Foi
nomeada, como presidenta da Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC), a militante
do Movimento Social Negro Brasileiro, Maria Aparecida da Silva Abreu, segunda
mulher a gerir a instituição em seus 26 anos de existência. A decisão foi
publicada na edição desta quarta-feira (29) do Diário Oficial da União (DOU)
pela presidenta Dilma Rousseff, por indicação do ministro da Cultura, Juca
Ferreira.
Cida
Abreu, como é conhecida, substitui o ator e produtor cultural Hilton Cobra, à
frente do cargo desde 2013. Com um currículo acadêmico voltado à Gestão Pública
e à Educação, aos 43 anos, Cida Abreu tem como experiência a união das duas
áreas do conhecimento nas atuações que exerceu.
A
gestão da nova presidenta tem como meta dar atenção especial a construir o
conceito e participação da Cultura Afro Brasileira no desenvolvimento econômico
do país, o combate à intolerância religiosa, o fortalecimento das garantias dos
direitos das comunidades tradicionais quilombolas, a valorização das produções
artísticas e intelectuais e a participação popular. “A Cultura Afro-Brasileira é como um instrumento para a nacionalização
do Brasil a partir da herança ancestral africana”, afirma ressaltando que
um dos principais objetivos será o fortalecimento e a ampliação do papel
institucional da Palmares.
Ativismo
Como
militante do Movimento Social Negro Brasileiro, Cida Abreu tem como sua marca a
defesa da Cultura Afro-Brasileira, patrimônio material e imaterial. Por esse
motivo, vê na Fundação Cultural Palmares a oportunidade de garantir e ampliar
resultados interessantes à população negra, uma vez que é onde se encontram as
principais ferramentas de atuação política à salvaguarda da matriz cultural
afro-brasileira e de apoio ao enfrentamento do racismo e desigualdades.
Entre
outras lutas, Cida teve como conquistas a fundação e a presidência do Movimento
de Pesquisa da Cultura Negra de Miracema (1998), ser representante-membro da
Comissão de Combate à Discriminação de Raça, Cor, Religião, Preconceito e
Intolerância Correlata da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
(ALERJ) e do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine), também do Rio de
Janeiro onde teve outros cargos importantes aos assuntos étnico-raciais.
Em
2010, recebeu o Prêmio Zumbi dos Palmares da Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro. Em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio), participou do mapeamento das Casas de Religião de Matriz Africana de
Umbanda e Candomblé do Rio, o que rendeu à Casa do Perdão o Prêmio Nacional de
Direitos Humanos. Coordenou, ainda, o Projeto “Festival de Cultura Negra
Candanga” (2014).
Entre
suas atuações internacionais representou o Brasil em reunião dos movimentos
sociais no XI Fórum Social Mundial em Dakar (Senegal), aprovou o I Tayer de
Afrodescentes Latino-americano de Caribenho (2011) e coordenou, junto à então
ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, a mesa de Ministros-Chefes de
Estados, no Fórum Social Mundial de Dakar sobre empoderamento das mulheres
negras no governo e na política (2011).
Afiliada
ao Partido dos Trabalhadores (PT), teve como resultados de seu desempenho a
defensoria da transformação do Plano Juventude Viva em uma política de Estado,
o apoio à aprovação das cotas étnico-raciais na direção partidária e a
organização da I Jornada Nacional de Formação para o Combate ao Racismo do PT
(2012).
Cida
Abreu foi a coordenadora do Programa de Governo da presidenta Dilma Rousseff
para a Igualdade Racial. Sua última função no Partido foi como Secretária
Nacional de Combate ao Racismo.
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