Grunec Cariri lança nota de repúdio pelas atitudes racistas contra alunos e professores


O Grupo de Valorização Negra do Cariri – Grunec, entidade fundada em abril de 2011 e que representa e luta em favor das questões étnica e raciais na região do cariri cearense, publicou na tarde desta quinta-feira, 11 de setembro, em seu perfil na rede social facebook, nota em que repudia de forma veemente as atitudes consideradas racistas e preconceituosas contra membros, colaboradores e simpatizantes do grupo.


Pela nota fica visível as diversas formas pelas quais alunos, professores, comerciantes e motataxista foram vítimas de agressões morais e racista pela cor da pele negra. Segundo ela (nota), há seis casos, o último se deu em 24 de agosto. Aqui, Ridalvo Feliz e Verônica Isidório, professor e discente, respectivamente, estavam conversando na Praça do Pimenta, em Crato, conversando quando um grupo de pessoas em um veículo Cros Frox, cor prata, passaram a dirigir contra os dois palavras racistas referentes a cor da pele e aos cabelos. Segundo o Grunec  o caso foi levado as autoridades policiais e registrados Boletim de Ocorrência.

Confira os outros 5 casos:

“...2. PEDRO VICTOR ARAUJO: jovem negro, estudante de História da URCA, ameaçado de morte por meio de pichações e mensagens no celular, com palavras do tipo: “morre negro desgraçado”, o que quase o levou a abandonar o curso. Foi necessária muita pressão do movimento para que a direção da universidade tomasse alguma providência. BO registrado, aguardando investigação.

3. UENIA FERREIRA DE LIMA, jovem negra, comerciária, vítima da violência racista, tipificado como injúria, cometida pelo agressor Adriano no dia 30/04/2013 conforme BO 31300288/2013 de 02/05/2013; o agressor, aos berros, desqualificou a jovem no seu ambiente de trabalho, causando-lhe grande constrangimento, inclusive aos que por lá estavam.

4. JOSÉ AIRTON NUNES – negro, moto-taxista, diversas vezes foi constrangido e desmoralizado também no seu ambiente de trabalho, o caso foi registrado na Delegacia de polícia civil e as providências estão sendo encaminhadas junto aos órgãos competentes.

5. JOAO LUIS DO NASCIMENTO MOTA, negro, professor, constrangido e desmoralizado reiteradas vezes no seu ambiente de trabalho (Universidade Regional do Cariri). Na ocasião foi feito manifestações, notas de repúdio.

6. LUCIANO DAS NEVES CARVALHO, negro, professor, que em 29/07/2000, foi agredido por uma autoridade da Casa Legislativa Municipal. Após diversas idas e vinda o caso, depois de 03 meses foi finalmente registrado na Delegacia de Polícia de Crato. Foi necessário, inclusive, a intervenção da Promotoria do Estado e após todos estes anos, fora duas ou três idas ao Fórum nada mais aconteceu. Na ocasião o caso foi tipificado como crime de racismo....”

Para o Grunec  estes são apenas alguns casos que chagam ao conhecimento. “Mas a violência dos xingamentos, das piadas infames contra negros e negras, a exemplo do caso do goleiro Aranha, do Santos, é cotidiana e banalizada como se fosse natural”, diz a nota.

O grupo afirmou ainda que "agressões verbais e/ou físicas não são normais ou naturais. No Brasil, ações como estas são consideradas crimes de racismo segundo a Constituição Federal e leis específicas que pune com penas de até cinco anos de reclusão, além as multas, os crimes resultantes de preconceito e discriminação. Entretanto, a desconstrução do racismo acontece pela educação e atitude holística em que compreende o outro como diferente nunca inferior, nem desigual, porém parte do todo, cuja cidadania é universal, garantindo aos cidadãos direitos civis sociais e políticos

Diante dos fatos aqui explicitados”, o grupo “ reitera com veemência o seu repúdio a tais práticas e sugere que a sociedade possa, no exercício da sua cidadania, somar forças e cobrar dos órgãos competentes ações que promovam a vida com igualdade e justiça”.

Na oportunidade a entidade representativa das questões étnica e raciais no cariri deixa em evidência a sua missão - “lutar contra qualquer forma de preconceito e não poderia deixar passar estes atos vergonhosos sem manifestar a solidariedade étnica aos companheiros: Mota, Luciano, Isaias, Uenia, Pedro Victor, Ridalvo Felix e Veronica Isidório”.

Na luta sempre! Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC”, encerra a nota.

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