Libâneo: Será que a escola não está antecipando uma exclusão?

PROFESSOR DR. LIBÂNEO INICIANDO OS TRABALHOS


O Sesc Crato – Serviço Social do Comércio, a partir do foco em a formação continuada de professores promoveu na manha desta quinta –feira, 08, no Ginásio do referido local, uma palestra ministrada pelo professor Doutor José Carlos Libâneo*.

Com a temática Didática: teoria e prática da docência, Libâneo frisou sobre os principais entraves educacionais enfrentados no processo ensino – aprendizagem.  Para ele, as maiores dificuldades estão em ensinar nos limites da realidade dos discentes, ou lhe parafraseando educar a partir da cultura jovem, construída a partir dos avanços tecnológicos. O desafio para o professor está em saber motivar essa nova geração, a geração virtual.

Segundo Libâneo há alguns modelos de escolas que se apresentam na solução do problema exposto, a saber, as escolas tradicionais ou militares. Este modelo, inspirado nas organizações militares e fabris, desenvolveu-se ao longo do século XIX, e ainda hoje subsiste em muitas organizações escolares, sobretudo ao nível das práticas quotidianas. Surge também  as escolas construtivistas. Tal modelo aparece associado às contribuições no domínio da psicologia cognitivista de Jean Piaget.  Aqui, cada modelo apresenta um tipo de gestão.

Nesse embate, há uma grande disparidade educacional e, até certo modo, as escolas acabam nem mesmo atingindo o seu papel, que é, não sem razão, contribuir na formação do aluno – cidadão e, muitas vezes até, confundindo a relação inclusão - exclusão dos alunos, os de famílias pobres. Para reforçar esse posicionamento, Libâneo citou um exemplo. Uma professora tentou intervir no processo de avaliação de uma aluna.  Esta última estava com nota três e, a professora pediu para que a nota fosse aumentada para sete. Os argumentos da docente se baseavam na condição econômica da jovem que, a família era muito pobre, não tinha sequer uma mesa para que a aluna pudesse estudar. Essa atitude é democrática? É inclusive? perguntou o professor.

Assim, há alguns modelos de escolas que pretendem ser inclusive, ferindo os princípios da boa educação. Existe várias instituições de ensino que se apresentam como inovadoras, com gestões democráticas, inclusiva, mas na hora da avaliação se demonstram tradicionais. Uma vez que os velhos métodos de avaliações persistem. Tomando o exemplo acima como base ele perguntou: “Será que as escolas não estão antecipando uma exclusão social?”.

Ao finalizar ele afirmou que o ponto da educação está em o que se aprende, como se aprende e como utilizar esse aprendizado na realidade.

A palestra teve início as 10h00 com grande participação de professores de várias cidades do estado do Ceará.

A professora Carla, uma das organizadores do evento afirmou que essa palestra reforça   o objetivo do grupo que é, contribuir para a formação continuada de professores e que  a educação da região do cariri só tem a ganhar com a presença do professor. 


PROFESSORA CARLA E LIBÂNEO NA ABERTURA DA PALESTRA

*Libâneo, nasceu em Angatuba, interior do estado de São Paulo, em 1945 e fez seus estudos iniciais e o ensino médio no Seminário Diocesano de Sorocaba (SP).Graduou-se em filosofia na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo),  em 1966. “MESTRE” da educação escolar brasileira concluído em 1984 e “DOUTOR” em educação, posteriormente



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