Esse
poderia ser o slogan de uma candidatura do PP, PR, PL, DEM ou qualquer partido
reconhecidamente de direita no Brasil. Partidos dominados por capitalistas,
latifundiários. Mas, é o slogan da candidata do Psol ao Senado Federal
O
Psol se apresenta como um partido de esquerda. Chega a trazer em seu nome o
“socialismo”, apesar de que este acompanhado de “liberdade” já indique que
estariam muito longe de ambos.
Embora
valha o debate, não vamos aqui discutir a escolha de Randolfe Rodrigues no
Congresso do Psol como candidato da legenda à Presidência da República. Nesta
página cabe a discussão sobre mais uma vez o Psol escolher a porta-voz da
campanha contra o direito ao aborto no Brasil como sua candidata ao Senado.
A
vereadora pelo Psol, e candidata a Presidência da República pela Frente de
Esquerda em 2006, Heloísa Helena, quer voltar ao Senado.
Depois
do fracasso da Rede, teve de se manter no Psol para garantir a candidatura. De
sua parte nada a espantar. Nem do partido. Pior para as mulheres do Psol que
seguem caladas, ou silenciadas, diante desta candidatura que é uma verdadeira
afronta ao movimento de mulheres. Uma vez que todas as mulheres do Brasil
correm o risco de que eleita, Heloísa Helena aprove legislação que será um dos
maiores ataques aos direitos das mulheres na história do País.
Como
este jornal não deixou de denunciar, Heloísa Helena tem sido desde sempre a
fachada de esquerda
para a campanha direitista contra os direitos das mulheres
ao aborto.
Participou
de todas as iniciativas da bancada religiosa, dentro e fora do Congresso.
Dentro, apoiou e participou de encontros de “legisladores pela vida”, entre
outros. Fora do parlamento, foi cativa nas chamadas “marcha pela vida” que
trouxe às ruas do país pela primeira vez depois de muito tempo a bandeira do
Integralismo.
Com
sua candidatura ao Senado em 2014, Heloísa Helena quer voltar a fazer parte da
tropa de choque da direita no Congresso Nacional. Essa tropa atuante agora conta com Marco
Feliciano entre outros. Foi responsável
pela maior perseguição a mulheres que se tem história no País. A inquisição do
Mato Grosso do Sul, onde quase 10.000 mulheres foram acusadas de prática ilegal
de aborto, com inquérito aberto na polícia e muitas com processo aberto pelo
Ministério Público.
A
médica, dona da Clínica de Planejamento Familiar acusada de realizar aborto
clandestino era Neide Mota Machado, que foi encontrada morta em seu carro, dois
anos depois da batia policial que fechou a clínica que funcionou por 20 anos no
centro da capital Campo Grande. Desfecho quase inevitável dessa história
dramática onde todas as mulheres foram acusadas, moralmente condenadas,
crucificadas.
Quase
duas mil mulheres formalmente processadas, muitas com sua vida privada exposta
publicamente.
Acusadas de crime de aborto. Quer a militância do Psol queira ou
não, Heloísa Helena está intimamente ligada a tudo isso.
O
projeto de lei do Estatuto do Nascituro junto da CPI do aborto são as
principais ameaças aos direitos das mulheres em andamento no Congresso
Nacional.
O
projeto pretende tornar o aborto crime hediondo, acabando com as premissas
legais atualmente existentes como em casos de estupro ou quando houver risco de
vida para a mulher. Foi apelidado pelo movimento de mulheres de Bolsa Estupro porque,
além de proibir a interrupção da gestação, prevê: “se for identificado o
genitor, será ele o responsável pela pensão alimentícia a que se refere o
inciso II desse artigo; se não for identificado, ou se for insolvente, a
obrigação recairá sobre o Estado”.
A
CPI do Aborto é a tão terrível quanto. Pretende levar para o Congresso Nacional
a perseguição que foi realizada no Mato Grosso do Sul. Com o agravante de que,
além de avançar sobre as mulheres, ameaça as organizações que lutam pela
mudança na lei em defesa dos direitos das mulheres. Nas palavras de seu
propositor o evangélico tucano João Campos (PSDB-GO): “Requer a criação de
Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a existência de interesses e
financiamentos internacionais para promover a legalização do aborto no Brasil,
prática tipificada como crime no Código Penal Brasileiro, em seus arts. 124 a
127”.
Além
de sua conhecida propaganda contra o direito ao aborto o Psol está lançando
Heloísa Helena como a candidata do combate à corrupção. O que só confirma o
partido e esta candidatura como da direita. Aquela mesma direita coronelista
que Heloísa Helena em discursos inflamados diz combater.
Sem
meias palavras: quem vota em Heloísa Helena vota no fortalecimento da campanha
da extrema-direita contra as mulheres. Vota em favor da Bolsa Estupro, da CPI
do Aborto, da perseguição das mulheres e suas organizações de luta.
Via
PCO
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