O maior do trunfo do PT nas eleições 2014 chama-se José Serra


Serra parece uma daquelas figuras sobre as quais a gente fala: se não existisse, a gente tinha que inventar. Depois de explodir a aliança do PSD com o PSDB paulista, aliança esta que deixaria Alckmin numa situação altamente confortável, Serra desiste de disputar uma vaga ao senado e vai tentar a eleição para deputado federal.

Tudo relacionado à Serra a gente sabe através de colunas políticas, que recebem, sabe-se lá como, informações sobre os pensamentos do próprio. Sempre fonte em off, porque Serra e seus assessores gostam de agir no escuro, na calada da noite.

Segundo essas fontes, Serra bateu pé para ser ele o indicado na chapa de Alckmin para o Senado, apesar do governador já ter prometido a cadeira para o PSD.

A desarmonia acabou irritando Kassab e o afastando de uma aliança com Alckmin, candidato à reeleição no governo de São Paulo, e o levando a fechar acordo com Skaf, adversário do PSDB na eleição estadual.

Por isso eu falo que Serra é o maior trunfo do PT.

Ele arruma tanta kizumba no seio do próprio partido, que beneficia os adversários.

Este é o sentido do título deste post.


A análise é de Miguel do Rosário, do Tijolaço

Crianças do Projeto ARCA visitam Trilha Ecológica do Sítio Poças


As várias crianças que estão inseridas nos projetos da Fundação Educativa e Cultural ARCA realizaram na manhã do último sábado, 28/06, um passeio de reconhecimento da Trilha Ecológica do sítio Poças localizada no sítio de mesmo nome a menos de um quilometro do centro da cidade de Altaneira, nas margens da CE-388.

Crianças do Projeto ARCA visitam Trilha do Sítio Poças,
em Altaneira.
As crianças ligadas aos projetos Leitura em Arte e Cine Leitura foram acompanhadas das (dos) coordenadoras (es) Amanda Almeida, Francilene Oliveira e Lucas Saraiva. Francilene ao relatar a experiência frisou “entrar em contato com a natureza é sempre bom e com crianças melhor ainda, Altaneira estava precisando de algo como a trilha do sitio poças” e chamou a atenção para a grande movimentação de pessoas que, mesmo em pouco tempo já tomaram gosto pelo espaço.  Algo que observei durante o percurso foi o movimento de Altaneirenses na trilha, pessoas treinando de bicicletas e a pé, isso mostra que a trilha está fazendo a diferença, na nossa cidade”, pontuou.

O estudante de Educação Física, Pedro Rafael esteve durante todo o percurso acompanhando e auxiliando-os nessa caminhada de reconhecimento da trilha como um dos locais que tem favorecido e muito a saída de altaneirenses do sedentarismo, se tornado assim, um local de prática de lazer e introdutor de Altaneira junto a ARCA na rota do turismo.

Antes da caminhada em direção ao ponto de destino supracitado, os envolvidos fizeram alongamentos em frente à sede da Fundação e Associação ARCA.  Pedro avaliou o passeio como bom e classificou como um começo de manhã com “o pé direito e em contato com a natureza”.





PSOl oficializa Ailton Lopes como candidato ao Governo do Ceará


O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) oficializou, em sua convenção estadual, realizada no último dia 15/06, a candidatura de Ailton Lopes ao Governo do estado do Ceará pela Frente de Esquerda Socialista que, além desta agremiação é formada também pelo PSTU e o PCB.

De acordo com as informações advindas do sítio do PSOL foi apresentada uma chapa com conteúdo classista e fortemente relacionada com o mundo do trabalho. Ailton faz parte do campo de oposição à atual gestão do sindicato dos bancários. Já Jean Carlos (PCB), candidato a vice, possui ligação com a categoria dos sapateiros. Complementando a chapa majoritária Valdir Pereira (PSTU), nome concorrente ao senado é assessor político do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintro). 

Para a Frente de Esquerda essa alternativa “deverá se destacar nessas eleições como o principal polo de oposição aos governos vigentes, com um programa pautado pela independência de classe e conectado às demandas populares, expressadas nas diversas manifestações de ruas”. Há informações ainda de que a chapa será coerente com seus princípios políticos e não aceitará financiamento de empresas e nem e estabelecerá acordos políticos com setores conservadores, limitando seu arco de alianças, além dos três partidos, aos movimentos e ativistas sociais.  

Durante a convenção, também foram apresentadas as candidaturas às casas legislativas estadual e federal de dezenas de militantes, frutos da organização dos núcleos e setoriais do PSOL e de diálogos com diversos segmentos da cidade. A chapa de proporcionais conta com ambientalistas, professores, militantes de movimentos de bairros, do setor sindical, da luta pela terra, da capital e do interior, permitindo que o partido possa vocalizar e fortalecer as lutas populares, bem como eleger, no estado, parlamentares de oposição radical a projeto de desenvolvimento posto em prática pelos atuais governos (federal, estadual e municipal).

Ailton Lopes destacou que mesmo entendendo a centralidade na crítica à contradição capital-trabalho, outras contradições na sociedade serão debatidas evidenciadas pela Frente de Esquerda, “a contradição não é só capital-trabalho, ela é fundamental, mas a sociedade também vive diversas outras contradições, onde a classe trabalhadora é sempre a mais atingida, tanto em relação a questão ambiental,  como em ralação ao combate às diversas formas de opressão, seja de gênero, orientação sexual, cor”, afirmou o pré-candidato.

Para além do voto, a pré-candidatura de Ailton Lopes, deve estabelecer um dialogo amplo com a sociedade, sem propor formulas mágicas para solução do problemas sociais; a expectativa é fazer uma convocatória para uma governança estabelecida pela mobilização popular. Para tanto, uma série de seminários, na capital e no interior do estado, já estão agendados ou em andamento para aprofundar e apresentar uma plataforma de governança anticapitalista, trazendo um olhar sobre o estado do Ceará pautado na superação da desigualdade e das mais diversas formas de opressão, sistematizando as contribuições dos partidos, movimentos sociais e militantes que se engajam no campo da oposição de esquerda aos atuais governos.


Com informações do PSOL CE

Candidaturas fictícias de mulheres apenas para preenchimento de cota levará a punição de partidos


Candidaturas fictícias de mulheres para preencher cota de gênero, de servidores públicos para garantir três meses de licença remunerada ou que apresentem gastos inexistentes ou votação ínfima serão consideradas fraudulentas. O alerta foi feito pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por meio de uma recomendação expedida ontem. De acordo com o procurador regional eleitoral de Minas Gerais, Patrick Salgado Martins, chefe do MPE, as candidaturas fictícias são identificadas com gastos de campanha inexistentes ou irrisórios e votação ínfima. “Este ano, o Ministério Público Eleitoral estará especialmente atento a essa prática ilícita e fraudulenta”, afirma.

A recomendação também alerta partidos e coligações para a falta de documentos para o registro. De acordo com a norma, neste pleito não será feita nenhuma diligência para suprir eventual lacuna nos pedidos de registro apresentados à Justiça Eleitoral, e os requerimentos incompletos serão imediatamente impugnados. Para contestar essa decisão, o candidato terá de contratar advogado e recorrer à Justiça Eleitoral.

Um dos principais alvos da recomendação são as candidaturas fictícias apresentadas pelas agremiações partidárias apenas para alcançar os percentuais mínimos exigidos pela lei no que diz respeito à participação feminina, ou mesmo por parte de servidores públicos que não têm qualquer compromisso sério de se engajarem nas campanhas e só se candidatam para usufruir os três meses de licença remunerada.

De acordo com a Lei das Eleições, cada partido ou coligação deve preencher, nas eleições proporcionais (deputado federal e estadual), o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Como a maioria dos candidatos é do sexo masculino, esse percentual na prática é reservado às mulheres. Portanto, de acordo com a recomendação, os partidos políticos deverão obedecer fielmente o que diz a legislação eleitoral quanto ao percentual mínimo de 30% dos registros para candidaturas femininas.

Patrick Salgado alerta que esse percentual deve ser cumprido durante todo o processo eleitoral, não apenas no ato do registro das candidaturas, e os partidos e coligações devem oferecer as mesmas condições e espaços políticos para as candidatas mulheres. “O que percebemos, em toda eleição, é que os partidos usam vários subterfúgios para se esquivar do cumprimento da cota feminina. Na maioria das vezes, fazem os cálculos com base no número abstrato previsto na Lei das Eleições, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já decidiu que os percentuais legais devem levar em conta o número de registros de candidatura efetivamente requeridos.”

Desistência

Outra forma de burlar a lei está nas substituições de candidatos que ocorrem após o prazo do registro, quando as agremiações aproveitam para simular a desistência de candidatas mulheres, trocando-as por candidatos do sexo masculino. Este ano, segundo o alerta do MPE, qualquer tentativa de descumprimento da lei será objeto de impugnação. Para evitar esse tipo de fraude, o MPE vai exigir que todos os formulários de registro de candidatura sejam assinados pelas postulantes aos cargos de deputadas.

Em relação à impugnação por documentação incompleta, o procurador afirma que partidos e coligações costumam adotar a prática, mesmo sabendo de antemão quais são os documentos exigidos por lei. “É uma postura negligente e até desrespeitosa, porque obriga a Justiça Eleitoral e o próprio Ministério Público a suprir a ineficiência dos partidos e dos próprios candidatos, verificando, página por página, cada um dos milhares de pedidos de registro que são apresentados no tribunal, no curtíssimo prazo que temos para impugnação, que é de 5 dias corridos”, diz.

De olho nas fraudes

O que o Ministério Público Eleitoral vai denunciar:

Candidaturas fictícias de mulheres apenas para garantir a cota de 30% de gênero exigida pela Lei das Eleições

Troca de candidaturas femininas por masculinas, alegando desistência da disputa

Candidaturas fictícias, com gastos de campanha inexistentes ou irrisórios e votação ínfima

Candidaturas de servidores e servidoras públicas que têm por objetivo garantir apenas três meses de licença remunerada

Candidaturas com documentação incompleta


Via em.com

Livros de papel X livros digitais: minha opção


Achei, algum tempo atrás, que tinha abandonado os livros de papel pelos digitais.

Montei, nos últimos anos, uma respeitável biblioteca digital, graças sobretudo ao esplêndido acervo de literatura de domínio público em língua inglesa.

A monumental História da Inglaterra por David Hume não me custou, por exemplo, mais que alguns cliques.

As vantagens do livro digital são conhecidas. Você pode comprar sem sair da sua poltrona. Você monta uma biblioteca que não consome espaço em sua casa. Você preserva o meio ambiente ao poupar papel.

E você tem recursos tecnológicos fora do alcance dos livros normais. Um dicionário e, particularmente caro para mim, um marcador para assinalar passagens marcantes. Sempre gostei de destacar frases que me impressionam, mas raramente tive a disciplina para ler um livro acompanhado de uma caneta.

Com tanta coisa a favor dos livros digitais, alguma coisa me empurrou de volta ao papel recentemente. Agora, tenho equilibrado meu tempo de leitura entre livros digitais e livros tradicionais.

Nostalgia? Há um pouco disso, sim. Livros, tal como os conhecemos até o advento da internet, são uma das minhas paixões eternas.

Poucas coisas se igualaram em poder de arrebatamento, em minha vida, a um passeio numa livraria. Almoçar ou jantar na companhia de um livro foi sempre também um de meus programas favoritos.

Minha minibiblioteca. Tenho preferência pelos
 livros de História, Filosofia e Sociologia. 
Mas há algo mais que a força nostálgica por trás de meu movimento recente.

Percebi que minha concentração ao ler um livro é muito maior no papel que na internet. Muitas coisas distraem você quando você está conectado.

A tentação de checar as últimas notícias é grande. Como resistir a uma checagem na correspondência, ou um pulo no Facebook ou no Instagram?

No meu caso pessoal, verificar o DCM é uma atividade definitivamente convidativa: estatísticas, comentários, coisas assim.

O livro de papel como que me isola para a leitura. Por meia hora, uma, duas horas estou entregue às páginas, como numa meditação literária.

Sei que os livros de papel vão se extinguir. Nada pode evitar isso.

Mas não será com minha ajuda, tenho certeza. Haverei de levá-los em minha vida até o último de meus dias.


A análise é de Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo

Análise dos jogos do Brasil. Que venha a Colômbia, então?


O Brasil jogou mal. Aliás, não vem jogando bem. Prova disso, foram as duas vitórias na primeira fase e que não convenceu e aquele empate com o México que deu sinais claros de que o time é limitado e depende muito das boas atuações do Neymar. Esse fato ficou mais evidente ainda hoje, 28, na partida contra a boa e compacta equipe chilena que, diga-se de passagem, se tivesse logrado êxito e avançado não seria nenhuma surpresa.

Porém, jogo sem emoção, sem aquela dose de sofrimento não dá liga (como dizem uns amigos meu). Note-se como efeito positivo, além de termos ido as quartas de final para enfrentar a Colômbia, à volta por cima do goleiro Júlio César.

Assim como em vários cantos desse país, onde os torcedores de juntam em bares, nas ruas, em praças e nas casas de alguns (mas) amigos (as) para assistir os jogos do Brasil, Altaneira não foge a regra. Na imagem acima compartilhada pelo servidor público João Alves, conhecido popularmente por Garoto Beleza percebe-se que os altaneirenses continuam confiantes no título, mesmo sem aquele futebol de outrora onde só de ver os canarinhos os adversários tremiam.

No mais, tudo tranquilo e que continuemos torcendo pelo hexa. Confiante. E que a final seja contra os hermanos (Argentina) ou contra a Holanda que está jogando um futebol admirável. Mas que torçamos igualmente para o Felipão deixar de ser retranqueiro, colcando um time mais ofensivo e que fundamentalmente o Brasil continue trilhando o caminho do desenvolvimento fora de campo

Altaneirenses e santanenses do cariri são contemplados com bolsa esporte


A Secretaria do Esporte do Estado do Ceará – SESPORTE divulgou em seu sítio no último dia 10 de junho a lista dos atletas que foram aprovados no projeto Bolsa Esporte 2014. Esta ação tem como propósito incentivar financeiramente e favorecer o desempenho esportivo das (dos) jovens atletas que estão abaixo da linha da pobreza.

De acordo com informações publicadas pela SESPORTE, 1. 767 (hum mil e setecentos e sessenta e sete) de vários municípios cearenses iniciantes na carreira esportista foram selecionados e passarão a ser beneficiados pelo programa. As bolsas serão distribuídas em três níveis que ficarão assim constituídas – Nível I (1.267), Nível II (300) e Nível III (200).

Imagem compartilhada na rede social facebook por Sifu
Batista tão logo soube da divulgação da SESPORTE.
O presidente da Associação Cearense de Artes Marciais Chinesas e um dos grande incentivadores e multiplicadores de jovens talentos na modalidade esportiva, Sifu Batista, ao compartilhar o feito de altaneirenses e santanense do cariri, não escondeu a satisfação e os parabenizou. “Parabenizamos aos nossos alunos quer foram aprovados devido suas conquistas em campeonatos e eventos no kung fu”, ressaltou. Batista informou ainda que o numero de atletas superou a expectativa de aprovação e a maioria se enquadra no maior nível, o III.

Dos mais de mil atletas contemplados os municípios de Altaneira e Santana do Cariri somam 10 bolsas, 04 (quatro) e 06 (seis) respectivamente, como se percebe abaixo.

ALTANEIRA

Nível III - Antônia Aparecida Flavia Sousa, Cicero Vieira da Silva e Ilderlan Rodrigues dos Santos

Nível I - Jael Batista da Silva

SANTANA DO CARIRI

Nível II - Abelardo Alves Pereira, Antonio Adailton Alencar Alves e Maria Eduarda Felix Amorim.

Nível III - Maria da Silva Bezerra, Mariana Viana da Silva e Vinicius Alves de Oliveira.

A SESPORTE comunicou também que os aprovados devem aguardar divulgação sobre o evento de formalização da bolsa.

A relação entre o preconceito e o preconceituoso


Muitos se julgam espertos suficientemente para manter preconceitos e achar que ninguém percebe. Alguns têm consciência de suas cismas mentais. Outros chegam a sentir orgulho. Mas isto desafia reflexões.

Toda pessoa preconceituosa é um moralista. A relação é de promiscuidade mental. O preconceituoso reprova, inadmite e exclui o outro apenas pelo que este outro é. Nietzsche já desmontava esse farisaísmo social. ‘Nada é mais raro entre moralistas e santos do que a retidão’, ensinava o filósofo na obra Crepúsculo dos ídolos, número 42.

O preconceito não é algo que se ‘quer’ apenas de uma forma estigmatizada ou feia. Também não é uma ‘escolha’ que a parcela ‘cult’ ou ‘entrei-numa’ da sociedade fez no sentido de começar a achar ruim certo comportamento. Aliás, esses ‘yuppies’ da sociedade, os ‘metro-mentais’ com seus ternos pretinhos de calça fusô não produzem nada muito admirável.

O preconceito pode ter duas causas: atraso ou provincianismo. Mas uma coisa é certa, é uma manifestação de ignorância. No sentido ruim. Está na contramão do progresso social como um todo, da natural evolução dos povos e dos novos direitos. Historicamente sempre foi assim.

Quem acha bonito cultivar preconceitos deve refletir que passa para o mundo a imagem do ‘fariseu’ de Nietzsche. Ou a imagem do famoso ‘imbecil’ de Bertold Brecht, no poema ‘O analfabeto político’.

O capiau ou matuto da roça tem seus preconceitos pacatos. Talvez mais defensivamente, por ‘medo’ da cidade grande e sua gente. Mas certamente o preconceito mais danoso seja o do ‘doutor’ referido por Marilena Chaui na obra Cultura e democracia, p. 355. Ou de sua esposa, a lourinha com cabelo autoritariamente liso e mente ultrarreacionária sugerida por Chaui no espetacular vídeo-aula sobre a ‘classe média’, no Youtube.

Certa elite capitalista, deslumbrada com o poder financeiro, desperta para a ideia do ‘pensar’. Como se esta tarefa humana fosse simples e fácil. Aí talvez esteja uma das raízes do preconceito como se conhece nas sociedades urbanas e tecnológicas. Valores, juízos, educações, relações e visões de mundo são ‘teorizados’ por qualquer um desses aí. De um esquizofrênico cabo nazista chamado Hitler e sua horda de energúmenos, até um nouveau riche do petróleo ou da soja qualquer. ‘Mesmo’ que bilionário.

Racismo, sexismo, machismo, discriminações ou ódios étnicos, rácicos e religiosos, tão comuns na sociedade brasileira, ainda que alguns bem disfarçados, são exemplos de preconceitos danosos. Também o tal do ‘bom gosto’ tão bem referido por Adriana Calcanhoto na música ‘Senhas’, é uma forma perigosa de intolerância disfarçada de ‘chique’.

O fato é que o preconceito ficou bastante estigmatizado. Ninguém vai querer assumir uma posição discriminatória. Todo mundo jurará não ser preconceituoso, apenas ter um ‘modo próprio’ de ver a questão. Daí, uns invocarão liberdade de expressão; liberdade de pensamento; liberdade de crença filosófica ou religiosa; e mesmo a não-discriminação para exercer seu ‘modo de pensar’. Ou seja, querem que o preconceito seja um direito.

Como não há um menu universal de o que é ser preconceituoso, ficam noções gerais e principiológicas. Na educação, nas sociedades e nos sistemas jurídicos. A Constituição da República, por exemplo, no artigo 5o, inciso XLI, é taxativa: ‘A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.’

Nos 78 incisos que compõem o citado artigo constitucional, que garantem a plena liberdade da pessoa, está um indicativo seguro de que nada que ‘discrimine’ relativamente àquele rol será aceito. Ou seja, reduza, diminua, impeça a pessoa de ser o que ela queira ser, livremente. Desde que este ‘livremente’ não seja ser livremente preconceituoso.

A defesa do preconceito costuma invocar uma ou outra ‘lógica’. O problema é que como a lógica não se interessa com a verdade ou falsidade das premissas, mas apenas com sua relação, dá-se uma aparência de perfeição. Mas no caso do preconceito, saber se o conteúdo é bom ou podre faz toda a diferença.

Políticos brasileiros ultraconservadores, reacionários ou fundamentalistas, por exemplo, têm se insurgido contra a união gay. Este é apenas um exemplo. Alegam, os políticos, que não podem ser ‘discriminados’. Querem exercer a intolerância com liberdade. O problema é saber se, por exemplo, alguém tem direito a ser nazista, alegando que não pode ser discriminado. O ‘conteúdo’ nazista ofende a história e o mundo. Houve uma coesão mundial em torno do tema. Assim é com outros tantos temas.

O direito comparado, a história, a sociologia dos sistemas evoluídos, o cinema e as artes são um ótimo referencial para se identificar o rumo que determinadas questões vêm tendo no mundo. Se uma determinada questão vem sendo paulatinamente aceita ou proibida.

Qualquer pessoa que queira ‘calibrar’ o próprio pensamento, sua visão de mundo e suas ideias, se tomar por base um menu de referências assim terá uma ótima ferramenta. Poderá melhorar muito os próprios conceitos.

Mas uma coisa é certa. Quando se começa a ouvir, maciçamente, que determinada questão é preconceituosa, pode-se estar diante de um poderoso indicativo. Não é o meu umbigo que diz o que é ou não é preconceito. Nem o seu. É o mundo. E ele precisa de mais tolerância, afeto e amor. Não apenas nominalmente, como bandeira política. Mas de verdade.



A análise é de Jean Menezes de Aguiar, do Observatório Geral

Para compreender Michel Foucault


 Mostrar às pessoas que elas são muito mais livres do que pensam, que elas tomam por verdadeiro, por evidentes, certos temas fabricados em um momento particular da história, e que essa pretensa evidência pode ser criticada e destruída.”

(Michel Foucault)

Michel Foucault fala ao megafone ao lado de Jean-Paul
Sartre, em manifestação.
Há trinta anos, em junho de 1984, morria em Paris Michel Foucault. Um pensador do século XX que inventou certo modo radical de pensar, que atravessa este início de século: suas reflexões permanecem fundamentais para os movimentos de contestação política e social; para todos aqueles que desejam “saber como e até onde seria possível pensar de modo diferente”.

Foucault participou teórica e praticamente dos movimento sociais que poderíamos chamar de vanguarda de seu tempo, sobretudo durante as décadas de sessenta e setenta: a luta antimanicomial (sua experiência num hospital psiquiátrico foi uma das motivações que o levou a escrever História da Loucura); as revoltas nos presídios franceses (junto com Gilles Deleuze criou o GIP – Grupo de Informação sobre as Prisões, que buscava dar voz aos presos e às outras pessoas diretamente envolvidas no sistema prisional; com base nessa experiência escreveu Vigiar e Punir); o movimento gay (uma das motivações para sua História da Sexualidade).

O pensador francês também escreveu artigos para jornais e revistas no calor da hora sobre acontecimentos importantes, deu conferências e entrevistas em diversos países, inclusive no Brasil. Contrapunha seu papel de intelectual ao “intelectual universal”, isto é, uma espécie de líder que pensa pelas massas e as dirige para a “verdadeira” luta. O filósofo via a si mesmo como um “intelectual específico”, aquele que em domínios precisos contribui para determinadas lutas em curso no presente. Parafraseando Deleuze, Foucault foi o primeiro a ensinar a indignidade de falar pelos outros.

Ele dizia que suas pesquisas nasciam de problemas que o inquietavam na atualidade: evidências que poderiam ser destruídas se soubéssemos como foram produzidas historicamente; por isso fez da ontologia (o estudo do ser, um modo de reflexão geralmente desligado da realidade histórica, uma vez que busca princípios – as ideias, para Platão; o cogito, para Descartes; o sujeito transcendental, para Kant – que antecedem e, por assim dizer, fundam a história) uma reflexão em cujo cerne está o presente e, portanto, a investigação histórica.

Através de estudos transdisciplinares (e não entre disciplinas, pois trata-se de colocar em questão os limites entre elas), Foucault deu forma a uma crítica filosófica que recorre sobretudo à pesquisa histórica, para questionar as maneiras pelas quais certas verdades e seus efeitos práticos vieram a se formar e se estabelecer no presente.

Questionava assim os sistemas de exclusão criados pelo Ocidende quando do início da época moderna (na cronologia de Foucault, desde fins do século XVIII):

- o saber médico e psiquiátrico – a patologização e a medicalização como formas modernas de dominação sobre seres economica e socialmente inconvenientes, os loucos;

- o nascimento das ciências humanas e da filosofia moderna como saberes que atestam a invenção do conceito de homem, transformando o ser humano, ao mesmo tempo, em sujeito do conhecimento e objeto de saber: o grande dogma da modernidade filosófica;

- a prisão e outras instituições de confinamento (tais como a escola, a fábrica, o quartel) não como um avanço nos sentimentos morais e humanitários, mas como mudança de estratégia do poder, que visa o disciplinamento e a docilização dos corpos;

- a sexualidade como dispositivo histórico de objetivação (o indivíduo como objeto de saber e ponto de aplicação de disciplinas) e subjetivação (o modo segundo o qual o sujeito se reconhece enquanto tal) do corpo, através dos quais se implica uma verdade essencial do homem. Não deixa de ser notável o fato de o Ocidente ter inventado um ritual singular segundo o qual algumas pessoas alugam os ouvidos de outras (os psicanalistas) para falarem de seu sexo.

Às suas pesquisas, ele chamou ontologias do presente: um modo de reflexão, segundo Foucault iniciado por Kant, em que está em jogo o vínculo entre filosofia, história e atualidade. A tarefa de pensar o hoje como diferença na história. Mas se a questão para Kant era a de saber quais limites o conhecimento deve respeitar (os limites da razão), em Foucault a questão se converte no problema de saber quais limites podemos questionar e transgredir na atualidade, isto é, “dizer o que existe, fazendo-o aparecer como podendo não ser como ele é” (2008, p. 325).

Nesse sentido, o filósofo procurava dar visibilidade às partes ocultas que formam o presente e os fragmentos de narrativas que nos constituem lá mesmo onde não há mais identidade, onde o “eu” se encontra fracionado pela história plural que o engendrou. De modo que esse questionamento histórico-filosófico não nos conduz à reafirmação de nossas certezas, de nossas instituições e sistemas, mas ao afastamento crítico dessas instâncias e de si próprio como exercício ético e político. Como indica Deleuze (1992, p. 119): “a história, segundo Foucault, nos cerca e nos delimita; não diz o que somos, mas aquilo de que estamos em vias de diferir; não estabelece nossa identidade, mas a dissipa em proveito do outro que somos”.

A história (não a narrativa histórica ou a escrita da história, mas as condições de existência dos homens no decorrer do tempo, que lhes escapa à consciência), não é da ordem da necessidade; ela diz respeito à liberdade, à invenção; pertence à ordem mais da casualidade do que da causalidade; é feita mais de rupturas e violência do que de continuidades conciliadoras. Esse modo de conceber a história se opõe à imagem tranquila que a narrativa histórica tradicional criou: a história do homem como a manifestação de um progresso inevitável – o lento processo de realização de uma utopia –, que seria alcançado após o iluminismo pela aplicação dos métodos racionais. Como se a ciência, o pensamento e a vida estivessem continuamente mais próximos de verdades que aos poucos são reveladas como o destino final do homem.

Se os estudos de Foucault mostram que os seres humanos não dominam os acontecimentos que constituem o solo de suas experiências, eles atestam ao mesmo tempo que, no espaço limitado do presente, as pessoas dispõem da possibilidade de questionar o que muitas narrativas apresentam como necessário, assim como as formas de poder e dominação que se pretendem absolutas.

Os procedimentos de Foucault postulam, tal como Nietzsche descobrira no final do século XIX, que é possível fazer uma história de tudo aquilo que nos cerca e nos parece essencial e sem história – os sentimentos, a moral, a verdade etc. Essa descoberta indica que, mesmo esses elementos aparentemente universais ou imunes à passagem do tempo, se dão como contingências históricas, como coisas que foram criadas em um dado momento, em circunstâncias precisas.

Trata-se, assim, para Foucault, de pensar a história de determinadas problematizações: a história de como certas coisas se tornam problemas para o pensamento, dignas de serem pensadas por um ou outro domínio do saber e, através de formas de racionalização específicas, verdades são fabricadas. De maneira que suas pesquisas mostram que nossas evidências são frágeis e nossas verdades, recentes e provisórias.

Textos citados:

FOUCAULT, Michel. Estruturalismo e Pós-estruturalismo 1983. Ditos e Escritos II, Arqueologia das Ciências e História dos Sistemas de Pensamento, Trad. Elisa Monteiro, Rio de Janeiro: Forense, 2008.

DELEUZE Gilles. A vida como obra de arte, Conversações. Ed. 34, Rio de Janeiro, 1992.

Confira o filme “Foucault por ele mesmo”

                     

Do blog Outras Palavras (Carta Capital)

Escola Wellington Belém, em Nova Olinda, desenvolve projeto “Recortes da Literatura Nordestina”


A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, localizada no município de Nova Olinda, região do cariri e que funciona em regime de consórcio atendendo a cerca de 180 (cento e oitenta) estudantes de três municípios - Altaneira, Nova Olinda e Santana do Cariri - lançou durante este período de férias o projeto intitulado “Recortes da Literatura Nordestina”.

Alunos e professores na prática de oficina de fotografia
na trilha ecológica do Rancho Zabelê. 
O projeto tem o propósito identificar e analisar dados sobre as competências desenvolvidas no ensino de literatura em sala de aula, dando a oportunidade do aluno ter contato com a experiência cultural que emana da Literatura nordestina e toda sua riqueza expressiva, quanto à articulação de várias linguagens – verbal oral, verbal escrita, musical e visual e quanto aos diversificados temas que a abordam.

Para tanto, o ensaio vai enveredar por várias nuances que se estende desde a produção de e-books a partir dos textos a serem desenvolvidos em sala de aula, criação da biblioteca virtual da escola, além, claro, de buscar a todo tempo incentivar a leitura de obras da literatura nordestina, fomentando a valorização da identidade cultural e social. 

A professora do Laboratório Educacional de Informática – LEI e coordenadora/articuladora deste ensaio, Lucélia Muniz afirmou que o projeto teve início no último dia 24 com uma oficina de fotografia tendo como ministrante o fotógrafo Aglécio Dias, se estendendo até a quinta-feira, 26.

A oficina, como parte integrante, foi trabalhada a partir da práxis. “Locais como  a Trilha Ecológica do Rancho Zabelê e a Ponte de Pedra fizeram parte do cenário. Aqui os alunos puderam perceber um pouco das riquezas naturais que nos cercam e colocar em prática o que viram durante as aulas teóricas”, frisou. 

Na sexta-feira, 26, os cerca de 25 estudantes que se propuseram a participar da empreitada durante o recesso escolar analisaram as fotografias feitas nesses espaços. “A intenção aqui é fazer com que eles já possam a olhar criticamente para as fotografias feitas, perceber seus efeitos e as técnicas, ideias que as tornam ou as aproximam do profissionalismo, mas fundamentalmente que aprendem a contextualizá-las” –, ressaltou Lucélia. O Rancho Zabelê e a Ponte de Pedra estão localizados em Nova Olinda.

Alunas Maria Fabiana e Vicência Linard durante aula
prática na oficina de fotografia.
Segundo a professora a ideia é dar continuidade ao projeto e visitar outros locais com as mesmas características. “Os espaços foram esses, mas poderia ser o Pontal, o Museu, O Casarão (em Santana do Cariri), Pedra Grande do distrito do São Romão, A ARCA e a Trilha Ecológica do Sítio Poças (em Altaneira), locais que retratam as várias linguagens nordestina”, destacou.

Pretende-se ainda que os envolvidos possam por intermédio dos livros da literatura nordestina se sentir estimulados a serem construtores de textos e multiplicadores dessa ideia. As produções farão parte da Biblioteca Virtual da instituição. Aqui haverá a transformação dos textos em e-books, sendo os mesmos disponíveis para hospedagem em redes sociais e blogs.

Confira mais fotos do Projeto clicando aqui





Prazo para matrícula da segunda chamada do SISU começa nesta sexta-feira, 27


Começa hoje (27) o prazo de matrícula para a segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (SISU), que vai até 2 de julho. O resultado da segunda chamada está disponível no site do SISU. Os candidatos que não foram selecionados podem participar da lista de espera.

O candidato selecionado deverá verificar, na instituição de ensino em que foi aprovado, o local, horário e os procedimentos necessários. As instituições não receberão matrículas no fim de semana. Caso não cumpra o prazo, o candidato perde a vaga.  

Alunos da Escola de Ensino Médio Santa Tereza, em
Altaneira, durante aula prática de Química.
Foto: Profª Heloisa Bitu.
Aqueles que não foram selecionados em nenhuma das chamadas poderão acessar o boletim pessoal no site do SISU e clicar no botão que confirma o interesse em participar da lista de espera. Também podem integrar a lista os candidatos que foram selecionados na segunda opção de curso, mesmo os que já fizeram a matrícula.

A lista de espera é apenas para a primeira opção feita na hora da inscrição. O prazo de adesão vai até 7 de julho. Os candidatos serão convocados pelas instituições a partir do dia 14 do mês que vem.

O SISU é o sistema informatizado do Ministério da Educação (MEC) no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A seleção tem duas edições a cada ano.

Puderam participar desta edição aqueles que fizeram o Enem 2013 e não tiraram 0 na redação. Segundo o MEC, 1.214.259 candidatos se inscreveram. Foram ofertadas 51.412 vagas em 1.447 cursos de 67 instituições de educação superior federais e estaduais.


Via Agência Brasil