Os
alunos do Curso Técnico em Finanças, do primeiro ano B da Escola Estadual de
Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda – Ceará,
desenvolveram durante a II Mostra Cultural Afro-brasileira uma peça intitulada “Racismo Reverso”.
Há que se notar, porém, que o racismo ao contrário, aquele do negro para com o branco inexiste. Segundo os alunos a intenção da peça era, no entanto, trabalhar o sentimento de alteridade, tão raro nos dias hoje. Aquela capacidade que todos deveriam ter em se colocar no lugar do outro na relação interpessoal, reconhecendo-o como sujeito de direitos.
Larissa Miranda (a esquerda) e Débora Gregório (a direita) ambas do 1º Ano B. |
A
peça bem dinâmica envolveu a todos com situações de preconceitos, discriminação
e racismo vivenciados pelo negro todos os dias nas ruas, em festas, nas escolas
e nos demais espaços de poder mas
interpretado por alunos e alunas de pele branca. O objetivo, disseram os alunos
“não era demonstrar que o negro pratica
racismo contra os brancos, pois isso não existe, mas permitir que os opressores
e racistas sintam na pele o que os oprimidos sofrem cotidianamente, caminhando
para o despertar na comunidade escolar do sentimento de ALTERIDADE”.
O
racismo reverso se configura como uma ideologia da classe dominante, da elite
que tenta a todo custo mascarar e inverter a lógica perversa que pendura desde
que o Brasil foi invadido no século XVI. Afinal, como um grupo que lota as
penitenciárias podem oprimir os brancos? Como um grupo que sempre ocupa papel
de coadjuvante na mídia pode praticar racismo? Como um grupo que precisa de
políticas públicas para adentrar em universidades particulares pode cometer
preconceito? Como os negros, mesmo sendo a maioria da população neste país e
que tem uma representatividade pífia nos demais espaços de poder pode ser racista? Como se eles não dominam os meios de
comunicação? Como? Como? Como?
Veja
também: Poesia “Guerreiro” de Luiz de Jesus, por Sheilyany Alves na II Mostra Cultural Afro-brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!