância. Quando a vida das mulheres negras importar, o mundo será transformado e saberemos, com certeza, que todas as vidas importam", destacou a ativista.

Angela Davis também denunciou a política de encarceramento em massa, que também se desdobra em racismo institucional, já que afeta desmedidamente a população negra, e destacou a necessidade de se combater as formas institucionais e individuais de violência e cerceamento de liberdades dessas populações, mas sem esbarrar em uma perspectiva de vingança.

"Esta é a chamada feminista negra por formas de justiça que não sejam vingativas. Mulheres negras representam o futuro. Mulheres negras são a esperança de liberdade. Não reivindicamos inclusão numa sociedade racista, misógina, patriarcal e capitalista. Afirmamos o feminismo abolicionista", afirmou.

Após a palestra, ela respondeu a perguntas de estudantes e jornalistas, e destacou a importância das manifestações culturais nos movimentos de resistência, como foi a música para o movimento abolicionista nos Estados Unidos, e ressaltou a importância de integração entre os jovens, que preservam a vitalidade da luta, e os mais velhos, que conservam o conhecimento acumulado. "Qualquer movimento que tenha expectativa de provocar uma mudança duradoura, deveria reconhecer a importância da comunicação entre diferentes gerações.

Ela também manifestou solidariedade a Rafael Braga, jovem negro preso nas manifestações de 2013, por portar uma garrafa de desinfetante, considerado como material explosivo pelas forças de segurança e pela Justiça, e frisou a necessidade de cooperação internacional para a libertação de presos políticos.

Assista à palestra na íntegra, transmitida pela TVE Bahia:

           

Obra do historiador Juremir Machado reflete sobre o posicionamento da imprensa na época da abolição da escravidão


O conservadorismo que dificultou o processo de abolição da escravatura no Brasil ainda não foi totalmente dissipado. Em pesquisa de cinco anos que originou livro, o jornalista e historiador Juremir Machado analisou o posicionamento da imprensa nos dias subsequentes ao 13 de maio de 1888. A conclusão é fatídica: “a mídia brasileira, como se diz hoje, ainda é muito conservadora e reativa aos interesses dos mais pobres, que tendem a ser vistos como despreparados”, diz o autor.

Em entrevista ao O POVO, Juremir apontou que muitos dos termos usados para tentar assegurar “direitos dos poderosos” na contemporaneidade, já eram encontramos nos periódicos de 1888. “O Barão de Cotegipe, desesperado para frear a história, falou em nome da responsabilidade, da razoabilidade, do bom senso, da ponderação, da prudência, da boa fé e do direito”, exemplifica.

O livro Raízes do conservadorismo brasileiro foi lançado após cinco anos de pesquisas ininterruptas. Alguns aspectos daquele período, que acabaram apagados dos livros de história, são trazidos à tona por Juremir - como o papel decisivo que os próprios negros tiveram no processo de abolição. “As pessoas negras que lutaram contra a escravidão não são lembradas porque a história oficial foi contada por quem detinha o poder”, elucida Jarid Arraes, cordelista e escritora cearense.

Não era e continua não sendo interessante para grupos dominantes que os grupos que foram violentados contem suas histórias e suas versões sobre os fatos. Por isso homenageamos grupos que realizaram genocídios contra os indígenas e negros, mas não aprendemos sobre Maria Firmina dos Reis (1825 - 1917, escritora maranhense considerada a primeira romancista brasileira) na escola. Isso tudo é resultado do racismo, das consequências da escravidão que não foram combatidas. Mas felizmente, com muita luta, estamos recontando nossa história e trazendo para a luz os heróis e heroínas que lutaram contra a escravidão, o racismo e outras formas de violência”, explica Jarid, que recentemente lançou o livro Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis.

A pesquisa de Juremir Machado nos periódicos brasileiros mostra que os mesmos termos usados em 1888 continuam sendo usados em 2017. Alguns personagens, segundo o autor, se destacam. O Barão de Cotegipe, figura emblemática, por exemplo, também falou que “A propriedade sobre o escravo, como sobre os objetos inanimados, é uma criação do direito civil. A Constituição do Império, as leis civis, as eleitorais, as leis de fazenda, os impostos, etc., tudo reconhece como propriedade e matéria tributável o escravo, assim como a terra”. Já o senador Paulino de Sousa, segundo o escritor, apelou para aspectos jurídicos e humanitários. Afirmou que a lei Áurea era inconstitucional, antieconômica e desumana. “Sempre os mesmos artifícios e argumentos”, sintetiza Juremir.

Para Américo Souza, professor do Instituto de Humanidades e Letras da Unilab, a abolição da escravatura no Brasil fracassou - pois tirou as populações escravizadas da condição de propriedade, mas não lhes deu as condições para que fossem inseridos na sociedade como cidadãos. “Sem terra, sem teto, sem educação formal, sem um ofício e alvo de um arraigado preconceito racial, a grande maioria dos libertos em 1888 passou da condição propriedade à marginalização social e política. A situação hoje não é muito diferente daquela, os baixíssimos índices de acesso à educação e saúde de qualidade pela população negra, somados à violência policial e a política de encarceramento em massa de que são vítimas, expressam o racismo estrutural que está base das desigualdades sociais do País”, argumenta.



XVIII Semana de História da URCA Debaterá Reformas Educacionais e Movimentos Sociais



A Universidade Regional do Cariri (URCA) sediará entre os dias 7 e 11 de agosto a XVII Semana de História.

Segundo informações do sitio do evento, este tem como finalidade enquanto uma ação mista, reunir alunos, professores e pesquisadores da área de História do estado do Ceará. Para tanto, serão debatidos assuntos voltados à articulação de parcerias com entidades representativas dos estudantes de História cearenses, à reflexão sobre os novos campos de pesquisa na área de História e, principalmente, à reconstrução do Movimento Estudantil de História do Ceará.

Este ano a URCA além de sediar a semana, irá receber o Encontro Cearense de Estudantes de História que é idealizado, sistematizado e construído pelos universitários do curso de história desta instituição de ensino superior e por entidades representativas (Centros e/ou Diretórios Acadêmicos) de estudantes deste mesmo curso do estado.

O site informa ainda que ao observarem a atual conjuntura política do país e sabendo da importância da rearticulação do Movimento Estudantil de História do Ceará, irão trabalhar a temática “Reformas Educacionais, Movimentos Sociais e Novas Possibilidades no Campo de Pesquisa em História”.

A programação incluirá grupos de debates, mesas, espaços de apresentação para trabalhos acadêmicos e outras atividades que propiciem a integração e o intercâmbio de experiências entre os participantes.



Secretaria de Saúde de Altaneira realiza testes gratuitos de sífilis, hepatite e HIV


A Secretaria de Saúde de Altaneira aderiu a Campanha “Julho Amarelo” do Ministério da Saúde para a realização de testes gratuitos de sífilis, hepatite e HIV, conforme noticiou o site do governo municipal.

Segundo Elodie Hyppolito, médica hepatologista do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), as hepatites B e C, que são silenciosas, atacam um em cada 100 (cem) cearenses. Outros dados preocupantes vêm do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Levantamento feito pelo primeiro contatou que três milhões de brasileiros estão infectados pela hepatite C, mas não sabem que têm o vírus.  Já a OMS estima que cerca de 3% da população mundial, seja portadora de hepatite C crônica.

Ainda de acordo com dados destes órgãos, a falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio, por isso a recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade façam o teste e no caso positivo, busquem o tratamento.

O site do município divulgou que a secretaria de saúde ao se basear neste panorama e visando prevenir essas doenças virais já que as unidades básicas, bem como o Hospital Euclides Nogueira Santana estará até a próxima sexta-feira, 28, acolhendo, realizando testes rápido de diagnóstico e vacinando os (as) altaneirenses.

As Hepatites B e C são transmitidas através de relações sexuais sem proteção e ao compartilhar materiais cortantes, como lâminas de barbear, escovas de dente e agulhas.

Hospital Municipal Euclides Nogueira Santana. Foto: Divulgação.