Debate em Altaneira: Escola Pública versus Escola Particular

Vereador Flávio Correia (PCdoB) na Foto ao Lado

Nos últimos anos um dos grandes debates vem se afirmando no seio da sociedade Brasileira. A qualidade do ensino.
Crescemos e ouvimos sempre aquela assertiva de que a qualidade do ensino, ou melhor, buscar meios para melhorar essa qualidade é fundamental para termos um país mais desenvolvido e com perspectiva de futuro. Os investimentos proporcionados pelo governo federal nesse âmbito foram, não sem razão, bastante proveitosos, citemos aqui, a principal ferramenta o ENEM e, por conseguinte, seus desdobramentos: PROUNI e SISU, por meio dos quais milhares de jovens adentram em Universidades e Institutos Federais.
No entanto, é sabido que muitos jovens ficam pelo caminho. E, as desculpas são as mesmas. As escolas públicas não oferecem um ensino de qualidade. Não tem estrutura física, não oferecem bons salários, dentre outras. Por outro lado, a instituição de caráter particular possui os requisitos que a levam a uma excelência de Ensino. Será mesmo?
Outrora fomos testemunhas e, inclusive foi veiculado constantemente na imprensa de um discurso instigante de uma Professora alusivos aos principais entraves educacional. A Falta de bons salários para a classe foi elencado como um dos.
Agora, de forma mais específica no nosso espaço social, Altaneira, o assunto voltou a toda prova quando o Parlamentar Flávio Correia (PCdoB) apresentou em Plenário na última terça-feira (14) um Projeto de Lei que obriga os políticos partidários a matricularem seus filhos somente em instituições de ensino de caráter pública. Um dos objetivo e fazer com os “representantes do povo” ao terem seus entes matriculados na rede de ensino pública possam encarar o problema da “má qualidade” do ensino de frente.
È preciso ressaltar que um Projeto dessa natureza permite que abracemos a causa e reflitamos sobre os reais caminhos de se chegar a discutir de fato esse problema. O Projeto abre um leque de discussões sobre como enfrentar o Problema do ensino nas escolas públicas no Brasil e, claro, em Altaneira. Permite ainda que paremos e reflitamos sobre teor do Projeto.
 Sabemos que a Educação é um dos alicerces para o desenvolvimento do país e, de forma específica, para nossa Altaneira. Ainda assim, creio que o caminho não é bem esse. Sabe-se que um Projeto dessa natureza interfere plenamente num dos princípios fundamentais dos seres humanos: A Liberdade de Escolha. Ainda assim, o mesmo projeto permite que se abra um leque de discussões no que toca a Educação.
Permite acima de tudo que paremos e reflitamos a respeito do desenvolvimento e melhoramento da Educação. Nesse sentido, nos perguntamos: O que a Escola Particular tem que a Pública não Tem? Estrutura física, Bons Professores e bons alunos? Não. Deforma nenhuma. Não devemos nos apoiar nesses argumentos e afirmar que a Escola Pública não oferece um ensino de qualidade. Tal assertiva é descabida. Ah, Escola Particular oferece bons salários. E dai, isso não justifica por completo.
Nesse sentido, obrigando os agentes públicos a matricularem seus filhos somente em Escola Pública, talvez não seja o caminho mais acertado.
Precisamos sim, abrir uma discussão séria. Termos posicionamentos sobre isso e gritarmos: Ei Gestores precisamos investir seriamente nas Escolas Públicas.
Precisamos sim, mudarmos de mentalidade, participarmos mais ativamente dos rumos de nossa cidade.
Por tanto, esse Projeto abre um leque de discussões sobre o desenvolvimento e melhoramento da Educação. Investir pesado nas Escolas Públicas é, não sem razão a saída mais acertada.

2 comentários:

  1. Meu nobre José Nicolau, este seu discurso instiga-me, apoiar algumas partes dessa sua ideologia, porém, você mais do que outros (Digo isso, pois você é um historiador com ênfase nas atividades políticas), deve perceber que os agentes públicos (sem generalizar nem particularizar) não têm total interesse em melhorar a educação, e digo isso citando o caso de Altaneira, que EU vejo crianças cursando o 8º ano, e não conseguem escrever com coerência... Agora me responda, a culpa disso é dos pais? Os pais devem ensinar aos seus filhos a Ortografia e a Gramática? E o que o poder executivo faz em prol destes fatos? Ou melhor, será se o poder executivo tem noção dessa situação, a única coisa que ele vê de bom quando a escola tem uma boa turma é poder dizer: “Minha administração trabalha para melhorar a educação do município!”. Melhorar o quê? Não vemos se quer algo que incentive os professores querer ensinar, muitos dos professores só estão nas salas de aula cumprindo o horário e receber o seu salário no fim do mês, e que dane-se a educação das crianças do município. Sendo assim, se o professor não está interessado em educar, o aluno também não estará interessado e nem motivado a ser educado.
    Por outro lado você fala sobre a liberdade de escolha, no meu ponto de vista fica claro que os agentes públicos têm total liberdade de escolha, ou seguir a lei ou renunciar o cargo, sendo assim ele está livre para escolher? Ou não, para os políticos só pode existir boas escolhas? Se preocupar com a mensalidade na escola particular do seu filho ou se preocupar com a educação do filho dos outros? Não consigo entender como um gestor exclama para todo mundo ouvir: “Este município tem a melhor educação básica!”. Mas seu filho tá lá na escola particular, por que isso? Será realmente que a escola pública é melhor que a particular, e mesmo assim o gestor quer a pior educação para seu filho?
    Eu apoio este projeto, pois fazendo assim, não na nossa geração mas por todas as gerações que passarem por Altaneira, os caras que entrarem para o poder executivo e legislativo terão que buscar a melhor educação para o município, se não for diretamente para o município, que seja por meio da educação dos seus filhos.

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  2. Vamos em frente Lutar:

    Grande Gigi. Entendo! No entanto, é preciso dizer que muitos são os entraves que perpassam pela Educação nas Escolas Públicas, alguns deles já elencados por mim em outra oportunidade e ampliados por você neste comentário.

    Ainda assim, o debate é sempre instigante e nos leva a realizar outras reflexões, quais sejam: se as salas de aulas estão superlotadas e os professores não conseguem dar aulas, se os alunos chegam ao ensino médio com um aprendizado decepcionante, se as escolas não oferecem uma estrutura física condizente com o que chamamos de "excelência" do Ensino que, paremos e reflitamos que é chegada a hora de nos mobilizarmos e realizarmos o nosso direito enquanto cidadão. Tal assertiva nos leva a afirmar que os políticos partidários precisam urgentemente investir em educação, em específico nas Escolas Públicas. Se eles não estão interessados nisso porque seus filhos estudam em Escolas Particulares que, pressionemos essa classe, mas de outra forma, pois a ora apresentada, interfere plenamente num dos princípios fundamentais do cidadão, a Liberdade de Escolha, o Livre Arbítrio. Além do mais, o Presente Projeto representa um ato de decisão ditatorial, de imposição, ferindo assim, os princípios democráticos, uma vez que não é obrigando algo ou alguma coisa que conseguiremos atingir nossos objetivos.
    Por tanto, resta-me afirmar que o Projeto não é a solução mais acertada. Que utilizemos a democracia a nosso favor e lutemos com uma de nossas principais armas (força da mobilização e organização social). Que façamos passeata, caminhadas e juntos cobrarmos ações efetivas dos gestores públicos nesse sentido.

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