Quem tem medo da CPMF?, por Emir Sader



Bastou o governo anunciar a intenção de retomar a proposta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF) para que chovesse uma quantidade de afirmações da disposição de rejeitar a retomada do imposto sobre o cheque. Desde dirigentes do parlamento, que geram novos e exorbitantes gastos do governo, mas querem aparecer demagogicamente, como os que defendem a população contra novos impostos. Passando por grandes empresários, conhecidos pela sonegação de impostos, que querem fazer passar a ideia de que iniciativas como essa dificultariam a retomada dos investimentos. Chegando ao useiros ventríloquos na mídia, com seu discurso pronto contra qualquer iniciativa de democratização tributária.

Senadores comemoram o fim da CPFM
Por que eles têm medo de um imposto direto, que recai sobre quem gasta mais? Por que rejeitam um imposto que não pode ser sonegado? Por que não aceitam um imposto que retira recursos de quem ganha mais para financiar o mais democrático sistema de saúde pública do mundo?

Porque eles se atendem nos planos privados de saúde. Porque eles sonegam impostos. Porque eles preferem impostos indiretos, em que os pobres e os ricos pagam a mesma quantia.

Se sabia que a reação desses setores seria dura. Sempre foi. O anúncio não foi o mais hábil, porque foi invertida a lógica: primeiro se deveria fazer o que faz o ministro da Saúde: mostrar as necessidades de financiamento do sistema público de saúde. E aí apontar como a CPMF é a forma mais democrática de financiá-lo.

A direita e seus porta-vozes economicistas sempre se valem do isolamento das cifras econômicas do seu sentido social. Mais imposto? Não? Sem mencionar a que necessidade responderia o novo tributo.

Temos que inverter o procedimento: enunciar as necessidades que precisam ser cobertas, explicar como é falso o raciocínio de que se paga excessiva quantidade de impostos no Brasil, explicar o caráter democrático e redistributivo de um imposto como a CPMF, pelo qual quem tem mais transfere recursos para financiar o sistema publico de saúde, o SUS, que atende a toda a população.

Não será possível restaurar a CPMF – que foi eliminada pela aliança espúria da direita, do centro e da ultra-esquerda (recordar a cena imoral de Heloísa Helena, então presidente do Psol, comemorando com a direita, a derrota a tentativa do governo de dar continuidade ao imposto que financia o sistema publico de saúde) – sem um grande trabalho de convencimento prévio de amplos setores da população e do próprio parlamento.

Mas, ao mesmo tempo, o Sistema Único de Saúde (SUS) será duramente afetado se não conseguirmos essa ou outra via de conseguir os financiamentos que o sistema necessita. Democratizar é desmercantilizar, é colocar na esfera pública o que hoje está na esfera mercantil. Transformar em direito o que hoje é mercadoria.

Lançada enquete acerca da PEC da Redução da Maioridade Penal


Foi lançada por este blogueiro na manhã de sábado, 29 de agosto, no grupo “Altaneira – Ceará” da rede social facebook, enquete visando colher opinião dos internautas acerca da Proposta de Emenda à Constituição sob o número 171/93 (PEC), aprovada pela Câmara que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos.

Note-se que o texto já foi votado e aprovado em dois turnos pela Câmara dos Deputados, necessitando, porém, para ser promulgado como emenda à constituição de duas votações favoráveis no Senado. 
A PEC 171/93 aprovada  em dois turnos pela Câmara prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de
homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos. Imagem capturada da rede social facebook
.
A proposta tem sido duramente criticada pelos movimentos sociais de todo o Brasil que vira e mexe tem se mobilizado e se organizado na promoção de atos com o intuito de protestar contra a matéria se utilizando de diversos argumentos, sendo os mais comuns aqueles que frisam ser esta uma afronta aos direitos das crianças e adolescentes. Altaneira pode se juntar a diversas cidades e capitais do Brasil, uma vez que está programada para o próximo dia 07 de setembro uma mobilização pelas principais ruas desde espaço social intitulado “Ato Público Contra a PEC 171/93 – A PEC da Vergonha”.

A pergunta formulada foi seguinte: “Você é favorável ou contra a Proposta de Emenda à Constituição que Reduz a Maioridade Penal de 18 para 16 anos (PEC 171/93)”? Além das duas opões “Contra” e “A favor”, foi disposta ainda aquela que permite ao navegante “se abster” da votação.

Para votar na enquete o (a) internauta necessita de ter conta no Facebook e ser membro (a) do grupo supracitado. É digno de registro que não será aceito a participação de contas com perfis falsos, denominados de Fakes e, ou fantasmas. O tempo de participação se esgota na meia noite do dia 29 de setembro e o resultado divulgado no dia seguinte neste portal.









Rede Globo: “Não é o fim. Não é nem o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo.”


Num de seus mais admirados discursos da guerra contra o nazismo, Churchill disse: “Não é o fim. Não é nem o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo.”

Depois de apanhar duramente dos alemães de Hitler, a Inglaterra enfim reagira sob Churchill.
Como Churchill magistralmente colocou, o nazismo não fora ainda liquidado.  Mas alguma coisa mudara na guerra, e definitivamente, contra a Alemanha.

A sentença churchilliana pode-se aplicar, agora, à Globo, com o monumental fracasso de Babilônia.

Não é o fim da Globo, e nem o começo do fim. Mas é, provavelmente, o fim do começo do processo de dissolução da casa dos Marinhos.

Últimas cenas: o tempo das novelas passou.
Babilônia, com sua miserável média de 25 pontos, a pior da história das novelas do horário nobre, é um marco. É um registro da obsolescência da televisão como mídia, devastada pela internet.

Muitos teimam em atribuir o desprezo do público à má qualidade da novela, mas é um erro.

É como imaginar que uma carruagem, quando os automóveis começaram a dominar as ruas, vendeu pouco porque seu design era feio.

O problema é o produto.

Houve um tempo para novelas no Brasil, mas este tempo passou.

O interesse do público migrou para as enormes possibilidades oferecidas pela internet.

A  falácia da explicação do Ibope tísico pela má qualidade se desfaz quando você observa os índices de audiência igualmente cadentes do Jornal Nacional, para ficar num caso.

Se fosse um problema meramente de qualidade, o comando do JN teria sido inteiramente trocado já faz tempo, mas a dupla Kamel-Bonner está firme.

Quanto tempo até o colapso?

É difícil precisar. Imaginava-se, no caso das revistas, que elas durariam mais tempo, como indústria respeitável financeiramente, do que efetivamente aconteceu.

Quatro anos atrás, quem haveria de imaginar que a Abril estaria hoje se desfazendo, como um doente que sofre ao mesmo tempo de câncer e de Alzheimer?

O público já tinha abandonado a Abril e suas revistas quando, com algum atraso, os anunciantes fizeram o mesmo.

Aí acabou.

Provavelmente é o que acontecerá, em breve, com a Globo. A audiência se foi, e em algum momento os anunciantes não terão escolha senão partir também.

Babilônia é um símbolo de que a Era da Tevê terminou.

Não é o fim da Globo, para repetir Churchill. Nem o começo do fim.


Mas tem tudo para ser o fim do começo do desmoronamento.


Segundo pesquisa, senado derrubará a PEC da redução maioridade penal aprovada pelos deputados


O Senado derrubará a proposta de emenda constitucional (PEC) aprovada pela Câmara que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos se mantidas as posições manifestadas ao G1 entre sexta-feira (21) e esta quarta (26) pelos 81 senadores.

O levantamento indicou que mais da metade dos senadores (45) são contrários à PEC, aprovada em dois turnos na Câmara.

Para uma alteração na Constituição ser aprovada, são necessários os votos favoráveis de três quintos do plenário – ou seja, 49 dos 81 senadores. Dessa forma, a proposta poderia ter, no máximo, 32 votos contrários.
No levantamento, 27 dos 81 senadores ouvidos se declararam favoráveis ao texto aprovado pela Câmara. Nove preferiram não declarar posição.

Para ser promulgado como emenda à Constituição, o texto necessita de duas votações favoráveis no Senado.

O presidente da Casa, Renan Calheiros, já se manifestou contrário à redução da idade penal. Mesmo assim, afirmou que a proposta tramitará no Senado, mas não estipulou prazo para isso. Se aprovada em dois turnos pelos senadores, a PEC será promulgada. Se rejeitada, será arquivada.

Os senadores responderam ao levantamento do G1 na condição de anonimato – parte deles pessoalmente, parte por telefone e parte por meio da assessoria.

A pergunta formulada aos senadores foi a seguinte: "O senhor/senhora é favorável ou contrário à proposta de emenda à Constituição aprovada pela Câmara que reduz a idade penal de 18 para 16 anos nos casos de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos?"

Ministério Público e tempo de internação

Diversos senadores que se declararam contrários à PEC disseram que são favoráveis, em tese, à redução da maioridade penal, mas não nos termos em que a Câmara aprovou.

Vários manifestaram apoio ao projeto do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que estabelece a penalização de jovens entre 16 e 18 anos desde que proposta exclusivamente pelo Ministério Público e julgada exclusivamente por juiz especializado em questões de infância e adolescência.

Em fevereiro de 2014, a proposta foi rejeitada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado numa votação em caráter terminativo (pela qual o texto não precisa seguir para o plenário). Mas um recurso foi apresentado para que a matéria não seja arquivada e possa ser analisada no plenário. Para isso, precisa ser incluída na ordem do dia.

Outros parlamentares afirmaram que consideram suficiente o projeto de lei aprovado pelo Senado que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e aumenta o tempo de internação de menores de 18 anos que tenham cometido crimes hediondos. A matéria seguiu para votação na Câmara dos Deputados.

Pelo projeto, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), os jovens que tenham cometido esse tipo de crime poderão ficar internados em centros de atendimento socioeducativo por até dez anos. Atualmente, o tempo máximo de internação é de três anos.

Câmara dos Deputados

Na Câmara, a redução da maioridade penal chegou a ser rejeitada, em votação no último dia 1º de julho. Na ocasião, a PEC recebeu 303 votos favoráveis – eram necessários ao menos 308.

Pelo texto, poderiam ser penalizados criminalmente os jovens com 16 anos ou mais que cometessem crimes hediondos (como latrocínio e estupro), homicídio doloso (intencional), lesão corporal grave, seguida ou não de morte, e roubo qualificado. Eles deveriam cumprir a pena em estabelecimento separado dos maiores de 18 anos e dos menores de 16 anos.

No dia seguinte, porém, uma manobra do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais defensores da redução da maioridade penal, permitiu que a proposta – após sofrer modificação – fosse novamente votada e, desta vez, aprovada. A votação final, em segundo turno, ocorreu no último dia 19, e o texto foi definitivamente aprovado na Câmara.

A manobra consistiu em restringir a penalização de jovens infratores entre 16 e 18 anos para casos de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos, com cumprimento da pena em estabelecimento penal separado dos menores de 16 e maiores de 18. Com isso, vários deputados mudaram o voto, o que permitiu a aprovação da proposta.

Professor Negro é barrado em hotel onde veio para ministrar palestra



No Seminário Internacional do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, o palestrante Carl Hart, professor associado de psicologia e psiquiatria da Universidade de Columbia, foi barrado pela segurança do hotel cinco estrelas Tivoli Mofarrej, que sedia o fato. A organização do Instituto teve que se mobilizar para autorizar a sua entrada no hotel.


Carl Hart é negro e veio a São Paulo palestrar sobre a guerra às drogas e como ela é usada para marginalizar e excluir parte da população. Antes de se tornar um cientista respeitado, com três pós-doutorados, e um dos maiores nomes sobre o estudo de drogas, era usuário de crack. Ele decidiu tornar-se especialista nos efeito do crack para entender como a droga tinha destruído sua comunidade. E virou um neurocientista, com seus dread e os três dentes de ouro.

Ao começar sua fala, provocou as mais de mil pessoas que estavam no auditório: "Olhem para o lado, vejam quantos negros estão aqui. Vocês deviam ter vergonha". Não havia nenhum negro na plateia.

Inicia-se nesta segunda (31) o VI Artefatos da Cultura Negra


A população afrodescendente no Brasil desencadeou inúmeras iniciativas para superar a exclusão e as práticas racistas, dentro e fora do sistema educacional, que atravessaram o século XX. Como parte desse processo político de luta por educação de qualidade e antirracista é que nos anos de 2003 e 2004 o movimento negro brasileiro recoloca em pauta o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no país, tornando obrigatório no currículo oficial da Rede Nacional de Ensino de acordo com a Lei 10.639/2003 e nos termos de suas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Parecer CNE/CP 03/2004 e Resolução CNE/CP 01/2004).

A Lei nº. 10.639/03 alterou a LDB nº. 9.394/96 nos seus artigos 79A e 79B que até então não propunha em seu corpo legal a obrigatoriedade da discussão das questões voltadas à temática. Diante desse contexto e movidos pelo desejo de se promover uma educação de combate ao racismo é que nasceu, no ano de 2009, a proposta do Artefatos da Cultura Negra no Ceará, o qual se encontra na sua VI edição.

Este ano o Seminário VI Artefatos da Cultura Negra no Ceará intitulado “Educação Afropensada: Repensar o Currículo e Construir Alternativas de Combate ao Racismo”terá início a partir desta segunda-feira, 31 de agosto e se estenderá até o dia 04 de setembro do ano em curso, tendo como proposta fundamental rediscutir as principais contribuições dos africanos nos contextos políticos, econômicos, sociais e culturais para o Brasil.

O VI Artefatos da Cultura Negra no Ceará resulta de uma parceria do programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Ceará, Universidade Estadual do Ceará, Universidade do Tennesse, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Regional do Cariri e Universidade Cândido Mendes. O evento será realizado na Universidade Federal do Ceará, Universidade Estadual do Ceará e Universidade Regional do Cariri.

Na oportunidade, além das palestras haverá mini cursos, visitas pedagógicas, oficinas, mesas redondas e lançamentos de livros.

I Seminário de Comunicação da Região do Cariri será realizado em Crato


Acontece dias 28 e 29 de agosto, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (Urca), no Campus do Pimenta, o I Seminário de Comunicação da Região do Cariri. O evento tem como objetivo debater com profissionais de imprensa, políticos, lideranças comunitárias e sindicais, estudantes, blogueiros, ativistas digitais, e interessados no assunto a luta pela democratização da comunicação no Brasil.

A palestra de abertura será de Inácio Carvalho com o tema “A democratização da comunicação e a liberdade de expressão no Brasil”, que será proferida na sexta-feira (28), 19 horas, após a solenidade de abertura do seminário.

O evento é uma promoção do Instituto de Memória e da Cidadania do Cariri (IMCC), com apoio do site Contraponto, do Coletivo Mídia Popular, da Universidade Regional do Cariri através da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis.

Os debates vão girar em torno de temas como liberdade de expressão e imprensa no Brasil, democratização da comunicação, lei de meios, o momento político do País, mídias digitais, redes sociais e participação popular.

A palestra de encerramento será de Rafael Mesquita, diretor do Sindicato dos Jornalistas do Ceará.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da URCA, no Campus do Pimenta em Crato, sede do IMCC ou através do site Contraponto Cariri.

Programação

DIA 28 de agosto – Sexta-feira
18h - Credenciamento
19h - Solenidade de Abertura
Palestra A democratização da comunicação e a liberdade de expressão no Brasil e no Ceará com Inácio Carvalho (Secretário Estadual de Comunicação do PCdoB-CE, responsável pelo Portal Vermelho no Ceará e membro do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé).
DIA 29 de agosto – Sábado
9h - Mesa Redonda 01: A democratização da comunicação e o atual momento político do Brasil

Mediador: Prof. Sandro Leonel, Professor, Pesquisador, Radialista, Articulador Social, Blogueiro, Fotógrafo e comentarista político da Rádio São Francisco FM Crato-CE
Participantes: Prof. Roberto Siebra, Professor Doutor do Curso de Ciências Sociais e Pró-Reitor de Assuntos Estudantis da URCA, Prof. José Anderson Sandes Freire, Mestre em Comunicação, Universidade Federal do Cariri - UFCA
12h - Intervalo/Almoço (livre)
14h - Mesa Redonda 02: Mídia alternativa, redes sociais e participação popular

Mediador: Tarso Araújo, radialista e blogueiro editor do site Contraponto Cariri
Participantes: Aurélio Matias, professor e diretor do Sindicato Apeoc Prof. Mauricio Teles Freire, Blogueiro e consultor da Fundação SOS Chapada do Araripe
16h30 - Palestra de Encerramento: A luta pela democratização da comunicação no Brasil
Palestrante: Rafael Mesquita (Diretor do Sindicato dos Jornalistas do Ceará e do Fórum pela Democratização da Comunicação no Ceará).
19h - Noite Cultural
Largo da RFFSA em Crato

Insrições

Os Interessados(as) deverão fazer inscrição preenchendo a FICHA DE INSCRIÇÃO nos locais abaixo ou no endereço eletrônico www.contrapontocariri.com.br. As inscrições são gratuitas.

Locais das inscrições:
Sede do IMCC

Rua Antonio Antuérpio Gonzaga de Melo, 136 Bairro Vila Lobo Crato –CE
Horário: de terça à quinta-feira das 14h às 17horas. (exceto feriados)
Urca Campus do Pimenta – Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis
De segunda à sexta-feira (exceto feriados)
No horário de 8h às 11h e de 14h17h e de 18h30min às 21h30min

Certificação


Todos/as inscritos/as que tiverem frequência em pelo menos 75% das atividades do Evento receberão certificado do evento que serão enviados digitalmente para o endereço dos participantes do evento. Os certificados serão assinados pelo Departamento de Ciências Socais da URCA e serão gratuitos.  


CREDE 18 promove I Formação em Ensino de História e Cultura Afro Indígena Cearense


Professores, membros de movimentos negros e organizadores da I Formação em Ensino de História e Cultura Afro-Indígena
Cearense proporcionada pela CREDE 18. Foto: Divulgação.
A Escola Estadual de Educação Profissional Violeta Arraes Alencar Gervaiseau, com sede em Crato, na região do cariri, sediou durante os dias 20 e 21 de agosto do ano em curso a I Etapa da Formação em Ensino de História e Cultura Afro-Indígena Cearense promovida pela 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 18).

A formação foi realizada em parceria com os movimentos sociais negros e indígenas da região, com destaque para o Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC) e o Grupo de Mulheres Negras do Cariri Pretas Simoa, envolvendo o corpo docente da área de ciências humanas das instituições de ensino ao qual a crede é responsável. O encontro ocorreu em cumprimento às Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que discorrem que é obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira e Indígena em toda a extensão do currículo escolar, respectivamente.

Professores Belarmino Ferreira e
Antonio Marcos durante exposição
de trabalho. Foto: Prof. João Lucian.
Na oportunidade, diversos professores da rede estadual de ensino externaram em forma de palestras suas experiências desenvolvidas em sala de aula buscando atender de forma efetiva o que dispõe à lei, fruto inclusive de muita mobilização dos movimentos sócias.

A Escola de Ensino Fundamental e Médio José Alves de Figueiredo (Crato), a partir da professora Maria Dalva da Conceição, abordou a temática “Relatos de Experiências – Herança Cultural Africana no Ceará”, com enfoque na quebra do mito de que neste estado não há negros, muito sustentado ainda por uma visão ultrapassada da história. Os docentes Antonio Marcos Ramos de Oliveira e Belarmino Ferreira de Alburguerque, da Escola de Ensino Fundamental e Médio Presidente Vargas (Crato) socializaram o projeto desenvolvido na comunidade Poço Dantas, deixando entrever traços e heranças culturais indígenas neste espaço social. 

Este blogueiro e professor da Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo (Nova Olinda) versou sobre a importância do protagonismo negro nos currículos escolares como forma não só de atender o que apregoa à lei, mas também para corroborar na superação de um ensino calcado na visão europeia. Para tanto, enveredou por ações afirmativas do negro, entendo estes como sendo responsáveis e corresponsáveis pelo formação, crescimento e desenvolvimento do Brasil. No ensejo, externou a série desenvolvida junto ao corpo discente desta escola intitulada “Personalidades Negras que Mudaram o Mundo” e propagada neste portal a partir do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), tendo como finalidades visibilizar personalidades negras que com suas ações mudaram a si e a comunidade ao qual estavam inseridos; trabalhar a história africana e afro-brasileira por um viés daqueles que foram e ainda estão à margem da sociedade e promover a diversidade étnico racial na escola pública.

Verônica e Valeria Neves (Grunec) ao lado de Dayze Vidal (Pretas Simoa) e João do Crato. Quadro montado a partir de imagens deste blogueiro.
Fizeram parte ainda da programação temas trabalhados por membros de movimentos negros e indígenas. A educadora Dayze Vidal, do Pretas Simoa – Grupo de Mulheres Negras do Cariri, ministrou palestra ao qual dedicou cerca de 40 (quarenta) minutos para arguir sobre “Recortes da Lei 10.639/03 nas Redes Públicas de Ensino”. Itens como A Formação da Sociedade Brasileira; Peculiaridade do Ceará; Formação de Professores e Currículo excludente fez parte de sua fala. Para ela, há a necessidade de se trabalhar essa lei de forma transversal e interdisciplinar, o que exclui a falsa ideia de que só aos professores de humanas incube-se essa tarefa.

Verônica e Valérias Neves, do GRUNEC, discorreram sobre “Territorialidade Negra e,ou Quilombola no Cariri Cearense". Aqui, houve a divulgação de um importante trabalho com comunidades rurais de algumas cidades desta região. O material refere-se ao Mapeamento das Comunidades Rurais Negras e Quilombolas do Cariri e demonstra que há 25 comunidades organizadas descendentes de negros em 15 municípios.

Contribuíram também no evento o João do Crato com o tema “Territorialidade Indígena no Cariri”; A temática “Arqueologia pré-histórica do Cariri” foi exposta por Heloisa Bitu, representante da Casa Grande (Nova Olinda); o Padre Vileci que desenvolveu o projeto “Ecos do Caldeirão” e uma mesa redonda foi formada objetivando discutir e refletir as religiosidades de matrizes africanas. Para tanto, o babalorixá Edilson e a mãe de santo – a senhora Bira expuseram dados acerca da intolerância e do preconceito que as vertentes umbanda e candomblé sofre em todos os meios sociais. Programações artísticas intercalavam às palestras, como por exemplo, a encenação do poema “Chamaram-me Negra”, da ativista Victória Santa Cruz, realizado pela a aluna Adriely da Escola de Ensino Fundamental e Médio Menezes Pimentel (Potengi).

Segundo Maria Edma da Silva, uma das organizadoras do evento, a ideia é desenvolver a próxima etapa em forma de oficinas.

Confira outras fotos da prof Lucélia e desde Signatário




















“O cuidado como ato pedagógico” será tema da IV Semana Freiriana do Cariri



Entre os dias 15 e 19 de setembro ocorrerá a Semana Freiriana do Cariri (SFC), com o tema “O cuidado como ato pedagógico”.

O evento, espaço de diálogo e discussão sobre os rumos da educação, é uma iniciativa da Escola de Políticas Públicas e Cidadania Ativa - EPUCA e integra a Rede Paidéia - Cidade  Educadora, programa de extensão da Universidade Federal do Cariri.


Em sua quarta edição (as anteriores ocorreram em 2011, 2012 e 2013) ela assume periodicidade bienal e além de debater as mudanças de paradigma na educação contemporânea e sediar o Fórum de Gestores Municipais de Educação do Cariri, organizará rodas de conversa com Ana Cláudia Quintana Arantes (geriatra praticante de cuidados paliativos) e a monja Coen Sensei (jornalista e zen budista) e oficinas com o dançarino e coreógrafo Hugo Leonardo e a educadora e bailarina Ana Thomaz.

A abertura do evento contará com a apresentação da Orquestra de Cordas da Universidade Federal do Cariri (UFCa), e ainda haverá apresentação do espetáculo teatral “Ledores no Breu”, da Cia do Tijolo (SP).

A peça, que se inspira nas ideias de Paulo Freire e no cordel “Confissão de caboclo”, do poeta Zé da Luz, trabalha com as “relações entre o homem sem leitura e sem escrita com o mundo ao seu redor”, citando ainda Patativa do Assaré, Frei Betto, Cartola, Mano Chao e Luís Fernando Veríssimo, entre outros.

Todas as atividades (com exceção das oficinas) são gratuitas e as inscrições podem ser feitas através do site do evento.

Laços de Família: Denúncia contra Cunha pode ligar Lava Jato à privataria tucana



A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem uma surpresa. Na página 40 aparece a ligação da Operação Lava Jato com a privataria tucana, ao rastrear o caminho do dinheiro das propinas sobre contratos de construção de sondas pela Samsung para a Petrobras.

Serra e Baiano. Denúncia do MPF pode conter eloa entre a
era das privatizações e a da Lava Jato.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o representante da Samsung, Júlio Camargo, recebeu comissão por ter conquistado o contrato – e distribuiu propinas. Três desses pagamentos, entre junho e outubro de 2007, saíram das contas, em paraísos fiscais, das empresas Piamonte Investment e Winterbothan Trust Company, do próprio Camargo, para a Iberbras Integración de Negócios Y Tecnologia, ligada a Fernando Soares, o Fernando Baiano, chamado por Camargo de “sócio oculto” de Eduardo Cunha.

A denúncia registra que a Iberbras tem uma sucursal brasileira – Iberbras Integração de Negócios, de CNPJ 068.785.595/0001-01 –, registrada em nome de Hiladio Ivo Marchetti, marido de Claudia Talan Marin que, por sua vez, é proprietária do Condomínio Vale do Segredo Gestão de Patrimônio Eireli, em Trancoso, no litoral sul da Bahia. Fernando Baiano tem entre seus bens sequestrados pela Justiça uma mansão naquele condomínio e realizou transferências para Cláudia Talan Marin no valor de R$ 1,6 milhão.

Cláudia Talan Marin e Hiladio Ivo Marchetti são filha e genro de Gregório Marin Preciado, ex-sócio do senador José Serra (PSDB-SP) em um terreno no Morumbi, bairro nobre de São Paulo. A mãe de Cláudia, Vicencia Talan Marin é prima do senador tucano. Por este parentesco Preciado muitas vezes é tratado nos meios políticos como "primo" de Serra.

Todo o capítulo 8 do livro-reportagem A Privataria Tucana (de Amaury Ribeiro Júnior, Geração Editorial, 2011) é dedicado a Preciado, com o título “O primo mais esperto de José Serra”. No final do capítulo 7, há documentos da CPI do Banestado obtidos no Tribunal de Justiça de São Paulo comprovando a movimentação milionária de dinheiro de Preciado em paraísos fiscais, em negócios com Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro de Serra.

As relações de Preciado com Serra são antigas e profundas. A antiga empresa de consultoria do atual senador, denominada ACP Análise da Conjuntura Econômica e Perspectivas Ltda., tinha como endereço o prédio da firma Gremafer, pertencente a Gregório Preciado. Neste imóvel também funcionaram os comitês de campanha de José Serra nas eleições de 1994 para o Senado, e de 1996, para prefeito de São Paulo.

Preciado também contribuiu para financiar campanhalavas de Serra nos anos de 1990 por intermédio de suas empresas Aceto, Gremafer e Petrolast. A família de José Serra visitava sempre as casas de Preciado em Trancoso, região onde ele passou a fazer negócios imobiliários.

Um caso rumoroso envolvendo o DEM da Bahia foi na Ilha do Urubu.

A ligação de Fernando Baiano com a Iberbras foi confirmada nas investigações a partir do controle de acesso na portaria da Petrobras, onde Baiano identificou-se como representante da empresa.

Segundo informações de bastidores a respeito da delação premiada de Fernando Baiano, ainda sob sigilo, um dos assuntos delatados seria justamente negócios com o "primo" de Serra. A conferir.

Povos Marajó mantinham contato com as Guianas, afirmam arqueólogos



Um projeto arqueológico em Gurupá, na ilha do Marajó, surpreendeu pesquisadores com evidências de novos contatos entre os povos da Amazônia. Através de escavações e coleta de materiais, os arqueólogos encontraram peças com estilos diferentes das cerâmicas tapajônica e marajoara, indicando que as civilizações que viviam na floresta antes do descobrimento interagiam com mais povos do que se pensava.

Cerâmica encontrada em Guarupá tem traços do estilo
Kariabo, encontrada em povos mais ao norte do Pará.
Foto; Acervo Projeto OCA/MPEG.
"Sabemos que a comunicação do passado pre-colonial seguia o fluxo do rio. O Amazonas era uma grande avenida, mas o que está nos surpreendendo é a ausência de semelhanças estilísticas entre a cerâmica encontrada em Gurupá e as peças do restante do Marajó e de Santarém. A semelhança é com artesanato Koriabo, que aparece nas Guianas e no Amapá", explica a arqueóloga Helena Lima, coordenadora do projeto Origens, Cultura e Ambiente (OCA).

De acordo com a pesquisadora, a semelhança entre a cerâmica de Gurupá e de civilizações ao norte do estado do Pará fizeram com que os arqueólogos debatessem a possibilidade da interação entre povos que não são ligados pelos grandes rios. "Percebemos semelhanças muito fortes, então começamos a discutir o baixo Amazonas como área de intenso fluxo estilístico, de idéias e estilos em sentido norte-sul ou sul-norte", disse. "É absolutamente viável pensar em comunicação fora do fluxo dos grandes rios", afirma.

Tesouro oculto

Segundo o Museu Goeldi, desde o século XIX o arquipélago do Marajó serve como referência para pesquisa sobre as culturas da região antes da chegada dos portugueses. Apesar disso, o projeto OCA é a primeira iniciativa a explorar o potencial de Gurupá.

"O município de Gurupá, embora tenha potencial arqueológico muito grande, com mais de 50 sítios, nunca havia sido pesquisado. Houve um inventário do Iphan realizado em parceria com a Ufpa entre os anos de 2008 e 2009 que resultou em uma publicação de um livro que já apontava uma cerâmica diferente das demais culturas amazônicas, não relacionada com conjuntos conhecidos", explica Helena Lima, coordenadora do projeto , realizado pelo Museu Emílio Goeldi.

Riqueza ameaçada

A cidade de Gurupá está localizado entre os Xingu e Amazonas, no arquipélago do Marajó. O município possui pouco mais de 31 mil habitantes de acordo com o censo do IBGE, e tem abundância de sítios arqueológicos espalhados pela Reserva Ambiental de Jacupi, um local que desperta interesse de madeireiros e loteadores.

Entre os materiais coletados, os pesquisadores encontraram cerâmicas, carvões e amostras de solo de diversas épocas. Há vestígios de povos desde antes da chegada dos europeus à Amazônia até períodos mais recentes. Os itens foram trazidos para a Reserva Arqueológica do Museu Goeldi onde são analisados.