O
Grupo de Mulheres Negras no Cariri - Pretas Simoa e o professor Alex Ratts
estarão promovendo nesta sexta-feira, 18 de julho, no auditório do Centro
Cultural Banco do Nordeste Cariri – CCBNB, 7º andar, em Juazeiro do Norte, um
CINIQUETO.
Segundo
Karla Alves, militante do movimento negro no cariri, o evento tem como eixo
norteador a exibição do Filme Ôri que retrata os movimentos negros brasileiros
entre a década de 70 e 80 do século passado ao passo que se direciona para uma
relação entre Brasil e África, tendo o quilombo como ideia central de um
contínuo histórico, vindo a apresentar como fio condutor a história pessoal de
Beatriz Nascimento. Esta é historiadora e militante negra. Beatriz veio a
falecer de forma trágica e prematuramente no estado Rio de Janeiro em 1995. O
filme também mostra a comunidade negra em sua relação com o tempo, o espaço e a
ancestralidade, através da concepção do projeto de Beatriz, do
"quilombo" como correção da nacionalidade brasileira.
A
palavra Ôrí, significa cabeça, consciência negra, e é um termo de origem Yoruba
(ref. à África Ocidental).
O
filme tem fotografia de Hermano Penna, Pedro Farkas, Jorge Bodanzky e outros
importantes profissionais; música original do percussionista Naná Vasconcelos,
com arranjos de Teese Gohl; montagem de Renato Neiva Moreira e Cristina Amaral
e texto de Beatriz Nascimento.
No
último encontro do grupo Pretas Simoa realizado na Universidade Regional do
Cariri – URCA, Karla Alves afirmou que o grupo surgiu com o intuito de promover
debates alusivos as causas negras e o nome é uma homenagem a Tia Simoa que,
dentre outras coisas foi uma negra liberta. Ao lado de seu marido (José Luís
Napoleão) liderou os acontecimentos de 27, 30 e 31 de janeiro de 1881 em
Fortaleza – Ce , episódio que ficou conhecido como a “Greve dos Jangadeiros”,
onde se decretou o fim do embarque de escravizados naquele porto, definindo os
rumos para a abolição da escravidão na então Província do Ceará, que se
efetivaria três anos mais tarde.
Tão
logo seja exibido o filme haverá um ciclo de debates e contará com a presença
do professor Alex Ratts - doutor em Antropologia Social pela Universidade de
São Paulo, coordenador do Laboratório de Estudos de Gênero, Étnico-Raciais e
Espacialidades do Instituto de Estudos Sócio-Ambientais da Universidade Federal
de Goiás (LaGENTE/IESA/UFG). Ratts escreveu dentre outros, o livro "Eu sou
Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento".
O
encontro está previsto para ter início a partir das 17 horas e a expectativa é
que envolva muitos estudantes e professores interessados na temática.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!