Tem
início hoje no Senado Federal a última etapa do processo de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. Depois de meses de articulação por este golpe, que
uniu Parlamento, Judiciário, mídia, e que tentou um véu de legalidade dentro
deste processo para tentar fazer parecer legítimo e manipular a opinião
pública, desgostosa do governo de Dilma. Ainda que com várias críticas justas e
necessárias à gestão Dilma, um golpe só traz mais riscos, instabilidade. E,
neste caso, garante o poder àqueles que dominam a elite política do país há
anos.
Publicado
originalmente em sua página
Em
pouco mais de 100 dias de governo interino, Temer nomeou um ministério
completamente masculino, branco, com várias denúncias de corrupção. O SUS não
tem a defesa do ministro da Saúde, que é ligado aos planos de saúde. O ministro
da Justiça disse que precisamos de menos pesquisas em segurança pública e de
mais equipamentos bélicos. Houve intervenção na Empresa Brasil de Comunicação.
Desmonte do Ministério da Cultura. Corte de verbas das universidades federais.
Nesta
imagem emblemática, do fotógrafo Lula Marques, Dilma aos 22 anos, em 1970,
diante de seus julgadores, os militares, durante a ditadura implementada no
país depois de um golpe. No primeiro plano, Dilma, nesta quarta-feira, em ato
contra o golpe no Teatro dos Bancários, em Brasília. Poucas horas antes de seu
julgamento final ter início no Senado. O mesmo olhar.
Uma
fotografia que nos diz muita coisa. Que tenhamos em mente que a história é
cíclica, mas que é preciso resistir sempre. Que a democracia merece nosso
cuidado permanente.
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