Quando
o garoto negro é arrancado da loja na Oscar Freire, vocês não são todos Maju.
Por
Fabio Luiz no Facebook e reproduzido no Geledes
Quando
a propaganda sugere que a garota negra precisou ser adotada pra ter acesso à
educação e refrigerante, vocês não são todos Maju.
Quando
um apresentador em Black Face faz um Rap pra vender biscoitos, vocês não são
todos Maju.
Quando
vocês dizem que tal pessoa tem cabelo “ruim”, vocês não são todos Maju.
Quando
vocês seguram suas bolsas no elevador do shopping, vocês não são todos Maju.
Quando
vocês não me cumprimentam no hall do prédio, ou trancam o portão ao me ver
chegando, não são todos Maju.
Quando
vocês dizem que racismo não existe, e uma pessoa que “deu certo” como eu não
deveria pensar ou falar sobre isso, vocês não são todos Maju.
Quando,
na minha própria agência bancária, demoro 10 minutos pra ser liberado na porta
giratória, vocês não são todos Maju.
Quando
eu tento pegar táxi num ponto onde não me conhecem, vocês não são todos Maju.
Quando
a criança negra aparece bem menos na tela do comercial de suco, ou de fralda,
vocês não são todos Maju.
Quando
eu sou o único pai “de cor” nas atividades da escola da minha filha, vocês não
são todos Maju.
Quando
a família de negros que a TV apresenta, numa obra de ficção bem torta, é
formada por bicheiros, beberrões, advogados corruptos e mulheres promíscuas, e
vocês acham que esse é o toque de realidade da obra, vocês não são todos Maju.
Quando
insistem com as piadas de macaco, “preto” só é bom sambando e jogando bola,
vocês não são todos Maju.
Quando
vocês acham mesmo que são todos lordes britânicos que magicamente apareceram
num país da América latina e aqui vivem, vocês não são todos Maju.
Quando
não reconhecem os efeitos da escravidão sobre descendentes da diáspora
africana, vocês não são todos Maju.
Quando
acham que nossas guias coloridas e o nosso batuque são uma afronta ao Deus —
impávido colosso da imaginação de quem torceu textos bíblicos pra condicionar
mentes, vocês não são todos Maju.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!