O
que muitas pessoas não sabem é que o português falado no Brasil traz inúmeras
palavras de origem africana. Em razão da escravidão dos negros da África no
Brasil Colônia, houve uma importante contribuição do continente na formação do
que podemos chamar hoje de idioma brasileiro. Muitas palavras existentes em
nosso dicionário são usadas em comum sentido tanto aqui como em Angola, um
exemplo que marca a forte ligação linguística.
Publicado
Originalmente no Afreaka
A
vinda dos negros africanos como escravos foi um marco histórico brasileiro,
sobretudo do século XVI. Apesar das precárias condições da escravidão, os povos
traficados jamais deixaram para trás a herança cultural do seu povo. Entre os
principais grupos que vieram para o continente americano estavam os bantus e os
sudaneses. O povo bantu foi o primeiro a fazer a viagem no tráfico
transatlântico. Dos vários dialetos existentes pela África, os que tiveram
maior impacto no Brasil foram o quimbundo, o quicongo e o umbundo.
Hoje,
podemos observar no dicionário brasileiro uma variedade de termos que usamos em
nosso dia a dia, sem termos a noção de sua origem africana, mais
especificamente do grupo bantu. Entre os exemplos encontramos: abadá, caçamba,
cachaça, cachimbo, caçula, candango, canga, capanga, carimbo, caxumba,
cochilar, corcunda, dengo, fubá, gibi, macaco, maconha, macumba, marimbondo,
miçanga, moleque, quitanda, quitute, tanga, xingar, banguela, babaca, bunda,
cafofo, cafundó, cambada, muquirana, muvuca.
É
importante termos a consciência de que a África é uma das responsáveis pelo
português que temos hoje no Brasil. Um idioma rico e variado, originado de
vários povos e que conquistou sua identidade única por conta da forte
miscigenação linguística.
Para saber mais:
LOPES,
N. (1993-1995) Dicionário Banto do Brasil, Rio de Janeiro: Secretaria
Municipal
de Cultura.
PETTER,
M.M.T.(2000) Talvez sejam africanismos. Estudos Lingüísticos XXIX – GEL
–
Grupo de estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo. v. 1: 713-718.
RAIMUNDO,
J. (1933) O elemento afro-negro na língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Renascença.
tem a bibliografia
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