O
líder sul-africano Nelson Mandela foi um dos mais importantes sujeitos
políticos atuantes contra o processo de discriminação instaurado pelo
apartheid, na África do Sul, e se tornou um ícone internacional na defesa das
causas humanitárias. Nascido em 18 de julho de 1918, na cidade de Transkei,
Nelson Rolihlahla Mandela era filho único do casal Henry Mgadla Mandela e
Noseki Fanny, que integrava uma antiga família de aristocratas da casa real de
Thembu.
Mesmo
após ter suas posses e privilégios retirados pela ingerência da Coroa Britânica
na região, a família viveu um período de tranqüilidade, até quando Henry Mgadla
faleceu inesperadamente, em ano de 1927. Com essa reviravolta em sua vida
familiar, a mãe de Mandela se viu obrigada a deixar seu unigênito sob os
cuidados de Jongintaba Dalindyebo, parente da família que tinha condições de
zelar pela vida e a educação de Nelson Mandela.
Nesse
período de sua vida, o jovem Mandela teve oportunidade de ter uma ampla
formação educacional influenciada pelos valores de sua própria cultura e da
cultura européia. Com isso, o futuro ativista político conseguiu discernir como
o pensamento colonial se ocupava em dizer aos africanos que eles deveriam se
inspirar nos “ditames superiores” da cultura do Velho Mundo. Após passar pelas
melhores instituições de ensino da época, o bem educado rapaz chegou à
Universidade de Fort Hare.
No
ambiente universitário, Mandela teve oportunidade de tomar conhecimento da luta
contra o apartheid promovida pelo Congresso Nacional Africano (CNA).
Entretanto, antes de lutar contra o problema social que tomava seu país, Nelson
Mandela se voltou contra as tradições de seu próprio povo ao não se sujeitar a
um casamento arranjado. Mediante o impasse, o jovem se refugiou na cidade de
Johannesburgo, onde trabalhou em uma imobiliária e, logo em seguida, em um
escritório de advocacia.
Vivendo
nesta cidade, Mandela aprofundou ainda mais seu envolvimento com as atividades
do CNA e deu continuidade aos seus estudos no campo do Direito. No ano de 1942,
com o apoio de companheiros como Walter Sisulu e Oliver Tambo, fundou a Liga
Jovem do CNA. Na década de 1950, os ativistas aliados à Mandela resolveram
realizar uma grande manifestação de desobediência civil onde protestavam com as
políticas segregacionistas impostas pelo governo do Partido Nacional.
Essa
grande manifestação política resultou na elaboração da Carta da Liberdade,
importante documento de luta onde a população negra oficializava sua
indignação. Em 1956, as autoridades prenderam Nelson Mandela e decidiram
condená-lo à morte pelo crime de traição. No entanto, a repercussão
internacional de sua prisão e julgamento serviram para que o líder ficasse em
liberdade. Depois disso, Mandela continuou a conduzir os protestos pacíficos
contra a ordem estabelecida.
Em
março de 1960, um trágico episódio incitou Nelson Mandela a rever seus meios de
atuação política. Naquele mês, um protesto que tomou conta das ruas da cidade
de Sharpeville resultou na morte de vários manifestantes desarmados. Depois
disso, Nelson Mandela decidiu se empenhar na formação do “Lança da Nação”, um
braço armado do CNA. Naturalmente, o governo segregacionista logo saiu em busca
dos líderes dessa facção e, em 5 de agosto de 1962, Mandela foi mais uma vez
preso.
Após
enfrentar um processo judicial, Mandela foi condenado à prisão perpétua, pena
que cumpriria em uma ilha penitenciária localizada a três quilômetros da cidade
do Cabo. Nos vinte e sete anos seguintes, Mandela, o preso “466/64”, ficou
alheio ao mundo exterior e vivia o desafio de esperar pelo tempo em sua cela.
Nessa época, consolidou uma inesperada amizade com James Gregory, carcereiro da
prisão que se impressionou com os valores e a dignidade de seu vigiado.
Nesse
meio tempo, após a desarticulação do movimento anti-apartheid, novos movimentos
de luta surgiram e a comunidade internacional se mobilizou contra a sua prisão.
Somente em 1990 – sob a tutela do governo conciliador do presidente Frederik
Willem de Klerk – Nelson Mandela foi liberto e reconduziu o processo que deu
fim ao apartheid na África do Sul. Em 1992, as leis segregacionistas foram
finalmente abolidas com o apoio de Mandela e Willem de Klerk.
No
ano seguinte, a vitória política lhe concedeu o prêmio Nobel da Paz e, em 1994,
foram organizadas as primeiras eleições multirraciais da África do Sul. A
vitória eleitoral de Nelson Mandela iniciou o expurgo das práticas racistas do
Estado africano e rendeu grande reconhecimento internacional à Mandela. Depois
de cumprir mandato, em 1999, Mandela atuou em diversas causas humanitárias. O
líder sul-africano exerceu também um grande papel na luta contra a AIDS.
Nelson
Mandela faleceu em 05 de dezembro de 2013, em sua casa, na cidade de
Johannesburgo, em decorrência de uma infecção pulmonar.
"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." Nelson Mandela. Podemos perceber que o empenho de Nelson Mandela nos estudos, seu destaque como líder político antes mesmo de ser Presidente da África do Sul, são fatores decisivos no que viria a ser para a História. Não tem como não ler sobre Nelson Mandela e não sentir uma emoção profunda diante da sua coragem frente ao Apartheid, por exemplo. É muito bom vê-lo citado aqui em Personalidades Negras que Mudaram o Mundo!
ResponderExcluir"líderes de verdade devem estar prontos para sacrificar sua liberdade pelo seu povo". (Nelson Mandela). Acrescentaria ainda mais que além de estarmos prontos para tal finalidade, devemos, outrossim, lutar não só pelo povo, mas com o povo. Isso faz toda diferença. Na luta pelo povo faz com que este fica a espera de um salvador da pátria. A luta com o povo faz dele (povo) cooparticipantes da luta, os torna protagonista e isso em todos os campos de atuação.
ResponderExcluirO Nelson Mandela, professora Lucélia Muniz, não podia, jamais, ficar de fora dessa série.
Grato mais uma vez por dedicar um pouquinho do teu tempo pra visitar esse espaço e contribuir com valorosos comentários.
Abraços!!!
Nelson foi realmente um lider negro que na minha humilde opinião revolucionou toda a comunidade negra com a Apartheid. E mesmo com todas dificuldades por ele enfrentado, ele jamais desistiu de lutar pelo seu povo ou pela igualdade ! Tenho enorme admiração por esse homem.
ResponderExcluirSem dúvida, Sauana Araújo. Toda as nossas saudações ao grande Nelson Mandela.
ExcluirGrato por dedicar um pouco de seu tempo comentando nesse espaço.
Abraços!!!