Terreiro de candomblé Ilê Axé Oloiobá é atacado e destruido



O Escritório Frei Tito de Alencar, órgão de defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deve reunir, nos próximos dias, materiais para oferecer denúncia pelo ataque sofrido no terreiro de candomblé Ilê Axé Oloiobá, há cerca de duas semanas. O local onde acontecem os encontros religiosos, na Cidade Nova, divisa entre Fortaleza e Maracanaú, teve o prédio completamente destruído durante a madrugada. Cerca de 10 integrantes do grupo recorreu à advogada do escritório, Luanna Marley, que deve pedir apoio à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), ao Ministério Público Estadual e à Justiça. A suspeita é que o crime tenha sido motivado por preconceito religioso.

O Terreiro de Candombé Ilê Axé Oloiobá na Cidade Nova, ficou completamente destruído após ataque.
O escritório deve entrar com três ações judiciais. A primeira é de usucapião (já que o terreiro existe, no mesmo local, há mais de 25 anos, mas o dono não tem o documento de propriedade). A segunda é em relação ao crime cometido no local. A terceira é de indenização por danos morais. “Não podemos admitir que crimes dessa natureza permaneçam impunes e os criminosos ajam livremente”, apontou a advogada.

Queremos realizar nossos encontros como sempre ocorreram, com muita fé e segurança”, confirma Marcos da Justa Teixeira, conhecido como Marcos de Oxissi. A ideia de procurar proteção, segundo Marcos, veio após a agressão de uma criança, no Rio de Janeiro, apenas por estar com roupas do candomblé.

Maria Zelma de Araújo Madeira, titular da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial do Ceará (Ceppir/CE) defende que a questão das minorias, no Ceará, sempre foi levada em segundo plano por conta do machismo. “Combatemos a intolerância religiosa, machismo, homofobia. Lutamos conjuntamente para a transformação social”, confirma.

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