Resposta* ao artigo publicado na Folha de São Paulo





Com o título “A regulamentação da profissão de HISTORIADOR para não historiadores” o senhor Fernando Rodrigues teceu críticas ao Projeto de Lei que regulamenta a profissão dos historiadores. Para ele a lei é “estapafúrdia”.

Ora, essa postura do Fernando Rodrigues é, para mim, como profissional da história e como administrador desse portal, totalmente descabida e só vem a demonstrar o quão ele desconhece o ofício do historiador e as ferramentas imprescindíveis para se produzir História (a escrita da história). Ressalte-se aqui que, somente o profissional habilitado na área possui as habilidades específicas que foram construídas ao longo da sua formação para trabalhar com as fontes necessárias e, claro, tecer as críticas documentais, além do processo de aquisição de conhecimentos teóricos – metodológicos na investigação históricos.

Também é certo que o projeto visa solucionar um dos principais problemas educacionais brasileiro, pois evitará que professores de geografia, sociologia, economia, etc. ministrem aulas de história, sem ter a devida formação para isso. A assertiva também é válida para a o professor de história. Informe-se ainda que esta lei objetiva fundamentalmente reconhecer a importância do papel do profissional da história no seio social, seja mediante das contribuições culturais, ou educativas.

Deve ser lembrado que não se pode brincar de produzir história, afinal de contas esse ofício, como todos os outros deve ser feita por pessoas habilitadas, não que os outros profissionais sejam impedidos de construir narrativas históricas sobre seu espaço social ou outro qualquer, pois na redação do projeto não discorre sobre isso. 

O Projeto visa, acima de tudo, estabelecer critérios para com a ciência história. Desta feita, cabe deixar nítido que nós, profissionais da história podemos escrever sobre os avanços da ciência a partir do emergir da Sociologia, das contribuições e dos impactos na história da humanidade oriundas das descobertas científicas de Isaac Newton, da nova guinada com o aparecimento de uma nova forma de saber (Filosofia), mas isso não nos torna aptos a trabalhar nessas respectivas áreas e o inverso é verídico.

Ao Fernando, deve ser dito ainda que até entendo o posicionamento, pois não possui formação na área e, assim desconheça os dos principais pilares na produção do fazer história.

Cabe frisar ainda que o PLS 368/09, do senador Paulo Paim (PT-RS), estabelece que o exercício é privativo dos diplomados em cursos de graduação, mestrado ou doutorado em História. Os historiadores poderão atuar como professores de História nos ensinos básico e superior; em planejamento, organização, implantação e direção de serviços de pesquisa histórica; e no assessoramento voltado à avaliação e seleção de documentos para fins de preservação.

*Sou Graduado em História (Licenciatura Plena) pela Universidade Regional do Cariri - URCA e,  pós – graduando em Docência do Ensino Superior na Faculdade Católica do Cariri.


Leia o artigo de Fernando Rodrigues publicado na Folha de São Paulo Aqui


Você pode se inteirar do assunto aqui


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